LEONARDO AW609 TILTROTOR

LEONARDO AW609 TILTROTOR (NOME ATUAL)
AGUSTA AW609 TILTROTOR (NOME ATUAL)
AGUSTAWESTLAND AW609 (NOME ANTERIOR)
BELL-AGUSTA BA609 (NOME ANTERIOR)


INTRODUÇÃO

Logo acima, uma imagem impressionante da máquina híbrida italiana para uso civil, capaz de decolar verticalmente, como se fosse um helicóptero, e voar em cruzeiro, como se fosse um avião turboélice convencional de asa fixa. Logo abaixo, ela possibilitará um salto operacional para as operações civis de logística executiva, jornalística, de busca e salvamento, transporte aeromédico, missões humanitárias, operações offshore para petróleo e gás, patrulhamento ambiental e, em algumas situações, até mesmo para transporte governamental.

O sofisticado Leonardo AW609 Tiltrotor ou Agusta AW609 Tiltrotor é uma aeronave bimotor de médio porte e de alta performance para uso exclusivamente civil, com rotores basculantes, motorização turboélice e asas altas, criada na década de 1990 pela Boeing Company e pela Bell Helicopter, desenvolvida em conjunto a partir da década de 1990 pelas grandes fabricantes aeronáuticas Bell Helicopter, americana, e AgustaWestland, italiana e britânica, e com início da fabricação em série e em larga escala pela Leonardo Helicopters prevista para 2026, principalmente para atender o mercado aeronáutico civil executivo mundial; utilitário, inclusive para operações offshore para plataformas de petróleo; jornalístico em geral; transporte turístico; transporte governamental, inclusive para missões aeromédicas; patrulhamento ambiental; e não governamental, inclusive para missões humanitárias para locais de difícil acesso.


A aeronave será capaz de transportar até seis ou sete passageiros numa confortável configuração executiva, com galley para refeições rápidas e bebidas e toalete básico e totalmente privativo, ou oito ou nove passageiros numa configuração turística ou de transporte offshore para plataformas de petróleo, com velocidade de cruzeiro de cerca de 500 km/h e teto de serviço de cerca de 7.500 metros, com alcance variando entre 1.000 quilômetros e 1.500 quilômetros, dependendo do peso, da temperatura e da altitude no aeródromo de origem, entre outros fatores.


Ele simplesmente não tem concorrentes no seu segmento civil, não há nada parecido no mundo em linha de produção seriada. Os modelos que mais se aproximam dele em termos do conceito tilt rotor, ou seja, rotores basculantes, são essencialmente militares, o Boeing V-22 Osprey, desenvolvido pela Boeing Company, uma supermáquina realmente impressionante, usada inclusive pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, pela Marinha dos Estados Unidos e pela Força Aérea dos Estados Unidos; e o Bell V-280 Valor, desenvolvido pela Bell Helicopters para uso pelo Exército dos Estados Unidos, principalmente


A LEONARDO HELICOPTERS

Logo acima, o logotipo atual da fabricante italiana de produtos aeronáuticos, aeroespaciais, espaciais e de defesa Leonardo, uma das maiores corporações da Itália e uma das maiores da Europa Ocidental. Logo abaixo, o logotipo anterior dessa grande fabricante de helicópteros, a AgustaWestland.

A Leonardo Helicopters é uma marca de propriedade da Leonardo SpA, conhecida anteriormente, até 2015, como AgustaWestland, uma grande fabricante italiana de helicópteros, uma subsidiária da então gigante italiana de alta tecnologia Finmeccanica, por sua vez um conglomerado atuante em diversos segmentos, principalmente aeronáutico, aeroespacial, espacial, defesa, segurança, geração de energia elétrica e fabricação de ônibus, posteriormente renomeada para Leonardo SpA.


Atualmente, a holding italiana Leonardo SpA está concentrada nos segmentos aeronáutico, aeroespacial, espacial e de defesa, inclusive como uma das maiores fabricantes de helicópteros civis e militares do mundo. Ela é o segundo maior conglomerado de alta tecnologia da Itália, sócia também em vários outros projetos de fabricação de veículos e aparelhos de telecomunicações, incluindo a fabricante francesa de turboélices regionais ATR e a fabricante europeia de satélites Thales Alenia, entre outros negócios.


Ela é uma das empresas integrantes do consórcio europeu que fabrica o sofisticado caça bimotor Eurofighter Typhoon; uma das integrantes do consórcio europeu MBDA, um fabricante de mísseis; entre vários outros projetos.


Entre os seus proprietários ou acionistas estão o Governo da Itália (30%), o Governo da Noruega (2%), o Governo da Líbia (2%) e o fundo de investimentos americano Vanguard (1%). Suas ações são negociadas na Bolsa de Valores da Itália, com receita bruta anual de mais de € 11 bilhões em 2017, por exemplo, o equivalente a cerca de US$ 13,2 bilhões, ou mais de € 17 bilhões em 2024, por exemplo, com mais de 60.000 empregados em mais de 180 países, inclusive no Brasil.


A fabricante italiana de helicópteros Leonardo Helicopters é uma das mais tradicionais fabricantes de helicópteros do mundo. Ela é a empresa sucessora da centenária Agusta SpA, uma fabricante de aviões e helicópteros, por sua vez fundada em 1923 pelo projetista italiano Giovanni Agusta, que, aliás, projetou e construiu em 1907, na Itália, seu primeiro modelo de avião, o AG1, apenas um ano após o projetista brasileiro Santos Dumont ter liberado a patente do mais pesado que o ar. Ela também foi pioneira na fabricação de helicópteros, com os primeiros modelos fabricados a partir da década de 1950, logo após o início do advento da tecnologia de fabricação de asas rotativas em larga escala, iniciada por Igor Sikorsky, na década de 1940.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, o interior da sofisticada e refinada aeronave civil Leonardo AW609 Tiltrotor, conhecida também como Agusta AW609 Tiltrotor, com acabamento caprichado e uma boa variedade de itens de conforto, conveniência e conectividade. Logo abaixo, o cockpit ou cabine de comando da aeronave italiana, com o que existe de melhor em termos de aviônicos para uma operação segura e tranquila. Ele não é um avião e não é um helicóptero, ele é um convertiplano. A transição entre o voo vertical ou pairado e o voo horizontal é realizada por um computador.

O ousado convertiplano Leonardo AW609 Tiltrotor, conhecido também como Agusta AW609 Tiltrotor, é uma aeronave bimotor multifunção de uso exclusivamente civil, com motorização turboélice e asas altas, com construção mista em alumínio, ligas metálicas e materiais compostos, numa proporção aproximada de 50% para materiais compostos e 50% para metais em geral, projetada na década de 1990 pela gigante americana Boeing Company, com base nos conceitos da aeronave híbrida Boeing V-22 Osprey, que, por sua vez, foi projetada a partir dos conceitos de aeronaves híbridas da Bell Helicopter, o protótipo Bell XV-3, das décadas de 1950 e 1960, e o protótipo Bell XV-15, da década de 1970.


Esse sofisticado modelo de aeronave para uso predominantemente civil Leonardo AW609 Tilrotor passou por um longo e desafiador programa de desenvolvimento e certificação nos Estados Unidos, pela americana Bell Helicopter, e na Itália, pela então AgustaWestland, por sua vez conhecida atualmente como Leonardo Helicopters, com produção em série e em larga escala prevista para iniciar em 2026, tantos nos Estados Unidos quanto na Itália, nas instalações produtivas da multinacional Leonardo SpA, com uma carteira de encomendas confirmada de mais de 80 unidades, para 44 clientes em 23 países, incluindo proprietários particulares, operadores governamentais e empresas de táxi-aéreo, inclusive para operações offshore para plataformas de petróleo.


Esse impressionante modelo de aeronave civil da Leonardo Helicopters foi desenvolvido em parceria com a Bell Helicopter nas décadas de 1990 e 2000, como parte de um dos mais desafiadores, longos e caros programas de desenvolvimento de alta tecnologia aeronáutica civil do planeta, e será fabricado em larga escala pela Leonardo Helicopters a partir de 2026, dependendo apenas do cumprimento dos trâmites finais de certificação das autoridades aeronáuticas mundiais, principalmente da FAA – Federal Aviation Administration, dos Estados Unidos, e da EASA – European Aviation Safety Agency, europeia, principalmente para atender pedidos de operadores civis, tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas, inclusive tendo como cliente governamental de lançamento desse modelo de aeronave o Governo dos Emirados Árabes Unidos, principalmente para uso em casos de transporte aeromédico, transporte governamental e SAR – Seach and Rescue ou busca e resgate.


Esse sofisticado modelo de convertiplano híbrido é algo único, conhecido também nos meios aeronáuticos e militares pela expressão em inglês tilt rotor. É um dos mais inovadores e avançados projetos civis das últimas décadas, o resultado civil de mais de 60 anos seguidos de pesquisas e desenvolvimento de uma solução logística híbrida em aeronáutica militar, que consegue combinar de forma adequada as vantagens incontestáveis de flexibilidade operacional do helicóptero com a velocidade de cruzeiro do avião turboélice.


Ele simplesmente não tem concorrentes diretos em seu segmento civil, é um modelo único de aeronave, com um design incomum e futurista e, é claro, chama atenção por onde passa. É um modelo de aeronave absolutamente insuperável no cumprimento das missões para as quais foi projetado, com uma flexibilidade operacional sem precedentes em toda a história da aviação civil mundial, com capacidade VTOL – Vertical Take-Off and Landing de decolar e pousar em embarcações civis, plataformas de petróleo, helipontos e heliportos, bases aéreas terrestres, pequenos aeródromos e desempenhar missões de logística civil nos mais diversos cenários de assistência humanitária, transportando médicos e transportando acidentados e doentes, trabalhadores em plataformas de petróleo, executivos em geral para locais de acesso mais difícil ou complicado, transporte turístico, serviços públicos ambientais, abastecimento de suprimentos em geral em locais de difícil acesso, fazendo evacuação aeromédica em geral, desempenhando missões de busca e salvamento em geral, atendendo a população civil em missões de perfil humanitário e, eventualmente, caso necessário, até para transporte governamental para áreas de difícil acesso por outros meios.


Segundo a fabricante Leonardo Helicopters, a sua capacidade de transporte será de um ou dois pilotos (a homologação single pilot está encaminhada junto às autoridade aeronáuticas, em processo de conclusão) e seis ou sete passageiros na configuração executiva, com galley para bebidas e refeições rápidas e toalete básico e privativo, ou até 9 passageiros em alta densidade (com ou sem galley e/ou toalete), numa cabine pressurizada, com alcance que pode variar de 1.000 quilômetros até 1.500 quilômetros, dependendo do número de passageiros a bordo, dependendo da quantidade e peso da bagagem, dependendo da temperatura ambiente no momento da decolagem, dependendo da altitude do aeródromo de partida e dependendo da velocidade de cruzeiro escolhida pela tripulação, com reservas de combustível, algo impensável para qualquer modelo de helicóptero civil de tamanho semelhante, sem abrir mão da boa velocidade de cruzeiro de cerca de 500 km/h, sendo essa uma de suas principais vantagens.


O conceito tilt rotor ou convertiplano não é novo, mas a sua produção em larga escala foi iniciada há cerca de 14 anos atrás, em 2007, quando a gigante fabricante americana Boeing Company deu início à fabricação do revolucionário Boeing V-22 Osprey, um modelo de aeronave que não encaixa no conceito de helicóptero nem de avião, ficando no meio termo entre os dois, o que lhe garante vantagens competitivas inéditas desde então. De modo geral, uma aeronave com esse conceito voa quase duas vezes mais alto e duas vezes mais rápido que um helicóptero, transporta duas ou três vezes mais carga útil a uma distância três ou quatro vezes maior que o alcance médio de um helicóptero de tamanho semelhante.


CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Logo acima, o Leonardo AW609 Tiltrotor permitirá a operação de transporte executivo a partir de e para helipontos, heliportos, pequenos aeroportos centrais ou pequenos aeródromos em que o espaço de manobras é limitado, pois ele possui a capacidade de pousar e decolar como um helicóptero, mas voar em altitude de cruzeiro como um avião turboélice convencional. Logo abaixo, uma imagem ilustrativa do interior executivo da aeronave, com capacidade para até seis ou sete passageiros. 

A aeronave civil Leonardo AW609 Tiltrotor foi lançada oficialmente em 1996 por meio de uma parceria entre a americana Boeing Company e a também americana Bell Helicopter, inicialmente como um projeto focado no mercado civil de transporte executivo, transporte offshore (transporte marítimo para plataformas de petróleo) e multifuncional, inclusive para transporte governamental, operações de busca e salvamento, transporte aeromédico, transporte turístico e operações humanitárias de atendimento à população em situação de vulnerabilidade ou vítima de catástrofes naturais, como terremotos, incêndios, enchentes e furacões, por exemplo, mas em 1998 a Boeing decidiu concentrar seus esforços e seus recursos no projeto do convertiplano militar Boeing V-22 Osprey, que, por sua vez, já pode ser considerado um sucesso de vendas, com mais de 400 unidades fabricadas.


Em seguida, neste mesmo ano de 1998, a Bell Helicopter se juntou à italiana Agusta SpA, ambas conceituadas e conhecidas fabricantes de helicópteros, no programa do então denominado Bell-Agusta BA609 Tiltrotor, mas em 2015 a americana Bell, num movimento semelhante ou equivalente ao movimento da Boeing Company, decidiu sair do projeto do Bell-Agusta BA609 Tiltrotor para focar seus esforços em outro modelos de convertiplano, o Bell V-280 Valor, também focado no mercado militar, o que deixou a italiana Leonardo SpA praticamente sozinha com o projeto do convertiplano civil renomeado para Leonardo AW609 Tiltrotor ou Agusta AW609 Tiltrotor, ressaltando que o nome definitivo ainda não foi escolhido pela Leonardo SpA.


Na década de 1980, já havia tecnologia de rotores basculantes em desenvolvimento nos Estados Unidos, então a Boeing Company e a Bell Helicopter, sendo esta a proprietária da patente do conceito e do projeto tilt rotor, se juntaram para completar o amadurecimento da tecnologia do impressionante Boeing V-22 Osprey, de uso exclusivamente militar, que precisava de mais investimentos para se tornar tecnicamente e comercialmente viável. Assim, uma parte da produção militar e a produção para a aviação regional ficaria majoritariamente com a Boeing e a outra parte da produção militar e a parte civil de perfil executivo e semi-utilitário ficaria majoritariamente com a Bell, o que de fato aconteceu anos depois com os lançamentos de alguns modelos civis e militares de aeronaves híbridas, entre eles a aeronave executiva de pequeno porte Bell BA609 / Agusta BA609, desta vez em parceria com a então fabricante italiana Agusta SpA, conhecida atualmente como Leonardo SpA, e a aeronave militar Bell V-280 Valor, atualmente na fase de desenvolvimento pela Bell Helicopter.


A criação, o desenvolvimento e as preparações para a fabricação em larga escala de aeronaves civis e militares com a tecnologia híbrida tilt rotor consumiram uma gigantesca soma de recursos privados e governamentais, principalmente do Governo dos Estados Unidos, da Boeing Rotorcraft Systems, da Bell Helicopter e da Leonardo / AgustaWestland, resultando em modelos de aeronaves únicos, totalmente originais. No total, desde a década de 1950, até hoje, foram consumidos mais de US$ 35 bilhões, em valores atualizados, para criar, desenvolver e dar os passos iniciais para a fabricação em larga escala do Boeing V-22 Osprey, do seu primo militar Bell V-280 Valor e de seu primo civil Leonardo AW609 Tiltrotor, sendo estes dois em fase final de desenvolvimento, com início da fabricação seriada para breve. Quando as primeiras unidades do Boeing V-22 Osprey estavam saindo da linha de montagem, o preço de cada um deles já ultrapassava US$ 50 milhões, o equivalente hoje a cerca de US$ 70 milhões. Mas há fontes que falam em até US$ 100 milhões por unidade da aeronave para as Forças Armadas dos Estados Unidos, incluindo os custos de desenvolvimento, que, pelo menos em parte, foram cobertos pelo Governo Americano.


No caso específico do convertiplano para uso civil Leonardo AW609 Tiltrotor a fabricação em série será realizada nos Estados Unidos e na Itália, ao preço de cerca de US$ 10 milhões (versão executiva) por unidade vendida para os 80 primeiros clientes, mas com preços ainda não totalmente definidos para os demais clientes. Os preços podem variar dependendo do número e variedade de itens opcionais solicitados pelo comprador, como, por exemplo, ganchos e cestos de salvamento para operações SAR – Search and Rescue ou busca e resgate de acidentados ou cidadãos em situação de vulnerabilidade, como, por exemplo, enchentes.


Os primeiros voos de teste foram iniciados em 2002, tendo como pilotos de testes os americanos e europeus Roy Hopkins, Dwayne Williams, Paul Edwards, Pietro Venanzi e Herbert Moran, sendo que este dois faleceram durante os testes, num acidente grave, em 2015. As regras de certificação solicitada para aeronaves do tipo convertiplano são próprias, ou seja, elas não se aplicam a aviões e não se aplicam a helicópteros. Os trâmites finais para certificação do Leonardo AW609 Tiltrotor estão enquadrados nas regras FAR Part 21.17 / FAR Part 25 / FAR Part 29 e para isso a aeronave conta com inúmeros sistemas e mecanismos redundantes, incluindo o conceito fly-by-wire de controle de voo por meio do auxílio de computadores.  


O CONCEITO TILT ROTOR

Logo acima, o convertiplano americano de uso exclusivamente militar Boeing V-22 Osprey é o único modelo de aeronave de médio porte do tipo tilt rotor atualmente em linha de produção seriada. Logo abaixo, ele estará acompanhado do também americano convertiplano militar Bell V-280 Valor, que está prestes a entrar em linha de produção seriada.

O conceito de aeronaves híbridas, que combina as funcionalidades das asas fixas dos aviões e das asas rotativas dos helicópteros, não é novo. Ele foi criado em várias partes do mundo, inclusive nos Estados Unidos, no Canadá e, acredite, até no Brasil. Atualmente, há no mundo somente três projetos bem encaminhados de aeronaves desse tipo, o Boeing V-22 Osprey, de uso militar, o Bell V-280 Valor, também de uso militar, e o Leonardo AW609 Tiltrotor, de uso civil.


Em 1946, a McDonnell (a empresa predecessora da McDonnell Douglas) criou o tilt rotor McDonnell XHJD-1 Whirlaway. Em 1955, a fabricante de helicópteros Bell criou o Bell XV-3, conhecido também como Bell 200. Em 1965, a fabricante canadense de aeronaves Canadair criou o Canadair CL-84 Dynavert. Em 1951, aqui no Brasil, a ideia de combinar as vantagens operacionais do avião com as vantagens operacionais do helicóptero nasceu nas pranchetas de desenho do CTA – Centro Técnico Aeroespacial, um instituto militar de pesquisa aeroespacial e aeronáutica subordinado ao Governo Brasileiro.


Pelo que se sabe, até o momento somente a Boeing, a Bell e a então AgustaWestland, conhecida atualmente como Leonardo, conseguiram levar adiante seus projetos de convertiplanos e introduzí-los no mercado aeronáutico mundial.


Essas aeronaves têm basicamente dois modos de operação, o modo avião, com o motor posicionado na horizontal, e o modo helicóptero, com o motor posicionado na vertical. As três aeronaves são fly-by-wire, ou seja, praticamente todos os comandos realizados pelo piloto são enviados a um computador que, por sua vez, interpreta as intenções do piloto e repassa os comandos, por meio de impulsos ou pulsos elétricos, aos motores, aos rotores e às superfícies aerodinâmicas de controle.


Se um dos motores falhar em voo, o que é raro, um sistema formado por várias peças transmite parte do torque do motor remanescente para o rotor do motor inoperante, possibilitando assim que a aeronave possa ser levada em segurança até uma parada de emergência mais próxima.


Aeronaves com a tecnologia tilt rotor possuem a característica de pouso e decolagem em locais desprovidos de infraestrutura aeroportuária, como se fosse um helicóptero, e a característica de velocidade de cruzeiro e alcance de um avião turboélice, bem mais altos que os apresentados por um helicóptero.


O mercado potencial para as aeronaves tilt rotor é bem amplo, vai desde o transporte executivo e turístico; até o transporte de logística militar; passando pelas missões civis off-shore para plataformas de petróleo; pelo transporte aeromédico; pelas missões humanitárias, tanto civis como militares; pelo uso policial; pelas missões de busca e salvamento, tanto civis como militares; e até para coberturas jornalísticas.


A FAMÍLIA AW609

Até o momento, a família Leonardo AW609 Tiltrotor é composta por dois modelos de produção seriada, um deles com configuração executiva, para transportar confortavelmente até seis passageiros, com galley e toalete na cabine de passageiros, e mais um modelo multifuncional, que pode receber uma configuração de alta densidade para até nove passageiros, sendo oito passageiros da cabine de passageiros e mais um passageiro ao lado do piloto, pois a aeronave está sendo homologada para operação single pilot, ou seja, para ser operada por apenas um piloto. Essa versão multifuncional também pode receber inúmeros equipamentos e aparelhos, inclusive para ser usado em missões humanitárias, missões de busca e resgate, missões aeromédicas e transporte turístico.


O desenvolvimento da aeronave foi caro e custou duas vidas humanas nas fases de testes de um dos três protótipos, com perda total da célula acidentada.


De modo geral, o convertiplano Leonardo AW609 Tiltrotor é fabricado com pelo menos metade de estrutura formada por materiais compostos, incluindo fibra de carbono e fibra de vidro, principalmente com o objetivo de aumentar a robustez estrutural, melhorar o aproveitamento de espaço interno e reduzir o peso da estrutura. A sua fuselagem possui uma cabine pressurizada de perfil circular com altura interna de cerca de 1,5 metro, totalizando 6.300 litros de espaço interno, complementada por um bagageiro interno de 1.500 litros. A estrutura da aeronave possui asas altas e é completada por uma empenagem traseira em T, com estabilizador horizontal fixado no topo do estabilizador vertical ou deriva.


Por se tratar de um tipo de equipamento totalmente novo, que em nenhum lugar do mundo havia sido utilizado, foi necessária a implementação de inúmeras melhorias, modernizações e avanços tecnológicos dentro do programa de desenvolvimento do Leonardo AW609 Tiltrotor, o que ajuda a explicar o longo período de desenvolvimento de quase 30 anos, com a introdução do conceito fly-by-wire tripo redundante de controle de voo digital; asas com grandes flaperons, necessários para reduzir o arrasto aerodinâmico quando a aeronave está no modo helicóptero; sistemas de degelo, necessários para alcançar a certificação para ser operado em condições de gelo conhecidas; a capacidade testada de autorrotação, necessária caso os dois motores falhem simultaneamente, o que, aliás, é pouquíssimo provável; os dois motores do tipo turboélice Pratt & Whitney PT6C-67A, com quase 2.000 shp de potência (cada), dotados de controle FADEC – Full Authority Digital Engine Control, acoplados aos grande rotores tripá; e o trem de pouso do tipo triciclo, com rodas traseiras com até três metros de distância uma da outra, distância necessária para possibilitar o pouso estável e equilibrado.


Cerca de 50% da estrutura do Leonardo AW609 Tiltrotor é fabricada em material composto. Essa opção pelo material composto é óbvia, redução de peso do conjunto, para maior carga útil possível; aumento da probabilidade de sobrevivência dos ocupantes e da própria aeronave, em caso de acidente grave ou pouso mais duro por autorrotação; e aumento da vida útil da célula, o que pode resultar em redução do custo de manutenção ao longo dos anos de utilização da aeronave, em relação aos helicópteros de construção convencional metálica.


MERCADO

Até o momento, mais de 80 unidades do Leonardo AW609 Tiltrotor foram encomentadas por operadores privados e governamentais, inclusive o Governo dos Emirados Árabes Unidos. É possível que a linha de produção dessa aeronave ultrapasse a marca de 100 unidades fabricadas nos próximos anos para atender também às encomendas de outros operadores privados e governamentais.


O preço de lançamento é de US$ 10 milhões por exemplar, mas ainda não está claro se este mesmo preço será aplicado aos novos interessados. Aqui no Brasil, entre os prováveis e/ou possíveis operadores do Leonardo AW609 Tiltrotor está Líder Aviação, uma empresa que possui contratos de transporte offshore para plataformas de petróleo em alto mar, mas ainda não está claro quantas unidades foram encomendadas e quando entrarão em operação.


Em 2021, a Leonardo Helicopters relançou a marca Agusta mundialmente. Atualmente a empresa produz três modelos de helicópteros em suas instalações nos Estados Unidos, o Leonardo AW139, de porte médio, o Leonardo AW119 Koala, de pequeno porte, e o Leonardo AW169, de médio porte, mas em breve o Leonardo AW609 Tiltrotor se juntará aos seus companheiros de marca nas linhas produção americana.


FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS


LEONARDO AW609 TILTROTOR

  • Tripulação: 1 piloto e 1 co-piloto (opcional);
  • Comprimento: Aprox. 13 metros;
  • Envergadura: Aprox. 10 metros;
  • Largura com rotores girando: Aprox. 18 metros;
  • Altura: Aprox. 5 metros;
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 7.600 kg;
  • Motorização (potência): 2 X Pratt & Whitney PT6C-67A (2.000 shp / cada);
  • Aviônicos: EFIS IFR, com head up display, visão sintética e inercial;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 500 km/h;
  • Alcance (com reservas): Aprox. 1.000 quilômetros (lotado / dias quentes);
  • Alcance (com reservas): Aprox. 1.500 quilômetros (com tanques extras);
  • Raio de ação (busca e salvamento): Aprox. 750 quilômetros;
  • Alcance para translado: Aprox. 1.800 quilômetros (vazio / cruzeiro econômico);
  • Teto de serviço: Aprox. 7.500 metros;
  • Voo pairado: Aprox.
  • Preço: Aprox. US$ 10 milhões (novo);


GALERIA DE IMAGENS


OFFSHORE (PLATAFORMAS)


AEROMÉDICO


EXECUTIVO


MODO HELICÓPTERO


MODO AVIÃO


MODO HELICÓPTERO


MODO AVIÃO


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://en.wikipedia.org/wiki/Leonardo_AW609
  • Leonardo (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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