BRITISH AEROSPACE SEA HARRIER

HAWKER-SIDDELEY GR1 HARRIER (REINO UNIDO)
HAWKER-SIDDELEY GR3 HARRIER (REINO UNIDO)
HAWKER-SIDDELEY GR9 HARRIER (REINO UNIDO)
HAWKER-SIDDELEY AV-8A HARRIER (ESTADOS UNIDOS)
HAWKER-SIDDELEY AV-8S MATADOR (ESPANHA)
HAWKER-SIDDELEY AV-8A HARRIER (ÍNDIA)
HAWKER-SIDDELEY AV-8A HARRIER (TAILÂNDIA)
HAWKER-SIDDELEY AV-8C HARRIER (ESTADOS UNIDOS)
HAWKER-SIDDELEY P-1127 KESTREL (PROTÓTIPO)
BRITISH AEROSPACE FRS1 SEA HARRIER (REINO UNIDO)
BRITISH AEROSPACE FA2 SEA HARRIER (REINO UNIDO)
BRITISH AEROSPACE FRS51 HARRIER (ÍNDIA)
BRITISH AEROSPACE FRS60 HARRIER (ÍNDIA)
MCDONNELL DOUGLAS AV-8B HARRIER II (ESTADOS UNIDOS)
MCDONNELL DOUGLAS AV-8B HARRIER II PLUS (ESTADOS UNIDOS)
MCDONNELL DOUGLAS AV-8B HARRIER II (ESPANHA)
MCDONNELL DOUGLAS GR7 HARRIER II (REINO UNIDO)
MCDONNELL DOUGLAS GR9 HARRIER II (REINO UNIDO)
PROJETO HARRIER


INTRODUÇÃO

Logo acima, imagem impressionante da clássica máquina voadora das Forças Armadas dos Estados Unidos, capaz de decolar e pousar verticalmente, como se fosse um helicóptero, e voar em cruzeiro, normalmente, em alta velocidade. Logo abaixo, a clássica máquina das Forças Armadas do Reino Unido possibilitou um salto operacional para as operações de defesa marítima da Inglaterra, a partir da década de 1960, e, segundo analistas militares, foi decisiva para a vitória do Reino Unido na Guerra das Falklands ou Malvinas, na década de 1980, contra a Argentina.

O clássico jato Hawker-Siddeley Harrier é uma eficiente aeronave monomotor de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, inclusive eventualmente embarcado em navios militares, em missões de ataque leve ao solo, ataque leve contra navios e submarinos, patrulhamento aéreo de curta e média distâncias sobre o solo e sobre o mar, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou apoio aéreo aproximado, interdição aérea e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar, com motorização turbofan e asas altas, de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada, desenvolvida e fabricada em série e em larga escala na década de 1960 pela então Hawker-Siddeley Aircraft, com o acompanhamento da Royal Air Force ou Força Aérea do Reino Unido, da Royal Navy ou Marinha Real do Reino Unido e do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, conhecido também como Marine Corps.


Já o clássico jato British Aerospace Sea Harrier é uma eficiente aeronave monomotor de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, principalmente embarcado em navios militares, também em missões de ataque leve ao solo, ataque leve contra navios e submarinos, patrulhamento aéreo de curta e média distâncias sobre o solo e sobre o mar, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou apoio aéreo aproximado, interdição aérea e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar, com motorização turbofan e asas altas, de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada, desenvolvida e fabricada em série e em larga escala nas décadas de 1970, 1980 e 1990 pela então British Aerospace, conhecida atualmente como BAE Systems, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o projeto do Hawker-Siddeley Harrier, com acompanhamento da Royal Air Force ou Força Aérea do Reino Unido, da Royal Navy ou Marinha Real do Reino Unido, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos ou Marines e da Marinha da Índia.


Já o ainda moderno jato McDonnell Douglas Harrier II é uma eficiente aeronave monomotor de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, principalmente embarcado em navios militares, também em missões de ataque leve ao solo, ataque leve contra navios e submarinos, patrulhamento aéreo de curta e média distâncias sobre o solo e sobre o mar, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou apoio aéreo aproximado, interdição aérea e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar, com motorização turbofan e asas altas, de construção mista em alumínio, ligas metálicas e material composto, projetada, desenvolvida e fabricada em série e em larga escala nos Estados Unidos nas décadas de 1980 e 1990 pela então McDonnell Douglas, atualmente Boeing Company, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o projeto do British Aerospace Sea Harrier, com acompanhamento da Força Aérea do Reino Unido, da Marinha Real do Reino Unido, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, da Marinha da Espanha e da Marinha da Itália.


Esse ousado jato militar britânico e americano teve apenas um concorrente direto em seu segmento nas décadas de 1970 e 1980, o jato militar trimotor soviético Yakovlev Yak-38, que também utilizava a tecnologia de empuxo vetorado, fabricado em série entre 1976 e 1981, com mais de 230 unidades fabricadas, mas que foi operado por pouco tempo, até 1991, desativado com o fim da União Soviética.


Nas décadas de 1960, 1990 e 2000, esse jato britânico e americano foi um modelo único de aeronave, com um design incomum e futurista e, é claro, chamava atenção por onde passava, até ter sido substituído por algumas dessas forças armadas ocidentais citadas, a partir da década de 2010, pelo novíssimo, sofisticadíssimo e moderníssimo Lockheed Martin F-35 Lightning II, também monomotor, também com empuxo vetorado e também capaz de realizar decolagens verticais ou curtas e pousos verticais, mas neste caso específico um avião militar supersônico.


Os clássicos jatos monomotores subsônicos Hawker-Siddeley Harrier, British Aerospace Sea Harrier e McDonnell Douglas Harrier II foram, nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990 modelos de aeronaves absolutamente insuperáveis no cumprimento das missões para as quais foram projetados, com uma flexibilidade operacional sem precedentes em toda a história da aviação militar mundial, com capacidade VSTOL – Vertical and Short Take-Off and Landing de decolar e pousar em embarcações militares e bases aéreas terrestres e desempenhar missões de ataque leve ao solo, ataque leve contra navios e submarinos, patrulhamento aéreo de curta e média distâncias sobre o solo e sobre o mar, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou apoio aéreo aproximado, interdição aérea e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar.


Atualmente, a aeronave está sendo retirada e/ou já foi retirada de serviço por essas forças armadas citadas acima e, na maioria dos casos, está sendo substituída pelo jato militar supersônico de superioridade aérea Lockheed Martin F-35 Lightning II, também de decolagem e pouso verticais.


A BAE SYSTEMS

A BAE Systems é uma grande multinacional inglesa do ramo de defesa, segurança eletrônica, aeroespacial e espacial, o resultado da fusão, em 1999, de duas grandes empresas também britânicas, a British Aerospace e a Marconi Electronic, formando assim a terceira maior fabricante do ramo de defesa do planeta, considerando receitas brutas.


Os seus principais mercados estão nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Austrália, na Índia e na Arábia Saudita. É uma das maiores fabricantes de aviões militares, embarcações militares, veículos militares blindados, incluindo tanques de guerra, armamentos e sistemas para uso em embarcações.


Já a British Aerospace foi uma das maiores fabricantes de aeronaves civis e militares do mundo, conhecida anteriormente como British Aircraft Corporation e Hawker Siddeley Group, que, por sua vez, estiveram também entre as maiores fabricantes de aeronaves civis e militares do mundo.


Olhando para trás, a British Aerospace foi o resultado de agrupamentos (fusões e incorporações) de uma variedade de indústrias aeronáuticas e aeroespaciais europeias, dentre elas a de Havilland, a Handley Page, a Avro, a Bristol Aeroplane Company, a Vickers Aircraft e, é claro, a Hawker Siddeley, a criadora do Hawker-Siddeley Harrier.


A MCDONNELL DOUGLAS

A Douglas Aircraft foi uma das maiores e mais importantes fabricantes de aeronaves comerciais e militares do planeta. Ela foi fundada nos Estados Unidos pelo empresário americano Donald Douglas em 1921, foi posteriormente fundida, em 1967, com a também gigante fabricante aeroespacial americana McDonnell, dando origem na época à segunda maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, a McDonnell Douglas, até que, finalmente, foi comprada pela Boeing Company na década de 1990, consolidando a posição desta gigante aeroespacial, atualmente uma das maiores fabricantes de aeronaves comerciais do mundo e uma das maiores empresas aeroespaciais do planeta.


Ela foi uma das gigantes da indústria aeronáutica e aeroespacial mundial, com a impressionante marca de mais de 45.000 veículos fabricados, somando os números de fabricação de aviões civis e militares, helicópteros civis e militares, foguetes e naves espaciais, ao longo de mais de 70 anos de produção seriada da Douglas Aircraft, da McDonnell e da McDonnell Douglas.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, a operação de reabastecimento em voo do ainda moderno McDonnell Douglas Harrier II, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, que aumenta o alcance ou raio de ação do avião. Logo abaixo, um  clássico Hawker-Siddeley Harrier em uma imagem recente. Ele já foi descomissionado pela Força Aérea do Reino Unidos, ou seja, não presta mais serviços para essa força aérea.

A clássica família de jatos militares de médio porte Harrier, conhecida também como família Sea Harrier, é um bem sucedido projeto de aeronaves monomotoras subsônicas de médio porte e alta performance, com capacidade de realizar decolagens verticais ou em pistas de pouso muito curtas, neste caso principalmente por meio de rampas, e com capacidade para pousos totalmente verticais, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, no caso dos aviões ingleses, ou construção mista em metal e material composto, no caso dos aviões americanos, projetada, desenvolvida e fabricada no Reino Unido e nos Estados Unidos, nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990, pelas fabricantes Hawker-Siddeley, britânica; British Aerospace, também britânica; e McDonnell Douglas, americana, neste caso sob licença da então British Aerospace, por sua vez conhecida atualmente como BAE Systems.


Essa emblemática família foi fabricada em três gerações, começando pelo Hawker-Siddeley Harrier, em várias versões, principalmente para as Forças Armadas da Inglaterra e Forças Armadas dos Estados Unidos, embora também tenha sido produzido para atender a Marinha da Espanha e a Marinha da Tailândia; passando pela 2ª geração, chamada British Aerospace Sea Harrier, principalmente para as Forças Armadas da Inglaterra, embora também tenha sido produzido para atender a Marinha da Índia; e chegando à 3ª e última geração, chamada McDonnell Douglas Harrier II, um desenvolvimento em conjunto entre a então gigante americana de defesa McDonnell Douglas e sua congênere britânica British Aerospace, mas fabricada principalmente nos Estados Unidos, para atender ao pedido das Forças Armadas dos Estados Unidos, embora também tenha sido produzido para atender à Marinha da Itália e à Marinha da Espanha.


Atualmente, somente o McDonnell Douglas Harrier II ainda está em serviço, principalmente no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, conhecido também como Marines, mas já está sendo substituído pelo jato monomotor Lockheed Martin F-35 Lightning II, com capacidade decolagem curta ou vertical e pouso totalmente vertical.


As três gerações de jatos da família Harrier são semelhantes no aspecto estético e no conceito de empuxo vetorado para decolagem vertical ou decolagem curta, neste caso principalmente por meio de rampas, e pouso totalmente vertical, mas seus sistemas embarcados, principalmente aviônicos e sistemas de armamentos, são diferentes, com cada nova geração apresentando melhores características de modernidade e sofisticação em relação aos modelos da geração anterior.


Eles são semelhantes na estrutura e no conceito de empuxo vetorado (fluxo de ar especificamente direcionado por bocais móveis para obter um determinado resultado, como, por exemplo, subir a aeronave ou ir para frente, para os lados ou até para trás), mas as gerações seguintes têm mais potência nos motores; maior alcance (quanto menor a carga bélica maior é o alcance e quanto maior a carga bélica menor é o alcance); maior poder de fogo (maior capacidade de carga bélica); e sistemas de controle de voo e navegação mais sofisticados.


O icônico avião militar britânico, algo único em sua categoria na época, tanto na 1ª geração quanto na 2ª geração, é um caça-bombardeiro subsônico multifunção de ataque leve e/ou médio, com impressionante flexibilidade, manobrabilidade e versatilidade para uma variedade de missões, incluindo reconhecimento; dissuasão, interdição ou interceptação aérea de aeronaves militares e civis de baixa e média performance; interdição terrestre; patrulhamento de territórios (ar, terra e mar); cobertura ou apoio a operações militares em geral, com ataques ao solo, inclusive; ataque leve contra navios e submarinos; e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar.


Já o seu congênere americano, de 3ª geração, fabricado nos Estados Unidos pela McDonnell Douglas, sob licença concedida pelos ingleses, possui capacidade amplamente melhorada em relação à 1ª geração. Ele é mais dócil, mais estável e obediente aos comandos do piloto; também com maior capacidade bélica e/ou alcance (mas, lembrando mais uma vez, quanto mais armas menor o alcance e quanto menos armas maior é alcance, em função principalmente do peso e do arrasto aerodinâmico); e com aviônicos mais precisos, inclusive dentro do conceito EFIS – Electronic Flight Instrument System, incluindo uma tela multifuncional. 


A bem sucedida família de aeronaves Harrier foi fabricada em inúmeras versões monoposto (apenas um lugar, para o piloto), começando pela 1ª geração Hawker-Siddeley, entre 1967 e 1970; passando pela 2ª geração British Aerospace Sea Harrier, entre 1978 e 1998; até chegar à 3ª geração McDonnel Douglas Harrier II, entre 1981 e 2003. Versões com dois assentos em tandem também foram fabricadas em menor quantidade, nas três gerações, usadas principalmente para treinamento avançado de novos pilotos.


Os caças-bombardeiros da família Harrier foram projetados para uma variedade de missões militares. Eles são aeronaves militares multifunção, ou seja, projetadas para desempenhar uma variedade de missões aéreas ou de apoio a operações militares terrestres e marítimas, incluindo operações de policiamento de fronteiras; dissuasão; e interceptação de aeronaves clandestinas, militares e civis, de baixo e médio desempenho. A interceptação ou interdição de aeronaves militares de altíssimo desempenho (supersônicas) também era possível, mas para essa função as Forças Armadas do Reino Unido e as Forças Armadas dos Estados Unidos, por exemplo, entendiam ser mais adequado, sempre que possível, o uso de modelos supersônicos, como o Panavia Tornado, o Grumman F-14 Tomcat e o McDonnell Douglas F-15 Eagle, por exemplo.


A partir da década de 1960, as Forças Armadas do Reino Unido pretendiam, com esse sofisticado e até então inusitado projeto de aeronave militar subsônica de decolagem vertical ou em pistas curtas, inclusive a partir de porta aviões, manter a soberania do território britânico, tanto as ilhas principais, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, quanto as ilhas secundárias, como, por exemplo, as Ilhas Virgens Britânicas, as Bermudas e as Ilhas Falklands, estas últimas conhecidas também como Ilhas Malvinas. E, aliás, foi justamente neste território ultramarino, próximo da Antártida ou Polo Sul, em 1982, que os aviões da família Harrier provaram suas características extraordinárias, quando a nação Argentina invadiu o território britânico, “reivindicando” um suposto direito sobre esse território.


Alguns meses mais tarde, durante ou após a Guerra das Malvinas, os argentinos foram literalmente expulsos da ilha britânica Falklands, após o abate de 23 caças supersônicos Mirage III da Argentina, com mais de 600 militares argentinos mortos e o afundamento de mais de 10 embarcações militares argentinas, resultando, como efeito colateral, na queda do poder do regime militar argentino, que governava o país há mais de 5 anos.


CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

O ousado jato militar Hawker-Siddeley Harrier é uma aeronave militar monomotor multifunção, com motorização turbofan com alta taxa de bypass e asas altas, mas com diedro negativo, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada na década de 1960 pela então fabricante britânica Hawker-Siddeley, com base no conceito de aeronaves de empuxo vetorado ou vetorizado, desenvolvida pela equipe de projetistas dessa fabricante britânica, dentre eles Sydney Camm, Ralph Hooper, Roy Braybrook e Stanley Hooker, principalmente para atender às necessidades das Forças Armadas do Reino Unido.


O nome Harrier, com a pronúncia Ré-r-iâr, é uma referência ou alusão à palavra harrier, em inglês, uma espécie de falcão de hábitos diurnos, que voa a baixa altura e em terrenos abertos à procura de pequenos animais para se alimentar, como, por exemplo, roedores, ruminantes e repteis em geral.


O projeto Harrier, um dos mais avançados programas militares desenvolvidos em territórios britânico e americano, nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990, inicialmente pela britânica Hawker-Siddeley / British Aerospace e posteriormente pela americana McDonnell Douglas, principalmente para atender os requisitos da Força Aérea do Reino Unido, que foi a operadora governamental de lançamento da aeronave, e para atender os requisitos do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, também um grande e importante operador, resultou em uma família de aviões militares monomotores a jato com um alto nível de sofisticação, para os padrões da época, é claro, nunca antes encontrado em um modelo de aeronave militar da mesma faixa, classe, categoria ou segmento.


Apesar das duas primeiras gerações serem consideradas temperamentais, difíceis de lidar, exigentes de pilotos altamente treinados, muito disciplinados e com alta capacidade de concentração, pois o controle dos bocais de vetorização de empuxo era manual, os aviões da família Harrier são considerados até hoje entre o que de melhor havia na época para desempenhar missões subsônicas específicas de ataque ao solo, mar e ar; interceptação aérea; dissuasão territorial; apoio a operações militares terrestres e marítimas, incluindo operações de policiamento de fronteiras; e, em alguns casos, até dogfights (combate aéreo próximo) com aeronave supersônicas.


Esses aviões foram operados por militares britânicos, americanos, indianos, espanhóis, tailandeses e italianos, durante essas décadas, principalmente para a proteção de seus respectivos territórios, com a integração de uma variedade de sistemas de alta tecnologia, dentre eles as primeiras versões do EFIS – Electronic Flight Instrument System, ainda com tubos de raios catódicos, mas um extraordinário avanço tecnológico para a época, consolidando a posição da indústria aeronáutica britânica na elite aeroespacial. Na época, na década de 1970, a aeronave também incorporou o sistema de navegação inercial Ferranti FE541, combinado com o HUD – Head Up Display e o mapa móvel, um avanço também extraordinário para a época.


Na época, nas décadas de 1960 e 1970, a fabricante Hawker-Siddeley / British Aerospace destacava que entre as principais vantagens dos aviões da família Harrier estavam a capacidade de decolar com carga bélica, com combustível e sem o uso de impulsionadores (catapultas), a partir de porta-aviões de porte médio já em uso, na época, pela Marinha da Inglaterra, necessitando apenas de uma rampa em uma das duas extremidades da pista de pouso. Além disso, as aeronaves possuíam boa velocidade de cruzeiro e alcance razoável, considerando os padrões militares da época, é claro, com grande flexibilidade operacional.


Na verdade, o alcance de apenas 350 quilômetros da 1ª geração, com carga bélica máxima, era baixo, mas era o suficiente para as missões programadas a partir de porta-aviões e a partir de aeródromos pequenos, neste caso com pouca infraestrutura de apoio. Anos depois, com o lançamento de novas versões da 1ª geração e com a adição de novos pontos de fixação de tanques de combustível externos alijáveis, o alcance foi um pouco melhorado, para cerca de 500 quilômetros.


O avião militar britânico era um projeto totalmente original, totalmente novo, baseado no protótipo Hawker-Siddeley P-1127 Kestrel, com fuselagem compacta, mas com boa capacidade de carga útil, incluindo armamentos leves ou de médio poder de fogo, bombas inclusive; asas reforçadas e adaptadas para voos ágeis a baixa altura, para combates aéreos e bombardeios médios ao solo; e, desde a década de 1970, com alta tecnologia de aviônicos e outros sistemas, considerando os padrões da época.


Na prática, os aviões da família Harrier foram utilizados para inúmeras missões de proteção de territórios das respectivas nações operadoras, como, por exemplo, nas Ilhas Falklands (Guerra das Malvinas), na então Alemanha Ocidental (Guerra Fria), em Belize (um país da América Central, durante a Guerra da Guatemala) e em Serra Leoa (Operação Palliser), dentre outras missões; e como parte de coalisões governamentais para intervenção militar em casos específicos, como, por exemplo, na Bósnia e Herzegovina (Guerra da Bósnia), na Iugoslávia (Guerra do Kosovo), no Iraque (Guerra do Golfo), no Afeganistão (Guerra ao Terror) e na Líbia (Operação Odyssey), dentre outras missões.


Desde o início de sua fabricação, o avião já possuía uma variedade de sistemas avançados, dentre eles o sofisticado sistema de controle de voo com bocais de ventilação direcionáveis, para decolagem vertical ou curta e para pouso vertical; os assentos ejetáveis Martin-Baker e Stencel SEU-3A; os mísseis ar-ar AIM-9 Sidwinder, com buscador de calor, e os mísseis AIM-120 AMRAAM, além do alcance visual; os mísseis antinavios e antisubmarinos Blue Vixen e Sea Eagle; as câmeras especiais de reconhecimento aéreo; o ECM ou sistema de contramedidas eletrônicas; a navegação inercial; o IFF ou sistema de identificação amigo / inimigo ou rastreador a laser; e os chaffs ou folhas de metal usadas para confundir mísseis inimigos, dentre outros.


A FAMÍLIA HARRIER

A emblemática família de caças-bombardeiros Harrier é formada por três gerações de caças a jato multifunção que utilizam intensivamente a tecnologia de empuxo vetorado ou vetorizado de fluxo de ar para a decolagem vertical ou decolagem curta e para pousos verticais. Basicamente, em linhas gerais, de forma resumida e usando uma linguagem simples, um grande motor a jato do tipo turbofan (grande ventilador carenado, localizado dentro da fuselagem do avião), modelo Rolls-Royce Pegasus, com grande compressor de ar, suga um grande volume de ar externo e o redireciona para baixo, por meio de quatro bocais de ventilação móveis.


Utilizando o conceito de ação e reação de Issac Newton, também conhecido também como 3ª Lei de Newton, no qual toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, na mesma direção, mas em sentido oposto, obtém-se a capacidade de decolar verticalmente ou se manter no ar de forma estática, ou seja, estável e/ou parada. Traduzindo em uma linguagem mais simples, na medida em que o fluxo de ar desce o avião tende a subir ou manter-se na mesma altura em que está.


Um outro exemplo típico, a queima de combustível sólido ou líquido na base de um foguete, para baixo, provoca uma reação no sentido oposto, para cima, assim esse fenômeno provoca o empuxo necessário para que o foguete ganhe altitude e coloque o satélite em órbita. Com os aviões da família Harrier não é muito diferente, mas em vez de utilizar muito fogo e muita fumaça gerados pelo combustível dos foguetes os aviões britânicos usam apenas ar movimentado pelo grande ventilador no motor.


Os motores dos aviões a jato em geral, inclusive dos populares Boeing 737 e Airbus A320, usam o mesmo princípio científico dos foguetes lançadores de satélites, mas a queima de combustível é realizada dentro de uma câmara de combustão, que, por sua vez, resulta no movimento axial das palhetas da turbina, dos compressores e do fan, resultando em um fluxo contínuo de ar para trás e impulsionando os aviões para frente. No caso específico dos aviões família Harrier, a coisa é mais sofisticada que nos aviões Boeing 737 e Airbus A320, pois o volume de ar é direcionado por bocais para baixo, o que faz o caça militar decolar verticalmente, como se fosse um helicóptero.


“Quem teria pensado na roda antes?” Ela é uma coisa tão simples, né? Mas “o cara” que a inventou foi muito feliz. Na verdade, a tecnologia de empuxo vetorado é relativamente simples, mas chama a atenção de observadores comuns pela sua originalidade: “Quem teria pensado nisso antes?”. Por outro lado, é provável que a família Harrier seja uma das que passaram pelas mais desafiadoras fases de criação e desenvolvimento de toda a história da aviação militar de asas fixas. Ela consegue combinar a extrema flexibilidade de um helicóptero, operando em aeródromos pequenos ou em navios de tamanho médio, mas com o bom desempenho em voo de um avião a jato.


Não havia, até então, nada parecido no mercado. Até então era algo muito ousado e até inusitado. Os aviões da família Harrier foram projetados com a mais inovadora, avançada, sofisticada, revolucionária e interessante tecnologia de decolagem vertical ou decolagem curta da época, disponível no mercado internacional de aviões militares, criada e patenteada pela então fabricante britânica Hawker-Siddeley, na época uma empresa privada, mas prestes a se tornar uma empresa estatal. De fato, a partir da década de 1970, a então nova empresa British Aerospace se tornou uma empresa estatal, até a década de 1980, quando foi novamente privatizada, até se tornar, na década de 2000, a BAE Systems, a empresa atual, uma das dez maiores fabricantes de produtos de defesa do mundo.


HAWKER-SIDDELEY HARRIER

Logo acima, o Hawker-Siddeley Harrier estacionado em uma típica base aérea britânica. Esse modelo de avião, com uma configuração inusitada de empuxo vetorado, tornou-se uma das principais peças-chaves para o sistema de defesa militar do Reino Unido. Provavelmente, se não fosse por ele, a Inglaterra teria muito mais dificuldade de retomar as Ilhas Falklands / Malvinas, na década de 1980. Logo abaixo, o mesmo modelo clássico de avião em voo.

O clássico jato Hawker-Siddeley Harrier é uma eficiente aeronave monomotor de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, inclusive eventualmente embarcado em navios militares, em missões de ataque leve ao solo, ataque leve contra navios e submarinos, patrulhamento aéreo de curta e média distâncias sobre o solo e sobre o mar, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou apoio aéreo aproximado, interdição aérea e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar, com motorização turbofan Rolls-Royce Pegasus e com asas altas, de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada, desenvolvida e fabricada em série e em larga escala no Reino Unido, na década de 1960, pela então Hawker-Siddeley Aircraft, totalizando mais de 270 unidades fabricadas, principalmente para a Força Aérea do Reino Unido e para o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.


Dependendo da versão e do ano de fabricação, a aeronave foi impulsionada por um motor Rolls-Royce Pegasus 5 (usado apenas no protótipo), um Rolls-Royce Pegasus 11, conhecido também como Rolls-Royce Pegasus 103; um Rolls-Royce Pegasus 6, conhecido também como Rolls-Royce Pegasus 101 (o primeiro em um Harrier de série); um Rolls-Royce Pegasus 402 (usado apenas nas versões para uso americano); ou um Rolls-Royce Pegasus 11-61, conhecido também como Rolls-Royce Pegasus 107 (o mais potente da 1ª geração); com potências variando entre 15.000 libras de empuxo e 23.800 libras, dependendo da versão e do ano de fabricação, o suficiente para uma velocidade máxima de até 1.200 km/h ao nível do mar, sem perda de controle e/ou sem ultrapassar os limites da máquina, todos fabricados no Reino Unido pela Rolls-Royce Plc, também britânica.


Para quem não sabe, aeronaves subsônicas são todas aquelas que não conseguem desenvolver velocidades acima da velocidade do som, que, por sua vez, se propaga a uma velocidade de 1.200 km/h ao nível do mar. Os adjetivos ultrasônico e supersônico são usados para classificar os modelos de aviões que conseguem ultrapassar a chamada barreira do som, de 1.200 km/h.


Desde o início de sua fabricação, o avião já possuía uma variedade de sistemas avançados, dentre eles o sofisticado sistema de controle de voo com bocais de ventilação direcionáveis, para decolagem vertical ou curta e para pouso vertical, porém ainda sem o controle parcialmente automatizado da 3ª geração, o que resultou em um avião temperamental, difícil de lidar, que exigia um alto grau de concentração, muita disciplina e muito treinamento de seus pilotos, causando mais de 130 ocorrências durante treinamentos e missões reais, parte delas acidentes e parte delas perdas em combate, cerca de metade delas com perda total das aeronaves e mais de 30 pilotos mortos.


Apesar disso, apesar desse ponto fraco, tratava-se de um avião altamente eficiente para as missões propostas, com um alto índice de sucesso das missões programadas e realizadas. Por exemplo, juntamente com seu irmão de 2ª geração British Aerospace Sea Harrier, o Hawker-Siddeley Harrier foi operado a partir de porta-aviões britânicos de porte médio na Guerra das Malvinas, contra a Argentina, resultando em mais de 2.300 missões programadas e efetivamente realizadas, com cerca de 23 aviões Mirage III abatidos, 1 bombardeiro Electric Canberra abatido, 1 Lockheed C-130 Hercules abatido, 6 McDonnell Douglas A-4 Skyhawk abatidos, 9 IAI Dagger abatidos e o afundamento de mais de 10 embarcações militares argentinas.


No total, foram utilizadas 42 aeronaves da família Harrier na Guerra das Malvinas, principalmente embarcadas nos navios de médio porte HMS Invincible, Illustrious, HMS Hermes e Ark Royal, porém com 6 perdas totais de aviões britânicos causadas por fogo inimigo ou acidentes.


Desde a década de 1970, essa 1ª geração de aviões da família Hawker estava equipada com canhões Aden de 30 milímetros; bombas convencionais; assentos ejetáveis Martin-Baker; mísseis ar-ar AIM-9 Sidwinder, com buscador de calor e combinados com radar Ferranti Blue Fox, e mísseis AIM-120 AMRAAM, além do alcance visual, combinados com radares Blue Vixen; mísseis antinavios Sea Eagle; câmeras especiais de reconhecimento aéreo; ECM ou sistema de contramedidas eletrônicas; navegação inercial; IFF ou sistema de identificação amigo / inimigo ou rastreador a laser; e chaffs ou folhas de metal usadas para confundir mísseis inimigos, dentre outros.


Um detalhe curioso, praticamente nenhum outro país próximo ao conflito, incluindo Brasil, Uruguai, Chile e Paraguai, quis se envolver diretamente e publicamente, como combatente, no conflito entre Inglaterra e Argentina. No caso específico do Brasil, a decisão do Governo Brasileiro, na época controlado pelo Regime Militar, de não se envolver no conflito era quase óbvia: O país sempre teve uma tradição de paz, com boa relação diplomática com a Terra da Rainha, inclusive como um grande comprador de tecnologia militar britânica e máquinas e equipamentos civis, inclusive bens de capital para a indústria e o comércio em geral, e, simultaneamente, sempre teve uma relação razoável, digamos, com os Hermanos do lado sul, com o qual possui fronteiras em comum, inclusive como um importador de alimentos. Não fazia nenhum sentido então, para o Brasil, entrar nessa briga...


Anos mais tarde, documentos secretos desses e de outros países revelaram uma discreta e sutil “inclinação militar”, digamos, do Chile para o lado dos ingleses e uma discreta e sutil “inclinação diplomática”, digamos, do Brasil para o lado dos argentinos, embora publicamente todos mantivessem suas posições de neutralidade, provavelmente por uma razão de pragmatismo, já que não fazia mesmo nenhum sentido eles se envolverem nessa briga...


BRITISH AEROSPACE SEA HARRIER

Logo acima, o clássico jato militar British Aerospace Sea Harrier, a segunda geração da família Harrier, que, juntamente com seu irmão de primeira geração Hawker-Siddeley Harrier, fazia parte da espinha dorsal de defesa aérea e marítima do Governo da Inglaterra, nos anos mais recentes trocado pelo moderníssimo Lockheed Martin F-35 Lightning II, também capaz de decolar e pousar verticalmente. Logo abaixo, mais uma imagem do icônico avião britânico.

O clássico jato British Aerospace Sea Harrier é uma eficiente aeronave monomotor de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, principalmente embarcado em navios militares, em missões de ataque leve ao solo, ataque leve contra navios e submarinos, patrulhamento aéreo de curta e média distâncias sobre o solo e sobre o mar, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou apoio aéreo aproximado, interdição aérea e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar, com motorização turbofan Rolls-Royce Pegasus com alta taxa de bypass e asas altas, de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada, desenvolvida e fabricada em série e em larga escala no Reino Unido, nas décadas de 1970, 1980 e 1990, pela então British Aerospace, conhecida atualmente como BAE Systems, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o projeto do Hawker-Siddeley Harrier, mas com uma variedade de melhorias em relação à 1ª geração, incluindo maior alcance e o tratamento da fuselagem, dos sistemas e dos mecanismos contra a corrosão dos metais causada pelo mar.


Após a Segunda Guerra Mundial, as Forças Armadas do Reino Unido começaram a experimentar pressões do Parlamento Britânico para reduzir seus gastos militares, incluindo a Marinha Real, que foi praticamente obrigada a cancelar todos os projetos de construção de novos porta-aviões de grande porte e, simultaneamente, a aposentar definitivamente todos os seus grandes porta-aviões, na medida em que eles foram envelhecendo com o tempo de uso.


Embora bem intencionados, já que se tratava de dinheiro público que não poderia ser desperdiçado, os deputados britânicos pareciam ignorar que a história da geopolítica mundial, em todas as épocas e em todos os continentes do planeta, desde a antiguidade até os dias modernos, ensina que países que possuem riquezas naturais e/ou artificiais precisam estar sempre prontos para o combate, inclusive como forma de dissuasão de eventuais invasores de seus territórios. Nos anos mais recentes, os casos específicos da Ucrânia e da Guiana estão aí para provar esta tese... Infelizmente, é uma coisa que não para nunca, faz parte da natureza humana brigar...


Como consequência dessa decisão, a Marinha Real do Reino Unido começou a procurar, já na década de 1960, uma forma mais econômica, digamos, de manter sua alta capacidade bélica, mesmo que operando a partir de porta-aviões menores, de médio porte. Surgiu então, na década de 1960, o projeto do Hawker-Siddeley Harrier, proposto inicialmente para a Força Aérea do Reino Unido e adotado inicialmente por ela, na década de 1970, que não exigia bases aéreas sofisticadas, com grandes pistas de pouso, pois tinha sido projetado dentro do conceito VSTOL – Vertical and Short Take Off and Landing, ou seja, uma combinação do conceito VTOL – Vertical Take Off and Landing (decolagem e pouso verticais) e do conceito STOL – Short Take Off and Landing (decolagem curta e pouso curto).


Então, a partir da década de 1980, foi introduzido na Marinha Real do Reino Unido a versão marítima da família Harrier, já na 2ª geração da família, mais moderna, e já com o seu nome alterado para British Aerospace Sea Harrier, com motores mais potentes, sendo um Rolls-Royce Pegasus 14, conhecido também como Rolls-Royce Pegasus 104; ou um Rolls-Royce Pegasus 11-21, conhecido também como Rolls-Royce Pegasus 106 ou Rolls-Royce Pegasus 105; dependendo da versão e do ano de fabricação, com canhões Aden de 30 milímetros; bombas convencionais; assentos ejetáveis Martin-Baker Mk 10H; mísseis ar-ar AIM-9 Sidwinder, com buscador de calor e combinado com radar Ferranti Blue Fox, e mísseis AIM-120 AMRAAM, além do alcance visual, combinado com radares Blue Vixen; mísseis antinavios e/ou antisubmarinos Sea Eagle; câmeras especiais de reconhecimento aéreo; ECM ou sistema de contramedidas eletrônicas; navegação inercial; IFF ou sistema de identificação amigo / inimigo ou rastreador a laser; e  chaffs ou folhas de metal usadas para confundir mísseis inimigos, dentre outros.


Além disso, a aeronave possui radar Doppler; dois hardpoints (pontos de fixação de armas e/ou tanques de combustível) em cada asa e mais um ou dois hardpoints na fuselagem, totalizando até seis hardpoints; transponder; HARS (equipamento de navegação) da Ferranti, com dois giroscópios; míssil ar-ar Matra R550 Magic; radar Elta EL/M-2032 (upgrade); míssil ar-ar Rafael Derby (upgrade); e dois ou três tanques auxiliares alijáveis (tanques extras), para maior alcance, conseguindo realizar missões até 1.000 quilômetros de distância de um porta-aviões de médio tamanho, ou seja, com um raio de ação de 1.000 quilômetros, lembrando que é necessário decolar do porta-aviões e voar até o alvo, disparar contra o alvo e voltar para o porta-aviões com um pouco de combustível de reserva, por uma razão de segurança;


Por outro lado, quando totalmente carregado de armas, o alcance de combate é menor, cerca de 500 quilômetros a partir de porta-aviões.


Dependendo da versão e do ano de fabricação, a aeronave foi impulsionada por um motor Rolls-Royce Pegasus 104 ou Rolls-Royce Pegasus 106, ambos com tratamento anticorrosivo contra águas salinas, com potências variando entre 21.000 libras e 23.000 libras, o suficiente para uma velocidade máxima de até 1.200 km/h ao nível do mar, sem perda de controle e/ou sem ultrapassar os limites da máquina, fabricados no Reino Unido pela Rolls-Royce Plc.


Cerca de 100 unidades do British Aerospace Sea Harrier foram fabricadas, entre 1978 e 1998, principalmente para a Marinha Real do Reino Unido e para a Marinha da Índia e os últimos aviões dessa 2ª geração foram aposentados em 2016 pela Marinha da Índia.


Assim como seus irmãos da 1ª geração, os aviões da 2ª geração da família Harrier apresentaram alto índice de acidentes, neste caso específico mais de 30 ocorrências, parte delas acidentes e parte delas perdas em combate, com mais de 10 mortes de pilotos. Esse problema só foi resolvido definitivamente com a entrada em operação da 3ª geração da família Harrier, com o controle digital de decolagem vertical e/ou curta e pouso vertical, auxiliado por computadores.


MCDONNELL DOUGLAS HARRIER II

Logo acima, o ainda moderno avião militar McDonnell Douglas Harrier II, fabricado nos Estados Unidos pela McDonnell Douglas, sob licença dos britânicos. Assim como seus irmãos britânicos, esse avião também foi utilizado intensivamente pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos em vários conflitos, também como uma das suas peças-chaves de defesa. Logo abaixo, o "segredo" do Harrier não é, exatamente, um segredo, é o bocal de ventilação móvel.

O ainda moderno jato McDonnell Douglas Harrier II é uma eficiente aeronave monomotor de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, principalmente embarcado em navios militares, em missões de ataque leve ao solo, ataque leve contra navios e submarinos, patrulhamento aéreo de curta e média distâncias sobre o solo e sobre o mar, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou apoio aéreo aproximado, interdição aérea e interceptação aérea subsônica sobre o solo e sobre o mar, com motorização turbofan Rolls-Royce Pegasus com alta taxa de bypass e asas altas, de construção mista em alumínio, ligas metálicas e material composto, projetada, desenvolvida e fabricada em série e em larga escala nos Estados Unidos, nas décadas de 1980 e 1990, pela então McDonnell Douglas, atualmente Boeing Company, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o projeto do British Aerospace Sea Harrier, com acompanhamento da Força Aérea do Reino Unido, da Marinha Real do Reino Unido, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, da Marinha da Espanha e da Marinha da Itália.


O avião foi amplamente melhorado em relação aos seus irmãos da 1ª geração e da 2ª geração da família Harrier, tanto que as Forças Armadas dos Estados Unidos prefere dizer que se tratava, na época, na década de 1980, de um avião militar quase completamente novo em relação aos seus antecessores, com fuselagem e asas redesenhadas, mais robustas, com partes menores em material composto; motores mais potentes e resistentes; maior capacidade de combustível, resultando em maior alcance; sistemas de armas mais modernos; sistema melhorado de autodiagnose para identificação de eventuais ou potenciais problemas mecânicos, eletrônicos, pneumáticos, elétricos e hidráulicos, o que melhorou significativamente o trabalho de manutenção preventiva e corretiva e reduziu o número de falhas na operação; painel de comando já dentro do conceito EFIS – Electronic Flight Instrument System, com uma tela digital multifuncional, com mapa móvel e um HUD – Head Up Display; três hardpoints (pontos de fixação de armas e/ou tanques de combustível) em cada asa e mais um ou dois hardpoints na fuselagem, totalizando até oito hardpoints; alguns comandos acionados pela voz do piloto; canhão GAU-12 de 25 milímetros; alerta radar AN/ALR-67; câmera infravermelha FLIR, para visão noturna; radar Doppler APG-65, para mísseis além do alcance visual, como o míssil AIM-120 AMRAAM;  sistema de aproximação TACAN e GCA; e a implantação do tão aplaudido sistema digital de controle de voo para auxiliar os pilotos nos procedimentos de decolagem e pouso, o que ajudou a reduzir significativamente o número de acidentes, em relação aos seus irmãos da 1ª geração e da 2ª geração.


A aeronave apresenta um grande número de modificações estruturais em relação às gerações anteriores, com parte frontal e parte traseira da fuselagem fabricadas em material composto, incluindo fibra de carbono; asas maiores e de fabricação mista em metais e material composto, tornando o peso estrutural da aeronave mais adequado para uma maior capacidade de transportar combustível e/ou armas, o que somado à potência maior do motor Rolls-Royce Pegasus 402, com potências / empuxos variando entre 21.500 libras e 23.800, dependendo da versão e do ano de fabricação, tornou a aeronave capaz de transportar até 4.200 kg de armas, com um raio de alcance de até 500 quilômetros, com reserva de combustível.


Então, a partir da década de 1980, foi introduzido no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos as versões marítimas da família Harrier, já na 3ª geração da família, mais moderna, e já com o seu nome alterado para McDonnell Douglas Harrier II, com motores mais potentes Rolls-Royce Pegasus 402/406, Rolls-Royce Pegasus 11-61 ou Rolls-Royce Pegasus 402/408, dependendo da versão e do ano de fabricação, ambos com sistema digital de controle de combustível, dentre outras inúmeras melhorias em relação às gerações anteriores, com velocidade máxima de 1.200 km/h e raio de combate de até 1.000 quilômetros, com parcial capacidade de armamentos, e raio de combate de 500 quilômetros, com total capacidade de armamentos.


Cerca de 340 unidades do McDonnell Douglas Harrier II foram fabricadas, em várias versões, incluindo a versão McDonnell Douglas AV-8B Harrier II, a principal delas, entre 1985 e 2003, principalmente nos Estados Unidos, pela McDonnell Douglas, principalmente para o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, embora também tenha sido fabricado sob licença, em menor quantidade, na Espanha, para a Marinha da Espanha, e na Itália, para a Marinha da Itália.


No total, foram 46 ocorrências envolvendo os aviões da 3ª geração da família Harrier, parte delas acidentes e parte delas perdas em combate, com um total de 23 mortes.


MERCADO

Mais de 820 unidades de aviões da família Harrier foram fabricadas no Reino Unido, nos Estados Unidos, na Espanha (sob licença) e na Itália (também sob licença), principalmente para atender a Força Aérea do Reino Unido, a Marinha Real do Reino Unido, o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, a Marinha da Índia, a Marinha da Espanha e a Marinha da Itália. A operação do Harrier na Tailândia não foi muito feliz pois esse país passava por problemas orçamentários, o que dificultou os programas de treinamento de pilotos e a manutenção dos aviões.


Os aviões da família Harrier ainda estão sendo operados pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, pela Marinha da Itália e pela Marinha da Espanha, nesses três casos principalmente na 3ª geração da família, com o nome McDonnell Douglas AV-8B Harrier II, totalizando mais de 160 unidades ainda em serviço, a grande maioria, mais de 120 unidades, operada pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, que pretende mantê-las em operação até o final desta década de 2020, por meio de atualizações, chamadas no meio aeronáutico de upgrades.


Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, os aviões da família Harrier, tanto a 1ª geração quanto a 2ª e a 3ª gerações, foram oferecidos às Forças Armadas Brasileiras, tanto pelo Reino Unido quanto pelos Estados Unidos, mas, na época, a Marinha do Brasil estava impedida, pela legislação brasileira, de operar aviões a partir de seus navios, um equívoco grave, já que o país possuía (e ainda possui) uma imensa área de costa marítima para ser protegida, cerca de 3.500.000 km², a chamada Amazônia Azul, com dezenas de plataformas de petróleo, cabos submarinos de telecomunicações, áreas de pesca, empreendimentos imobiliários de turismo, salinas, metrópoles litorâneas, usinas nucleares de energia elétrica e portos civis para embarque e desembarque de passageiros e cargas diversas.


Atualmente, o Brasil opera porta-aviões com aviões subsônicos McDonnell Douglas A-4 Skyhawk embarcados, com necessidade urgente de substituição desses modelos clássicos por outros mais modernos e adequados às necessidades do país. Entre as possíveis opções estão a moderníssima versão marítima do Saab Gripen NG, um avião monomotor de altíssimo desempenho, supersônico, e unidades usadas do Boeing F/A-18 E/F Super Hornet, também supersônico, operadas pelas Forças Armadas Americanas e por outras nações.


FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS


HAWKER-SIDDELEY GR3 HARRIER

  • Tripulação (monoposto): 1 piloto;
  • Tripulação (biposto): 1 instrutor e 1 aluno;
  • Comprimento: Aprox. 14,3 metros;
  • Envergadura: Aprox. 7,8 metros;
  • Altura: Aprox. 3,7 metros;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 1.200 km/h;
  • Motorização (potência / empuxo): Rolls-Royce Pegasus 103 (21.500 libras)
  • Aviônicos: Ferranti, Marconi, Plessey, Ultra, GEC, Cossor e Sperry;
  • Head Up Display: Smiths (GE);
  • Radar:
  • Assentos: Martin Baker
  • Armamentos: 2 canhões Aden de 30 milímetros;
  • Armamentos: 2 mísseis ar-ar AIM-9 Sidewinder;
  • Armamentos: Bombas de fragmentação e bombas guiadas a laser;
  • Teto de serviço: Aprox. 16.000 metros;
  • Peso vazio: Aprox. 6.140 kg;
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 11.430 kg;
  • Limite estrutural: + 7,8 g e – 4,2 g;
  • Alcance máximo para translado: Aprox. 3.400 quilômetros (75% potência / com reservas);
  • Raio de ação (área protegida): Aprox. 350 quilômetros (com 2.000 kg de armas);
  • Preço: Aprox. US$ 


BAE FRS MK1 (FRS1) SEA HARRIER

  • Tripulação (monoposto): 1 piloto;
  • Tripulação (biposto): 1 instrutor e 1 aluno;
  • Comprimento: Aprox. 14,5 metros;
  • Envergadura: Aprox. 7,8 metros;
  • Altura: Aprox. 3,7 metros;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 1.200 km/h;
  • Motorização (potência / empuxo): Rolls-Royce Pegasus 104 (21.450 libras)
  • Aviônicos: Ferranti, Marconi, Plessey, Ultra, GEC, Cossor e Sperry;
  • Head Up Display: Smiths (GE);
  • Radares: Decca Doppler 72, Blue Fox (original) e Blue Vixen (upgrade);
  • Assentos: Martin Baker 10H;
  • Armamentos: 2 canhões Aden de 30 milímetros;
  • Armamentos: 2 mísseis ar-ar AIM-9 Sidewinder;
  • Armamentos: Bombas de fragmentação e bombas guiadas a laser;
  • Teto de serviço: Aprox. 16.000 metros;
  • Peso vazio: Aprox. 5.900 kg;
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 11.800 kg;
  • Limite estrutural: + 7,8 g e – 4,2 g;
  • Alcance máximo para translado: Aprox. 3.400 quilômetros (75% potência / com reservas);
  • Raio de ação (área protegida): Aprox. 500 quilômetros (com 2.000 kg de armas);
  • Preço: Aprox. US$ 


BAE FA2 SEA HARRIER

  • Tripulação (monoposto): 1 piloto;
  • Tripulação (biposto): 1 instrutor e 1 aluno;
  • Comprimento: Aprox. 14,5 metros;
  • Envergadura: Aprox. 7,8 metros;
  • Altura: Aprox. 3,7 metros;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 1.200 km/h;
  • Motorização (potência / empuxo): Rolls-Royce Pegasus 106 (21.500 libras)
  • Aviônicos: Ferranti (radar), BAe AD2770 (navegação), Marconi, Thales e Allied Signal;
  • Head Up Display: Smiths (GE);
  • Radares: Decca Doppler 72, Blue Fox (original) e Blue Vixen (upgrade);
  • Assentos: Martin Baker 10H;
  • Armamentos: 2 canhões Aden de 30 milímetros;
  • Armamentos: 2 mísseis ar-ar AIM-9 Sidewinder ou AIM-120 AMRAAM;
  • Armamentos: Bombas de fragmentação e bombas guiadas a laser, incluindo WE-177;
  • Teto de serviço: Aprox. 16.000 metros;
  • Peso vazio: Aprox. 6.600 kg;
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 11.800 kg;
  • Limite estrutural: + 7,8 g e – 4,2 g;
  • Alcance máximo para translado: Aprox. 3.400 quilômetros (75% potência / com reservas);
  • Raio de ação (área protegida): Aprox. 500 quilômetros (com 2.000 kg de armas);
  • Preço: Aprox. US$ 


TRÊS VISTAS (DOUGLAS)


GALERIA DE IMAGENS


SEA HARRIER (DÉCADA DE 1980)


NAVIO USS BATTAN (DOUGLAS HARRIER)


DOUGLAS HARRIER (VOO PAIRADO)


HARRIER (LINHA DE MONTAGEM)


BRITISH SEA HARRIER


HARRIERS DA MARINHA INGLESA


BAE HARRIER (CANHÃO ADEN)


DOUGLAS HARRIER (VOO PAIRADO)


DOUGLAS HARRIER (REARMAMENTO)


ROLLS-ROYCE PEGASUS


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_das_Malvinas
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/British_Aerospace_Sea_Harrier
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Harrier_(bird)
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Hawker_Siddeley_Harrier
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/McDonnell_Douglas_AV-8B_Harrier_II
  • BAE Systems (divulgação): Imagens
  • Boeing (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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