NORTHROP F-5

NORTHROP T-38 TALON (A PARTIR DE 1961)
NORTHROP F-5A/B FREEDOM FIGHTER (A PARTIR DE 1962)
NORTHROP F-5E/F TIGER II (A PARTIR DE 1973)
NORTHROP F-5C/D (VERSÃO RETROFITADA)
NORTHROP F-5S/T (VERSÃO RETROFITADA)
NORTHROP F-5EM (VERSÃO RETROFITADA)
NORTHROP RF-5 TIGEREYE (RECONHECIMENTO)
NORTHROP N-156 (PROTÓTIPO)


INTRODUÇÃO

Logo acima, o clássico Northrop F-5E/F Tiger II, que é a segunda geração da família Northrop F-5, considerada uma das melhores famílias de caças leves de superioridade aérea ocidentais do período da Guerra Fria, uma aeronave ágil e respeitada em sua época, um avião militar de primeiro mundo, o mais eficiente membro de uma das mais bem sucedidas famílias de caças e caças-bombardeiros militares leves da história da indústria aeronáutica mundial, com mais de 20 anos de produção seriada e ininterrupta. Essa família é considerada de terceira geração, desenvolvida para ser uma plataforma versátil, multiuso e de baixo custo operacional para proteção de espaços aéreos e de territórios, com alta tecnologia embarcada, considerando os padrões da época. Logo abaixo, o Northrop F-5A/B Freedom Fighter, que faz parte da primeira geração da família Northrop F-5, produzido na década de 1960, também um respeitado clássico da avião militar ocidental.

O clássico Northrop F-5A/B Freedom Fighter, é uma aeronave bimotor de altíssima performance para emprego exclusivamente militar, fabricada principalmente nos Estados Unidos, durante a década de 1960, pela então Northrop Corporation, conhecida atualmente como Northrop Grumman, criada e desenvolvida a partir do modelo original de bimotor a jato para treinamento militar avançado Northrop T-38 Talon, da própria Northrop Corporation, com os primeiros modelos da família Northrop F-5, o Northrop F-5A/B Freedom Fighter e Northrop T-38 Talon, criados, desenvolvidos e fabricados em série e em larga escala principalmente para atender pedidos da Força Aérea dos Estados Unidos, da Marinha dos Estados Unidos e da NASA – National Aeronautics and Space Administration, durante a década de 1960, e, posteriormente, para exportação para mais de 25 países amigos dos Estados Unidos, com entrada em serviço em 1962 e 1961, respectivamente, totalizando mais de 3.740 unidades fabricadas até 1987, tornando-se uma das mais bem sucedidas famílias ou séries de caças e caças-bombardeiros da história da indústria aeronáutica mundial.


Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, os seus principais concorrentes no mercado militar internacional de aeronaves de superioridade aérea foram o Aeritalia G-91, o Mikoyan-Gurevich MIG-21, o Dassault F1, o Saab 35 Draken, o Lockheed F-104 Starfighter, o Dassault Mirage III, o Saab 37 Viggen, o Mikoyan-Gurevich MIG-23, o Convair F-102 Delta Dagger, o Sukhoi Su-9, o English Electric Lightning, o Mikoyan-Gurevich MIG-19, o Convair F-106 Delta Dart e o Sukhoi Su-15, parte deles caças e/ou caças-bombardeiros de terceira geração e parte caças e/ou caças-bombardeiros de segunda geração.


Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, o caça-bombardeiro Northrop F-5 também foi fabricado sob licença pela Canadair Ltd, na época uma empresa privada localizada no Canadá, com 40 unidades fabricadas; pela CASA – Construcciones Aeronáuticas S.A., da Espanha, posteriormente Airbus Group; pela FFA – Flug-und Fahrzeugwerke, da Suíça; pela Hanjin, da Coreia do Sul; e pela AIDC – Aerospace Industrial Development, de Taiwan.


A NORTHROP GRUMMAN

A gigante americana Northrop Grumman é uma das mais tradicionais companhias de altíssima tecnologia militar do planeta. Ela é o resultado da fusão, em 1994, de duas então gigantes americanas da indústria de defesa, a Northrop Corporation e a Grumman Aerospace, a primeira focada na fabricação de aeronaves militares e a segunda focada em tecnologias aeroespacial, aeronáutica e naval, para o mercado civil e para o mercado militar.


Atualmente e nas décadas mais recentes a empresa resultante da fusão dessas duas empresas, a Northrop Grumman, tem focado seus esforços no mercado de defesa, principalmente criando, desenvolvendo e fabricando aeronaves militares, incluindo drones de altíssima tecnologia; mísseis de ataque e sistemas de defesa anti-mísseis; satélites, mecanismos, estruturas e sistemas espaciais; e hardwares e softwares para TI – Tecnologia da Informação; entre outros produtos.


No passado, há décadas atrás, a Grumman Aerospace já foi proprietária da conceituada fabricante de aeronaves civis Gulfstream Aerospace, por exemplo. Outro icônico e admirado produto da Grumman Aerospace foi o módulo lunar Apollo, aquela mesma nave tripulada que fez vários pousos controlados sobre a superfície da Lua nas décadas de 1960 e 1970.


Já a Northrop Corporation, foi a fabricante da aeronave mais cara do mundo, o Northrop B-2 Spirit, um sofisticadíssimo bombardeiro com tecnologia de furtividade, conhecida também como tecnologia stealth.


CONCEITO E CONTEXTO

De modo geral, a chamada Guerra Fria foi um período de tensão geopolítica entre os Estados Unidos, do lado ocidental do planeta, e a União Soviética, do lado oriental, e seus respectivos aliados, o Bloco Ocidental e o Bloco Oriental, após a Segunda Guerra Mundial. Na verdade, para ser mais preciso, nem todos os países localizados no lado ocidental do planeta estavam alinhados politicamente com os Estados Unidos, e vice-versa, nem todos os países localizados no lado oriental estavam alinhados com a União Soviética.


Considera-se, geralmente, a Guerra Fria o período que abrange a Doutrina Truman, de 1947, após a Segunda Guerra Mundial, até a dissolução da União Soviética, em 1991, e a sua consequente fragmentação em países alinhados politicamente ou não com a Rússia, dependendo de cada caso. O termo "fria" é usado porque não houve combates em larga escala diretamente entre as duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, mas cada uma delas apoiou grandes conflitos regionais conhecidos como guerras por procuração.


Basicamente, em linhas gerais e de forma resumida, a Guerra Fria foi um clima constante de tensão militar em torno da luta ideológica democrática-capitalista, de um lado, liderada pelos Estados Unidos, versus a ideologia comunista-socialista, liderada pela União Soviética, de outro lado, em um contexto geopolítico marcado pela influência global das duas potências mundiais, após sua aliança temporária e vitória contra a Alemanha, Japão e Itália, em 1945, com estes três países se tornando politicamente e ideologicamente alinhados com os Estados Unidos.


A doutrina da destruição mutuamente assegurada (se um país atacasse primeiro com armas nucleares teria uma resposta militar equivalente de outro lado) desencorajou um ataque nuclear preventivo de ambos os lados, dos Estados Unidos e da União Soviética. Além do desenvolvimento do arsenal nuclear e da mobilização militar convencional, a luta pelo domínio foi expressa por meios indiretos, como guerra psicológica, campanhas de propaganda, espionagem, sabotagens e execuções (a grande maioria praticada pelos soviéticos), embargos econômicos, rivalidade em eventos esportivos e competições tecnológicas, como a Corrida Espacial, por exemplo.


Como consequência disso, grande parte dos países politicamente e ideologicamente alinhados com os Estados Unidos se tornou membro da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte (um grupo militar coeso de defesa mútua) e grande parte dos países alinhados com a União Soviética se tornou membro do Pacto de Varsóvia (também um grupo militar coeso), este encerrado em 1991, com a fragmentação da União Soviética.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

De modo geral, o clássico Northrop F-5 (pronuncia-se Nortróp ou Nôrfrop) é uma aeronave militar bimotor de altíssima performance, com construção convencional em alumínio, aço e titânio, com asas de desenho trapézio-retangular ou semidelta e trem de pouso triciclo retrátil, criada e desenvolvida a partir da década de 1950 e fabricada em série e em larga escala nas décadas de 1960, 1970 e 1980 pela então gigante americana do setor de defesa Northrop Corporation, conhecida atualmente como Northrop Grumman, após vencer uma importante concorrência da US Air Force, a Força Aérea dos Estados Unidos, para um avião militar bimotor a jato leve de treinamento avançado, o Northrop T-38 Talon, que, inclusive, foi utilizado como base para a criação e o desenvolvimento do Northrop F-5A/B Freedom Fighter, ou seja, a fabricante americana utilizou o avião de treinamento Northrop T-38 Talon como ponto de partida ou referência para criação e desenvolvimento do Northrop F-5A/B Freedom Fighter.


Trata-se de um caça leve ar-ar / dia, ar-ar / noite, ar-terra / dia e ar-terra / noite, que serviu de complemento para o caça-bombardeiro bimotor de altíssima performance McDonnell Douglas F-4 Phantom II, da Marinha dos Estados Unidos, dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e da Força Aérea dos Estados Unidos, na mesma época, embora, inicialmente e curiosamente, essas forças armadas dos Estados Unidos não tenham demonstrado interesse pela aeronave, o que, na prática, condicionou a fabricante Northrop Corporation a assumir integralmente os seus custos de desenvolvimento, tornando então o Northrop F-5 um projeto de avião militar de prateleira, ou seja, um avião militar padronizado, concebido e desenvolvido pelo seu fabricante principalmente para exportação para nações amigas.


Com o passar dos anos, as Forças Armadas dos Estados Unidos perceberam que se tratava de um bom produto, menor e menos sofisticado que o McDonnell Douglas F-4 Phantom II, portanto com a vantagem de um peso menor; mais barato para comprar e manter, inclusive com menor consumo de combustível; mais fácil de pilotar e treinar pilotos e mecânicos, inclusive com manutenção mais simples, portanto mais rápida, menos complicada e mais barata; e muito ágil nos cenários de combate.


Assim, as Forças Armadas dos Estados Unidos tornaram-se as principais operadoras de ambos os modelos, o McDonnell Douglas F-4 Phantom II para execução de tarefas mais complexas e complicadas, mais exigentes de poder de fogo e com tecnologia embarcada superior, e o Northrop F-5 para execução de tarefas rotineiras, mais simples ou menos complexas (Guerra do Vietnã, por exemplo), com necessidade de menor poder de fogo e de menor alcance, tendo o Northrop F-5 mostrado eficiência também na execução de operações importantes executadas por outras forças armadas, como, por exemplo, na Guerra de Ogaden (pela Etiópia, em 1977 e 1978), na Guerra Irã-Iraque (uma situação irônica, pois, na década de 1980, os aviões americanos caíram nas mãos do regime teocrático do Irã), a Operação Linda N-Chi (pelo Quênia, em 2011 e 2012), o conflito no Saara Espanhol (pela Espanha, entre 1974 e 1976) e a Guerra do Golfo (pela Arábia Saudita, em 1990 e 1991).


Com o passar dos anos, o Northrop F-5 passou a ter uma importância própria, assumindo muitas vezes um papel de protagonista, passando inclusive a desempenhar funções importantes de caça e caça-bombardeiro multifunção supersônico para missões ar-ar / ar-terra / dia-noite, não sendo mais considerado apenas um complemento ao caça de superioridade aérea McDonnell Douglas F-4 Phantom II na frota ou esquadra da US Air Force ou Força Aérea dos Estados Unidos, da US Navy ou Marinha dos Estados Unidos e do Marine Corps ou Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, além de ter sido exportado (com autorização do Governo Americano, é claro) para mais de 25 nações em várias partes do mundo, incluindo Canadá, Áustria, Brasil, Arábia Saudita, Etiópia, Grécia, Irã (na época ainda controlado pelo xá Pahlavi, simpático aos americanos), Quênia, Malásia, México, Marrocos, Holanda, Noruega, Filipinas, Singapura, Espanha, Suíça, Taiwan, Vietnã, Coreia do Sul, Indonésia, Jordânia, Sudão e Venezuela (na época uma nação amiga dos Estados Unidos).


Trata-se de uma família de aviões militares que possui asas do tipo semidelta ou trapézio-retangular, com estrutura alar de múltiplas longarinas, e superfícies aerodinâmicas de controle de voo convencionais, com auxílio hidráulico para permitir agilidade durante as manobras em voo, incluindo um estabilizador horizontal com uma peça de cada lado, chamado de stabilator, que une as funções de estabilizador horizontal e profundor em uma única peça de cada lado. Para completar o conjunto, a aeronave possui pressurização de cockpit, culote anti-g inflável, assento ejetável (na época ainda sem paraquedas) e cockpit blindado (opcional solicitado pela força armada operadora), dentre outros itens de performance, segurança e desempenho.


A aeronave foi carinhosamente apelidada aqui no Brasil de Bicudo, mas poderia muito bem receber o apelido carinhoso de Abelha, uma alusão ao pequeno inseto de formato gracioso, encantador e aparentemente frágil, mas que todo brutamontes ou marmanjo com um pingo de juízo não ousa desrespeitar...


De fato, é um avião relativamente pequeno, bem compacto, se comparado com outros caças e caças-bombardeiros mais sofisticados da época, mas com uma estrutura robusta, incluindo um tanque de combustível central, dentro da fuselagem, completado por três tanques externos alijáveis, totalizando quatro tanques de combustível. Porém, o avião sempre teve um calcanhar de Aquiles, o baixo raio de ação de 300 quilômetros na configuração de caça-bombardeiro, incluindo 300 quilômetros de ida, alguns minutos de combate e 300 quilômetros de volta, totalizando apenas 600 quilômetros de alcance de combate.


Só para se ter uma ideia, apenas para efeito de comparação, o moderníssimo caça-bombardeiro multifunção Saab Gripen NG, operado pela FAB – Força Aérea Brasileira, possui um raio de ação de 1.000 quilômetros, com armamentos, muito superior ao raio de ação de apenas 300 quilômetros do Northrop F-5E Tiger II da mesma força armada brasileira.


Voltando ao clássico modelo inicial de produção seriada Northrop F-5A Freedom Fighter, da década de 1960, ele esteve disponível, inicialmente, com capacidade limitada para transportar carga bélica e combustível, simultaneamente, e para realizar de forma eficiente combates do tipo ar-ar, pois na época ainda não possuía radar de orientação de tiro. Alguns anos depois, a família Northrop F-5 passou por um amplo programa de modernização e melhoramentos, resultando na versão amplamente melhorada Northrop F-5E/F Tiger II, da década de 1970, já com radar de orientação de tiro, o Emerson Electric AN/APQ-159, mas ainda com limitação de raio de ação.


Apesar disso, apesar desse ponto fraco, entre as principais características do Northrop F-5 estavam a compacidade, a leveza, a agilidade, a velocidade, a praticidade e a rapidez na execução das missões, com eficiência, sem abrir mão do custo de manutenção e consumo de combustível abaixo dos clássicos aviões caça e caça-bombardeiro mais sofisticados da mesma época, projetado e desenvolvido para atender as necessidades de nações amigas dos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, incluindo vários países signatários da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma importante aliança intergovernamental de defesa.


Até onde se sabe, os aviões da família Northop F-5 possuem gancho de pouso (opcional), mas raramente foram utilizados a partir de porta-aviões, quase sempre decolavam a partir de bases aéreas, aeroclubes, aeródromos e aeroportos civis e/ou pistas de pouso improvisadas (segmentos de rodovias, por exemplo), sempre em terra firme.


Há um ditado que diz que armas existem para não serem usadas. Ok, verdade, é isso mesmo, mas ao longo de mais de 60 anos há poucos relatos de utilização inadequada desse modelo de aeronave, o que significa que uma porcentagem muito baixa das mais de 3.740 unidades fabricadas caiu em mãos erradas, como nos casos da Líbia e do Irã, por exemplo, embora não se saiba ao certo qual o estado de conservação dessas unidades e se estão plenamente operacionais, já que o suporte técnico, incluindo fornecimento de peças de reposição, da Northrop Corporation / Northrop Grumman foi interrompido, a mando do Governo dos Estados Unidos.


GERAÇÕES DE CAÇAS

Dentro do meio aeronáutico mundial, entre forças armadas, fabricantes, publicações especializadas e agências de inteligência, há uma convenção criada décadas atrás para facilitar a compreensão dos avanços tecnológicos sucessivos sobre a criação, desenvolvimento e fabricação de aviões de caça a jato e caça-bombardeiros a jato pelos principais fabricantes do planeta.


Assim, passou-se a utilizar o termo "geração" também para designar cada avanço sucessivo de tecnologia empregada nesses aviões, portanto não tendo relação direta com o termo "geração" utilizado para designar as fases internas de cada família de aviões. Por exemplo: Os aviões da família Northrop F-5 são de 3ª geração, mas dentro da família Northrop F-5 há uma outra separação criada para diferenciar cada uma das duas gerações dessa família. O modelo brasileiro Northrop F-5E Tiger II, por exemplo, faz parte da 2ª geração da família Northrop F-5.


GERAÇÕES DE CAÇAS E CAÇAS-BOMBARDEIROS

GERAÇÃO

DÉCADAS

EXEMPLOS

1940 e 1950

Messerschmitt Me 262 e Gloster Meteor (os primeiros caças a jato da história)

1950 e 1960

Dassult Mirage III, Saab 35 Draken e North American F-100 Super Sabre e Convair F-102 Delta Dagger (novas ligas de alumínio, asas enflechadas ou em delta e já apresentando a velocidade supersônica)

 1960 e 1970

Saab 37 Viggen, McDonnell F-4 Phantom II, Northrop F-5E Tiger II, MIG 23 e MIG 25 (modernizações em relação à geração anterior, incluindo aumento da manobrabilidade no ar e ataque ao solo)

 

 1980 e 1990

Saab Gripen, Mirage 2000, MIG 29, MIG 31, Sukhoi Su-27, Grumman F-14 Tomcat, McDonnell F-15 Eagle, Panavia Tornado, General F-16 Falcon e General F/A-18 Hornet (inúmeras melhorias, incluindo a introdução gradativa de materiais compostos, mísseis ar-ar de longo alcance e aviônicos digitais)

 

2000 e 2010Chengdu J-20, Lockheed F-22 Raptor, Lockheed F-35 Lightining e Sukhoi Su-57 (os mais avançados da atualidade, com capacidade de furtividade e ampla integração de sensores, sistemas e aviônicos
2020Em desenvolvimento



Observe atentamente no quadro acima o resumo da sequência de avanços tecnológicos introduzidos nos modelos de caças a jato e caças-bombardeiros a jato na história da indústria aeronáutica mundial. Todos os modelos da família Northrop F-5, como o Northrop F-5E Tiger II, por exemplo, foram encaixados no contexto da 3ª geração de caças a jato, mas, após o programa de modernização e atualização do Northrop F-5E Tiger II da FAB – Força Aérea Brasileira, renomeado para Northrop F-5EM Tiger II, ele passou a ser considerado quase completamente novo em relação ao modelo Northrop F-5A Freedom Fighter, da década de 1960.


Embora tenha sido amplamente modernizado, com as primeiras entregas da versão modernizada Northrop F-5EM Tiger II para a FAB – Força Aérea Brasileira em 2005, é praticamente um consenso no meio aeronáutico que se trata de um avião que não atende mais plenamente as necessidades de defesa do Brasil, o que torna necessária a sua total substituição pelo moderníssimo Saab Gripen NG o mais rápido possível, um avião de 4ª geração, mas com vários equipamentos e sistemas de 5ª geração.


CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Historicamente, os Estados Unidos mantêm uma longa tradição de criar, desenvolver e fabricar seus próprios equipamentos militares, mantendo também uma posição firme de fornecimento de materiais bélicos somente para nações amigas e interrompendo a assistência técnica e o fornecimento de peças de reposição em caso de problemas de relacionamento...


Atualmente, os Estados Unidos exportam produtos militares para mais de 100 países no mundo. Mas há outros países que também possuem autonomia total ou quase total na criação, desenvolvimento e fabricação em série de equipamentos militares em geral, dentre eles a França, o Reino Unido, a Itália, a Alemanha, Israel, a Rússia, a Suécia e a China. De todos esses países citados, a Rússia foi a nação que teve a maior perda de participação (market share) no mercado mundial de armamentos nos últimos anos, por uma razão óbvia...


O jato militar Northrop F-5 foi criado na década de 1950, a partir da percepção dos projetistas, executivos e investidores da então Northrop Corporation sobre o mercado mundial de caças e caças-bombardeiros militares da então nova terceira geração, então vindoura, em substituição à segunda geração usada intensivamente naquele momento.


Então, após a Guerra da Coreia, na qual os Estados Unidos estiveram envolvidos diretamente, a Northrop Corporation entendeu que havia necessidade de preencher uma lacuna aberta entre os aviões treinadores a jato mais avançados e os sofisticados caças bimotores de altíssimo desempenho em desenvolvimento, como o respeitado McDonnell Douglas F-4 Phantom II, por exemplo.


Há quem diga que não seria possível fabricar, na década de 1960, um avião tão compacto, leve e eficiente como o Northrop F-5A/B Freedom Fighter se a tecnologia de motores turbojato da época não estivesse bem desenvolvida, pois foi graças ao motor General Electric J85, muito compacto, potente e relativamente leve, apenas 230 kg (cada motor), que os projetistas da Northrop Corporation vislumbraram a possibilidade de desenhá-lo com essas características.


Um detalhe curioso: Para quem não sabe, o motor militar General Electric J85 é bem semelhante ao motor civil General Electric CJ610, usado para impulsionar o clássico jatinho executivo Learjet 25, um sucesso de vendas da Learjet Corporation, na década de 1970. Na verdade, o motor civil CJ610 foi criado a partir do motor militar J85, com a diferença de não possui pós-combustor.


Num primeiro momento, as Forças Armadas dos Estados Unidos não manifestaram interesse nos aviões da família Northrop F-5, com os custos das fases de criação (desenho inicial) e desenvolvimento (testes variados e ensaios) de seu protótipo Northrop N-156 sendo cobertos pela própria Northrop Corporation, sem apoio governamental, a partir de 1956, dando origem a dois modelos de aviões, um treinador bimotor a jato de alto desempenho, o Northrop T-38 Talon, a partir de 1961, e um caça a jato bimotor de ataque leve, o Northrop F-5A Freedom Fighter, a partir de 1962.


A partir de então, a administração democrata de John Kennedy mudou de ideia, passou a ver a família Northrop F-5 com outros olhos, com mais interesse que antes, como um complemento ao McDonnell Douglas F-4 Phantom II em sua própria frota ou esquadra de aviões militares, não apenas como um dos produtos militares exportáveis do então MAP – Military Assistance Program ou Programa de Assistência Militar, um programa governamental americano que possibilitava às nações amigas dos Estados Unidos, incluindo o Brasil, terem acesso a produtos militares de primeiro mundo.


Naquela época, já havia a possibilidade de que o Northrop F-5 pudesse ser exportado para nações amigas, pois o Governo Americano permitia que a Northrop Corporation focasse o seu produto também para exportação, dando origem a um produto de prateleira, ou seja, um avião com projeto padrão (não customizado ou pouco customizado), portanto com preços competitivos, já que estamos falando em um produto para ser produzido em grande quantidade, principalmente para atender operadores militares que não precisassem de um avião tão sofisticado, poderoso e caro quanto o McDonnell Douglas F-4 Phantom II, como o Brasil, por exemplo.


A linha de raciocínio era semelhante a esta: “Não é possível evitar que nações neutras (fora das organizações OTAN e Varsóvia) comprem armas, então é melhor que as nações da OTAN (nossos aliados) e essas nações neutras comprem de nós do que comprar de nossos inimigos, os soviéticos”. A partir de então, os Estados Unidos se consolidaram como um grande exportador de armas, tanto para nações signatárias da OTAN quanto para nações neutras, desde que não ultrapassassem uma “linha vermelha” chamada Foreign Assistance Act / Arms Export Control Act, de 1961, ou seja, não poderiam ser usadas para violar direitos humanos.


A FAMÍLIA NORTHROP F-5

De modo geral, o Northrop F-5 é um caça bimotor multiemprego ou multifuncional de 3ª geração, ele foi criado e desenvolvido a partir de 1956 pela Northrop Corporation, baseado no protótipo Northrop N-156, principalmente tendo em vista o mercado internacional de aviões militares, mas com entrada em serviço inicialmente na Força Aérea dos Estados Unidos, o seu cliente de lançamento.


É uma aeronave ágil, veloz e eficiente nos requisitos de proteção a espaços aéreos e territórios. Ele foi criado e desenvolvido pela equipe de projetistas da Northrop Corporation, liderada pelos projetistas Edgar Schmued, autríaco, alemão e americano, e Welko Gasich, americano, inicialmente como um caça de combate ar-terra, sendo que, posteriormente, alguns anos depois, seu projeto foi modificado para desempenhar missões de ataque ar-ar, ataque ar-solo e reconhecimento, tornando-se então um caça multimissão, sem perda de eficiência, o que resultou em redução de custos operacionais para os seus operadores militares.


Trata-se de um modelo de avião que transpira praticidade pelos poros, com dezenas de painéis (pequenas janelas) de manutenção espalhados pela fuselagem e asas, para facilitar o acesso de mecânicos aos sistemas e mecanismos do avião. E como se tudo isso fosse pouco, ele permite o amplo acesso dos mecânicos aos dois motores turbojato General Electric J85, bem compactos e de alto desempenho, graças a uma seção posterior da fuselagem que pode ser retirada do avião, ou seja, toda a parte traseira da fuselagem pode ser destacada para a manutenção dos motores.


Além da capacidade de combate ar-ar, típica de modelos de caças de superioridade, as versões modernizadas e atualizadas do Northrop F-5 também são capazes de fazer ataques ao solo, contra veículos militares terrestres, incluindo tanques de guerra, e instalações militares fixas ou móveis, por exemplo, e ataques contra embarcações militares, embora esta última não seja sua principal especialidade. A aeronave possui também dois canhões internos para ataque ar-ar Ford GM39A2 de 20 milímetros, com 280 projéteis / cada, com a possibilidade de combiná-los com mísseis.


Na época em que foi lançado, na década de 1960, esse avião militar já era um dos mais avançados caças ou caças-bombardeiros bimotores do mundo, capazes de rivalizar em pé de igualdade com os temidos caças soviéticos menores, também de ataque leve, como, por exemplo, o Mikoyan-Gurevich MIG-21, o seu principal concorrente da época. O também temido Northrop F-5 combinava agilidade com capacidades de pouso e decolagem em pistas de pouso pavimentadas de comprimento limitado, incluindo o auxílio de um paraquedas de arrasto.


Ele possui uma configuração de aerofólios (asas e empenagem traseira) convencional, com asas do tipo trapézio-retangular ou semidelta, e estabilizador horizontal em uma peça única de cada lado, do tipo stabilator, atuado hidraulicamente, fixado nas duas laterais traseiras da fuselagem, com asas com flaps convencionais combinados com ailerons convencionais, ambos ocupando praticamente todo o bordo de fuga, controlado de forma convencional, com auxílio hidráulico.


A versão Northrop F-5E Tiger II, por exemplo, é capaz de transportar até 2.100 kg de armas e munições, incluindo 560 projéteis de canhão (munição interna), dois mísseis AIM-9 Sidewinder (acoplados nas pontas das asas), dois pods LAU-68 para até 14 foguetes pequenos (dois hard points nas asas) e 2 bombas Mk-82 (dois hard points nas asas), combinados com um tanque alijável para até 1.000 litros de querosene, fixado na fuselagem, neste caso somente para missões específicas. Caso haja necessidade de um alcance maior, a capacidade de transportar armas diminui. E vice-versa, ou seja, se houver necessidade de mais armamentos, o alcance diminui.


Até onde se sabe, a família Northrop F-5 não teve as versões Northrop F-5C/D saídas direto de fábrica, o que significa que a 1ª geração dessa família foi composta pelos modelos Northrop F-5A Freedom Fighter, monoposto, Northrop F-5B Freedom Fighter, biposto, para treinamento, e Northrop T-38 Talon, também biposto, para treinamento, e a 2ª geração foi composta pelos modelos Northrop F-5E Tiger II, monoposto, e Northrop F-5F Tiger II, biposto, para treinamento, sendo que a FAB – Força Aérea Brasileira comprou 68 unidades de ambas as gerações, a partir da década de 1970.


Anos depois do início da fabricação em série surgiram vários programas de retrofits e upgrades, oferecidos pelo próprio fabricante ou por empresas independentes, ou seja, programas de modernização e atualização dos aviões já em operação, tanto da 1ª geração quanto da 2ª geração, incluindo os modelos Northrop F-5C/D Freedom Fighter (originalmente Northrop F-5A/B Freedom Fighter, mas renomeados após serem submetidos aos retrofits e upgrades), os modelos Northrop F-5S/T Freedom Fighter (também a partir do Northrop F-5A/B), os modelos Northrop F-5N/F Tiger II da Marinha dos Estados Unidos (a partir dos modelos Northrop F-5E/F Tiger II); e o modelo Northrop F-5M Tiger II, conhecido também como Northrop F-5EM Tiger II, da FAB – Força Aérea Brasileira, que é um retrofit / upgrade do Northrop F-5E/F Tiger II, amplamente melhorado e modernizado.


F-5A/B FREEDOM FIGHTER

O clássico Northop F-5A/B Freedom Fighter é um típico caça multifunção bimotor de terceira geração, da década de 1960, com construção convencional em alumínio, aço e titânio, com propulsão turbojato militar da marca americana General Electric, modelo General Electric J85-GE13, com até 2.700 libras de empuxo em cada motor, sem pós-combustor, ou 4.000 libras de empuxo em cada motor, com pós-combustor acionado, trem de pouso triciclo retrátil, sistema de controle de voo redundante, inicialmente concebido como um caça-bombardeiro leve de superioridade, principalmente para combates ar-terra, incluindo apoio aéreo imediato e ataque tático.


Com o passar dos anos, ele recebeu melhorias e modernizações diversas, incluindo a instalação de um radar de tiro para melhorar o desempenho na função ar-ar, principalmente para lançamento de mísseis. Na época do início da produção em série, na década de 1960, ele estava entre os melhores caças leves e caças-bombardeiros leves do mercado mundial, com tecnologias de propulsão, mecanismos, sistemas e estrutura metálica já testadas na época, combinando eficiência e simplicidade de operação.


A estética não é uma característica relevante no meio militar, ela não é decisiva na escolha dos equipamentos militares em geral, mas não há dúvida de que os designers da Northrop Corporation foram felizes na criação do avião.


A fabricação em série do Northrop F-5A Freedom Fighter foi iniciada em 1962, inicialmente para atender a Força Aérea dos Estados Unidos, a Força Aérea do Vietnã, a Força Aérea das Filipinas, a Força Aérea da Etiópia, a Força Aérea da Grécia (Helênica), a Força Aérea Imperial do Irã, a Força Aérea do Quênia, a Força Aérea Real do Marrocos, a Força Aérea Real da Holanda, a Força Aérea Real da Noruega, a Força Aérea da Coreia do Sul, a Força Aérea da Espanha (Ejército del Aire) e a Força Aérea de Taiwan (oficialmente Força Aérea da República da China), tanto unidades fabricadas nos Estados Unidos quanto unidades fabricadas sob licença no Canadá, na Espanha e em outros países.


Já nos primeiros modelos, o Northrop F-5A/B Freedom Fighter apresentava um design esguio, inovador, esbelto, ousado e refinado, com aspecto futurista, testado em túnel de vento, inclusive, focado em eficiência aerodinâmica e altíssima performance. Durante a década de 1960, ele apresentava um custo operacional competitivo, graças, pelo menos em parte, ao eficiente motor turbojato General Electric J85, com pós-combustor, mas não vetorado, com potência / empuxo máxima de 4.000 libras em cada motor, dando-lhe uma velocidade máxima supersônica de 1.500 km/h, no seu teto de serviço de 15.000 metros.


Desde o início da fabricação seriada, o seu projeto estava focado em praticidade e funcionalidade. Por exemplo, cerca de 80% dos seus painéis externos de manutenção e operação podem ser acessados pelo pessoal de manutenção e de reabastecimento sem necessidade do uso de escadas, suportes ou andaimes, o que facilita e agiliza a operação da aeronave, reduzindo o tempo que se gasta com o avião no solo para a realização segura dos procedimentos de preparação para as missões e/ou entre uma missão e outra.


Em um contexto estrito de aviação militar avançada, os modelos Northrop F-5A/B Freedom Fighter foram criados para serem aeronaves relativamente fáceis e simples de serem mantidas, de serem operadas, com rotinas rápidas e simples de rearmamento, reaparelhamento, reprogramação e reabastecimento de combustível em solo, após a execução de cada etapa de missão, para retornar imediatamente ao combate.


NORTHROP F-5E/F TIGER II

O também clássico Northrop F-5E/F Tiger II é um típico caça multifunção bimotor de terceira geração, mas fabricado em série a partir da década de 1970, com construção convencional em alumínio, aço e titânio, com propulsão turbojato militar da marca americana General Electric, modelo General Electric J85-GE21, com até 3.500 libras de empuxo em cada motor, sem pós-combustor, ou 5.000 libras de empuxo em cada motor, com pós-combustor acionado, trem de pouso triciclo retrátil e sistema de controle de voo redundante, concebido principalmente para desempenhar combates ar-terra e ar-ar, incluindo apoio aéreo imediato e ataque tático.


Ele foi criado e desenvolvido pela então Northrop Corporation para atender à concorrência IFAC – International Fighter Aircraft Competition, lançada pelo Governo dos Estados Unidos, novamente para escolha de um modelo de avião militar leve do tipo caça e caça-bombardeiro, principalmente para substituir o Northrop F-5A/B Freedom Fighter e, posteriormente, para exportação para nações amigas dos Estados Unidos. Ele foi o ganhador dessa concorrência, consolidando a posição da família Northrop F-5 como uma das mais bem sucedidas famílias de caças e caças-bombardeiros leves da história da indústria aeronáutica mundial.


A partir de 1972 e nos anos seguintes, novas tecnologias aeronáuticas e aeroespaciais que ainda não estavam plenamente operacionais em 1962 foram incorporadas à linha de produção seriada dos aviões da família Northrop F-5, dando origem assim à 2ª geração dessa família, composta pelos modelos Northrop F-5E Tiger II, monoposto, e Northrop F-5F Tiger II, biposto, para treinamento, incluindo maior capacidade de combustível; motores mais potentes; asas maiores, portanto com menor carga alar (pois a geração anterior apresentava desempenho em curvas limitado), tornando-o um avião altamente manobrável em voo; mecanismo de reabastecimento do tipo REVO, disponível como opcional; conjunto de aviônicos melhorado, com desempenho em missões noturnas melhorado, embora ainda analógico; e um radar de tiro disponível como item de fábrica, principalmente para orientação de míssil.


Assim como seu antecessor Northrop F-5A/B Freedom Fighter, os modelos de 2ª geração da família Northrop F-5 apresentavam um design focado em eficiência aerodinâmica e altíssima performance, mas desta vez com a acréscimo de inúmeras tecnologias avançadas, para os padrões da época, é claro, incluindo o PAR – Precision Aproach Radar, para tornar mais precisos os pousos em aeródromos com visibilidade reduzida; radar de tiro Emerson Electric AN/APQ-153, para melhorar as missões de ataque com mísseis; melhorias implementadas no canhão Ford GM39A2 de 20 milímetros; sistema de navegação inercial (opcional); introdução do TACAN (instrumento de navegação) e do ECM (contramedidas eletrônicas); dentre outros itens.


Assim como seu antecessor, ele apresentava um custo operacional competitivo, graças, pelo menos em parte, ao eficiente motor turbojato General Electric J85, com pós-combustor, mas não vetorado, desta vez com potência / empuxo máxima de 5.000 libras em cada motor, dando-lhe uma velocidade máxima supersônica de 1.700 km/h, no seu teto de serviço de 15.000 metros.


A fabricação em série do Northrop F-5E/F Tiger II foi iniciada em 1972, principalmente para atender a Força Aérea dos Estados Unidos, o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, a Marinha dos Estados Unidos, a Força Aérea Brasileira, a Força Aérea da Etiópia, a Força Aérea Imperial do Irã, a Força Aérea do Quênia, a Força Aérea Real da Malásia, a Força Aérea do México, a Força Aérea Real do Marrocos, a Força Aérea de Singapura e a Força Aérea da Suíça, a maioria unidades fabricadas nos Estados Unidos.


A fabricação seriada da 2ª geração da família Northrop F-5 foi encerrada em 1987. Então, a partir da década de 2000, uma variedade de inovações tecnológicas foram incorporadas à 2ª geração dos aviões da família Northrop F-5, principalmente por meio de retrofits e upgrades, tanto por parte da própria Northrop Grumman quanto por parte de empresas independentes. Aqui no Brasil, por exemplo, essas modernizações e atualizações do produto original de fábrica foram conduzidas pela Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica e pela AEL Sistemas S.A., esta uma subsidiária da holding israelense Elbit Systems Ltd.


MERCADO

Logo acima, um mapa-mundi simplificado com os operadores militares atuais dos aviões da família Northrop F-5, em azul, e ex-operadores militares em vermelho. Só uma correção, os Estados Unidos ainda utilizam aviões da família Northrop F-5, principalmente o Northrop T-38 Talon, para treinamento avançado de pilotos militares. Logo abaixo, para quem não cansa de apreciar o que é bonito, mais uma imagem do Northrop F-5EM Tiger II da FAB - Força Aérea Brasileira.

Todas as grandes e tecnologicamente avançadas forças armadas do mundo sabem que não basta apenas ter o melhor equipamento militar, o mais avançado de todos. Há uma variedade de fatores que pode resultar no sucesso ou no fracasso de uma missão, ou, até mesmo, de uma guerra, incluindo um bom planejamento estratégico, geralmente antecipado, o que inclui boas informações sobre o campo de batalha, consciência sobre a real capacidade do inimigo de reagir a um eventual ataque; além, é claro, de uma tripulação disciplinada e bem treinada; dentre outros fatores. Mas não há dúvida de que um equipamento tecnologicamente superior pode ser decisivo, pode fazer a diferença entre ter ou não ter sucesso em uma missão.


O projeto Northrop F-5 foi um grande sucesso de vendas, com os modelos de produção seriada fabricados a partir de 1962 pela Northrop Corporation, que também foi responsável pela criação e desenvolvimento dessa família de aviões militares. No total, foram cinco modelos principais e mais de 10 versões e/ou sub-versões derivadas, obtidas a partir de upgrades e retrofits dos modelos de linha de produção seriada, incluindo versões monopostas e bipostas, neste caso para treinamento de novos pilotos.


Até 1986 foram fabricadas mais de 3.740 unidades da família Northrop F-5, incluindo os modelos Norhtrop T-38 Talon, apenas para treinamento, com mais de 1.180 unidades fabricadas; Northrop F-5A/B Freedom Fighter, da 1ª geração, com mais de 1.200 unidades fabricadas; e Northrop F-5E/F Tiger II, da 2ª geração, com mais de 1.390 unidades fabricadas; resultando numa das mais bem sucedidas famílias de caças leves a jato de alto desempenho da história da indústria aeronáutica.


Atualmente, a Força Aérea Brasileira (46 unidades), a Força Aérea do Bahrein (12 unidades), a Força Aérea do Chile (13 unidades), a Força Aérea do Quênia (23 unidades), a Força Aérea da Coreia do Sul (156 unidades), a Força Aérea Real do Marrocos (26 unidades), a Força Aérea da Espanha (19 unidades) e a Força Aérea Real da Tailândia (33 unidades) estão entre as principais operadoras do avião. Aqui no Brasil, por exemplo, já está programada e em execução a substituição gradativa dos aviões da família Northrop F-5 pelos avançadíssimos jatos militares de quarta geração Saab Gripen NG, com 36 unidades já encomendadas (já formalizadas), com 10 unidades já recebidas e em operação, e mais 32 unidades de um novo lote em negociação.


O Saab Gripen NG é muito superior ao Northrop F-5E/F Tiger II em praticamente todos os sentidos, são aviões de épocas diferentes, o primeiro é de quarta geração e o segundo é de terceira geração, mas a filosofia empregada no processo de seleção, negociação, formalização de compra, treinamento e operação de um caça e/ou caça-bombardeiro ágil, eficiente, altamente manobrável, com rotinas de reabastecimento e rearmamento relativamente simples e de baixo custo operacional foi mantida no caso da concorrência Projeto FX2, da FAB – Força Aérea Brasileira, com a escolha pelo Saab Gripen NG, mas com o acréscimo de alguns requisitos, como, por exemplo, a transferência de tecnologia e a possibilidade de fabricação do avião no Brasil.


GALERIA DE IMAGENS


NORTHROP F-5EM DA FAB


AVIÔNICOS EFIS DO F-5EM DA FAB




CANHÃO FORD GM39A2


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Revista SkyDive Air & Sport
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Northrop_T-38_Talon
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Northrop_F-5
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/F-5_Tiger_II
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Jet_fighter_generations
  • Northrop Grumman (divulgação): Imagem
  • Força Aérea Brasileira (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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