TITÃS (MÚSICA)

TITÃS
ARNALDO ANTUNES (1982 ATÉ 1991)
NANDO REIS (1982 ATÉ 2001)
PAULO MIKLOS (1982 ATÉ 2016)
BRANCO MELLO (1982 – ATUALMENTE)
SÉRGIO BRITO (1982 – ATUALMENTE)
TONY BELLOTTO (1982 – ATUAMENTE)
CIRO PESSOA (1982 ATÉ 1984)
MARCELO FROMER (A982 ATÉ 2001)
ANDRÉ YOUNG (1982 ATÉ 1984)
CHARLES GAVIN (1984 ATÉ 2010)
MARIO FABRE (CONTRATADO)
BETO LEE (CONTRATADO)

INTRODUÇÃO

Titãs é o nome de uma talentosa, bem sucedida e respeitada banda brasileira de música pop urbana, com elementos e tendências de rock (principalmente new wave, punk e indie), MPB, folk music, R&B e reggae, dentre outros ritmos e estilos, formada no Brasil, na década de 1980, pelo vocalista e baixista Branco Mello; pelo vocalista, baixista e guitarrista Paulo Miklos; pelo vocalista e compositor Arnaldo Antunes; pelo guitarrista Tony Belloto; pelo guitarrista e violonista Marcelo Fromer; pelo vocalista e tecladista Sérgio Brito; pelo baixista e vocalista Nando Reis; e pelo baterista Charles Gavin; dentre mais alguns músicos que estiveram na banda por algum tempo.

Durante o período de intensa atividade, nas décadas de 1980, 1990, 2000 e 2010, a banda Titãs obteve o reconhecimento da crítica musical brasileira, da indústria fonográfica, da mídia em geral e do público pelo bom gosto e refinamento musicais, pela originalidade, pela sensibilidade musical e pela precisão na execução dos arranjos.

A banda brasileira Titãs foi eleita para alguns prêmios importantes da música nacional e internacional, dentre eles o prêmio Grammy Latino de melhor álbum de rock, em 2009; o prêmio MTV Brasil de melhor videoclipe de rock, em 2002, com a música Epitáfio; o Troféu Imprensa, por três vezes, em 1997, 1998 e 1999, entregues em cerimônias realizadas pelo canal de TV aberta SBT, aqui no Brasil; e o prêmio Multishow de música, em 1998, 1999, 2000 e 2002.

Trata-se de uma das principais bandas brasileiras de rock, considerada uma das dez melhores bandas de rock do Brasil das décadas de 1980, 1990, 2000 e 2010, praticamente uma unanimidade entre críticos de música, e dentre as suas principais características está a crítica social quase generalizada, presente na grande maioria das músicas da banda, com letras reflexivas e até um pouco depressivas, algumas até sombrias, típicas da punk music americana e europeia, mas que recebeu um toque nacional pelos compositores da banda, focada principalmente em temas nacionais.

Dentre as faixas mais marcantes da banda Titãs, várias delas consideradas até mesmo pelos mais exigentes críticos musicais como obras primas e/ou clássicos da música pop brasileira, estão Sonífera Ilha, É Preciso Saber Viver, Cegos do Castelo, Epitáfio, Enquanto Houver Sol, Marvin, Pra Dizer Adeus, Miséria, Insensível, Diversão, Flores, Família, Homem Primata, Faculdade, Por Que Eu Sei Que é Amor, Pulso, Bichos Escrotos, Comida, Polícia, Deus e o Diabo, Isso, Amanhã Não Se Sabe, Camelo e Dromedário (uma provável ironia fina e quase imperceptível sobre o excesso de sofisticação e complexidade da Filosofia), Querem Meu Sangue, Lugar Nenhum, Gostava Tanto de Você e Racio Símio, dentre mais algumas.

A banda continua em atividade, mas agora em ritmo bem mais tranquilo que antes, com um número reduzido de integrantes e com um número menor de apresentações musicais ao vivo, em razão principalmente da idade dos músicos Branco Mello, Tony Bellotto e Sérgio Britto, os três da formação clássica da banda, todos eles já na faixa dos 60 anos. Por outro lado, outros integrantes da formação clássica, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Charles Gavin e Paulo Miklos, saíram da banda para seguir carreira solo e/ou se envolveram em outros projetos musicais. O guitarrista Marcelo Fromer faleceu em 2001, vítima de um acidente de trânsito.

Com mais de 42 anos de atividades musicais, trata-se de uma das melhores bandas de música pop do Brasil, com mais de 6.000.000 de cópias de álbuns vendidos desde a década de 1980, anos após ano, praticamente sem interrupções.

A WARNER MUSIC

Atualmente, a americana Warner Music Group é uma holding que controla uma variedade de gravadoras dos mais variados estilos musicais. A Warner Records, por exemplo, é uma subsidiária da Warner Music Group, a terceira maior companhia proprietária de gravadoras do mundo, atrás apenas da Universal Music, a maior, e da Sony Music, a segunda maior do planeta.

A Warner Music Group foi propriedade do conglomerado gigante de telecomunicações e mídia Time Warner até 2004, teve ações colocadas no mercado acionário americano a partir de então e, em 2011, foi comprada pela Acces Industries, uma empresa americana e britânica.

Ela possui atualmente as gravadoras e/ou selos Continental / EastWest Music, Atlantic Records, Rhino Entertainment, Warner Bros Records, Parlophone, Warner Music Nashville (música country), Maverick Records, Warner Chappell, WEA International, a Elektra Records e a Sire Records.

Essa holding americana emprega atualmente mais de 3.500 pessoas e opera em mais de 50 países.

No caso específico da banda Titãs, ao longo de mais de 42 anos de carreira, ela também assinou contratos com outras gravadoras, incluindo a Abril Music (comprada pela Sony Music), a Ariola Discos (comprada pela Universal Music), a BMG Sony, a Arsenal, a Universal Music e a Som Livre (comprada pela Sony Music).

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

A banda Titãs foi formada em 1982, quando os então jovens e ainda inexperientes músicos Arnaldo Antunes (vocalista e compositor), Ciro Pessoa (vocalista e guitarrista), Branco Mello (vocalista e baixista), Sérgio Britto (vocalista e tecladista), Nando Reis (vocalista, compositor e baixista), Paulo Miklos (vocalista, baixista e guitarrista), Tony Bellotto (guitarrista e violonista), Marcelo Fromer (guitarrista e violonista) e André Jung (baterista), a maioria deles estudantes de uma escola privada de ensino fundamental e médio, o Colégio Equipe, de São Paulo – S.P., se uniram em torno de uma nova banda de rock juvenil, chamada inicialmente Titãs do Iê-Iê.

O nome da banda foi escolhido meio por acaso, a partir de uma coleção de livros da biblioteca do pai de Tony Bellotto, onde a banda ensaiava, com títulos como Titãs da Ciência, Titãs do Esporte e Titãs da Literatura, por exemplo. Nos primeiros anos, o nome da banda era Titãs do Iê-Iê, mas o nome longo dificultava a pronúncia dos apresentadores de programas de TV e rádio e, então, por sugestão da gravadora WEA / Warner, eles encurtaram o nome para Titãs, apenas.

A maioria dos integrantes do grupo personificava os típicos jovens de classe média brasileiros das décadas de 1980 e 1990, que, embora desfrutassem dos confortos e da posição social de suas famílias, sinceramente não concordavam ou não se conformavam com as injustiças sociais e os vícios dos sistemas político, social, jurídico e até policial brasileiros da época. De certa forma, isso ajudou a alavancar também a aceitação, o respeito e a simpatia da banda junto ao público adulto urbano daquela época, não necessariamente um público conservador.

Por outro lado, as letras reflexivas, uma parte delas com crítica social e outra parte representando personagens depressivos (a letra de Flores, por exemplo, seria a representação do espírito de um personagem que cometeu suicídio e estaria ao lado de seu próprio corpo e caixão, durante seu velório, fazendo reflexões sobre o que ocorreu), com problemas pessoais mal resolvidos (típicos do punk europeu e americano) estão entre as características mais marcantes do grupo e, talvez, por isso mesmo, tenha chamado tanto a atenção de uma parcela do público jovem.

Mas não foi só isso, a banda Titãs conseguiu vencer a barreira do rótulo pejorativo de bandinha juvenil de rock do tipo “jovens e adolescentes rebeldes sem causa” ou “filhinhos de papai se aventurando no mundo da música”, o que significa que, já na década de 1980, eles realmente já possuíam um trabalho sólido, graças ao auxílio e/ou aconselhamento de experientes nomes do mundo da música, como Lulu Santos e Evandro Mesquita (Blitz), por exemplo, com letras bem escritas e músicas de qualidade e bom gosto, com arranjos esmerados e execução primorosa dos arranjos.

Desde o início eles conquistaram o respeito do público, da mídia, da indústria fonográfica e da crítica de música. Aliás, a crítica musical não ousou tratá-los como mais uma daquelas “bandinhas descartáveis” de jovens com pretensões musicais, porque já sabia que se tratava de um caso à parte, um caso a ser olhado com mais atenção.

Se você pensa em se matar procure ajuda de um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra) de sua cidade. A grande maioria das cidades brasileiras possui unidades de saúde com atendimentos gratuitos desse tipo. Informe-se na prefeitura de sua cidade. Se preferir, peça ajuda pelo telefone 188, do CVV – Centro de Valorização da Vida.

A CARREIRA

As primeiras apresentações oficiais em público da banda Titãs ocorreram em 1982, no Sesc Pompeia e na Biblioteca Mário de Andrade, ambas em São Paulo, a capital do estado de São Paulo, seguidas de outras apresentações em casas noturnas, restaurantes e bares de São Paulo, inicialmente sem chamar muito a atenção da mídia, da crítica de música e das gravadoras. Inicialmente, a sonoridade da banda oscilava entre o rock e o reggae.

Com o passar do tempo, eles conseguiram alguns contatos no meio musical, incluindo o contato com alguns executivos da gravadora WEA / Warner e entregaram uma fita demo com algumas de suas músicas para avaliação, incluindo as músicas Sonífera Ilha e Marvin, resultando na assinatura de contrato para gravação do primeiro álbum Titãs (sim, esse foi o nome do primeiro álbum), em 1984, com sucesso imediato de crítica e na mídia em geral, mas sucesso apenas moderado de público, apenas 50.000 cópias vendidas na época (atualmente mais de 110.000 cópias), pouco sim, é verdade, mas o suficiente para conseguirem a aprovação do segundo álbum pela mesma gravadora.

Com a boa impressão geral causada na mídia, na crítica de música e no meio artístico e com uma quantidade razoável de cópias vendidas do primeiro álbum, eles lançaram o segundo álbum Televisão, de 1985, com as músicas Televisão e Insensível. Porém, mais uma vez, com vendas abaixo do esperado, desta vez apenas 25.000 cópias, na época. Aqui, neste ponto, a banda Titãs quase deixou de existir, inclusive com a saída do baterista André Jung e do vocalista Ciro Pessoa, ambos da formação original.

O sucesso chegou somente a partir do terceiro álbum, Cabeça Dinossauro, em 1986, com som mais agressivo e estridente, mais inclinado para a new wave e para o punk, mas sem deixar de lado, totalmente, o som mais suave do reggae, incluindo as faixas Família, AA-UU, Bichos Escrotos e Homem Primata, e, com o auxílio do produtor musical Liminha, o primeiro disco de ouro da banda Titãs foi alcançado, com mais de 250.000 cópias na época (atualmente 750.000 cópias), o que deu ao grupo musical uma posição mais confortável no cenário da música pop, com a sua entrada definitiva para a elite do rock nacional, de onde nunca mais saiu.

Mas nem sempre de faixas unânimes foi composto o trabalho da banda Titãs, algumas foram polêmicas, como Flores, Polícia e Deus e o Diabo, por exemplo, com conteúdo pendendo para o lado punk-rock, com críticas sociais e religiosas e abordando problemas pessoais, como dependência de drogas, compulsão por sexo e depressão profunda, por exemplo. Dizem as más línguas que pelo menos uma parte dessas letras polêmicas não é interpretativa. Elas seriam, na verdade, autobiográficas e refletiriam os próprios problemas pessoais de alguns dos integrantes da banda, incluindo uso de drogas lícitas e ilícitas e discordância com os preceitos de religiões mais conservadoras.

Por exemplo, Arnaldo Antunes e Tony Bellotto foram presos, em 1985, ambos portando uma pequena quantidade de heroína (droga derivada do ópio), quantidade considerada apenas para consumo próprio, portanto não se tratando de tráfico.

PRINCIPAIS ÁLBUNS

O grupo musical Titãs é considerado uma das mais icônicas e respeitadas bandas de música pop urbana do Brasil, um exemplo de bom gosto musical, com vários hits considerados clássicos da música pop brasileira. Embora a morte prematura de Marcelo Fromer, vítima de um acidente de trânsito, em 2001, tenha causado uma reformulação nos arranjos da banda, com menos instrumentos musicais, é possível afirmar que o trabalho da banda, em mais de 40 anos de carreira, com 19 álbuns de estúdio, coletâneas e/ou ao vivo, é digno de ser apreciado pelos ouvidos mais exigentes e seletivos.

Com mais de 200 músicas escritas e arranjadas, incluindo versões diferentes da mesma música, inclusive remasterizadas e/ou remixadas, com mais de 6.000.000 de cópias de álbuns vendidos, dependendo da fonte consultada (esses números variam um pouco de acordo com cada fonte), a banda Titãs é uma das mais bem sucedidas bandas de música pop do Brasil, embora não tenha sido uma unanimidade entre as comunidades mais conservadoras, avessas ao conteúdo rebelde do pop-rock em geral.

Algumas músicas da banda Titãs foram incluídas em trilhas sonoras de novelas da TV Globo, incluindo AA-UU (Hipertersão, em 1986), É Preciso Saber Viver (Pecado Capital, de 1998), Epitáfio (Desejo de Mulher, de 2002), Sonífera Ilha (Três Irmãs, de 2008), Antes de Você (Caras e Bocas, de 2009) e Pelo Avesso (Cama de Gato, de 2009), dentre outras.

A banda Titãs está no topo da indústria fonográfica brasileira, eles estão entre as bandas mais bem sucedidas do rock nacional, ao lado de Barão Vermelho, Legião Urbana, Roupa Nova, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Capital Inicial, Skank, Jota Quest, Pato Fu, Biquini Cavadão, Ultraje a Rigor e Kid Abelha, dentre outros.

DISCOGRAFIA