BLACK MUSIC (INDÚSTRIA FONOGRÁFICA)

BLACK MUSIC
MÚSICA AFRO-AMERICANA (EUA)
MÚSICA GOSPEL OU SPIRITUAL
MÚSICA NEGRA
MÚSICA PRETA


INTRODUÇÃO

Black Music é uma expressão ou termo genérico utilizado para definir o ramo do entretenimento fonográfico secular, antigo ou moderno, formado por gêneros musicais seculares diretamente ou indiretamente derivados da música gospel americana, que teve grande influência sobre o mercado fonográfico secular mundial, principalmente sobre a música pop mundial.


Também conhecida como música afro-americana, equivalente à música afro-brasileira, que, por sua vez, também teve influência sobre a música pop brasileira, a black music é formada por gêneros respeitados, como, por exemplo, o soul, o R&B, o jazz, o lounge, o blues e o folk, e outros gêneros nem tanto respeitados, como a disco music, o funk americano, o rap, o reggae, o hip hop e o ska, dentre outros.


A black music, traduzindo música negra ou música preta, é uma expressão ou termo genérico que engloba ou agrupa gêneros musicais seculares (não religiosos) que emergiram ou foram influenciados pela cultura gospel (evangélica) de descendentes africanos convertidos ao cristianismo ou adeptos ao cristianismo em países colonizados por um sistema agrícola baseado na utilização de mão-de-obra escrava e intensiva, principalmente nos Estados Unidos e principalmente a partir do século XVI, mas que só começou a ser publicada a partir de 1860, portanto muito tempo depois da Revolução Americana de 1766, que, por sua vez, marcou a independência de parte do território americano do domínio inglês.


Trata-se de um grupo de gêneros musicais que serviu de base ou alicerce, após a Segunda Guerra Mundial, para o surgimento da música pop americana, que, por sua vez, foi e é uma das principais bases da indústria fonográfica em praticamente todo o mundo, principalmente nos países que até hoje são fortemente influenciados pela cultura americana, como, por exemplo, Europa Ocidental, América Latina (incluindo o Brasil) e Caribe, Canadá, Austrália, Coreia do Sul, Japão e Nova Zelândia.


SURGIMENTO

As músicas seculares africanas mais antigas foram levadas pelos escravos negros para os países das Américas, principalmente Estados Unidos, Canadá e Brasil, a partir do século XVI, onde passaram por um processo de desenvolvimento, inclusive com estética renovada, com novas letras e novos arranjos, dando origem, séculos depois, a variados gêneros musicais, principalmente o soul, o R&B, o samba, o reggae, o blues e o jazz.


No caso específico da black music (pronuncia-se bléc míusec), mais relacionada aos negros estadunidenses, ela estava mais relacionada à condição precária de vida dos negros norte-americanos antes e depois da guerra civil americana, principalmente a música gospel ou spiritual music, que, por sua vez, deu origem, anos ou séculos depois, ao soul, ao blues, ao R&B e ao jazz, por exemplo.


Como grande parte dos colonizadores americanos e canadenses, principalmente os descendentes de europeus proprietários de terras agricultáveis e/ou senhores de escravos, se “autodeclaravam monoteístas” (católicos, principalmente), o desenvolvimento da música gospel americana foi permitido tacitamente ou implicitamente entre os negros.


Curiosamente e ironicamente, parte das letras da música gospel da época, com mensagens subliminares, era utilizada pelos escravos para se comunicar em código, inclusive como parte de um planejamento de fuga, dando prioridade às rotas com rios, riachos, lagos e lagoas, por exemplo, nos quais podiam tomar banho rapidamente e, portanto, reduzir o cheiro de suor, consequentemente reduzindo o risco de serem rastreados pelo cheiro por cachorros.


Os gêneros principais da chamada black music incluem o jazz (pronuncia-se djés), o blues (pronuncia-se blús), o R&B ou rhythm and blues (pronuncia-se retmén blús), o folk, o soul, a disco music, o reggae (pronuncia-se régui), a funk music ou funky music (pronuncia-se fanki), o rap (pronuncia-se rép) e o hip hop (pronuncia-se ríp róp), parte deles mais antiga e parte mais moderna.


Parte dessas músicas foi e é usada como uma forma de expressar satisfação e felicidade (soul, por exemplo), lamentação e tristeza (blues, por exemplo) ou protesto e crítica social (rap, por exemplo) sobre as condições das comunidades menos favorecidas ou mais vulneráveis em determinados contextos políticos, sociais, geográficos e econômicos de determinadas épocas e de determinadas regiões do planeta, principalmente na América do Norte, América Latina, Europa e Caribe.


O termo também é usado, às vezes, para abranger qualquer gênero musical com uma grande proporção de artistas negros, ou de uma forma muito estreita para significar música urbana composta e executada nos guetos, favelas ou bairros populares. Porém, com o passar dos séculos ou décadas uma parte desses gêneros ganharam status de gêneros de elite, como por exemplo, o jazz, o lounge, o blues, o R&B, o soul e até alguns nichos do hip hop.


ASCENSÃO E ELITIZAÇÃO

Originalmente, a black music foi uma maneira encontrada pelos primeiros escravos negros americanos para expressar-se e comunicar-se durante o trabalho forçado ou quando estavam sendo transferidos de um lugar para outro. Em um tempo onde o seu mundo sócio-cultural estava sendo renegado pelos brancos, a música serviu como uma forma de comunicação entre os negros, de pedidos de intervenção Divina sobre sua condição precária, de expressão de sentimentos e sutis formas de protesto social pelas comunidades negras iniciais. Além disso, a capacidade da música para atuar como um fator de ligação sentimental e emocional forneceu à cultura negra um forte senso de conectividade e de coletividade.


Com o passar dos séculos, a black music se tornou um produto altamente rentável para a indústria fonográfica americana e europeia, tanto como um produto popular ou um produto chique, dependendo de cada caso. O jazz e o lounge, por exemplo, são gêneros respeitados e apreciados pelas classes alta e média, em qualquer lugar do mundo. Na verdade, é quase impossível ouvir e ver esses dois gêneros serem executados em ambientes mais pobres, eles são comuns em ambientes chiques, mais nobres, refinados e caros. Por outro lado, o uso do termo black music tem sido criticado como racista por ligar gêneros musicais à cor da pele.


É uma contradição curiosa, grande parte dos artistas de jazz, blues, R&B e lounge é negra, muitos deles são celebrados como artistas de elite. Aqui no Brasil isso também acontece com os gêneros bossa nova, MPB e choro, por exemplo, que são considerados músicas de elite. Já o pagode continua, curiosamente, sendo considerado um produto popular, salvo algumas exceções notáveis. Parece não haver uma lógica nisso, mas é assim mesmo, é uma coisa subjetiva, uma questão de gosto musical.


Na verdade, a expressão ou termo genérico black music não é de caráter segregativo porque ela permite a participação de artistas brancos normalmente em todas as etapas, incluindo a criação, a produção e a execução da música, ao vivo ou gravada. É muito comum ver instrumentistas e vocalistas brancos em bandas de jazz, lounge, R&B, soul e blues. É apenas uma questão de gosto musical, não tem relação com a cor da pele.


Já o termo afropop, usado para música popular da África, também pode ser aplicado para a música de outros continentes.


NO BRASIL

A chamada música negra brasileira, equivalente em conceito à black music americana, embora com estética sonora ou sonoridade diferente ou não totalmente idêntica, dependendo de cada caso, também teve sua origem no século XVI, logo após a “importação” de escravos africanos, teve um desenvolvimento no início do século XX, com o surgimento samba, seguido, anos ou décadas depois, dos seus gêneros derivados, como o choro ou chorinho, pagode e bossa nova.


Na verdade, há historiadores que não consideram o choro um derivado direto do samba.


A música negra brasileira se intensificou com os seus gêneros nacionais influenciados pela black music americana, a partir da década de 1960, inclusive com os chamados bailes black, que eram festas onde tocavam discos de funk music e soul music.


Mais tarde, após o auge do movimento soul, outros estilos musicais como o miami bass, o rap, o reggae, estiveram presentes. Nesse contexto, acontecia a Ditadura Militar, principalmente a partir da década de 1960, o que impossibilitou as músicas negras brasileiras de terem alta politização, mas não as impediu de serem uma importante afirmação estética e cultural da comunidade negra, além de ter proporcionado uma melhora na autoestima dos membros dessa comunidade.


Anos depois, nos bailes black, que eram frequentados por pessoas de classe média-baixa, havia as chamadas equipes de som, influenciadas pelos chamados sound systems, surgidos na Jamaica, como a Soul Gran Prix, a Furacão 2000 e a Cash Box.


Essas festas aconteciam principalmente no estado de São Paulo, onde também havia o movimento musical baseado no rap e no hip hop, além do estado do Rio de Janeiro, onde também havia o movimento musical chamado funk carioca, que, na prática, é um funk diferente do funk americano.


No estado de Minas Gerais também havia movimentos de música negra brasileira.


OS GÊNEROS BLACK


NA ÁFRICA

  • Afrobeat
  • Tribal House
  • Kizomba
  • Kuduro
  • MPA – Música Popular da África


NOS ESTADOS UNIDOS

  • Blues
  • Espiritual Music ou Gospel
  • Disco Music
  • Funk ou Funky
  • Jazz
  • Rap
  • R&B – Rhythm and Blues
  • Soul
  • Lounge
  • Hip Hop


NO CARIBE

  • Dancehall
  • Dub
  • Ska
  • Soca
  • Reggae


NO BRASIL

  • Axé
  • Bossa Nova
  • Choro ou Chorinho
  • Funk Carioca
  • Funk Paulista
  • Ijexá
  • Lambada
  • Lundu
  • Maxixe
  • Maracatu
  • Pagode
  • Samba
  • Samba-Rock
  • Samba-Funk
  • Samba-Reggae


A BLACK NO YOUTUBE


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_e_catolicismo
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_gospel
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Spiritual
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_negra
  • Wikimedia: Imagens

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