BOEING 747

BOEING 747-100
BOEING 747-200
BOEING 747-SP
BOEING 747-300
BOEING 747-400
BOEING 747-8

INTRODUÇÃO
Logo acima e logo abaixo, duas imagens de encher os olhos, o elegante Boeing 747-400 nas cores da Air France e da Thai, aquela francesa e esta tailandesa. Um dos mais bem sucedidos quadrimotores para voos comerciais intercontinentais da história da aviação, um grande sucesso de vendas, líder em voos transatlânticos de longo curso por décadas seguidas. 

Boeing 747 é uma aeronave comercial quadrimotor widebody de grande porte e longo alcance, com motorização turbofan, com capacidade para transportar entre 400 e 500 passageiros, nas versões de fuselagem alongada, dependendo da configuração interna de assentos adotada, em viagens internacionais e intercontinentais, projetada e desenvolvida desde a década de 1960 nos Estados Unidos pela fabricante norte-americana Boeing Company, e fabricada em larga escala desde a década de 1970.

Boeing Company é um dos maiores grupos industriais de alta tecnologia aeronáutica e aeroespacial do mundo, em valor de mercado e receita bruta, e atualmente é a maior fabricantes de aeronaves comerciais do planeta, em número de aeronaves vendidas. A sua principal concorrente é a corporação europeia Airbus Group, conhecida anteriormente como EADS, também uma gigante do mercado aeronáutico e aeroespacial.

A Boeing é uma tradicional fabricante de aviões comerciais de grande porte, aviões militares, lançadores de satélites, ou seja, foguetes, e também fabrica satélites.

HISTÓRIA

Logo acima, o Boeing 747-100 da Japan Airlines, uma das primeiras e maiores operadoras da primeira versão do gigante quadrimotor. Logo abaixo, um dos exemplares da versão Boeing 747-200, o segundo da família Boeing 747, nas cores da companhia aérea israelense El Al.

O projeto do Boeing 747 foi elaborado na década de 1960 pela equipe de engenheiros da Boeing para disputar uma concorrência das Forças Armadas Americanas para uma aeronave militar de logística de grande porte, alcance intercontinental e alta velocidade de cruzeiro. O vencedor dessa concorrência pública foi a fabricante americana Lockheed Martin, com o seu projeto de cargueiro militar de asas altas C-5 Galaxy, um gigante alado de metal, ainda em atividade na USAF - US Air Force, para transporte de tropas, veículos, suprimentos e armas.

Apesar de ter perdido a concorrência, a alta administração da Boeing Company, liderada pelo executivo William Allen, percebeu que poderia aproveitar uma parte das características originais do seu projeto militar para dar origem a uma aeronave comercial quadrimotor de grande porte para transporte de passageiros e de carga aérea. Nasceu assim o que viria a ser um dos maiores ícones da história da aviação comercial, o Boeing 747, tendo como um dos seus potenciais clientes a companhia aérea americana Pan American Airways, conhecida também como Pan Am, então uma gigante do mercado de transporte aéreo comercial.

O projeto do Boeing 747 foi oficialmente apresentado em 1966 a várias grandes companhias aéreas consideradas na época como potenciais compradoras do avião, à imprensa, a autoridades aeronáuticas e aeroportuárias e a governantes. Com a reação inicial positiva da Pan Am, com sua encomenda inicial de 25 unidades, as demais companhias aéreas dos Estados Unidos, da Europa Ocidental, do Japão, da Austrália e de outras partes do mundo passaram a olhar para o Boeing 747 com mais atenção e menos ceticismo, já que na época essa companhia aérea americana era considerada uma das líderes de mercado e uma pioneira por natureza.

A razão de uma certa relutância e ceticismo inicial de companhias aéreas sobre o Boeing 747 não é difícil de entender, o seu tamanho e complexidade. Era necessário muito combustível para abastecer o avião, muitos passageiros dispostos a pagar o preço das passagens aéreas para viajar entre países distantes, longas pistas de pouso e grandes terminais de embarque para servi-los adequadamente, tudo superlativo e impressionante, quase 200 mil litros de combustível, quase 20 metros de altura total, asas enormes, com cerca de 60 metros de uma ponta a outra, mais de 200 quilômetros de fios e cabos, mais de 4.000.000 de peças, partes e componentes, meticulosamente montados, com um alto grau de profissionalismo, algo nunca antes visto na história da engenharia aeronáutica.

Para dar origem ao Boeing 747 foram necessárias cerca de 75.000 páginas / folhas originais de desenhos, esquemas gráficos, quadros, diagramas, planilhas de diversos tipos, relatórios, manuais técnicos, tutoriais e apostilas de treinamento, entre outros tipos de impressos originais diretamente relacionados ao projeto e a estudos de mercado que justificavam a introdução de uma aeronave tão grande naquele momento do mercado aeronáutico mundial. Foram necessárias cerca de 15.000 horas de testes em túnel de vento para comprovar a eficiência aerodinâmica de sua grande fuselagem, de suas asas de acentuado enflechamento e de sua grande empenagem composta pelos estabilizadores horizontais e vertical.

Para fabricar em larga escala o Boeing 747 seriam necessárias novas e gigantescas instalações, então a Boeing adquiriu uma área de 3.000.000 de metros quadrados junto ao aeroporto de Paine Field, em Everett, uma cidade localizada no estado norte-americano de Washington, a cerca de 50 quilômetros da cidade de Seattle, esta a maior cidade desse estado, embora não seja a sua capital.

Na década de 1960 a Boeing construiu a maior fábrica de aviões do mundo, com o maior hangar de montagem, com 5,6 milhões de metros cúbicos. Em 1968 estava montado o primeiro protótipo de testes do Boeing 747, chamado dentro da empresa de City of Everett, com seu voo inaugural em 1969. Assim, a Boeing concluiu as etapas iniciais necessárias para a fabricação e certificação do maior avião comercial do mundo para transporte de passageiros, um projeto de US$ 1 bilhão (dólares), em valores da época.

A certificação do Boeing 747 foi conquistada pela Boeing em 1969, a FAA - Federal Aviation Administration foi a primeira autoridade aeronáutica do mundo a emitir o certificado do gigante alado de metal, depois de cerca de 1.400 horas de voos de testes e demonstrações. A primeira versão certificada do Boeing 747 era o Boeing 747-100, com motores turbofan Pratt & Whitney JT9-D, que durante a fase de desenvolvimento foi submetido a uma variedade de modificações e ajustes para torná-lo tecnicamente adequado ao avião.

Em 1970, dois protótipos do Boeing 747, que foram anteriormente configurados para se tornar aeronaves de série, foram introduzidos na Pan Am e passaram a prestar serviços de transporte de passageiros, chamados dentro da companhia aérea de Clipper Young America e Clipper Victor, ressaltando que a Pan Am tinha o costume de nomear cada um de seus aviões. Assim os passageiros da badalada rota Nova York - Londres foram os primeiros a experimentar o Boeing 747 em uma rota transoceânica. A reação dos passageiros não poderia ser outra, deslumbramento.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, o novo interior do Boeing 747-8, a mais moderna versão do Boeing 747, com iluminação LED e belo design dos assentos e dos bagageiros de teto da classe executiva. Logo abaixo, o interior do Boeing 747-400 de propriedade da companhia aérea alemã Lufthansa, a versão anterior do Boeing 747, disponível a partir da década de 1980, com a confortável configuração de assentos da primeira classe.

O Boeing 747 é o primeiro widebody (pronuncia-se uáidbóre) da história da aviação comercial. Ele é uma aeronave de fuselagem larga e mede duas vezes e meia o tamanho do Boeing 707, até então uma das maiores aeronaves de longo alcance da década de 1960. As suas dimensões são realmente impressionantes, é a terceira maior aeronave comercial fabricada no planeta, atrás apenas do Airbus A380,maior aeronave comercial para transporte de passageiros, e do Antonov An225, a maior aeronave do mundo que, aliás, é apenas cargueira.

O Boeing 747 é um quadrimotor turborreator que apresentou a primeira configuração double decker (dois andares para passageiros em parte da fuselagem da aeronave) da aviação, que constitui sua característica física mais notável, a corcova superior. A Boeing projetou o andar superior ao pavimento principal para servir como um salão, para a primeira classe ou para lugares extras, e permitir que as aeronaves fossem facilmente convertidas em cargueiros através da remoção de assentos e pela instalação de uma porta de carga na sua parte dianteira.

À época de seu desenvolvimento, a Boeing tinha a expectativa de produzir logo aviões supersônicos, o que seria prejudicial ao Jumbo se ele não fosse conversível. Por isso esperavam a venda de no máximo 400 unidades, até que se tornasse obsoleto, mas ele excedeu em muito as previsões dos críticos do projeto e excedeu as previsões da própria fabricante, ultrapassando a marca de 1.000 unidades fabricadas em 1993, e em 2009 ele superou a marca de 1.400 unidades fabricadas, em cinco versões diferentes, com mais de 100 configurações diferentes. O avião ainda é produzido na sua versão mais moderna, o Boeing 747-8, e está disponível nas configurações para passageiros, cargas, executiva e militar. Desde a década de 1970, a Boeing fabricou mais de 1.500 unidades do Boeing 747, incluindo as vendas de sua mais recente versão.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Logo acima, a antiga cabine de comando do Boeing 747, basicamente formada por instrumentos analógicos, mas completa para voos por instrumentos. Pode-se dizer que nas décadas de 1970 e 1980 era o que havia de mais moderno e seguro em instrumentos para uso na aviação civil. Logo abaixo, um salto significativo de sofisticação e modernidade, o cockpit digital da mais recente versão do Boeing 747, inspirado nos avanços tecnológicos do moderníssimo bimotor Boeing 787.  

Na década de 1960 a Força Aérea dos Estados Unidos lançou uma concorrência para um novo modelo de avião militar para transporte pesado e de grande alcance. A Boeing apresentou o seu projeto, mas não foi a vencedora da concorrência. Restou então à fabricante oferecer a aeronave a companhias aéreas comerciais, para uso civil, e assim nasceu o modelo Boeing 747, com capacidade duas vezes maior que os modelos intercontinentais para transporte de passageiros da época.

O Boeing 747 não foi criado originalmente para ser um avião de transporte de passageiros, isso explica porque o seu projeto privilegia em vários aspectos o transporte de cargas aéreas, com um grande nariz articulado para servir de porta de carga, algo até então inédito na aviação comercial. A fuselagem do Boeing 747 acomoda lado a lado, em seu porão de cargas, dois contêineres de 2,45 metros X 2,45 metros. Na década de 1960, o projeto original de asas altas do Boeing 747 foi repensado para transportar passageiros, ele foi modificado para um uso mais amplo de transporte de passageiros e cargas, com asas baixas, mas com a possibilidade de uma futura conversão para transporte de cargas aéreas.

As 25 primeiras unidades encomendadas do Boeing 747 foram da Pan Am, seguidas por encomendas da Lufthansa e Japan Airlines. Seu lançamento ocorreu em 1966 e o primeiro voo em 1969. Em 1970 fez sua estreia em voos comerciais, cruzando o Oceano Atlântico nas cores da Pan Am, inaugurando assim a era dos widebodies ou aeronaves de fuselagem larga, com dois corredores para acesso às poltronas e grande alcance intercontinental non-stop.

Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, os fabricantes de aeronaves quadrimotoras estavam dispensados da exigência de certificação ETOPS - Extended Twin Engine Operations para a operação dessas aeronaves sobre oceanos, desertos e florestas. Quando o Boeing 747 foi lançado na década de 1960, era mais fácil fabricantes de aeronaves quadrimotoras e trimotoras convencerem autoridades aeronáuticas e companhias aéreas sobre os níveis de segurança combinados com a viabilidade econômica de seus projetos, para viajar sobre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico, o que não acontece hoje em dia, pois as aeronaves comerciais bimotoras estão mais confiáveis que antigamente. Esta é uma das explicações para o sucesso de vendas do quadrimotor Boeing 747 na década de 1970 e parte da década de 1980.

Depois do modelo inicial Boeing 747-100, a Boeing desenvolveu a sub-versão Boeing 747-100B, com maior peso máximo de decolagem, conhecido no meio aeronáutico como MTOW - Maximum Take-Off Weight, e a sub-versão Boeing 747-100SR (Short Range ou Alcance Curto), com maior capacidade de passageiros. O aumento do peso máximo de decolagem de aeronaves permite transportar mais combustível e, consequentemente, ter maior alcance.

A versão seguinte foi o Boeing 747-200 em 1971, com motores mais potentes e peso máximo de decolagem superior. Versões cargueiras e versões combi (uma parte da fuselagem usada para transportar passageiros e outra parte para transportar cargas aéreas) também foram produzidas. Boeing 747-SP (Special Performance ou Performance Especial), uma versão curta do Boeing 747, tem um alcance maior e entrou em serviço em 1976.

Boeing 747-300 foi lançado em 1980 como resultado de estudos para aumentar a capacidade do Boeing 747. O primeiro Boeing 747-300 foi concluído em 1983 e tinha o segundo andar mais longo, aumento da velocidade de cruzeiro e aumento da capacidade de assentos. A designação original do 747-300 foi 747SUD (deck superior alongado).

VERSÃO 747-400
Logo acima, o elegante Boeing 747-400 da companhia aérea australiana Qantas, um dos mais modernos da família Boeing 747. Logo abaixo, outro Boeing 747-400, o confortável avião intercontinental da extinta Varig, a principal companhia aérea brasileira nas décadas de 1980 e 1990.
Boeing 747-400, uma das versões mais modernas e mais conhecidas do Boeing 747, está entre os mais velozes aviões comerciais em serviço, com velocidade de cruzeiro de aproximadamente 910 km/h e um alcance geodésico aproximado de 13.000 quilômetros, considerado um alcance intercontinental, ou seja, o suficiente para sobrevoar um oceano, deserto ou floresta, ligando um continente a outro. Essa versão, na configuração para transporte de pessoas, pode acomodar confortavelmente 410 passageiros (típica de três classes, em média densidade, comum em voos intercontinentais) ou 520 passageiros (típica de duas classes, em alta densidade). A extinta companhia aérea brasileira Varig deu preferência, na década de 1990, a uma configuração mais confortável, de baixa densidade, com 380 assentos em três classes.

A versão Boeing 747-400 foi fabricada até 2009, foi uma das versões do Boeing 747 que receberam a maior quantidade de inovações tecnológicas, inclusive com a introdução de novos materiais em sua construção, mais leves, principalmente o material composto, que permitiram uma significativa redução de peso, cerca de 24 toneladas em relação à versão anterior, e, como consequência, redução no consumo de combustível, além da adoção de motores mais silenciosos e de manutenção mais barata. Porém, as partes principais da fuselagem, das asas e da empenagem de todas as versões do Boeing 747 sempre foram construídas em alumínio, aço e titânio.

O Boeing 747-400 entrou em serviço em 1986, tendo a Northwest Airlines como seu primeiro cliente. A Boeing conseguiu simplificar a cabine de comando do avião com a introdução de novas tecnologias de aviônicos, principalmente a suíte de aviônicos do tipo glass cockpit, conhecida também como EFIS - Electronic Flight Instrument System. Foi possível assim reduzir o número total de interruptores / switches, disjuntores, botões, luzes, indicadores, de 971 para 365, sem dúvida um grande avanço tecnológico.

Essa versão modernizada do Boeing 747 possui capacidade máxima de até 580 passageiros, em configuração de classe única. Tem comprimento total de aproximadamente 71 metros, envergadura de aproximadamente 65 metros, velocidade de cruzeiro de aproximadamente 930 km / h, e capacidade de carga de aproximadamente 410 toneladas.

VERSÕES E CONFIGURAÇÕES

  • Boeing 747-100 - Foi a primeira versão fabricada e sua produção em série foi encerrada em 1986. Uma sub-versão do Boeing 747-100, nomeada Boeing 747-100B também foi fabricada. Considerando todas as unidades fabricadas da versão e da sub-versão, foram mais de 220 unidades vendidas.
  • Boeing 747-200 - A Boeing lançou essa versão em 1971, com novos motores e maior capacidade. Em seguida, várias sub-versões e configurações foram disponibilizadas aos operadores, incluindo a sub-versão Boeing 747-200B, com alcance maior e motores mais potentes, uma sub-versão totalmente cargueira, uma sub-versão híbrida para uso misto, chamada Combi, e uma sub-versão quick change para uso alternado, ora transportando apenas passageiros ora transportando apenas carga. Entretanto, a mais famosa sub-versão do Boeing 747-200 foi o Air Force One, o avião oficial da Presidência dos Estados Unidos, usado para o transporte do chefe de estado. Mais de 390 unidades do Boeing 747-200, considerando todas as suas sub-versões e configurações, foram fabricadas.
  • Boeing 747 SP - É uma versão com fuselagem encurtada do Boeing 747. Foi uma das versões de maior alcance da família Boeing 747, o terceiro da família a entrar em produção seriada. Entrou em serviço em 1975, com alcance de aproximadamente 12.700 quilômetros. Em 1989 a Boeing encerrou a produção do avião. Apenas 54 unidades foram fabricadas;
  • Boeing 747-300 - A princípio, em 1980, essa versão foi projetada pela Boeing para atender um pedido da companhia aérea holandesa KLM, então uma de suas principais clientes. A empresa pediu à Boeing o aumento do comprimento do upper-deck (o andar superior) do Boeing 747, com mais sete metros, para acomodar mais passageiros em sua primeira classe. Várias melhorias foram introduzidas, incluindo o aumento da capacidade de transportar passageiros, até 400 pessoas em três classes, e versões melhoradas dos motores. Foram fabricadas mais de 100 unidades no total, para várias companhias aéreas, incluindo algumas sub-versões Combi.
  • Boeing 747-400 - Um dos mais modernos integrantes da família Boeing 747 estreou em 1985, com um aumento na capacidade, novos motores, aviônicos mais modernos, maior quantidade de partes em material composto e instalação de winglets nas pontas das asas. Uma parte dos avanços tecnológicos presentes nos bimotores Boeing 767 e Boeing 757 foi introduzida na versão Boeing 747-400, incluindo a suíte digital de aviônicos do tipo EFIS - Electronic Flight Instrument System, incluindo o FMC - Flight Management Computer, que possibilitou a dispensa definitiva dos serviços do engenheiro de voo, que até então era o terceiro integrante da tripulação de cabine de comando em aviões intercontinentais da época.

VERSÃO 747-8
Logo acima, o Boeing 747-8 da companhia aérea Lufthansa, uma das principais clientes da Boeing. A empresa alemã optou pela mais nova versão do Boeing 747 para transportar seus passageiros. Logo abaixo, uma sub-versão cargueira do Boeing 747-8, nomeada pela fabricante como Boeing 747-8 F, operada pela companhia aérea cargueira Cargolux, sediada em Luxemburgo, um pequeno país europeu.
Boeing 747-8 é uma moderna aeronave comercial quadrimotor widebody de grande porte e longo alcance, com motorização turbofan, com capacidade para transportar confortavelmente 467 passageiros em viagens internacionais e intercontinentais, numa configuração de média densidade, projetada e desenvolvida pela fabricante norte-americana Boeing na década de 2000, fabricada desde 2012 e com mais de 100 unidades já entregues a várias companhias aéreas.

Ele é uma nova e moderna versão do Boeing 747 anunciada pela Boeing em 2005. Essa nova versão modernizada usa a mesma tecnologia de motorização da fabricante de motores General Electric, usada para impulsionar o moderníssimo Boeing 787, daí o uso do número 8 na denominação da versão Boeing 747-8. Essa nova versão é projetada para ser mais silenciosa, mais econômica e ecológica que a versão anterior Boeing 747-400. Segundo a Boeing, o Boeing 747-8 Intercontinental consume 15% menos combustível que o Boeing 747-400, com um redução de 30% dos níveis de ruído nas decolagens e nas subidas.

O Boeing 747-8 tem a fuselagem ainda mais alongada para transportar mais passageiros. A versão de passageiros, chamada Boeing 747-8 Intercontinental ou 747-8 I, é projetada para transportar até 467 passageiros em uma configuração de três classes e voar mais de 14.000 quilômetros a aproximadamente 910 km / h. O primeiro Boeing 747-8 fabricado para venda foi entregue em maio de 2012 à companhia aérea alemã Lufthansa. A força de propulsão é fornecida pelos motores General Electric GEnx.

A sub-versão cargueira de nova geração denominada Boeing 747-8 F é derivada do Boeing 747-400 ERF. Essa versão tem 16% mais capacidade de carga que seu antecessor, permitindo-lhe transportar sete contêineres de carga padrão adicionais, com uma capacidade máxima de carga de 154 toneladas. O Boeing 747-8 F fez seu voo inaugural em 2010.

No modelo Boeing 747-8, a versão atual do Boeing 747, a velocidade foi mantida, mas a autonomia de voo aumentou para mais de 14.000 km, e o peso máximo de decolagem elevado para 442.000 kg. O mesmo aconteceu com o número máximo de passageiros. Ele passou de 524 para 581, quando configurado em alta densidade, com classe única.

O Boeing 747 será futuramente substituído pelo Boeing Y3, parte do projeto Boeing Yellowstone de desenvolvimento de novos aviões.

Até o momento, cerca de 40 unidades da versão Boeing 747-8 Intercontinental, a mais moderna, para transporte de passageiros, foram fabricadas e entregues a vários operadores em vários países, entre eles a companhia aérea alemã Lufthansa. Cerca de 80 unidades da sub-versão Boeing 747-8 F foram fabricadas e entregues, somando 120 unidades de ambos os modelos.

MERCADO

Logo acima e logo abaixo, a mais nova versão do Boeing 747, nomeado pela Boeing como 747-8 Intercontinental. É o mais moderno integrante da família Boeing 747, com maior capacidade de transportar passageiros e cargas em relação às versões anteriores

Apelidado de Jumbo, o Boeing 747 é um dos aviões mais conhecidos e admirados da história da aviação, foi um dos mais populares nas décadas de 1970, 1980 e 1990, e manteve o seu recorde de passageiros transportados por cerca de 30 anos, desde seu primeiro voo em 1970. A família Boeing 747 já conseguiu completar mais de 46 anos de atividades de transporte comercial e cargueiro em todos os continentes do planeta. A maioria dos aviões da família Boeing 747 já foi e está sendo convertida em cargueira.

Por mais de 30 anos, o Boeing 747 manteve o seu status de maior avião comercial para transporte de passageiros do mundo. A Boeing já vendeu 1.500 unidades desse modelo, o que para os padrões de mercado do transporte aéreo comercial pode ser considerado um grande sucesso de vendas. Até hoje, o Boeing 747, em suas várias versões comerciais, transportou mais de 4 bilhões de passageiros, com mais de 70 bilhões de quilômetros voados. Ele tem um dos melhores índices de confiabilidade do transporte aéreo comercial, ou seja, ele é um dos modelos de aviões que menos se envolveu e / ou foi envolvido em acidentes graves com vítimas fatais.

A Boeing Company americana enfrenta atualmente uma dura concorrência com a Airbus Industrie europeia pela liderança do mercado mundial de transporte aéreo comercial, que, aliás, já foi a maior fabricante de aviões comerciais do mundo até alguns atrás. Atualmente, a Airbus é a segunda maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta e empregou no seu maior produto comercial Airbus A380 quase tudo o que existe de mais avançado na construção de aeronaves, principalmente o uso intensivo de material composto na construção da fuselagem do gigante voador europeu.

Atualmente, o único concorrente direto do Boeing 747-8 Intercontinental, na faixa de 460 passageiros em três classes, é o Airbus A380, mas os jatos bimotores intercontinentais de grande porte Airbus A-330-300 e o Airbus A350 XWB, também podem ser considerados concorrentes por suas capacidades elevadas de passageiros e velocidade.

De modo geral, aeronaves bimotoras apresentam custo operacional bem mais baixo que aeronaves quadrimotoras de tamanho e capacidade semelhantes. Porém, até onde se sabe, ainda não há tecnologia comercialmente viável no planeta para gerar simultaneamente 280.000 libras de potência (o caso do Airbus A380) ou simultaneamente 266.000 libras de potência (o caso do Boeing 747-8) com o uso de apenas dois motores. Portanto, a única solução para transportar simultaneamente e confortavelmente 450 passageiros ou mais é a aeronave impulsionada por quatro motores, o quadrimotor ou quadrirreator.

Grandes companhias aéreas preferem transportar simultaneamente o maior número possível de passageiros no menor número possível de aeronaves em viagens internacionais e intercontinentais, em função de algo que em Economia e Administração de Empresas costumam chamar de economia de escala.

Porém, o problema atual das aeronaves quadrimotoras (quatro motores) e trimotoras (três motores) é o excesso de complexidade dos sistemas elétrico, hidráulico, eletrônico e mecânico, que exigem mais atenção e mais tempo na manutenção e na operação, o que eleva seus custos de manutenção e reduz sua competitividade.

Os grandes fabricantes de grandes jatos quadrimotores tentam contornar essas situações complicadas com a adoção de uma variedade de novas tecnologias, como, por exemplo, o moderníssimo superjumbo europeu Airbus A380, com número elevado de controles automatizados e uso intensivo de materiais compostos na construção da aeronave, para simplificar o máximo possível a operação e reduzir o peso da aeronave, respectivamente.

É inevitável a comparação do Boeing 747-8 I com os atuais e modernos bimotores de grande porte com certificação ETOPS - Extended Operations, alguns deles inclusive fabricados pela própria Boeing, como o moderníssimo e econômico Boeing 787 e o Boeing 777-300, e os jatos fabricados pela Airbus, como o Airbus A330-300 e Airbus A350XWB.

É uma tendência natural a substituição gradativa das versões mais antigas do Boeing 747 por outras alternativas mais racionais e econômicas, principalmente bimotores, sem que isso signifique redução dos níveis de segurança, já que o índice de falhas dos motores turbofan produzidos pelas grandes marcas internacionais Rolls-RoycePratt & Whitney e General Electric continua sendo gradativamente reduzido para níveis baixíssimos.

Outra nova tendência da indústria aeronáutica mundial para o futuro é a substituição de uma parte dos atuais mecanismos atuadores hidráulicos por mecanismos atuadores elétricos, na mesma proporção e no mesmo ritmo de desenvolvimento das novas tecnologias de geração e armazenamento de energia elétrica a bordo das aeronaves, visando uma maior redução de peso e complexidade.

As versões mais antigas do Boeing 747 estão sendo atualmente transformadas gradativamente em cargueiros. Somando todas as unidades de todas as versões e sub-versões fabricadas e entregues desde a década de 1970, antigas e modernas, ainda estão em operação atualmente cerca de 540 unidades, a maioria transformada em cargueiros, o equivalente a 1 / 3 (um terço) do número total de aeronaves fabricadas.

PRINCIPAIS OPERADORAS DO BOEING 747
COMPANHIA
dec. 1970
dec. 1980
dec. 1990
dec. 2000
dec. 2010
 JAL – Japan Air Lines


76
44
28
 British Airways


64
57
52
 Korean Air


39
45
48
 All Nippon Airways




8
 Air France

33
46
17
14
 United Airlines


49
37
25
 Lufthansa


35
30
32
 KLM (Holanda)


37
26
25
 Cathay Pacific



23

 Alitalia


13
1

 Qantas (Austrália)





 Pan Am (extinta)
25

-
-
-
 Singapore Airlines





 Tower Air (Estados Unidos)


19


 Cargolux (cargueira)



12
10
 SAA – South African


16
2

 Delta Airlines



6
16
 Atlas / Polar (cargueira)


12

45
 Emirates



5

 El Al (Israel)



9

 TAAG (Angola)


-
3

 Varig (extinta)
-
8
3
-
-
 Federal Express


6


 Iberia (Espanha)
4
4
7
2
-
 MEA – Middle (Líbano)


3


 Swissair / Swiss


5

-
 China Southern




2

O quadro acima tenta refletir o posicionamento de cada uma das maiores companhias aéreas operadoras do modelo Boeing 747, de todas as versões e sub-versões, inclusive cargueiras, em cada uma das décadas em que o modelo foi produzido. Foram somadas todas as unidades de Boeing 747 das frotas de cada uma das companhias aéreas citadas, ressaltando que os números variam a cada ano, pois a maioria delas soma e subtrai aviões todos os anos em suas respectivas frotas, se ajustando à demanda do mercado de transporte aéreo, que também varia todos os anos. Assim, foi levado em consideração o número máximo de aviões Boeing 747, próprios e / ou alugados, que cada empresa operou dentro de cada um dos períodos de 10 anos.

Note que a intenção aqui não é oferecer um quadro com os números atualizados de Boeing's 747 de cada companhia aérea, mas o número máximo de aviões Jumbo que cada uma delas operou em cada década.

SEGURANÇA

O Boeing 747 é considerado uma aeronave segura, mas infelizmente esteve envolvido em alguns dos piores acidentes da história da aviação civil mundial, entre eles o ocorrido no Aeroporto de Los Rodeos, cidade de Tenerife, nas Ilhas Canárias, território espanhol, como consequência de falha humana e mau tempo. Dois Boeing's 747, um da companhia holandesa KLM e outro da americana Pan Am, colidiram na tarde de 27 de março de 1977. O holandês iniciava a decolagem e o americano taxiava na mesma pista com denso nevoeiro, quando o piloto da KLM tentou decolar inadvertidamente e, sem alcance visual adequado, colidiram, provocando a morte de 583 pessoas.

O 747 também foi envolvido em um desastres aéreo em 1985, no voo 123 da JAL - Japan Airlines. O avião saiu de Tóquio em direção a Osaka e a cauda se desprendeu do avião e o mesmo ficou sem o estabilizador vertical e com danos nos controles hidráulicos da aeronave. Apesar disso, o avião sofreu descompressão, o piloto conseguiu manter o avião no ar durante trinta minutos até ele se chocar com o Monte Takamagahara a 100 quilômetros de Tóquio. Dos 524 passageiros abordo, apenas 4 sobreviveram. Investigações oficiais apontaram para um reparo fora dos padrões no cone de cauda, provocando o rompimento / fadiga precoce do metal, acentuado pelo ar pressurizado da cabine de passageiros. Após a conclusão das investigações, ao saber a causa do acidente, o mecânico que fez o reparo se suicidou...

Também esteve envolvido no desastre de 1996 um Boeing 747 da Saudi Arabian Airlines, no voo 763, no qual colidiu com um Ilyushin Il-76 da Air Kazakhstan causando 349 mortes. Em 1985, um 747 da Air India explodiu no sul da Irlanda devido a uma bomba, causando 329 mortes.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

BOEING 747-8 INTERCONTINENTAL
  • Capacidade: Aprox. 467 passageiros (3 classes);
  • Tripulação de cockpit: 1 piloto e 1 co-piloto;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 910 km / h;
  • Comprimento: Aprox.76 metros;
  • Envergadura: Aprox. 68 metros;
  • Altura: Aprox. 20 metros;
  • Motorização (potência): 4 X General Electric GEnx-2B67 (66.500 libras / cada);
  • Peso máximo decolagem: Aprox. 442.000 kg;
  • Alcance: Aprox. 14.000 quilômetros (lotado / 75% potência);
  • Teto de serviço: Aprox.
  • Pista de pouso: Aprox.
  • Preço (nos EUA): US$ 380 milhões (atual);

BOEING 747-400
  • Capacidade: Aprox. 416 passageiros (3 classes);
  • Tripulação de cockpit: 1 piloto e 1 co-piloto;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 930 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 71 metros;
  • Envergadura: Aprox. 64 metros;
  • Altura: Aprox. 20 metros;
  • Motorização (potência): 4 X General Electric CF-6 (57.160 libras / cada);
  • Motorização (potência): 4 X Pratt & Whitney 4062 (63.300 libras / cada);
  • Motorização (potência): 4 X Rolls Royce RB211 (60.600 libras / cada);
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 385.000 kg;
  • Alcance: Aprox. 13.000 quilômetros (lotado / 75% potência);
  • Teto de serviço: Aprox. 13.500 metros;
  • Pista de pouso: Aprox. 3.800 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Preço (nos EUA): US$ 260 milhões (em 2007);

BOEING 747-300
  • Capacidade: Aprox. 416 passageiros (3 classes);
  • Tripulação de cockpit: 1 piloto, 1 co-piloto, 1 engenheiro;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 890 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 71 metros;
  • Envergadura: Aprox. 60 metros;
  • Altura: Aprox. 20 metros;
  • Motorização (potência): 4 X General Electric CF-6
  • Motorização (potência): 4 X Pratt & Whitney JT9-D
  • Motorização (potência): 4 X Rolls Royce RB211
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 377.000 kg;
  • Alcance: Aprox. 12.000 quilômetros (lotado / 75% potência);
  • Teto de serviço: Aprox. 13.000 metros;
  • Pista de pouso: Aprox. 3.800 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Preço (nos EUA): US$ 83 milhões (em 1982);

TRÊS VISTAS (747-400)


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REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Boeing_747
  • Boeing Company (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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