AGRICULTURA E PECUÁRIA


AGRICULTURA
PECUÁRIA
AGROPECUÁRIA
AGRONOMIA
AGROINDÚSTRIA
ZOOTECNIA
VETERINÁRIA

INTRODUÇÃO

Logo acima e logo abaixo, colheita totalmente mecanizada de grãos, nos Estados Unidos e no Brasil, respectivamente. A agricultura, desde que desenvolvida com responsabilidades social e ambiental, é uma das mais importantes atividades produtivas da humanidade.
A agricultura é a arte de cultivar a terra, é o conjunto de técnicas, atividades e experiências desenvolvidas e utilizadas para cultivar vegetais com o objetivo de obter alimentos, fibrasenergia, matérias-primas para fabricar roupasmedicamentos e ferramentas, para serem empregadas em construções ou apenas para contemplação estética.

A pecuária é a arte e indústria da criação de animais, principalmente gado bovino, gado ovino e gado suíno. Essas técnicas, atividades e experiências desenvolvidas e praticadas de pecuária compreendem a alimentação, a seleção, a reprodução e a higiene dos animais para obtenção de produtos de consumo humano, entre eles a carne e o leite.

agropecuária é a teoria e prática da agricultura associada à pecuária. O termo agropecuária é a junção de partes dos substantivos agricultura e pecuária, e está relacionado às técnicas, atividades e experiências de pequenos, médios e grandes produtores rurais que utilizam práticas tradicionais e / ou modernas ou inovadoras da produção agrícola combinadas com a criação de animais para produção de alimentos para consumo humano, onde o conhecimento das técnicas é repassado através de gerações ou por meio de extensão rural.

A agricultura, a pecuária e a agropecuária fazem parte do setor primário da economia.

Quem trabalha na agricultura é o agricultor ou trabalhador rural. O termo fazendeiro, lavrador ou produtor rural se aplica ao proprietário de terras rurais em que normalmente é praticada a agricultura, a pecuária ou a agropecuária. O agricultor ou trabalhador rural é a pessoa que trabalha na zona rural, seja na condição de proprietário rural ou seja como empregado do proprietário rural ou da propriedade rural. 

A pessoa que arrenda terras para cultivo também pode ser considerada produtor rural.

A Agronomia é a ciência que estuda as características das plantas e dos solos para melhorar as técnicas agrícolas, ela é o estudo das relações entre os vegetais, o solo no qual estão fixados e o clima dos ambientes em que estão inseridos. Já a a extensão rural é o repasse ou transferência desse conhecimento e experiência acumulados pelos cientistas e pesquisadores, seja por meio de consultorias prestadas diretamente aos produtores rurais durante as visitas às suas propriedades rurais, seja por cursos presenciais ou a distância (via Internet, por exemplo) ministrados por técnicos e ou engenheiros agrônomos, ambos no papel de professores contratados por empresas privadas ou órgãos públicos ligados à atividade rural ou, simplesmente, por meio de programas de TV, rádio, jornais e revistas, em reportagens ou matérias veiculadas na mídia.

A agroindústria é a atividade econômica de industrialização do produto obtido pela atividade de agricultura, de pecuária ou de agropecuária. A agroindústria pode ser também a produção de máquinas, equipamentos e outros artigos utilizados na produção agrícola, na pecuária ou na agropecuária, entre eles fertilizantes, corretivos de solo, sementes e medicamentos. Já a agrimensura é a técnica de medição e delimitação das áreas rurais, atualmente com uso de uma variedade de tecnologias, entre elas o GPS - Global Positioning System.

Os chamados produtos agroquímicos são todos aqueles utilizados especificamente para viabilizar a produção agrícola, principalmente a produção agrícola em larga escala. Fazem parte desse grupo ou categoria de produtos os fertilizantes, que são utilizados para aumentar a produtividade, enriquecendo o solo com nutrientes; os pesticidas, herbicidas e fungicidas, usados para eliminar ou controlar os agentes causadores de danos às safras, incluindo insetos, ervas daninhas e fungos; os reagentes químicos usados em processos de produção da agroindústria, como produção de etanol, por exemplo; os produtos veterinários; e os produtos de limpeza e higiene de ambientes rurais e agroindustriais; dentre outros.

Existe uma polêmica no Brasil sobre o uso de herbicidas, fungicidas e pesticidas. Embora a preocupação de ambientalistas sobre o uso deles seja legítima e concreta, o fato é que sem eles é praticamente impossível manter a alta produtividade atual das grandes lavouras brasileiras. Uma solução, um meio termo, entre os dois pontos de vista, digamos, precisa ser encontrada.

ETIMOLOGIA E TERMINOLOGIA

O prefixo agro, usado para dar origem a substantivos, tem origem no verbete latino agru, com tradução ou significado campo ou terra cultivada ou cultivável. Mas há uma outra origem para o adjetivo em português agro, derivado do latim acrus, que significa ácido e azedo ou, ainda, íngreme ou difícil.

A agricultura é a prática ou ciência do cultivo do solo para a produção de vegetais. A palavra agricultura vem do latim agricultura, composta por ager, que significa campo e território, e cultura, que significa cultivo, no sentido estrito de cultivo do solo.

Em português, a palavra agricultura manteve este sentido estrito e refere-se exclusivamente ao cultivo dos campos, ou seja, relaciona-se à produção de vegetais . No entanto, em inglês, assim como em francês, a palavra agriculture ( em inglês pronuncia-se agricâltchâr) indica de maneira mais genérica as atividades agrícolas e pecuárias, tanto de cultivo dos campos para produção de vegetais quanto de criação de animais. Uma tradução mais precisa de agriculture seria, portanto, agropecuária.

O termo em latim pecus quer dizer cabeça de gado, principalmente de ovelhas. A palavra tem a mesma raiz latina de pecúnia, que significa moeda ou dinheiro. Na antiga Roma, os animais criados para abate também eram usados como reserva de valor.

O termo plantation pode ser usado para definir as monoculturas extensivas de vegetais para consumo humano, no entanto esse termo é mais usado em países de língua inglesa, principalmente nos Estados Unidos.

TIPOS E OBJETIVOS DE AGRICULTURA
Logo acima, grande plantação de laranja no Brasil, o maior produtor e exportador mundial do suco concentrado dessa fruta cítrica. Logo abaixo, grande plantação de milho também no Brasil, totalmente mecanizada, desde o preparo do solo, passando pela semeadura e pela colheita, até chegar ao armazenamento em silos de metal.

A agricultura é um conjunto de conhecimentos acumulados, experiências, técnicas e atividades que o ser humano criou e desenvolveu por séculos seguidos para produzir mais e melhor. A agricultura é o conjunto de atividades direcionado para a obtenção de produtos úteis ao ser humano, principalmente para sua alimentação.

Pode-se classificar a agricultura de acordo com as suas características principais ou de acordo com sua finalidade:
  • Agricultura de subsistência: A produção destina-se ao consumo do próprio produtor rural e de sua família. É mais comum na agricultura familiar, porém no Brasil tende a desaparecer na proporção inversa do desenvolvimento e treinamento dos agricultores;
  • Agricultura comercial: É destinada à venda, portanto quem define o volume de produção é o mercado consumidor;
  • Agricultura especulativa: Organizada exclusivamente para a exportação, a princípio não se relacionaria com os interesses da sociedade local. Na verdade, esta definição é polêmica, pois a entrada de divisas em dólar e / ou euro nos países produtores é, seria, deveria ser ou deve ser interesse dos respectivos governos;
  • Agricultura coletivista: Organizada segundo as necessidades sociais do país onde é praticada, não se volta para o mercado externo apenas a procura de lucros. (ex.: Kibutzim, em Israel, fazendas estatais com trabalho comunitário, com elevados níveis de integração social);
  • Agricultura científica ou superior: É aquela forma de agricultura que tem entre os seus principais objetivos o aumento de produtividade, com uso de toda a tecnologia disponível, como corretivos de solo, adubos artificiais, combate às pragas e moléstias com produtos químicos modernos e máquinas e equipamentos de última geração. É uma característica da agricultura moderna. É amplamente usada nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Exemplo: Atividades de pesquisa da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no Brasil;
  • Agricultura de platation (pronuncia-se plantêchan): É uma monocultura tradicional e ampla, com finalidades comerciais, que, atualmente, em sua versão moderna, conta com a aplicação intensiva de capitais e tecnologia para a plantação em larga escala. Ela ainda existe nos Estados Unidos, por exemplo, com agricultura fortemente subsidiada, incluindo o cinturão de trigo nos estados de Ohio, Indiana, Illinois, Missouri e Iowa, dentre outros exemplos de países que ainda adotam esse tipo de agricultura;
  • Agricultura extensiva: É uma forma tradicional ou antiga de agricultura em que se explora a fertilidade natural do solo. A tendência é de que essa forma de agricultura desapareça com o passar dos anos, pois a fertilidade do solo tem um limite de utilização e tende a se esgotar com o uso extensivo e sem reposição periódica de nutrientes e correção do solo;
  • Agricultura intensiva: É o tipo de agricultura em que há uma grande utilização do trabalho humano e de tecnologia, com o emprego de mão de obra numerosa, máquinas e equipamentos, combinados com outros elementos, como fertilizantes e corretivos de solo, que otimizam as condições do solo. A tendência é que essa forma de agricultura, ou pelo menos parte dela, se torne mais comum em pequenas propriedades rurais;
  • Agricultura orgânica: É uma forma ambientalmente e ecologicamente correta de cultivo de vegetais saudáveis para consumo humano, com a utilização apenas de métodos biológicos para o controle ou combate às pestes. Porém, sua produção é de baixa escala, praticamente artesanal, de preço mais alto no varejo, inclusive. Os produtos da agricultura orgânica são consumidos principalmente pelas classes alta e média no Brasil, graças ao melhor esclarecimento dessas classes sobre os seus benefícios;
  • Agricultura sustentável: É o método de agricultura economicamente, tecnicamente e ambientalmente viável que visa o retorno de longo prazo do investimento e enfatiza aspectos relevantes, como administração, conservação do solo e manejo integrado das pragas, para evitar degradação ambiental e manter a capacidade do sistema para continuar a produzir no futuro, no longo prazo. É possível combinar pelo menos uma parte das características da agricultura sustentável com as características da agricultura científica ou superior e da agricultura comercial;
  • Agricultura itinerante ou nômade: É um sistema primitivo (muito antigo) de cultivo da terra, praticamente extinto, próprio das regiões tropicais do planeta, que envolvia, inclusive, uma série de atitudes irracionais para o preparo do solo, incluindo as queimadas. Após o esgotamento dos nutrientes da terra, o agricultor a abandonava, em busca de outro campo;

HISTÓRIA

Logo acima, grande plantação de soja na Região Centro-Oeste do Brasil. Este país sul americano é o maior produtor e exportador mundial de soja do mundo, posição ocupada até recentemente pelos Estados Unidos. Logo abaixo, moderna plantação de arroz por irrigação no Brasil, uma opção de produção que não depende de áreas alagadas.

A agricultura é uma das mais antigas atividades humanas. Ela passou por grandes transformações desde o seu início, na pré-história. É provável que a caça e a coleta tenham começando na mesma era. Mas é bom não confundir a agricultura com a coleta, pois a primeira está relacionada ao cultivo de vegetais enquanto a segunda está relacionada ao extrativismo simples, embora nos meios acadêmicos haja quem considere o extrativismo como parte da agricultura.

Como são anteriores à história escrita, os primórdios da agricultura não são bem claros, mas admite-se que ela tenha surgido de forma independente em diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas civilizações.

Entre 10.000 e 12.000 anos atrás, durante a pré-história, no período neolítico ou período da pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores perceberam que alguns grãos que eram coletados na natureza para a sua alimentação poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram. Os primeiros sistemas de cultivo e de criação apareceram em algumas regiões pouco numerosas e relativamente pouco extensas do planeta. Essas primeiras formas de agricultura eram certamente praticadas perto de moradias e aluviões das vazantes dos rios, ou seja, terras já fertilizadas que não exigiam, portanto, desmatamento.

Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas umas das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos, que eram facilmente colhidos quando maduros, o que permitia uma maior produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural.

Logo, as freqüentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. Com o tempo, foram selecionados entre os grãos selvagens aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor e outras. Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada.

Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Ganges (atual Índia), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atualmente conhecida como Iraque) e rios Yangtzé ou Yang-tse-kiang / Amarelo e Azul (China).

Há 5.000 anos, quando a agricultura neolítica atingia apenas o Atlântico, o Mar do Norte, o Báltico, a Sibéria, o vale do Ganges e a grande floresta equatorial africana, as regiões mais próximas desse centro, na Ásia Ocidental, na Europa Oriental e na África Setentrional, já estavam há muito tempo cultivadas e percorridas pelos rebanhos.

O rio Nilo transbordava a cada ano entre julho e outubro. Os cultivos de vazante eram feitos após o recuo das águas, quando os solos estavam embebidos e enriquecidos pelos depósitos de aluviões, e a colheita acontecia na primavera.

Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Natufiana), América Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.

Mudanças no clima ou desenvolvimentos da tecnologia humana podem ter sido as razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura. Há sinais arqueológicos de que 3.000 anos antes do nascimento de Jesus Cristo algumas nações, como China, Babilônia e Egito, por exemplo, já haviam desenvolvido técnicas primitivas de irrigação.

A chamada Revolução Agrícola foi uma mudança na forma de produção agrícola a partir da Grã-Bretanha, ocorrida no século XVIII, com a introdução de novas técnicas de produção, principalmente a rotação de culturas, combinada com a criação e a introdução do chamado arado de Rotterdam em algumas regiões da Europa. Máquinas antigas para debulhar, picar rações, capinar e semear também foram criadas. Já a chamada Revolução Verde foi um forte aumento da produção agrícola mundial, principalmente na Ásia, ocorrido a partir da década de 1960, com o uso intensivo de sementes selecionadas, fertilizantes e pesticidas. Nessa década, houve um aumento de cerca de 70% na produção agrícola desse continente, em relação à década anterior. A partir de então, a Índia, por exemplo, deixou de ter crises dramáticas de fome.

Por outro lado, a fome não cessou na África, que ainda hoje passa por crises anuais de fome em vários países.

O desmatamento desenfreado não é um mal apenas do século XX ou deste século. Há registros de que ele já ocorria de forma intensa entre o século V e o século XII, principalmente no continente europeu. Hoje os países europeus desenvolvidos se orgulham do reflorestamento, o que é verdade.

No século XIX, houve a introdução dos fertilizantes químicos na produção agrícola e a criação dos fertilizantes sintéticos.

Em todos os continentes ou regiões do planeta, principalmente nos continentes ou regiões desenvolvidos e em desenvolvimento, ocorreu, durante o século XX, o fenômeno socioeconômico chamado êxodo rural, que é a saída dos trabalhadores rurais para a cidade, que se acentuou ainda mais desde a década de 1950, com vários efeitos colaterais, inclusive as favelas, que são aglomerados urbanos de baixa renda, desordenados, sem planejamento, sem saneamento e com altos índices de criminalidade, inclusive. Com a intensificação dos métodos de produção rural mecanizados, é possível que essa tendência de êxodo se mantenha por anos ainda, agravando os problemas sociais e econômicos urbanos, caso medidas de planejamento urbano e rural não sejam adotadas como prioridade pela administração pública.


PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO ENVOLVIDA NA PRODUÇÃO RURAL
DÉCADA
MUNDO
DESENVOLVIDOS
EM DESENVOLVIMENTO
1950
67%
38%
81%
1960
60%
28%
76%
1970
55%
18%
71%
1980
51%
13%
65%
1990
47%
8%
59%
2000
42%
5%
53%
2010
37%
4%
46%





Atualmente, países desenvolvidos, como Estados Unidos e Israel, por exemplo, conseguem tornar regiões desérticas ou semi-desérticas em regiões de produção agrícola intensa. O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, é um dos exemplos de transformação de suas terras quase secas em regiões de produção agrícola e pecuária.

A AGROPECUÁRIA
Logo acima e logo abaixo, a produção de leite é uma das principais e mais importantes atividades rurais de produção de alimentos no Brasil.

As atividades agropecuárias são utilizadoras de recursos naturais, principalmente solo e água. Com o avanço dos sistemas agropecuários sobre as áreas de ecossistemas nativos, gera-se naturalmente a preocupação sobre os impactos ambientais dessas atividades. Para a minimização desses impactos, uma das alternativas é focar em um uso mais racional das áreas já ocupadas, mas que estejam subutilizadas, degradadas ou abandonadas. O respeito à legislação ambiental, conservando as áreas de preservação permanente e as reservas legais também contribui para que as propriedades rurais continuem prestando os seus serviços de produção de alimentos, sem no entanto degradar o meio ambiente.

As carnes (bovina, de peixes e de aves, entre outras), o leite (incluindo seus derivados) e o refinado mel de abelhas são alguns dos principais produtos alimentares oriundos da atividade agropecuária. O couro, a  e a seda são exemplos de fibras usadas na indústria de roupas e calçados. O couro também é usado na indústria de mobiliário e de automóveis. Em alguns países ainda não totalmente desenvolvidos, incluindo o Brasil, seus povos ainda usam a força animal de equídeos para a realização de trabalho, a carroça de tração animal é um exemplo típico desse uso. O uso de dejetos de animais como combustível para a produção de energia elétrica é possível, e como adubo para fertilizar hortas também.

A ciência da criação de animais chama-se Zootecnia, ela é ensinada em muitas universidades e faculdades no Brasil e no mundo, publicas e privadas. O profissional formado em Zootecnia é o zootecnista ou zootécnico, sua principal função é orientar os trabalhadores rurais sobre os métodos ou formas de criação de animais. Ele faz o planejamento de produção rural, que inclui as técnicas de manejo de gado, melhoramento de solo e formação de pastagens, alimentação do gado e limpeza e higienização dos ambientes de produção. O zootecnista também faz o acompanhamento in-loco e / ou on-line dos resultados dos trabalhos de criação de gado, com a consequente comparação dos resultados da produção com o que foi planejado anteriormente, com as necessárias correções e ajustes para melhorar a produção.

A Veterinária é o ramo da Medicina aplicada no tratamento (terapia) ou prevenção (profilaxia) de doenças dos ou nos animais. A terapia é o conjunto de tratamentos para curar os animais já doentes e a profilaxia é o conjunto de medidas para evitar que os animais sejam contaminados por agentes infecciosos, principalmente bactérias, vermes, vírus e fungos, que, obviamente, possam causar doenças. A profilaxia veterinária é o ramo da Medicina que trata das medidas de prevenção contra doenças em animais. O veterinário ou médico veterinário é o profissional formado em Medicina Veterinária. De forma semelhante ou não muito diferente do zootecnista, uma de suas principais funções é orientar os trabalhadores rurais sobre as formas de tratamento e prevenção de doenças em animais, com o consequente acompanhamento dos resultados dos tratamentos ou das técnicas de profilaxia.

No Brasil, a vacinação (profilaxia) anual contra brucelose em bezerras, por exemplo, exige o acompanhamento in-loco do profissional veterinário e o consequente registro da vacinação no respectivo órgão público regulador da atividade agropecuária, o ou a Iagro, no Estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo.

IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA
A agricultura permite a existência de aglomerados humanos, isto é, cidades, com muito maior densidade populacional que os aglomerados que podem ser suportados pela caça e pela coleta. No decorrer da história humana, houve uma transição gradual da caça e coleta para a agricultura e pecuária na qual a economia de caça e coleta coexistiu com a economia agrícola por algum tempo. Nesse período de transição, algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da natureza, até, finalmente, a humanidade alcançar um estágio de evolução tecnológica na produção agrícola e pecuária.

Durante o período de transição, o grupo de humanos que se fixou nas terras de produção agrícola e pecuária tinha mais tempo dedicado a atividades com objetivos de produzir alimentos, que resultaram em novas tecnologias e a acumulação de bens de capital, daí o aculturamento e o aparente melhoramento do seu padrão de vida. Por outro lado, os grupos que continuaram utilizando-se de alimentos nativos de sua região, índios e quilombolas, por exemplo, mantiveram um equilíbrio ecológico com o ambiente, ao contrário da nova sociedade agrícola que se formou, desmatando a vegetação nativa para implantar a monocultura, na procura de maior quantidade com menor variedade, posteriormente passando a utilizar pesticidas e outros elementos químicos, causando impacto no solo, na água, na fauna e na flora da região.

Além de alimentos para uso dos seres humanos, do campo e da cidade, e de seus animais de estimação, a agricultura produz mercadorias tão diferentes como flores e plantas ornamentais, fertilizantes orgânicos, produtos químicos industriais (látex e etanol), fibras (algodão, linho e cânhamo) e combustíveis (madeira para lenha e carvão, etanol ou álcool combustível, metanol e biodiesel).

A eletricidade pode ser gerada a partir da utilização do gás metano, que por sua vez é conseguido a partir de resíduos vegetais e / ou animais, processados em biodigestor ou, uma alternativa economicamente viável, em larga escala, da queima de bagaço de cana de açúcar, como subproduto da grande produção de etanol combustível no Brasil. 

Do ponto de vista técnico e científico, a evolução da agricultura é dividida em três etapas principais: antiga, moderna contemporânea

POLÍTICAS AGRÍCOLAS

A política agrícola foca as metas, os métodos e os incentivos dos governos para a produção da agricultura. A esse nível, essas metas e métodos incluem, entre outros assuntos:
  • Higiene alimentar - Que é a busca de uma produção de alimentos livre de contaminações de qualquer natureza;
  • Segurança alimentar - Que visa à quantidade e / ou  volume de alimentos produzidos de acordo com as necessidades da população;
  • Qualidade alimentar - A produção de alimentos dentro de padrões mínimos necessários à nutrição;
O Brasil está em uma fase de desenvolvimento de sua capacidade produtiva de alimentos, com índices de produtividade avançando a cada ano. Atualmente, os setores agrícola e pecuário no Brasil representam 1/3 (um terço) do seu PIB - Produto Interno Bruto, empregam 1/3 (um terço) da sua força total de trabalho e geram 1/3 (um terço) das receitas de exportações. Ao longo do século XX o Brasil conseguiu diversificar sua economia, com um tripé de sustentação, a agricultura / pecuária, a indústria / mineração e o setor de comércio / prestação de serviços, ao contrário da Venezuela, por exemplo, que baseou sua economia com predominância em apenas uma forma de geração de riqueza, a extração de petróleo, com os resultados óbvios que estão sendo testemunhados pelo mundo todo...

Atualmente, a agricultura familiar, incluindo a produção agrícola e pecuária de assentamentos rurais criados a partir das administrações dos então presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, produz cerca de metade do total de alimentos consumidos no Brasil. Durante a década de 2000, por exemplo, foram assentadas mais de 600.000 famílias no Brasil, que passaram a ocupar e produzir em mais de 48 milhões de hectares. Na verdade, o Incra foi criado na década de 1970, mas a reforma agrária como a vemos hoje só passou a ser efetivada, de fato, nessas duas administrações citadas. Atualmente, o país possui cerca de 1 milhão de famílias produtoras rurais em mais de 9,4 mil assentamentos, produzindo em cerca de 88 milhões de hectares.

O Brasil é um país com uma democracia capitalista em desenvolvimento. A configuração atual mista da agricultura e pecuária brasileira, composta pela agricultura familiar e por grandes propriedades rurais está entre as características marcantes do país. As propriedades rurais com mais de 1.000 hectares somam apenas 1% do número total de propriedades rurais existentes no Brasil, mas concentram quase metade da área total agricultável. Isso não é necessariamente ruim, já que a maioria dos grandes e médios fazendeiros brasileiros conseguiu alcançar um alto nível de produtividade e eficiência no uso da terra, com muita tecnologia empregada, trazendo divisas em moedas estrangeiras para o país.

Cerca de 1/3 (um terço) dos rebanhos bovinos brasileiros está concentrado nos estados da Região Centro Oeste, incluindo os rebanhos de carne e de leite, principalmente os rebanhos de carne. Aqui no Brasil, houve um aumento significativo do rebanho bovino, em todo o país, ao longo das décadas, com 45 milhões de cabeças em 1950, com 118 milhões em 1980, 190 milhões em 2005 e 214 milhões em 2017. O Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo, atrás apenas da Índia. Mas há um fato curioso nisso, na Índia o gado bovino é considerado sagrado pela sua principal religião, o hinduísmo, por isso ele não é usado como alimento.

Nenhum ser humano vive sem comer, portanto é óbvia a importância e o peso que as políticas públicas de produção de alimentos têm dentro dos gabinetes da administrações públicas federal, estaduais e municipais. Porém, o Brasil enfrenta atualmente sérios problemas de logística relacionados à produção de alimentos, inclusive com o escoamento da produção excessivamente concentrado em rodovias. Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma melhor lógica de logística integrada no transporte de alimentos, com melhor distribuição do trabalho de transporte entre os modais ferroviário, rodoviário e aquaviário.

Estima-se que durante a década de 2000, cerca de 800 milhões de pessoas no mundo passavam fome, a maioria na África e na Ásia, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Acredita-se que cerca de 1/3 (um terço) da população mundial ainda passa por algum tipo de desnutrição. Estima-se que cerca de 200 milhões de crianças e adolescentes em idade escolar, em várias partes do mundo, apresentam algum tipo de desnutrição.

ECONOMIA AGRÍCOLA E ECOLOGIA

A agricultura nos dias atuais pode ser vista por várias óticas:
  • Pela ótica conservadora, a agricultura obedece aos conceitos cartesiano, simplista e reducionista. Esses conceitos são necessários para entender o funcionamento de cada fase do mecanismo cíclico agrícola, que vai desde o preparo do solo até a comercialização dos produtos propriamente ditos, e desses retornando em forma de investimento monetário para a ampliação ou expansão, modernização e / ou manutenção dos meios de produção.
  • Já pela ótica sistêmica, a agricultura é vista como um processo que sofre e exerce pressões sobre os seus integrantes. Existe a preocupação com o fluxo de energia e recursos, de onde vem e para onde vai. São considerados aspectos muitas vezes de difícil mensuração, tais como o valor da fertilidade do solo, o tempo de produção, os aspectos culturais que envolvem os atores inseridos no sistema de produção, entre outros.
Neste contexto surge o conceito de agroecossistema, com problemas e soluções, incluindo o patenteamento de sementes e os consequentes conflitos de interesse e / ou  questionamentos em relação ao patrimônio genético e a pesquisa e desenvolvimento de novas e modernas variedades; a poluição das águas superficiais com resíduos de fertilizantes e pesticidas, entre eles herbicidas, inseticidas fungicidas; a alteração ou o melhoramento genético de plantas e animais, geralmente com o objetivo de produzir mais e melhor; a destruição de habitats naturais, com a consequente extinção de espécies animais, vegetais e de microrganismos, um problema que tem despertado movimentos ecológicos que pregam a necessidade de métodos alternativos de produção, como a agricultura orgânica e a permacultura.

Eventuais problemas ambientais decorrentes da agricultura mal planejada e praticada:
  • Efeitos nocivos de herbicidas, fungicidas, pesticidas e outros biocidas para o ambiente. Isso ocorre quando não há planejamento adequado e quando a pulverização é mal feita;
  • Degradação da biodiversidade. Isso ocorre quando não há orientação profissional adequada para o desenvolvimento da propriedade rural, inclusive sobre as formas corretas de formação de pastagem; quando simplesmente não há orientação profissional para o proprietário rural, talvez por incapacidade financeira ou ignorância mesmo; ou quando o proprietário rural não tem interesse em receber orientação;
  • Erosão. Aqui também há o problema de falta de orientação, desinteresse do proprietário rural ou incapacidade financeira do proprietário de tomar as medidas adequadas para formação de pastagem, incluindo a criação e manutenção de curvas de nível. O curioso aqui é que a erosão afeta diretamente e gravemente o bolso do próprio proprietário rural;
  • Ervas daninhas, consequência também de falta de orientação ou incapacidade financeira de fazer os investimentos necessários de correção de solo e adubação;
  • Lixiviação de nitrogênio químico para rios e lagos, também consequência dos mesmos problemas citados acima;

SISTEMAS AGRÍCOLAS

Atualmente existem dois tipos de sistemas agrícolas, o intensivo e o extensivo.

A agricultura comercial visa à produção de renda financeira através da produção de plantas e produtos de origem animal que são demandados no mercado. Utiliza o sistema intensivo, com a utilização de máquinas e fertilizantes, tem uma tecnologia de ponta, acarretando em altos índices de produtividade.

A agricultura de subsistência é aquela que produz alimento suficiente para as necessidades do proprietário da terra e sua família. Utiliza o sistema extensivo, acompanhado de queimadas e utiliza mão-de-obra sem profissionalização e / ou  treinamento, acarretando em um baixo índice de produtividade e danos ambientais.

AGRICULTURA E RECURSOS HÍDRICOS

A agricultura de irrigação é o setor econômico responsável por uso mais intensivo da água. Nesse aspecto, uma parte dos conflitos por uso da água na atualidade envolve a competição de produtores rurais irrigantes por esse precioso e limitado recurso natural.

Além disso, o correto uso do solo na propriedade rural é essencial para manter a infiltração da água no solo e garantir a consequente vazão dos rios nos períodos de estiagem e seca. Para tanto, é importante utilizar técnicas agrícolas que estimulem a infiltração, tais como barraginhas de infiltração, plantio em curvas de nível e terraceamento, plantio direto na palha, bem como respeitar a legislação de uso do solo, preservando áreas de preservação permanente e reservas legais.


MERCADO
Levando em consideração toda a cadeia produtiva da agricultura, desde a fabricação de fertilizantes e corretivos de solo, máquinas e implementos agrícolas usados na produção, a produção agrícola em si, que inclui a plantação e a colheita, a atividade de agroindústria e o transporte dos produtos agrícolas até as agroindústrias ou diretamente até os centros urbanos consumidores, quando é o caso, esse segmento do agronegócio é um dos representam maior valor econômico e social, e, portanto, político em nível mundial.

A importância da agricultura e da agroindústria varia em cada país, mas até mesmo nos países em que ela não é a base da economia ela é vista como uma atividade que precisa ser desenvolvida, apesar das dificuldades, pouca água disponível para irrigação, por exemplo, que precisa de uma solução tecnológica de longo prazo no sentido de reduzir a sua dependência de importações de alimentos. Entre os exemplos está Israel, que possui e usa a tecnologia de dessalinização de água.

Em nível mundial, o segmento do agronegócio, que inclui a agricultura, a pecuária, a agroindústria e o transporte dos produtos até os centros consumidores, este conhecido também como logística, teve uma grande participação no PIB – Produto Interno Bruto no ano 2000, por exemplo, com cerca de US$ 6,6 trilhões, o equivalente a 22% do total das riquezas produzidas em todo o planeta naquele ano. Vale lembrar que no Brasil, a porcentagem ou participação do agronegócio no PIB – Produto Interno Bruto do país sempre foi maior que a média mundial.

Em 2013, o PIB - Produto Interno Bruto mundial, ou, mais precisamente, PMB - Produto Mundial Bruto, foi de US$ 87 trilhões, com os Estados Unidos ocupando o topo da lista dos países mais ricos, com cerca de US$ 15 trilhões, seguido pela China, com US$ 11 trilhões. Também estiveram entre os dez países mais ricos o Japão, a Alemanha, a França, o Reino Unido, o Brasil, a Índia e a Rússia, nesta sequência.

PRODUÇÃO DO AGRONEGÓCIO MUNDIAL
1950
2000
2013
2020
US$ 419 bilhões
US$ 6,6 trilhões
US$ 19 trilhões
US$

No Brasil, a participação do agronegócio no PIB – Produto Interno Bruto nos últimos dez anos foi de cerca de 33%, em média, o equivalente a 1/3 das riquezas geradas dentro do país. O agronegócio também teve importância na balança comercial, participando com mais de 1/3 das exportações, o que ajuda a manter mais ou menos sob controle as cotações das moedas estrangeiras dentro do país, o que por sua vez ajuda a manter a inflação mais ou menos sob controle.

No ano 2000, por exemplo, o setor agrícola e pecuário brasileiro exportou mais de US$ 20 bilhões e em 2015, quinze anos depois, o país exportou mais de US$ 88 bilhões, ou seja, quatro vezes mais. Um detalhe importante e curioso, no ano 2000 o Brasil exportava cerca de 60% de sua produção agrícola e pecuária para Estados Unidos, Canadá e Europa Ocidental e quinze anos depois o país passou a exportar mais para outros países, principalmente países emergentes, entre eles China e Rússia, ocasionando uma inversão dos números, com apenas 1/3 do total de exportação do agronegócio brasileiro para países desenvolvidos na América do Norte e Europa.

Segundo um estudo da FAO - Food and Agriculture Organization, um órgão da ONU - Organização das Nações Unidas, em 2020 cerca de 60% das exportações de carne a nível mundial será de origem brasileira.

E como se tudo isso fosse pouco, o agronegócio tem outra importância, ele ajuda a manter cerca de 1/3 da força total de trabalho do país em atividade. Há quem diga que esse número é até maior, isto é, mais de 40% da população economicamente ativa do Brasil estaria diretamente e / ou indiretamente envolvida nas atividades do agronegócio e outras relacionadas a ele, entre elas a agricultura, a pecuária, a agroindústria e os meios de transporte de alimentos e outros produtos oriundos da agricultura e da pecuária. Se somarmos, ainda, as atividades de comércio de alimentos, tanto no varejo quanto no atacado, desenvolvidas nas cidades, e os serviços de alimentação (restaurantes e lanchonetes, por exemplo), a importância do agronegócio salta para mais de 50% do PIB - Produto Interno Bruto do país.

Além disso, os segmentos do agronegócio estão entre os que mais geram empregos diretos e indiretos  e / ou ocupações (no sentido de trabalho e renda) de forma proporcional ao investimento necessário:

COMPARAÇÃO DOS SETORES QUE GERAM EMPREGOS / OCUPAÇÕES NO BRASIL
SETOR
INVESTIMENTO
EMPR. / OCUP.
Agricultura familiar
US$ 35 mil
3
Indústria automobilística
US$ 380 mil
1
Indústria bélica
US$ 80 mil
1
Turismo e hotelaria
US$ 1 milhão
10
Construção civil
US$ 100 mil
5
Aviação comercial
US$ 15 milhões
100

Um dos exemplos mais simples, clássicos e baratos de como é possível investir dinheiro governamental na geração de empregos / ocupações no curto, médio e longo prazos é a agricultura familiar. Uma família de três pessoas, por exemplo, com pai, mãe e filho pode dar retorno ao Tesouro Nacional em cerca de dez anos, na forma de tributos gerados pela atividade agrícola e pecuária, por exemplo.

EVOLUÇÃO DA ÁREA CULTIVADA E DA PRODUÇÃO DE GRÃOS NO BRASIL
SAFRA
ÁREA PLANTADA (MILHÕES DE HECTARES)
PRODUÇÃO (MILHÕES DE TONELADAS)
1990 / 1991
38
58
1991 / 1992
38
68
1992 / 1993
35
68
1993 / 1994
39
76
1994 / 1995
38
81
1995 / 1996
37
74
1996 / 1997
36
79
1997 / 1998
35
76
1998 / 1999
37
82
1999 / 2000
38
83
2000 / 2001
37
98
2001 / 2002
39
101
2002 / 2003


2003 / 2004
47
119
2004 / 2005
47
112
2005 / 2006
47
121
2006 / 2007
46
131
2007 / 2008
47
144
2008 / 2009
47
135
2009 / 2010
47
149
2010 / 2011
48
163
2011 / 2012
51
166
2012 / 2013
53
188
2013 / 2014
57
193
2014 / 2015
58
209
2015 / 2016
58
210
2016 / 2017
61
238
2017 / 2018


2018 / 2019



Nota: Os números acima são aproximados, arredondados pelo blog, a partir de dados oficiais do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Perceba que houve um aumento gradativo da eficiência do setor do agronegócio no Brasil graças à profissionalização do setor, com implementação de tecnologias, incluindo máquinas e equipamentos, graças ao trabalho de esclarecimento e treinamento dos agricultores por meio de órgãos públicos e privados ligados ao agronegócio, como EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, por exemplo, entre outros motivos.

O Brasil é, atualmente, o maior produtor e exportador mundial de soja, de açúcar, de suco de laranja, de carne bovina (vermelha), de carne de frango (branca) e de café. O país é o segundo maior produtor e exportador mundial de milho. Ao contrário do que se costuma dizer no exterior a respeito do Brasil, o país consegue manter essa gigantesca produção agrícola e pecuária ocupando 30% do seu território, com cerca de 20% para a pecuária e cerca de 10% para a agricultura, o que significa que a alta produtividade é mantida com implementação de novas tecnologias e treinamento de agricultores e pecuaristas, enquanto o desmatamento ilegal e os incêndios florestais estão sendo encarados dentro do país como um desafio pelas autoridades ambientais.

Na verdade, o país já pode ser considerado um exemplo do uso do sistema de plantio direto na sua produção agrícola, com cerca de metade da sua área agricultável voltada para produção agrícola já adaptada a esses novos tempos, que exigem responsabilidade ambiental. Além disso, as áreas reservadas para preservação ambiental, as chamadas RL's - Reservas Legais e APP's - Áreas de Preservação Permanente, os parques nacionais e as reservas indígenas, entre outras, já somam o dobro da média das áreas encontradas em vários países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá países da Europa Ocidental e Austrália.

O mundo produziu mais de 2,8 trilhões de toneladas de grãos em 2017. Para produzir tanto assim foram necessários quase 800 milhões de hectares de lavouras. O milho esteve no topo da lista desses produtos agrícolas mais produzidos e vendidos, com cerca de 36% da produção total, seguido do trigo, com cerca de 26%, do arroz, com cerca de 16%, e da soja, com cerca de 8%. Pode-se dizer que o café e o açúcar também tiveram altas produções, com cerca de 156 milhões de sacas de 60 kg e 169 milhões de toneladas, respectivamente.

O Brasil é, atualmente, o segundo maior produtor e exportador mundial de produtos de agricultura e pecuária, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas é importante ressaltar que a agricultura e pecuária americana é fortemente subsidiada pelo Governo Americano. Então, de certa forma, pode-se dizer que os preços praticados por agricultores e pecuaristas americanos são um pouco "maquiados", digamos. Assim, se não fosse interesse do Governo Americano, os Estados Unidos não seriam o maior produtor e exportador mundial de produtos agrícolas, o Brasil seria o maior exportador, bem a frente de todos ou outros países.

O agronegócio brasileiro foi iniciado a partir da colonização portuguesa, iniciada no ano de 1500 depois do nascimento de Jesus Cristo. Apesar de seus absurdos, como escravidão e desmatamento desenfreado, por exemplo, esse setor produtivo contribuiu significativamente para o desenvolvimento da economia nacional, por meio, principalmente, da produção e / ou extração de madeira, produção de açúcar, café, borracha, cacau, algodão, soja, frutas e derivados, carnes, álcool combustível, couros, calçados, milho, hortaliças e verduras, arroz, feijão, leite e derivados, mandioca e amendoim, entre outros.

Em 2017, o Brasil conseguiu alcançar a marca de 238 milhões de toneladas de grãos, número considerado um marco histórico pelo MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Esse ministério acredita que uma conjunção de fatores positivos ajudou a consolidar o País como um dos mais importantes players do agronegócio no mercado global, entre eles as condições climáticas favoráveis e a competência do agricultor brasileiro. Já em 2018, o país produziu 240 milhões de toneladas de produtos agrícolas, o suficiente para alimentar cerca de 1 bilhão de pessoas, ou seja, o país consegue alimentar seus 210 milhões de cidadãos e mais o equivalente a quatro vezes esse número de pessoas no exterior. 

O Governo Federal Brasileiro, por meio do MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, afirma que para a safra 2017 / 2018 foram disponibilizados mais de R$ 180 bilhões para o crédito rural em operações de plantio, comercialização e custeio. Para o Seguro Rural foram destinados R$ 550 milhões e para a PGPM – Política de Garantia de Preços Mínimos foi destinado R$ 1,4 bilhão. Segundo o Governo Federal, para acompanhar o crescimento contínuo da produção agrícola também estão garantidos recursos de R$ 1,6 bilhão para investimentos em armazenagem. Nessa temporada, os cerealistas foram beneficiados pelo Pronamp – Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural, com juros de 7,5% ao ano, um total de R$ 21,7 bilhões, sendo R$ 18 bilhões para custeio, e R$ 3,7 bilhões para investimentos.

Segundo o MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o MODERFROTA – Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras passou a contar com R$ 9 bilhões, um aumento de 82% em relação ao período anterior. Até 90% do valor das máquinas e implementos agrícolas são financiados, com prazo de pagamento de 7 anos. O limite de financiamento de custeio é de R$ 3 milhões para cada grande produtor, por ano-agrícola. Para o médio produtor o limite é de R$ 1,5 milhão. O prazo de pagamento é de 14 meses para produtores de grãos.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Nova Enciclopédia Ilustrada Folha - Larousse / Cambridge / Oxford / Webster
  • Livro Fronteiras da Globalização / Lúcia Marina / Editora Ática 
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Grain_Belt
  • Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_PIB_nominal
  • Dicionário Larousse
  • Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pecuária
  • Wikipédiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura_no_Brasil
  • Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agropecuária
  • Wikipédia: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Produto_mundial_bruto
  • Wikimedia: Imagens

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MASSEY FERGUSON MF 265

MASSEY FERGUSON MF 290

MASSEY FERGUSON MF 275

TRATOR FORD 6600 (AGROPECUÁRIA)