PASTAGEM OU PASTO (AGROPECUÁRIA)

PASTAGEM OU PASTO
PLANTAS FORRAGEIRAS
PLANTAS GRAMÍNEAS OU CAPIM
PLANTAS LEGUMINOSAS
SILAGEM E FENO
VOLUMOSO E CONCENTRADO

INTRODUÇÃO
A pastagem ou o pasto é o lugar ou espaço físico aberto, geralmente na zona rural, destinado ao cultivo de vegetação própria para alimentação do gado, seja ele bovino, ovino ou equino. A pastagem ou o pasto, que são sinônimos, também pode ser considerado o próprio alimento vegetal disponível in natura e in loco, que serve de alimentação para o gado, principalmente vacas, bois e suas crias, ovelhas, carneiros e suas crias, cavalos, éguas e suas crias.

É a vegetação utilizada para a alimentação do gado e/ou o terreno onde o gado é deixado para se alimentar. Antes do advento da chamada Revolução Verde e da produção de ração em grande escala, o pasto era a fonte principal ou única de subsistência do gado.

A pastagem pode ser também o ato ou o tempo em que os animais se alimentam num pasto cultivado ou num campo natural aberto. Nesse sentido, remete-se à prática mais comum e barata da criação de animais, ou seja, de alimentar os animais em pastos ou campos.

O pastoreio nada mais é que o simples ato de tocar o gado até um pasto mais extenso ou piquete de tamanho limitado para que o gado consuma regularmente o capim e beba água. Já o pastejo é o ato do próprio gado consumir a vegetação formada por gramíneas do tipo capim e as leguminosas combinadas ou consorciadas ao capim.

O feno é o produto da colheita, da secagem, da compactação e do armazenamento da pastagem ou do pasto, principalmente o pasto formado por gramíneas do tipo capim. O capim é colhido, guardado e protegido nos meses chuvosos e/ou quentes para ser consumido pelo gado nos meses frios e/ou secos. A silagem não é muito diferente do feno, mas a silagem é um pouco úmida, ela é feita a partir de matéria verde de grande volume, geralmente gramíneas e outras forrageiras, como a cana, o napier / capiaçu e o pé de milho, por exemplo.

No contexto da classificação dos alimentos vegetais para o gado, o alimento volumoso para ruminantes é o tipo de pastagem, silagem, feno ou resíduos agroindustriais com concentração de fibras alimentares acima de 18%, baixo valor energético (açúcar) e concentração de proteína bruta abaixo de 18% e o alimento concentrado é o tipo de pastagem, silagem, feno, resíduos agroindustriais ou ração com concentração de fibras alimentares abaixo de 18%, alto valor energético e concentração de proteína bruta acima de 18%.

Entre os exemplos de alimentos volumosos estão o feno, os resíduos agroindustriais e agrícolas e as pastagens forrageiras in natura e in loco.

AGRICULTURA E PECUÁRIA
agricultura é a arte de cultivar a terra, é o conjunto de técnicas, atividades e experiências desenvolvidas e utilizadas para cultivar vegetais com o objetivo de obter alimentos, fibras, energia, matérias-primas para fabricar roupas, medicamentos e ferramentas, para serem empregadas em construções ou apenas para contemplação estética.

pecuária é a arte e indústria da criação de animais, principalmente gado bovino, gado ovino e gado suíno. Essas técnicas, atividades e experiências desenvolvidas e praticadas de pecuária compreendem a alimentação, a seleção, a reprodução e a higiene dos animais para obtenção de produtos de consumo humano, entre eles a carne e o leite.

agropecuária é a teoria e prática da agricultura associada à pecuária. O termo agropecuária é a junção de partes dos substantivos agricultura e pecuária, e está relacionado às técnicas, atividades e experiências de pequenos, médios e grandes produtores rurais que utilizam práticas tradicionais e/ou modernas ou inovadoras da produção agrícola combinadas com a criação de animais para produção de alimentos para consumo humano, onde o conhecimento das técnicas é repassado através de gerações ou por meio de extensão rural.

Quem trabalha na agricultura é o agricultor ou trabalhador rural. O termo fazendeiro, sitiante, lavrador ou produtor rural se aplica ao proprietário de terras rurais em que normalmente é praticada a agricultura, a pecuária ou a agropecuária. O agricultor ou trabalhador rural é a pessoa que trabalha na zona rural, seja na condição de proprietário rural ou seja como empregado do proprietário rural ou da propriedade rural.

A pessoa que arrenda terras para cultivo também pode ser considerada produtor rural.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
A pastagem ou o pasto é um prado nativo ou plantado / cultivado para a alimentação in natura e in loco de animais ruminantes ou para a produção de feno. Ela ou ele é um terreno coberto por plantas herbáceas adequadas para a alimentação animal, principalmente bovinos, ovinos, caprinos e equinos. O terreno com pasto natural e/ou pasto nativo nunca foi plantado, nunca foi arado, ele nasceu, cresceu e se manteve naturalmente, por meio da distribuição natural de sementes consumidas e defecadas por pássaros, por exemplo, ou simplesmente levadas pelo vento ou pela água da chuva. Já o terreno com pasto plantado / cultivado é submetido a cada período de cinco, seis ou sete anos, mais ou menos, dependendo de cada caso, a procedimentos de cultivo ou preparo do solo para a produção nos anos seguintes. Teoricamente e de modo geral, o terreno com pasto plantado / cultivado produz ou deve produzir mais que o terreno com pasto natural e/ou pasto nativo, já que os métodos modernos de cultivo ou preparo incluem a calagem (aplicação de calcário), a aplicação de gesso e a fertilização ou adubação.

De modo geral, a pradaria, o estepe ou o pampa é ou foi uma região de solo rico em nutrientes em que se encontra ou se encontrava vegetação rasteira e nativa adequada para o consumo de animais ruminantes. No Canadá, nos Estados Unidos, na Argentina e no Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há e/ou havia regiões com a presença de pradarias, estepes ou pampas. Uma parte das pradarias, dos estepes ou dos pampas no planeta em que vivemos, principalmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, foi extinta ao longo dos séculos de colonização e também depois das respectivas declarações de independência, sendo convertida em lavoura para produção de alimentos vegetais e/ou em pastagens plantadas para a produção pecuária.

Atualmente, a prática de alimentar o gado exclusivamente ou predominantemente no pasto é denominada criação extensiva, pois necessita de grandes ou médias áreas para se viabilizar. Em contraponto, a criação de gado em áreas menores ou até mesmo pequenas ou, ainda, em confinamento, neste caso com alimentação baseada em ração, milho ou soja, por exemplo, é conhecida como criação intensiva. A cana-de-açúcar triturada, por exemplo, tem sido utilizada no Brasil há dezenas de anos como complemento alimentar para gado, confinado ou não.

A experiência ensina que a forma mais adequada de criação de gado leiteiro é um meio termo entre a criação extensiva e a criação intensiva, com a alimentação por pasto, complementada ou completada com silagem ou feno, forrageiras trituradas na hora (napier ou capiaçu, por exemplo), ração e sal mineral. É um ponto de equilíbrio que os criadores brasileiros mais modernos e de mente aberta estão tentando encontrar, sempre buscando a melhor relação custo benefício. Outro ponto importante é que no pastejo com manejo adequado o consumo de partes das plantas forrageiras sem matá-las mantém nelas o potencial de crescimento e a capacidade de reagir rapidamente quando os meses de chuva voltam, algo entre 10 centímetros e 20 centímetros do capim, por exemplo, deve ser mantido no manejo, evitando assim o consumo excessivo de pasto.

Na acepção mais comum, o termo pasto é uma generalização que se refere à própria vegetação que serve de alimento para os animais, podendo ser classificado de várias formas como, por exemplo, uma pastagem verde ou seca e também pelo tipo da pastagem, como sendo rica em plantas gramíneas ou rica em leguminosas ou, ainda, mista ou consorciada, sendo esta a opção mais adequada.

As pastagens nessa acepção podem ser classificadas de acordo com a interferência humana na área de pastagem:
  • Pastagem natural: É o tipo de pastagem no qual a vegetação é composta principalmente de espécies originais de herbáceas e arbustos. Como exemplos de pastagens naturais podemos citar os campos do Rio Grande do Sul, os pampas da Argentina, os lhanos da Venezuela, os velds da África do Sul, os campos limpos do Brasil Central, as caatingas do Nordeste do Brasil, e os campos naturais dos Estados Unidos, México e Canadá, entre outros.
  • Pastagem nativa: É a vegetação nativa espontânea de algum valor forrageiro, que surge após a destruição parcial ou total da vegetação original ou natural, como a savana, o campo cerrado, o agreste, a caatinga, etc. Surge também em áreas de cultura abandonada ou terras de pastagens artificiais ou cultivadas anteriormente e abandonadas posteriormente.
  • Pastagens artificiais ou cultivadas: São as pastagens estabelecidas com espécies exóticas (no sentido de não naturais ou originais do local em que estão) e/ou nativas onde a vegetação original foi excluída. Já quanto à duração, as pastagens artificiais são classificadas em permanentes ou perenes e temporárias. As pastagens artificiais ou cultivadas chamadas permanentes ou perenes podem durar até 10 anos, dependo do modo como são cultivadas, da espécie vegetal cultivada e do manejo do gado, e as temporárias têm duração de 12 meses, em média, ou um pouco mais.
Já a pastagem ecológica é uma estratégia revisitada por autores no sentido de aumentar a sustentabilidade de longo prazo de determinadas áreas diminuindo, ao mesmo tempo, o impacto ecológico, a exemplo do Sistema Racional de Pastoreio de Voisin.

O termo forragem tem origem no inglês forage, com a pronúncia fórid. A rigor, o termo forragem significa um tipo de alimento vegetal para o gado que é tipicamente armazenado para o inverno e/ou meses secos e que provêm de pastagens. Contudo, ao contrário da ração, a forragem não sofre processamento agroindustrial e é feita de grandes quantidades de plantas gramíneas e leguminosas que são geralmente prensadas em blocos, enroladas em grandes rolos ou simplesmente armazenadas e protegidas das chuvas e dos ventos. Entretanto, na prática, o termo forragem tem sido usado aqui no Brasil de forma bem ampla, também para indicar o simples alimento vegetal disponível in natura e in loco para o consumo de animais ruminantes e todo alimento de pastagem usado na alimentação do gado.

O CONTEXTO BRASILEIRO
Aqui no Brasil, o agronegócio foi iniciado a partir da colonização portuguesa, iniciada no ano de 1500 depois do nascimento de Jesus Cristo. Apesar de seus absurdos, como escravidão e desmatamento desenfreado, por exemplo, esse setor produtivo contribuiu significativamente para o desenvolvimento da economia nacional, por meio, principalmente, da produção e/ou extração de madeira, produção de açúcar, café, borracha, cacau, algodão, soja, frutas e derivados, carnes, álcool combustível, couros, calçados, milho, hortaliças e verduras, arroz, feijão, leite e derivados, mandioca e amendoim, entre outros.

Segundo a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o Brasil tem atualmente cerca de 167 milhões de hectares de áreas de pastagens. Segundo um estudo conjunto do SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Brasil tem atualmente cerca de 30 milhões de hectares de áreas de pastagens em estágio de degradação, ou seja, em situação precária, com produtividade baixa ou quase nula para produção intensiva de gramíneas para consumo de bovinos de corte e de leite. A recuperação dessas áreas é possível, mas demandaria algum tempo e investimentos em correção de solo e adubação, com um trabalho planejado de aplicação de calcário, gesso agrícola e fertilizantes ou adubos.

A Lei 12.651 de 2012, conhecida também como Código Florestal Brasileiro, é a lei ambiental do Brasil. Ela é a norma jurídica escrita e estabelecida pelo Poder Legislativo Brasileiro sobre o que está relacionado com a conservação das florestas naturais ou nativas e dos outros ecossistemas naturais obrigatórios e protegidos por lei dentro das propriedades rurais. Essa lei brasileira também define e determina as formas legais de uso da terra e da água com fins lucrativos. É o Código Florestal Brasileiro que determina a obrigação de preservação de áreas verdes sensíveis e áreas verdes nativas dentro e fora das propriedades privadas.

Esses dois tipos de áreas, sensíveis e nativas, são chamados oficialmente de APPs – Área de Preservação Permanente e RL – Reserva Legal.

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
As APPs - Áreas de Preservação Permanente são áreas sensíveis protegidas por lei, dentro e fora de propriedades rurais de pessoas físicas e/ou jurídicas com fins lucrativos, cuja principal função é preservar o equilíbrio do ecossistema, é preservar o equilíbrio ambiental. Um dos exemplos mais evidentes da necessidade de criação, manutenção ou conservação e monitoramento das Áreas de Preservação Permanente são as matas ciliares, pois se elas não existissem haveria um alto risco de assoreamento de rios, riachos, represas, lagos, nascentes e lagoas. Assoreamento é a definição técnica dada para o acúmulo ou depósito anormal de sedimentos, principalmente areia ou terra, em rios, riachos, represas, lagos e lagoas, praticamente inviabilizando ou dificultando a sobrevivência e reprodução de espécies de animais típicos da região, incluindo os peixes.

O Código Florestal Brasileiro considera Áreas de Preservação Permanente margens de rios, cursos d'água, nascentes, lagos, lagoas e reservatórios, topos de morros e encostas com declividade elevada, cobertas ou não por vegetação nativa. Essas áreas têm a função ecológica ou ambiental de preservar os recursos naturais das respectivas regiões, incluindo a água e as espécies animais locais, a paisagem, a estabilidade geológica, o chamado fluxo genético de fauna e flora, ou seja, a disseminação e germinação de sementes das espécies vegetais locais e procriação das espécies animais.

É importante entender que o ser humano é dependente dos recursos naturais disponíveis na natureza, entretanto para que a natureza se mantenha em equilíbrio e continue fornecendo recursos naturais é preciso respeitar alguns de seus limites, e as Áreas de Preservação Permanente são alguns desses limites. Ultrapassar ou despeitar esses limites causa desequilíbrio e o resultado de longo prazo é a escassez de matéria-prima necessária para a sobrevivência humana.

As Áreas de Preservação Permanente são aquelas mais sujeitas aos riscos de erosão do solo, enchentes e deslizamentos, caso suas respectivas coberturas verdes sejam, por qualquer motivo, retiradas ou destruídas pelo ser humano.

RESERVAS LEGAIS
As RLs – Reservas Legais são áreas de preservação obrigatórias por lei dentro de propriedades privadas de pessoas físicas e/ou pessoas jurídicas. Essas áreas devem ser mantidas praticamente intocadas pelo ser humano, com sua cobertura vegetal original ou recomposta / recuperada, dependendo de cada caso. Elas têm a função de assegurar o uso econômico sustentável dos recursos naturais, proporcionar a conservação da biodiversidade local, abrigar e proteger a fauna silvestre e a flora nativa.

O tamanho dessas áreas obrigatórias varia de acordo com a região onde a propriedade está localizada. Na floresta da Amazônia Legal, por exemplo, a Reserva Legal deve ser de 80% da área total da propriedade rural. Já no cerrado da Amazônia Legal a Reserva Legal deve ser de 35% da área total da propriedade. No restante do Brasil, a Reserva Legal deve ser de 20% do total da propriedade, incluindo cerrado, caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa.

Nos assentamentos rurais brasileiros a Reserva Legal existe, mas nesse caso o Governo Federal Brasileiro, por meio do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, optou por separar para preservação uma área grande e contínua de cada um dos assentamentos, uma boa ideia, já que se cada um desses pequenos produtores rurais fosse obrigado a preservar 20% de seu respectivo lote, o que seria uma área de preservação muito pequena ou fragmentada, não seria alcançado o objetivo principal de preservação de espécies vegetais e animais nativas, nascentes, córregos, riachos e rios.

O CULTIVO DE PASTAGEM
No Brasil, a pastagem ou o pasto é a principal fonte de nutrientes necessária para a produção pecuária, seja ela de leite ou de corte. Uma das fases mais importantes da atividade rural pecuária é o cultivo do solo, inclusive o preparo do solo para a plantação de forrageiras, com a análise laboratorial prévia por meio de amostragem para verificação da acidez do solo, que não deve ser alta, com a aplicação de calcário para correção, se necessária, para a verificação da presença de alumínio no solo, que também não deve ser alta, com a aplicação de gesso agrícola para correção, se necessária, e para verificação da concentração de nutrientes no solo, que deve ser adequada para o crescimento e produção das forrageiras, o que se consegue com a aplicação de fertilizantes ou adubos. Não se iluda, sem esse procedimento inicial de verificação das condições do solo a sua produção rural ficará comprometida, evite “atalhos” e faça a coisa certa...

A maioria das pequenas, médias e grandes propriedades rurais no Brasil ainda usa o procedimento convencional de aragem e/ou gradeação do solo antes da semeadura. Esse sistema tradicional é questionado por muitos ambientalistas, ecologistas e climatologistas e até por engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas porque nesses dias de preparação a terra é exposta à eventual erosão causada pelas chuvas volumosas, um problema conhecido também como lixiviação. É necessário então encontrar uma alternativa mecanizada e ecologicamente correta a essa técnica tradicional de nossos pais e avôs para o preparo de solo que antecede o plantio de forrageiras. Talvez o plantio direto de gramíneas seja a solução para esse problema atual.

Polêmicas à parte, a maioria dos tipos de sementes de forrageiras usadas na formação de pastos é pequena e leve, assim as sementes são lançadas sobre o solo já preparado e, posteriormente, é realizado o delicado (sim, é isso mesmo que você está lendo, delicado) procedimento de cobertura das sementes. Por que delicado? A resposta é bem simples: Essas sementes são pequenas e frágeis e se houver excesso de cobertura, com excesso de terra sobre elas, portanto com peso excessivo, o seus brotos não conseguirão romper a camada de terra sobre elas para alcançar a superfície e, por outro lado, se houver uma camada de terra delgada ou tênue demais uma chuva mais volumosa pode causar enxurradas ou escorrimentos superficiais e levar as sementes embora, principalmente se o terreno é inclinado. Assim, há proprietários rurais que usam palanques ou lascas de madeira ou pneus velhos puxados por trator. É um procedimento simples e barato, mas que pode dar um resultado satisfatório.

PLANTAS FORRAGEIRAS
De modo geral, o termo forrageira, derivado do termo em inglês forage, é usado para se referir a plantas usadas na alimentação bovina. Elas são dividas em forrageiras nativas e forrageiras plantadas. No Brasil, a grande maioria das pastagens para gado é formada por forrageiras plantadas. Elas estão divididas em gramíneas e leguminosas. De modo geral, as gramíneas possuem folhas compridas, estreitas e pontudas, entre elas os capins, a cana, o napier / capiaçu, o milheto e o sorgo, com graus variados de concentração de nutrientes, dependendo de cada caso. Já as leguminosas são plantas que têm entre suas características a frutificação de vagens com alta quantidade de proteína. Elas apresentam folhas mais arredondadas, grandes ou pequenas, dependendo de cada caso, e entre as principais funções de vários tipos de leguminosas está a fixação de nitrogênio no solo, além, é claro, de fornecer nutrientes diretamente para o gado que as consome.

De modo geral, os capins produzem um bom volume de massa verde in natura e in loco, mas a maioria dos tipos de capins não produz a quantidade suficiente de nutrientes para “manter o gado de pé” e por isso é necessário a complementação ou suplementação alimentar com sal mineral disponível no cocho. Note que não se fala aqui de sal comum, de sal branco, de sal de cozinha, mas de sal mineral, que é diferente, embora haja também a opção razoável de acrescentar / misturar suplementos minerais do tipo premix vitamínicos e minerais industrializados diretamente no sal branco para dar-lhe uma característica mais próxima a de um sal mineral.

Não se iluda, a vaca não faz “milagres”, sem alimentação rica em nutrientes ela não produz um volume de leite necessário para manter a propriedade rural... E mais ainda, nos meses de pouca ou nenhuma chuva ela pode “cair” se não houver suplementação adequada...

De modo geral, mas não sempre, as forrageiras possuem boa palatabilidade, ou seja, bom sabor ao paladar dos animais ruminantes, produzem bom volume de massa verde, conseguem se adaptar razoavelmente bem ao clima local, se não é muito frio, é claro, e conseguem resistir razoavelmente bem à escassez de água nos meses secos do ano, a maioria delas precisando de apenas 1.000 milímetros, ou um pouco mais, de volume de chuva distribuído ao longo de oito meses para uma boa produção anual, o que as torna adequadas para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil.

As forrageiras, principalmente as gramíneas, são sazonais, elas não têm a mesma produção de volume de massa verde ao longo do ano, com variações a cada mês, produzindo sempre mais nos meses de mais chuva e produzindo menos nos meses de menos chuva, praticamente não produzindo nos meses secos. Por isso é necessário o produtor rural fazer um planejamento anual antecipado para fornecimento de silagem ou feno nos meses secos do ano, para complementar a alimentação do gado nesses meses, ou, opcionalmente, manter na propriedade rural uma área reservada para o cultivo de gramíneas para serem trituradas na hora, como cana-de-açúcar e/ou napier / capiaçú, por exemplo.

De modo geral, até nos meses de chuva, as gramíneas do tipo capim apresentam um teor de proteínas e minerais que pode ser considerado insatisfatório pelos produtores mais exigentes, cuja principal ou uma das principais atividades da propriedade rural é a produção de leite. Por esse motivo é necessária uma consistente complementação da alimentação a pasto com sal mineral e uma terceira fonte de nutrientes, que pode ser, por exemplo, sub-produtos ou restos vendidos a baixo preço pela agroindústria em geral como, por exemplo, bagaço de soja / farelo de soja ou bagaço de pé de milho.

Atenção: O bagaço de cana das usinas de açúcar e álcool, que é o sub-produto desse tipo de agroindústria, tem uma utilização nobre e respeitável na produção de energia elétrica, mas para a agropecuária ele não serve para praticamente nada, porque não tem praticamente nada de nutrientes. Portanto, esqueça o bagaço de cana e procure outras alternativas para complementar a alimentação de seu gado...

PLANTAS GRAMÍNEAS
As gramíneas formam uma família de plantas que é, em sua maioria, monocotiledônea, de pequeno e médio portes e de caule mais ou menos flexível e/ou não muito resistente. Elas formam uma família de plantas com folhas que lembram vagamente o aspecto estético de lâminas. A maioria delas tem raiz ramificada e suas folhas servem de alimento para animais ruminantes.

Trata-se de uma família muito variada de plantas que recebeu o nome científico de poaceae, entre elas o capim, a cana-de-açúcar, a grama comum encontrada em jardins residenciais, a grama silvestre que cresce naturalmente em campos, os bambus, o sorgo, o milheto, e os cereais em geral, entre eles o trigo, a aveia, o arroz e o milho.

O termo capim tem origem indígena, o caa-pii, que significa folha delgada e estreita. Já o termo grama tem origem grega, o gramen, que significa erva ou relva. O termo cereal tem origem no latim, o cereale, que por sua vez tem origem na antiga mitologia romana, a deusa Ceres.

As gramíneas crescem em quase todas as partes do planeta Terra porque sobrevivem em climas diferentes. Grandes áreas de gramíneas selvagens são chamadas de campos. Entre os diferentes tipos de campos estão as pradarias, os estepes, as savanas, os pampas, os velds e os lhanos.

A grande maioria dos tipos de capins é utilizada para alimentação de animais ruminantes. Entretanto há exceções, entre elas o capim-santo, que pode ser utilizado na alimentação humana e no tratamento de humanos, na forma de chá ou óleo, dependendo de cada caso. Na medicina popular, ele costuma ser usado também como calmante e antidepressivo, usado também no combate à febre e à bactéria estomacal que provoca a gastrite e a úlcera, a helicobacter pylori, embora nesses casos seja aconselhável um acompanhamento médico.

Alguns tipos de gramíneas, como o capim-do-campo, são muito curtos. Outros, como o bambu, podem atingir a altura de até 30 metros. As gramíneas geralmente possuem caules mais ou menos flexíveis, dependendo de cada caso, mas os bambus possuem caules um pouco mais resistentes e lenhosos. Já o caule da cana-de-açúcar possui uma casca que protege o seu interior do calor e do frio excessivos, conservando em si a sua umidade e os seus nutrientes.

As gramíneas possuem caules com junções ou nós, com folhas que brotam em cada junção. Com exceção do milho, do sorgo, da cana-de-açúcar e de algumas outras, as gramíneas têm caules ocos. Os caules de muitas espécies de gramíneas crescem rente ao chão ou não crescem muito, por isso praticamente só as folhas são visíveis.

De modo geral, as sementes e o pólen das gramíneas são espalhados pelos ventos, mas há muitos casos em que pássaros fazem a distribuição natural, seja por meio de excrementos ou simplesmente quando os grãos caem acidentalmente de suas bocas quando em voo. As gramíneas também se espalham por meio de caules subterrâneos que crescem horizontalmente, produzindo novos brotos. Já a cana-de-açucar é cultivada em larga escala no Brasil por meio de ramos e/ou mudas, que são colocados e enterrados em covas.

Desde os tempos antigos, os humanos consomem as sementes de muitas gramíneas, entre elas estão o milho, a aveia, o arroz e o trigo, chamados de cereais ou grãos. Animais selvagens ruminantes também se alimentam de gramíneas em geral, principalmente suas folhas.

Depois que as sementes são retiradas dos cereais restam os caules, que quando secos são chamados de palha. Em algumas partes do mundo, principalmente em países subdesenvolvidos, parte da população mais pobre usava, e muitos ainda usam, a palha para fazer telhados. Ela também é tecida para confeccionar móveis, esteiras, cestas e chapéus.

Os gramados são cultivados devido ao aspecto elegante que o verde dá aos jardins e a capacidade de revestimento natural no solo de quintal, evitando poeira e lama, inclusive. Eles são também importantes para o meio ambiente, pois ajudam na absorção de água para o solo e suas raízes se espalham em todas as direções, o que mantém o terreno firme e previne a erosão.

Em todo o mundo, a família das gramíneas é constituída por mais de 10.000 espécies. Até algum tempo atrás essa família era considerada cyperales. Estima-se que pastagens cultivadas e campos compreendem 20% da vegetação que cobre o planeta Terra. No Brasil há cerca de 1.500 espécies catalogadas, sendo o capim brachiária a mais conhecida e cultivada pela agropecuária.

A família das gramíneas é muito grande e variada, com algumas espécies bem conhecidas e de alto ou médio valor econômico e social, dependendo de cada caso, entre elas o trigo (Triticum aestivum), o centeio, a cevada (Hordeum vulgare), a aveia (Avena sativa), o arroz (Oryza sativa), o sorgo (Sorghum bicolor), o milheto (Pennisetum americanum), o milho (Zea mays), a cana-de-açúcar (Saccharum officinale), o bambu e, é claro, a Brachiária, esta uma das principais espécies de capim cultivadas no Brasil.

PLANTAS LEGUMINOSAS
De modo geral, as plantas leguminosas são aquelas que fazem parte da família das dicotiledôneas, da ordem das rosales, que compreende uma grande variedade de ervas, arbustos, árvores e trepadeiras, que produzem flores e, por consequência, legumes. A maioria dessas plantas possui a capacidade de formar simbiose com bactérias benignas em suas raízes, com nódulos para fixação de nitrogênio no solo.

O nitrogênio, por sua vez, é um dos elementos presentes na natureza, de símbolo N7 da tabela periódica. Normalmente, ele se apresenta como um gás incolor, inodoro, insípido, insolúvel, não inflamável e inerte e, caso você não saiba, ele é um dos principais elementos da atmosfera terrestre, com cerca de 78% da composição do ar que respiramos, em conjunto com o oxigênio, que por sua vez é outro dos principais compostos do ar, com cerca de 20% do total.

As plantas leguminosas usadas para formação de pastagens são, em geral, pequenas e são combinadas com o capim. São dezenas de espécies de leguminosas atualmente usadas para formar pastagens de boa qualidade no Brasil, geralmente consorciadas ou combinadas com capins. Elas possuem a curiosa capacidade de sintetizar nitrogênio e fixá-lo no solo, um fenômeno realizado em conjunto com as bactérias gram-negativas Rhizobium.

O nitrogênio é um dos elementos necessários para a formação e desenvolvimento (crescimento) do capim, assim não é difícil entender que as leguminosas podem formar uma “dupla dinâmica” com o capim para a produção de massa verde de boa qualidade para o consumo de animais ruminantes.

Na verdade, as leguminosas ainda não são capazes de substituir totalmente a aplicação de fertilizantes nitrogenados no solo durante a formação / cultivo de pastagens, mas a grande maioria dos engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e zootecnistas já perceberam as vantagens do uso combinado ou consorciado das plantas leguminosas com variedades de capins para evitar o uso excessivo de fertilizantes ou até mesmo planejar a formação / cultivo de pastagem com uma redução bem razoável do uso de tais fertilizantes, o que pode significar também uma economia durante a fase de plantio e até uma forma sustentável e ecologicamente correta de uso do solo.

Embora não sejam consideradas fonte equilibrada de nutrientes, as gramíneas podem ser consideradas o mais importante alimento vegetal para animais ruminantes, entre eles os bovinos, os ovinos e os caprinos. Na verdade, em várias partes do planeta elas ainda são praticamente o único alimento vegetal para animais de produção rural, este o contexto de países subdesenvolvidos, já que nos países desenvolvidos e em desenvolvimento são servidos nos cochos complementos alimentares ao gado.

As gramíneas estão presentes em todos os continentes do planeta, sem exceção. Elas estão presentes na América, na Ásia, na Europa, na Oceania e na África. Já as leguminosas, entre elas o feijão, há milênios vêm sendo usadas como fonte primária de nutrientes para humanos, enquanto que para animais somente há algumas décadas o seu uso intensivo na agropecuária vem sendo divulgado por importantes órgãos governamentais brasileiros ligados à agropecuária e adotado por produtores rurais mais modernos e de mente aberta.

Em média, o Brasil produz cerca de uma cabeça adulta de bovino por hectare para produção de carne, mas segundo engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e zootecnistas é possível manter até três cabeças adultas por hectare na produção leiteira, com o cultivo de pastagem a base de gramíneas combinadas com leguminosas, complementada com sal mineral e silagem ou feno. Outra opção é o fornecimento de cana, napier / capiaçú e pé de milho triturados na hora com colhedeira de forragem acoplada ao trator, uma forma bem razoável e barata de servir complemento alimentar fresco ao gado.

BASE TEÓRICA
De modo geral, as forragens são a base alimentar para o fornecimento de fibras aos animais ruminantes. Já a fibra, por sua vez, é uma fonte natural de carboidratos usada como fonte de energia pelos microorganismos presentes no rúmen dos animais, sendo que este, por sua vez, constitui uma parte do aparelho digestivo dos animais, uma parte do seu estômago. Mas, além do fornecimento de fibras, as forragens também fornecem proteínas e minerais, embora em vários casos em menores quantidades que outras fontes de alimentação vegetal e alimentação mineral para bovinos. De modo geral, os alimentos concentrados, como as rações vegetais e o sal mineral, por exemplo, são usados como complemento aos alimentos volumosos para animais ruminantes.

O rúmen do animal ruminante tem uma extraordinária capacidade de digerir fibras vegetais por meio de fermentação e, consequentemente, liberar nutrientes presentes nesse alimento vegetal. Dentro do rúmen há bactérias, protozoários e fungos que atuam colaborativamente e de forma simbiótica na alimentação dos animais ruminantes, principalmente bovinos, ovinos e caprinos. Mas não fique assustado, as bactérias, os protozoários e os fungos presentes nos rúmens desses animais são inofensivos, são benignos, eles não prejudicam o animal.

De modo geral, o termo nutriente é usado amplamente em ciência e tecnologia para definir a matéria-prima necessária para formar e manter a estrutura física dos seres de natureza biológica, isto é, os humanos, os animais e os vegetais.

Os nutrientes são substâncias vitais encontradas nos alimentos em geral, elas são necessárias para a geração, para o crescimento e o desenvolvimento de qualquer organismo vivo, incluindo o ser humano e os animais, e são essenciais para manter a saúde e a vitalidade. Todos os nutrientes são importantes para a manutenção do bom funcionamento do nosso organismo, por isso nós humanos devemos manter uma dieta balanceada. O ser humano precisa diariamente da energia fornecida pelos alimentos para realizar bem todas as atividades diárias e ter um desenvolvimento físico e mental saudável.

Os alimentos são substâncias naturais ou artificiais que, ingeridas por humanos ou animais, fornecem os nutrientes necessários para manter a vida de quem ou que os consome. Os nutrientes são elementos básicos ou matéria-prima fornecidos pela natureza, por meio dos alimentos, para formação das estruturas corporais de seres vivos em geral, os humanos, os animais e os vegetais.

Do ponto de vista biológico, o nutriente é qualquer elemento ou composto químico necessário para a sobrevivência de um organismo vivo. Os nutrientes são as estruturas ou substâncias fundamentais que constituem ou estão presentes nos alimentos e que são importantes para o funcionamento dos organismos humano e animal, fornecendo energia para produzir trabalho ou simplesmente para mantê-lo vivo, servindo como matéria-prima para o desenvolvimento dos tecidos orgânicos, mantendo e reparando partes do corpo danificadas e sustentando o crescimento do corpo.

A palavra nutriente tem origem no latim nutriens, que significa alimentar.

Os nutrientes são fundamentais para qualquer ser vivo conhecido, eles são essenciais para a vida, e estão divididos em macronutrientes, que são os carboidratos, proteínas e gorduras, e os micronutrientes, que são as vitaminas, os minerais e as fibras alimentares. Os alimentos em geral são compostos ou têm em sua composição nutrientes, incluindo os carboidratos, que são necessários para o metabolismo de organismos vivos, ou seja, a transformação de matéria orgânica em energia por uma célula. Nos macronutrientes é que estão os valores calóricos dos alimentos.

Do ponto de vista da botânica e da ecologia, neste contexto, os nutrientes básicos para a sobrevivência de plantas e de seres vivos autotróficos são o oxigênio, o dióxido de carbono, a água e os sais minerais. As plantas e os constituintes do fitoplâncton formam assim a base da cadeia alimentar, uma vez que servem de alimento aos animais herbívoros.

Os seres vivos como os animais, os fungos e muitos protistas, não têm a capacidade de fotossíntese, eles se alimentam de plantas ou de outros animais, que podem estar tanto vivos como em decomposição. Para esses seres vivos do reino animal, os nutrientes são os compostos orgânicos e os minerais existentes nesses alimentos. Entre os principais nutrientes, neste caso macronutrientes, estão os hidratos de carbono, prótidos (proteínas) e lipídios. Os micronutrientes incluem as vitaminas e os microminerais, ou oligoelementos.

A água, por sua vez, também pode ser considerada um nutriente, embora uma parte menor dos acadêmicos e cientistas não a considere assim. Mas é claro, é óbvio, que ela é absolutamente importante, fundamental, imprescindível, para a sobrevivência de humanos e animais. Uma vaca saudável, por exemplo, possui entre 75% e 85% do seu corpo formado por água.

Uma vaca leiteira, por exemplo, consome diariamente algo entre 5% e 10% do seu peso total de água, dependendo da temperatura ambiente e da umidade do ar, nos dias quentes e/ou com baixa umidade os animais consomem mais água e nos dias frios e/ou nublados consomem menos água. Na medida do possível, mantenha bebedouros acessíveis ao gado de leite a no máximo 1.000 metros e para o gado de corte a no máximo 2.000 metros.

Atenção: No Brasil, é totalmente proibido o fornecimento de produtos de origem animal como fonte de proteína na alimentação de animais ruminantes, como, por exemplo, farinha de carne e farinha de sangue, entre outros...

NUTRIENTES DOS PRINCIPAIS ALIMENTOS VEGETAIS PARA BOVINOS
ALIMENTO
PROTEÍNA
ENERGIA
CLASSIFICAÇÃO
Cana de açúcar
Aprox. 2%

volumoso
Pastagem comum (Brachiaria)
Aprox. 10%

volumoso
Pastagem comum (Panicum)
Aprox. 10%

volumoso
Pastagem melhorada (Brachiaria)
Até 15%

volumoso
Pastagem melhorada (Panicum)
Até 15%

volumoso
Silagem de milho
Aprox. 8%

volumoso
Silagem de sorgo
Aprox. 10%

volumoso
Farelo de algodão
Aprox. 30%

concentrado
Farelo de arroz
Aprox. 14%

concentrado
Farelo de girassol
Aprox. 45%

concentrado
Farelo de soja
Aprox. 45%

concentrado
Farelo de trigo
Aprox. 15%

concentrado
Capim Elefante
Aprox. 5%

volumoso

Os valores são aproximados, arredondados pelo blog, usando como base tabelas da Embrapa e do Senar. Para maiores detalhes ou dados mais precisos, consulte um engenheiro agrônomo, técnico agrícola ou zootecnista.

A polêmica ureia não é um alimento vegetal. Além disso, o seu uso deve ser cercado de cuidados, deve ser precedido por uma consultoria completa de um zootecnista para evitar excessos, que, em casos extremos, pode causar a morte do gado adulto ou aborto de fetos...

Atenção: Nunca misture ureia na alimentação de bezerros...

CULTIVARES

GRAMÍNEAS

BRACHIARIA DECUMBENS
Essa cultivar foi introduzida no Brasil nas décadas mais recentes e, atualmente, é uma das gramíneas mais cultivadas graças a sua ótima palatabilidade (gosto aos animais), boa produção de massa verde, boa capacidade de recuperação após o pastejo e boa resistência ao frio. Ela é de ciclo perene, possui altura aproximada ou média de 0,8 metro, com bom perfilhamento, boa produção de forragem verde e razoável teor nutritivo. Ela não exige solos com alta fertilidade e bem adubados e possui rápida rebrota. Além disso, suas raízes se desenvolvem bem.

Entre as suas principais características estão as folhas pubescentes e uma ótima cobertura de solo, o que resulta em uma planta que não convive bem com plantas chamadas concorrentes, o que por um lado pode ser bom, já que ela praticamente não dá chance às ervas daninhas, mas, por outro lado, pode ser ruim, já que isso dificulta seu convívio simbiótico com leguminosas.

Parece não haver consenso entre autores sobre a sua resistência às pragas, com alguns afirmando que ela é vulnerável à cigarrinha e outros afirmando que é resistente às pragas em geral, inclusive resistente às formigas cortadeiras.

É uma cultivar adequada para gado bovino de corte, mas também pode ser usada para a alimentação de gado bovino de leite, desde que não se exija teor de proteína acima de 10%, mesmo em solos férteis. Não é uma cultivar adequada para ovinos e caprinos, pois causa da requeima ou fotossensibilização.
  • Origem: África e Uganda;
  • Nome científico: Brachiaria Decumbens;
  • Cultivar: Basilisk;
  • Tipo de solo: Baixa, média ou alta fertilidade;
  • Forma de crescimento: Touceira Decumbente;
  • Altura: Aprox. 0,8 metro;
  • Utilização: Pastejo e feno;
  • Digestibilidade: Boa;
  • Palatabilidade: Ótima;
  • Precipitação pluviométrica: 800 milímetros anuais ou mais;
  • Tolerância à seca: Alta;
  • Tolerância ao frio: Média;
  • Teor de proteína: Aprox. 8% na matéria seca;
  • Consorciação: Centrosema e Stylosanthes, entre outras;
  • Ciclo vegetativo: Perene;
  • Produção: Aprox. 10 toneladas por hectare / ano;
  • Vulnerabilidade: Cigarrinha (segundo alguns autores);

BRACHIARIA MG-4

Essa cultivar obtida em laboratório, a partir de base de capim de ciclo perene, possui altura aproximada ou média de 1,5 metro, com touceiras com bom perfilhamento, boa produção de forragem verde e razoável teor nutritivo. Ela não exige solos bem úmidos e não exige solos com alta fertilidade.

É uma cultivar adequada para gado de corte, mas também pode ser usada para alimentação de gado de leite, desde que não se exija dela alto teor de proteína.
  • Origem: África Tropical;
  • Nome científico: Brachiaria Brizantha;
  • Cultivar: MG-4;
  • Tipo de solo: Média ou baixa fertilidade;
  • Forma de crescimento: Touceira decumbente;
  • Altura: Entre 1 metro e 1,5 metro;
  • Utilização: Pastejo e feno;
  • Digestibilidade: Boa;
  • Palatabilidade: Boa;
  • Precipitação pluviométrica: 800 milímetros anuais ou mais;
  • Tolerância à seca: Boa;
  • Tolerância ao frio: Razoável;
  • Teor de proteína: Aprox. 10% na matéria seca;
  • Consorciação: Leguminosas em geral;
  • Ciclo vegetativo: Perene;
  • Produção: Aprox. 10 toneladas por hectare / ano;

BRACHIARIA MG-5 VITÓRIA

Essa cultivar obtida em laboratório, a partir de base de capim de ciclo perene, possui altura aproximada ou média de 1,5 metro, com touceiras com bom perfilhamento, boa produção de forragem verde e razoável ou bom teor nutritivo, variando conforme a fertilidade do solo. Ela tolera solos muito úmidos e exige solos com alta ou média fertilidade.

É uma cultivar adequada para gado de corte, mas também pode ser usada para alimentação de gado de leite, já que seu teor de proteína pode chegar a 13% em alguns casos, principalmente em solos mais férteis.

Ela não é recomendada para equinos, caprinos e ovinos, ou seja, não é recomendada para éguas, cavalos, potros, cabras, bodes, carneiros e ovelhas.
  • Origem: Burundi (África);
  • Nome científico: Brachiaria Brizantha;
  • Cultivar: MG-5 Vitória;
  • Tipo de solo: Média ou alta fertilidade;
  • Forma de crescimento: Touceira decumbente;
  • Altura: Aprox. 1,5 metro;
  • Utilização: Pastejo, feno e silagem;
  • Digestibilidade: Ótima;
  • Palatabilidade: Ótima;
  • Precipitação pluviométrica: de 800 milímetros anuais até 3.000 milímetros;
  • Tolerância à seca: Ótima;
  • Tolerância ao frio: Boa;
  • Tolerância a solos muito úmidos: Boa;
  • Teor de proteína: Aprox. 10% na matéria seca;
  • Consorciação: Java, Arachis, Calopogônio, Stylosanthes, Puerária e Soja Perene;
  • Ciclo vegetativo: Perene;
  • Produção: Aprox. 14 toneladas por hectare / ano;

BRACHIARIA HUMIDÍCOLA

Esse capim é de ciclo perene, possui altura aproximada ou média de 1 metro, com touceiras com bom perfilhamento, razoável produção de forragem verde e razoável teor nutritivo. Ele não exige solos bem úmidos e não exige solos com alta fertilidade.

É um capim adequado para gado de corte. Embora não seja um tipo de capim adequado para gado de leite, já que seu teor de proteína é considerado insatisfatório para produtores mais exigentes, a Brachiaria Humidícola tem sido uma das poucas a sobreviver em solos encharcados, como no Pantanal, por exemplo.
  • Origem: África Tropical;
  • Nome científico: Brachiaria Humidícola;
  • Cultivar:
  • Tipo de solo: Baixa e média fertilidade;
  • Forma de crescimento: Estolonífera;
  • Altura: Até 1 metro;
  • Utilização: Pastejo e feno;
  • Digestibilidade: Razoável;
  • Palatabilidade: Razoável;
  • Precipitação pluviométrica: 700 milímetros anuais ou mais;
  • Tolerância à seca: Alta;
  • Tolerância ao frio: Média;
  • Teor de proteína: Aprox. 5% na matéria seca;
  • Consorciação: Puerária, calopogônio e arachis;
  • Ciclo vegetativo: Perene;
  • Produção: Aprox. 8 toneladas por hectare / ano;
  • Tolerância: Solos encharcados e cigarrinha;

BRACHIARIA DICTYONEURA

Esse capim é de ciclo perene, possui altura máxima de 1 metro, com crescimento estolonífero e com bom perfilhamento, razoável produção de forragem verde e razoável teor nutritivo. Ele não exige solos bem úmidos, não exige solos com alta fertilidade e consegue se adaptar a solos ácidos.

É um capim adequado para bovinos de corte, ovinos e equinos. Não é adequado para alimentação de gado bovino de leite, pois seu teor de proteína é insatisfatório para essa atividade produtiva.
  • Origem: África Tropical;
  • Nome científico: Brachiaria humidícola;
  • Cultivar: Llanero ou Dictyoneura;
  • Tipo de solo: Baixa ou média fertilidade;
  • Forma de crescimento: Estolonífera;
  • Altura: Até 1 metro;
  • Utilização: Pastejo e feno;
  • Digestibilidade: Boa;
  • Palatabilidade: Boa;
  • Precipitação pluviométrica: 700 milímetros anuais ou mais;
  • Tolerância à seca: Boa;
  • Tolerância ao frio: Média;
  • Teor de proteína: Aprox. 6% na matéria seca;
  • Consorciação: Calopogônio, arachis, puerária e estilosantes;
  • Ciclo vegetativo: Perene;
  • Produção: Aprox. 8 toneladas por hectare / ano;
  • Tolerância: Cigarrinha;

PANICUM MOMBAÇA

O Capim Mombaça é uma cultivar obtida em laboratório, a partir de uma base de capim já bem conhecida no Brasil, o Panicum Maximum, de ciclo perene. Ele possui altura de até 2 metros, com bom perfilhamento, boa produção de forragem verde, bom teor nutritivo e ótima palatabilidade. Ele precisa de solos com ótima fertilidade, bem adubados, e possui rápida rebrota. Além disso, suas raízes se desenvolvem bem.

É um capim premium, de alta qualidade, exigente de solos férteis e mais adequado para produção agropecuária em pastos rotacionados. É uma cultivar adequada para gado bovino de corte, ovinos e caprinos, mas também pode ser usada para alimentação de bovinos de leite, já que sua concentração de proteína pode chegar a 14% em casos de solos bem férteis, um número surpreendente, acima da média dos capins comuns.
  • Origem: África e Embrapa;
  • Nome científico: Panicum maximum;
  • Cultivar: Mombaça;
  • Tipo de solo: Alta fertilidade;
  • Forma de crescimento: Cespitosa;
  • Altura: Até 2 metros;
  • Utilização: Silagem e pastejo;
  • Digestibilidade: Ótima;
  • Palatabilidade: Ótima;
  • Precipitação pluviométrica: 800 milímetros anuais ou mais;
  • Tolerância à seca: Média;
  • Tolerância ao frio: Média;
  • Teor de proteína: Aprox. 14% na matéria seca;
  • Consorciação: Leguminosas em geral;
  • Ciclo vegetativo: Perene;
  • Produção: Aprox. 20 toneladas por hectare / ano;
  • Tolerância:

LEGUMINOSAS

STYLOSANTHES CAMPO GRANDE
Conhecida também como Estilosantes Campo Grande, essa cultivar de leguminosa híbrida obtida em laboratório, a partir de duas bases de leguminosas, a cultivar Stylosanthes macrocephala e a cultivar Stylosanthes capitata, ambas de ciclo perene, possui altura aproximada ou média de 0,6 metro, boa produção e fixação de nitrogênio no solo, bom volume de massa verde e bom teor nutritivo. Ela não exige solos com alta fertilidade e consegue se adaptar bem em solos arenosos, possui boa persistência sob pastejo e combina bem com brachiarias e panicuns em geral.

É uma cultivar adequada para gado de corte e de leite.
  • Origem: Embrapa;
  • Nome científico: Stylosanthes macrocephala;
  • Cultivar: Campo Grande
  • Tipo de solo: Baixa fertilidade;
  • Forma de crescimento: Semi-arbustiva;
  • Altura: Até 80 centímetros;
  • Utilização: Pastejo e feno;
  • Digestibilidade: Alta;
  • Palatabilidade: Ótima;
  • Precipitação pluviométrica: 600 milímetros anuais ou mais;
  • Tolerância à seca: Alta;
  • Tolerância ao frio: Baixa;
  • Teor de proteína: Aprox. 10% na matéria seca;
  • Consorciação: Gramíneas em geral;
  • Ciclo vegetativo: Perene;
  • Produção: Aprox. 10 toneladas por hectare / ano;
  • Fixação de nitrogênio: Aprox. 120 kg por hectare / ano;
  • Tolerância a solos arenosos: Alta;
  • Tolerância a solos encharcados: Baixa;

VEJA TAMBÉM


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pasto
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Poaceae
  • Cartilha Manejo na Alimentação de Bovinos – SENAR
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cymbopogon_citratus
  • Livro Plantas Forrageiras – Paulo Bardauil Alcântara
  • Livro Implantação de Pastagens – José Rodrigues de Souza
  • Wikimedia: Imagem

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