BOMBARDIER DASH 8-300

BOMBARDIER Q-400 (LONGO)
BOMBARDIER Q-300 (INTERMEDIÁRIO)
BOMBARDIER DASH 8-300 (INTERMEDIÁRIO)
BOMBARDIER DASH 8-200 (CURTO)
BOMBARDIER DASH 8-100 (CURTO)
DE HAVILLAND DHC 8-300 (INTERMEDIÁRIO)
DE HAVILLAND DHC 8-200 (CURTO)
DE HAVILLAND DHC 8-100 (CURTO)
QUIET SERIES / Q-SERIES

INTRODUÇÃO

Logo acima e logo abaixo, o Bombardier Q-400, o maior e mais veloz membro da família de turboélices Quiet Series / Dash 8. Aeronave moderna e adequada para voos regionais, um dos maiores sucessos comerciais da família de turboélices da fabricante canadense, atualmente ainda em linha de produção seriada e com mais de 570 unidades fabricadas. 
O moderno e veloz Bombardier Q-400, é uma aeronave bimotor turboélice regional com capacidade para transportar entre 68 e 86 passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, projetado e desenvolvido na década de 1990 e fabricado em larga escala no Canadá a partir da década de 2000 pela Bombardier Aerospace, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o projeto bem sucedido do turboélice regional bimotor Bombardier Dash 8-300, de fuselagem mais curta.

Já o também moderno Bombardier Dash 8-300, conhecido anteriormente como de Havilland Canada DHC 8-300, é uma aeronave bimotor turboélice regional com capacidade para transportar entre 48 e 56 passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, projetado e desenvolvido na década de 1980 e fabricado em larga escala no Canadá a partir da década de 1990, inicialmente pela de Havilland Canada, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o projeto do turboélice regional bimotor de Havilland DHC 8-200, de fuselagem mais curta.

Ambos os modelos de aeronaves, o Bombardier Q-400 e o Bombardier Dash 8-300, são bem sucedidos modelos de aeronaves que fazem parte de uma série canadense de turboélices regionais bimotores para transporte aéreo comercial de passageiros, são integrantes dos bem sucedidos projetos Dash 8 e Bombardier Q-Series, formados por aeronaves bimotoras turboélice de asas altas e de médio porte, de alcance interestadual e, em alguns casos, até internacional, desenvolvidas para atender às necessidades de companhias aéreas regionais.

de Havilland Canada foi uma grande fabricante canadense de aeronaves para uso militar e civil no transporte de passageiros e cargas, incluindo aviões monomotores a pistão e turboélice para uso militar e civil e aviões turboélice monomotores e bimotores para uso militar e civil no transporte regional de passageiros e cargas. Ela foi fundada em 1928, inicialmente como uma subsidiária da fabricante inglesa de Havilland, posteriormente, décadas depois, estatizada pelo Governo Canadense, até ser privatizada na década de 1980, inicialmente para a Boeing Company e depois para a Bombardier Incorporated.

Os principais concorrentes da família Dash 8 / Q-Series no mercado mundial de transporte aéreo regional são o ATR-72 (até 72 passageiros), o ATR-42 (até 50 passageiros), o Fokker 50 (até 60 passageiros), o Embraer EMB-120 Brasilia (30 passageiros), o Saab 340 (até 34 passageiros) e o Dornier 328 (até 30 passageiros). Desses modelos citados somente o ATR-72 e o ATR-42 ainda são fabricados.

A BOMBARDIER INCORPORATED

Bombardier Incorporated é uma companhia multinacional de capital aberto que controla, a partir do Canadá, várias empresas que formam uma grande corporação que atua internacionalmente no ramo de fabricação de veículos para transportes aéreo e ferroviário, principalmente fabricantes de aviões comerciais, aviões executivos, avião utilitário para combate a incêndios florestais e locomotivas e vagões para transporte de passageiros. A sede do grupo Bombardier está localizada em Montreal, na província (estado) de Quebec, no Canadá, e possui diversas subsidiárias no Canadá, nos Estados Unidos, no México e na Europa.

Em 2016, por exemplo, com uma receita bruta de US$ 16 bilhões (incluindo os números de todas as suas subsidiárias, inclusive aquelas que não têm relação direta com aviação), o grupo industrial Bombardier esteve na terceira posição mundial no setor de indústria aeronáutica civil, logo acima de sua principal concorrente, a empresa brasileira Embraer, que encerrou 2016 com um faturamento de US$ 6,5 bilhões, ambas abaixo da europeia Airbus e da americana Boeing, as duas gigantes do setor aeroespacial. Atualmente, a Bombardier possui mais de 66.000 empregados em vários países, principalmente no Canadá, nos Estados Unidos e na Europa. Em 2015, a Bombardier Aerospace, a subsidiária do grupo Bombardier que fabrica aviões civis, incluindo aviões comerciais e executivos, teve um faturamento de mais de US$ 11 bilhões.

Atualmente, a Bombardier Incorporated e sua irmã BRP - Bombardier Recreational Products, ambas empresas com razões sociais e composições acionárias diferentes, estão entre as maiores companhias fabricantes de veículos e motores do mundo, respectivamente, atuando principalmente no ramo aeroespacial, de transporte ferroviário de passageiros (metrôs subterrâneos, metrôs de superfície e trens de alta velocidade, inclusive) e de desportos motorizados do mundo, posição alcançada em mais de 70 anos de existência, atuando principalmente nas etapas de projeto, desenvolvimento, fabricação e venda de aeronaves para os segmentos de aviação comercial, aviação executiva e aviação utilitária, trens para transporte de passageiros e veículos para transporte sobre neve, água e terra.

Em unidades vendidas, a empresa canadense Bombardier Incorporated é, atualmente, a quarta maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta e uma das maiores fabricantes de aeronaves executivas do mundo, e sua subsidiária mais conhecida e admirada, a americana Bombardier Learjet é uma das mais tradicionais, confiáveis e respeitadas fabricantes de jatos executivos do mundo. Comparando receitas, a Bombardier Aerospace é, atualmente, um das maiores empresas fabricantes de aeronaves do planeta, somando os números de todas as unidades da companhia, incluindo as marcas e projetos Learjet, Canadair / CRJGlobal e Challenger, de Havilland / Q Series, entre outros.

A BRP - Bombardier Recreational Products, na qual a Família Bombardier também possui uma importante participação acionária, é outra grande companhia canadense de capital aberto, separada da companhia Bombardier Incorporated. Como o próprio nome diz, a BRP - Bombardier Recreational Products (pronuncia-se Bombardiê Ricriachonal Pródâcts) fabrica veículos para transporte terrestre e aquático e pequenos motores aeronáuticos a pistão, com ênfase no ramo de produtos para desportos motorizados, incluindo os badalados quadriciclos com a marca Can-Am, as também badaladas motos aquáticas / jet skis com a marca Sea-Doo e moto-esquis com a marca Ski-Doo, veículos para transportar pessoas e cargas sobre condições de neve, motores de popa para embarcações pequenas com a marca Evinrude e os tradicionais motores aeronáuticos a pistão com a marca Rotax.

Recentemente, a Bombardier Incorporated deu um ousado passo no sentido de tornar comercialmente viável seus modelos de jatos regionais para transporte comercial de passageiros, criando uma nova empresa em sociedade com a gigante europeia Airbus Group, desencadeando, logo em seguida, uma reação quase imediata da Boeing Company, por sua vez com uma proposta semelhante para assumir o controle da subsidiária fabricante de jatos comerciais para transporte de passageiros da brasileira Embraer S.A.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Logo acima, imagem de um Bombardier Q-400 no pátio de um típico aeroporto regional, evidenciando a sua vocação para transporte de passageiros, com sua fuselagem mais próxima possível do solo, para facilitar o embarque e desembarque de passageiros. Essa versão da família Quiet Series / Dash 8 é a mais moderna, com conjunto de hélices de seis pás, com menor nível de ruído e vibração que nas versões anteriores. Logo abaixo, o modelo Bombardier Dash 8-300, conhecido também como de Havilland DHC 8-300, a versão intermediária da família de turboélices da Bombardier, a maior parte das unidades fabricadas ainda está em operação.

Os nomes Bombardier Dash 8 e Bombardier Q-Series são usados pela empresa canadense Bombardier Incorporated para sua moderna família de aeronaves comerciais bimotoras de médio porte e alta performance, com motorização turboélice, formada por quatro modelos ou versões com diferentes capacidades, o primeiro com capacidade para transportar 38 passageiros e o mais recente com capacidade para até 86 passageiros, todos eles em viagens interestaduais, com o primeiro modelo da série, o modelo original de Havilland DHC 8-100, de fuselagem curta, criado e desenvolvido a partir da década de 1970 e fabricado em série a partir de 1984, inicialmente pela fabricante canadense de Havilland Canada, então uma estatal controlada pelo Governo Canadense, posteriormente, alguns anos depois, uma subsidiária da fabricante americana Boeing Company e, mais alguns anos adiante, já na década de 1990, uma subsidiária da companhia canadense Bombardier Incorporated.

Conhecidos anteriormente como de Havilland DHC 8 e Bombardier Dash 8, os primeiros modelos dessa família de aeronaves turboélice regionais, o de Havilland DHC 8-100, o primeiro, o de Havilland DHC 8-200, o segundo, com a mesma capacidade de transportar passageiros do primeiro, mas com motores mais potentes, e o de Havilland DHC 8-300, o terceiro, com fuselagem maior e motores mais potentes e, portanto, maior capacidade de transportar passageiros, entre 48 e 56 pessoas, dependendo da configuração de assentos adotada, foram colocados no mercado na década de 1980 e 1990, respectivamente.

Nas décadas de 1970 e 1980, os engenheiros da fabricante de Havilland Canada utilizaram o projeto da aeronave turboélice quadrimotor de Havilland DHC-7 como base para dar origem ao turboélice de Havilland DHC-8-100, com capacidade para transportar 36 passageiros, o modelo original da família, a partir do qual todos os demais foram projetados e desenvolvidos,  com pelo menos uma mudança de grande importância em relação ao seu predecessor de Havilland DHC-7, a significativa redução do número de motores, de quatro para dois, resultando em um modelo de aeronave muito mais econômico, eficiente e prático.

O de Havilland DHC 8-300, conhecido também como de Havilland Dash 8-300, de fuselagem mais longa, um sucesso de vendas, com mais de 260 unidades fabricadas, foi lançado em seguida, na década de 1990, pela de Havilland Canada, que utilizou como base o projeto do bimotor turboélice de fuselagem mais curta de Havilland DHC-8-200, de menor capacidade. Enquanto isso, a Boeing Company tentava racionalizar as linhas de produção dos diversos modelos de aeronaves da de Havilland Canada, mantendo em produção somente os modelos mais vendidos e encerrando a produção dos modelos com vendas mais tímidas. Ela tentou também enxugar o quadro de funcionários da empresa. Essa intenção da gigante americana esbarrou na oposição de sindicatos canadenses, com a consequente entrada do Governo Canadense na questão, o que resultou na compra da de Havilland Canada pela Bombardier Incorporated, com o compromisso de manter em linha de produção todos os modelos de aeronaves que não dessem prejuízo.

Mais adiante, em 2005, as leis naturais de mercado falaram mais alto e a Bombardier Incorporated finalmente conseguiu tirar da linha de produção o modelo de aeronave Bombardier Q-100, conhecido também como Bombardier Dash 8-100, que já não possuía as características solicitadas pelos operadores, com capacidade de transportar passageiros abaixo das necessidades do mercado naquele momento. Anos depois, em 2010, os modelos Bombardier Q-200, conhecido também como Bombardier Dash 8-200, e Bombardier Q-300, conhecido também como Bombardier Dash 8-300, também foram tirados da linha de produção, na qual somente o Bombardier Q-400 foi mantido, já que sua capacidade de transportar até 86 passageiros em alta densidade de assentos ainda é interessante para vários operadores.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, a cabine de passageiros do modelo Bombardier Dash 8-300, com nível de conforto razoável para até 56 passageiros com até 1,75 metro de altura e sem necessidade de se curvar no corredor para acessar o toalete. Logo abaixo, o cockpit do mesmo modelo de avião da década de 1990, com predominância de instrumentos analógicos, mas já apontando para uma tendência de modernização com as primeiras versões EFIS de instrumentos eletrônicos, com telas. 
A família Dash 8 / Q-Series (pronuncia-se Déch Êit / Ki Síris) é composta por quatro modelos de aeronaves para uso comercial, principalmente para companhias aéreas regionais, com fuselagens semi-monocoque de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com diferentes comprimentos e, portanto, capacidades diferentes para transportar entre 38 passageiros e 86 passageiros em viagens interestaduais, dependo do modelo.

Eles são tracionados pela família de motores turboélice Pratt & Whitney PW100, com compressor centrífugo de baixa pressão nos modelos de aviões mais curtos e leves compressor axial de baixa pressão no modelo de avião mais longo e pesado, todos eles fixados nas asas altas e, portanto, bem distantes do solo, o que reduz o risco de danos estruturais causados nas hélices por objetos e pedras eventualmente na pista. A família de motores Pratt & Whitney PW100 é usada também para tracionar alguns de seus concorrentes, entre eles o ATR-72, o ATR-42 e o Fokker 50. São motores com alto índice de confiabilidade, com raros casos de falhas graves de funcionamento em decolagens e em pleno voo.

As velocidades de cruzeiro das aeronaves da família Dash 8 / Q-Series são boas e ótimas, dependendo do modelo, variando entre 480 km / h, no primeiro modelo, mais curto, até impressionantes 650 km / h no modelo mais longo, o Bombardier Q-400. Note que se trata aqui de modelos turboélice e não de jatos, portanto essa velocidade do Bombardier Q-400 é excepcional em um avião desse tipo, com características de pouso em pistas curtas.

O de Havilland DHC-8-300, por exemplo, o modelo intermediário da família Dash 8 / Q-Series, é uma aeronave bimotor turboélice de médio porte projetada especialmente para uso civil no transporte regional de passageiros, de modo geral configurada para 52 assentos (média densidade) ou 56 assentos (alta densidade), cujo principal atrativo técnico desenvolvido pelo seu fabricante de Havilland Canada é a boa flexibilidade para pousar e decolar em pistas curtas ou médias, com obstáculos próximos às cabeceiras ou prolongamentos. A de Havilland Canada conseguiu alcançar essas características de desempenho combinando as asas retas com a motorização turboélice.

A estrutura do de Havilland DHC-300 foi reforçada, sua elegante fuselagem foi alongada em mais de três metros para a fixação de um número maior de assentos, recebeu asas de envergadura maior, um motor bem mais potente, a versão Pratt & Whitney PW123 com até 2.380 shp de potência disponível na decolagem, nos primeiros anos de fabricação e, atendendo a pedidos de companhias aéreas, com até 2.500 shp de potência disponível na decolagem, alguns anos depois.

Na década de 1990, a de Haviland Canada já incluía nos projetos e na fabricação dos quatro irmãos integrantes da família Dash 8 / Q-Series uma boa variedade e quantidade de partes e componentes em material composto, utilizados na montagem das aeronaves, como partes e componentes integrantes das aeronaves. Porém, as partes principais que formam as respectivas estruturas desses aviões (fuselagens, asas e empenagens) sempre foram construídas em alumínio e ligas metálicas.

Comparando os modelos da primeira fase de projeto, a Dash 8 ou DHC 8, de 1984 até 1997, e comparando os modelos da segunda fase Q-Series, de 1998 em diante, a grande comunalidade entre os irmãos de cada uma das duas fases é de mais de 90% de similaridade de peças, partes e componentes. Atualmente, o conceito de comunalidade é de fundamental importância para o sucesso de aeronaves comerciais no mercado de aviação comercial, incluindo o mercado de transporte aéreo regional.

A partir de 1998, esses modelos de aeronaves passaram a fazer parte do projeto Q-Series, sendo que o Q significa quiet, em inglês, que significa silencioso. Essa designação deriva do NVS - Noise and Vibration Supression System, um sistema de supressão de ruído e vibração para a cabine de passageiros baseado no fenômeno de ressonância sonora. Assim, todos os modelos passaram a ter uma nova designação, o Bombardier Q-100, o Bombardier Q-200, o Bombardier Q-300 e o Bombardier Q-400.

Na verdade, o moderno e eficiente projeto do Bombardier Dash Q-400, de fuselagem mais longa e maior capacidade,  é uma versão melhorada, modernizada e refinada do Bombardier Dash 8-300.

VERSÕES DA FAMÍLIA DASH 8 / Q-SERIES

DCH 8-100 / DASH 8-100 / Q-100

Esse é o primeiro modelo da família Dash 8 / Q-Series, o modelo original a partir do qual todos os demais modelos da família foram criados e desenvolvidos. É um avião bimotor de porte médio e motorização turboélice, com pressurização da cabine de passageiros, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com asas altas e trem de pouso retrátil.

Conhecido inicialmente como de Havilland DHC 8-100 e posteriormente, anos depois, como Bombardier Dash 8-100, ele foi fabricado em série e em larga escala a partir de 1984, incorporando uma boa variedade de tecnologias, considerando a época em que foi fabricado, com uma cabine de comando com instrumentos analógicos, mas completa para voos por instrumentos.

A rigor, o primeiro modelo de Havilland DHC 8-100 era tracionado por dois motores turboélice Pratt & Whitney PW120, com 1.800 shp de potência disponíveis na decolagem, em cada motor. Posteriormente, anos depois, algumas sub-versões foram lançadas, a de Havilland DHC 8-101, com aumento no peso máximo de decolagem para 15.000 kg, a de Havilland DHC 8-102 e a de Havilland DHC 8-103, ambas com aumento no peso máximo de decolagem para 15.600 kg, a de Havilland DHC 8-106, com motor Pratt & Whitney PW121, e mais algumas sub-versões militares vendidas para as forças armadas do Canadá e dos Estados Unidos.

A partir de 1998, esse projeto de aeronave com capacidade para transportar 38 passageiros passou a ser denominado Bombardier Q-100, refletindo uma variedade de melhorias e modernizações em aviônicos, acabamento e isolamento acústico. No total, foram quase 300 unidades fabricadas, o que para os padrões da indústria aeronáutica civil pode ser considerado um sucesso de vendas.

Os seus principais concorrentes são o ATR-42, o Embraer EMB-120 Brasilia, o Saab 340 e o Dornier 328.


DHC 8-200 / Dash 8-200 / Q-200

É um modelo semelhante ao seu irmão de Havilland DHC 8-100, são quase gêmeos, mas a motorização do de Havilland DHC 8-200 é mais potente, com 2.100 shp disponíveis na decolagem, em cada motor, com a mesma capacidade de transportar passageiros.

Algumas sub-versões foram lançadas anos depois, a primeira e a segunda, a de Havilland DHC 8-201 e a de Havilland DHC 8-202, ambas em 1995, também tracionadas com motor Pratt & Whitney PW123, e a versão modernizada Bombardier Q-200, lançada em 1998.

Mais de 100 unidades foram fabricadas.

Os seus principais concorrentes são o ATR-42, o Embraer EMB-120 Brasilia, o Saab 340 e o Dornier 328.


DHC 8-300 / DASH 8-300 / Q-300

Lançado em 1990, é um dos melhores modelos da família Dash 8 / Q-Series, com capacidade para transportar até 56 passageiros numa configuração de alta densidade. Basicamente, em linhas gerais, é um avião bimotor de porte médio e motorização turboélice, com pressurização da cabine de passageiros, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com asas altas e trem de pouso retrátil.

Conhecido inicialmente como de Havilland DHC 8-300 e posteriormente, anos depois, como Bombardier Dash 8-300, ele foi fabricado em série e em larga escala a partir de 1990, incorporando uma boa variedade de tecnologias, considerando a época em que foi fabricado, com uma cabine de comando com instrumentos analógicos, mas já apontando para a tendência de uso dos instrumentos digitais EFIS - Electronic Flight Instrument System, com uma das primeiras versões do conceito glass cockpit, ainda com telas de tubos de raios catódicos.

Em relação aos modelos anteriores de Havilland DHC 8-100 e de Havilland DHC 8-200, a fuselagem do de Havilland DHC 8-300 foi aumentada em mais de três metros de comprimento, com motorização Pratt & Whitney PW123, com potências variando entre 2.380 shp e 2.500 shp disponíveis na decolagem, cada motor, dependendo do ano de fabricação e das sub-versões. Além disso, o modelo de avião foi melhorado com a instalação de uma galley mais ampla para o trabalho das comissárias e o bagageiro também foi reprojetado, com mais espaço para bagagens.

Várias sub-versões foram fabricadas, entre elas a de Havilland DHC 8-301, de Havilland DHC 8-311, de Havilland DHC 8-314, de Havilland DHC 8-315 e Bombardier Q-300. Duas sub-versões militares também foram fabricadas para as Forças Armadas dos Estados Unidos.

Mais de 260 unidades foram fabricadas e sua fabricação em série foi encerrada em 2009. A maioria das unidades fabricadas ainda está em boas condições de voo e uma parte disponível no mercado de aeronaves usadas. Geralmente, esse modelo de avião de tamanho intermediário da família Dash 8 / Q-Series desperta a atenção de novas companhias aéreas da América Latina, África e Ásia, que estão procurando modelos de aviões econômicos, confiáveis, confortáveis e relativamente acessíveis, por um preço mais baixo que os aviões regionais novos disponíveis atualmente no mercado.

Os seus principais concorrentes são o ATR-42 e o Fokker 50.


DHC 8-400 / DASH 8-400 / Q-400

É o melhor modelo da família Dash 8 / Q-Series, com a melhor relação custo benefício, com a melhor performance e o menor custo operacional por assento / quilômetro voado, com o melhor alcance e a maior capacidade de transportar passageiros, sem abrir mão de conforto e alta tecnologia. É uma das melhores opções disponíveis atualmente para companhias aéreas regionais bem capitalizadas e que querem cobrir regiões com infraestrutura aeroportuária menos sofisticada, em municípios do interior dos estados ou províncias.

A primeira versão com essas características entrou em serviço no ano 2000, inicialmente com o nome de Havilland DHC 8-400, com capacidade para 68 passageiros. Algumas sub-versões foram lançadas posteriormente, anos depois, com os nomes de Havilland DHC 8-401, de Havilland DHC 8-402, Bombardier Q-400 e Bombardier Q-400 NextGen, com cada novo lançamento refletindo aumento da capacidade de transportar passageiros e modernização de sistemas, até chegar à capacidade de 86 passageiros em alta densidade. A sub-versão Bombardier Q-400 NextGen, por exemplo, possui iluminação LED na cabine de passageiros, motorização Pratt & Whitney PW150 com controle de funcionamento via FADEC, hélices de material composto fabricadas pela inglesa Dowty / Safran, entre outras melhorias e refinamentos.

O Bombardier Q-400 é montado no Canadá, na fábrica da Bombardier Aerospace em Ontário, mas a sua fuselagem central é fabricada na China pela Shenyang / AVIC, os motores são fabricados pela Pratt & Whitney no Canadá e a seção traseira é fabricada pela japonesa Mitsubishi.

Mais de 570 unidades foram fabricadas, inclusive algumas unidades de sub-versões militares.

O seu principal concorrente é o ATR-72 da fabricante franco-italiana ATR - Avions de Transport Régional, este também um best-seller, com mais de 940 unidades fabricadas.

MERCADO

Logo acima, imagem da moderna cabine de comado do Bombardier Q-400, já totalmente dentro do conceito glass cockpit, com as telas primárias e multifuncional. Logo abaixo, uma imagem publicitária do Bombardier Q-400, ressaltando as características de flexibilidade operacional da aeronave, com capacidade de pousar e decolar em pistas de pouso curtas e / ou médias de aeroportos centrais de grandes metrópoles.

Os aviões da família Dash 8 / Q-Series foram projetados especialmente para atender pedidos de companhias aéreas regionais por equipamentos adaptados para operações em pistas de pouso curtas e / ou médias, com procedimentos de decolagem e aproximação mais complicados. Praticamente todas as aeronaves turboélice modernas têm mais potência estática (tração estática) que aeronaves a jato de mesmo tamanho e peso máximo de decolagem.

O principais modelos da família Dash 8 / Q-Series, o Bombardier Dash 8-300 e o Bombardier Q-400, podem operar em pistas de pouso de 1.650 metros e 1.750 metros, respectivamente, mesmo em dias quentes, com as cabines lotadas de passageiros (média densidade) e com os tanques cheios.

Entretanto, do ponto de vista econômico, em rotas de mais de 750 quilômetros, aeronaves com motorização turbofan (como o E-190 da Embraer, por exemplo) são mais vantajosas que as aeronaves turboélice regionais atuais, pois são mais velozes e têm produtividade maior, em função justamente da velocidade de cruzeiro maior.

Desde o início da fabricação dos aviões da família Dash 8 / Q-Series, na década de 1980, disponibilizada pelo fabricante aos operadores de vários continentes, eles podiam ser comprados ou alugados por meio de contratos de leasing operacional, que é um contrato de aluguel dos aviões, ou por meio do leasing com opção de compra, que é o contrato de aluguel cujos valores pagos do início ao fim do contrato podem ser usados como entrada na negociação de compra do mesmo avião. O modelo mais recente Bombardier Q-400 ainda pode ser comprado à vista, é claro, o que é raro, pode ser alugado e pode ser comprado por meio de financiamento em cerca de 10 anos.

Somando os números de todos os modelos civis e militares da família Dash 8 / Q-Series fabricados pela de Havilland Canada / Bombardier Aerospace desde 1984, são mais de 1.240 unidades fabricadas, um grande sucesso de vendas. Eles formam a família de aviões turboélice mais bem sucedida da de Havilland Canada e, posteriormente, da Bombardier Aerospace. Essa família está entre os mais bem sucedidos projetos comerciais de aeronaves regionais da história da indústria aeronáutica.

Os principais operadores da família de aeronaves Dash 8 / Q-Series foram e / ou são as companhias aéreas regionais Jazz do Canadá (88 unidades), Flybe da Inglaterra (53 unidades), Horizon Air dos Estados Unidos (49 unidades), SpiceJet da Índia (23 unidades), West Jet do Canadá (9 unidades), Qantas Link da Austrália (44 unidades), a ANA Wings do Japão (22 unidades) e a Eurolot da Polônia (14 unidades).

No total, são mais de 60 operadores em mais de 40 países usando diariamente os quatro modelos da família Dash 8 / Q-Series.

A FAMÍLIA DASH-8 NO BRASIL

Logo acima e logo abaixo, o modelo de Havilland Dash 8-300 nas cores das companhias aéreas regionais brasileiras Taba e Penta. Essas duas companhias aéreas operavam principalmente na Região Norte do Brasil.

No Brasil, as empresas aéreas regionais TABA - Transportes Aéreos da Bacia Amazônica Tavaj operaram por alguns anos da década de 1990 os modelos de Havilland DHC 8-300 e de Havilland DHC-8-200, respectivamente. A primeira delas a operar o moderno turboélice canadense foi a TABA, que optou por seis unidades do modelo de Havilland DHC 8-300, aumentando assim a sua cobertura na Região Norte do Brasil, com mais frequências, inclusive.

Uma prova da flexibilidade dessa família de aeronaves é que a TABA - Transportes Aéreos da Bacia Amazônica servia na época 35 municípios, sendo que em 13 deles simplesmente não havia serviço de reabastecimento de aeronaves, ou seja, os aviões decolavam de Manaus, por exemplo, com o combustível suficiente para ir e voltar de determinadas localidades afastadas dos grandes centros urbanos, com reservas de combustível para os dois trechos, ida e volta.

A companhia aérea regional Penta também operou por algum tempo alguns aviões da família Dash 8 / Q-Series.

SEGURANÇA DE VOO

Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Entretanto, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas.

A grosso modo, apenas para efeito de comparação, a média estatística mundial de envolvimento em acidentes graves com vítimas fatais de aeronaves comerciais fabricadas por grandes e tradicionais empresas ocidentais, incluindo Boeing, Airbus / ATR, Embraer e Bombardier, é de aproximadamente 2% do número total de aeronaves fabricadas. Não é o ideal, é claro, porque o ideal é que não haja acidentes, mas sabe-se que a indústria aeronáutica e as companhias aéreas fazem esforços para reduzir ainda mais este número, que, aliás, é apenas tolerado pelas autoridades aeronáuticas dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

No total, desde o início da operação comercial dos modelos de Havilland Dash 8-300 / Bombardier Dash 8-300 e Bombardier Q-400 nas décadas de 1990 e 2000, respectivamente, foram registrados quatro ocorrências / acidentes graves com vítimas fatais. Entretanto, justiça seja feita, uma dessas ocorrências / acidentes graves com vítimas fatais foi ocasionada por fatores que não têm absolutamente nenhuma relação com a qualidade desses projetos. Em 2016, o motorista de um caminhão de reabastecimento de combustível colidiu com a aeronave estacionada no pátio de um aeroporto alemão. Portanto, do ponto de vista puramente estatístico, menos de 1% do número total de turboélices Dash 8-300 e Q-400 fabricados pela Bombardier se envolveu em acidentes graves com vítimas fatais, excluindo deste número o caso citado acima:
  • Em 1993, um de Havilland DHC 8-300 da Lufthansa Cityline foi destruído em um acidente próximo ao Aeroporto Charles de Gaulle em Paris, na França. As investigações do acidente apontam para um caso de aproximação mal sucedida sob mau tempo.
  • Em 2009, um Bombardier Q-400 da Colgan Air foi destruído em um acidente próximo ao Aeroporto Bufallo Niagara, na região metropolitana de Nova York, nos Estados Unidos. As investigações do acidente apontam para um caso de aproximação mal sucedida, com falha da tripulação em manter a velocidade correta, com consequente stol, isto é, perda de sustentação aerodinâmica.
  • Em 2018, um Bombardier Q-400 da Bangla Airlines, de Bangladesh, com destino a Catmandu, no Nepal. Aparentemente, houve uma confusão de fonia (comunicação por voz) entre os controladores e a tripulação da aeronave. Assim, a tripulação fez um pouso equivocado no mesmo sentido do vento, o que não é adequado, e a aeronave precisou de mais velocidade que o normal para pousar, ultrapassando os limites da pista de pouso, colidindo com obstáculos próximos e pegando fogo.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

BOMBARDIER DASH 8-300
  • Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 2 comissárias;
  • Capacidade: 48 passageiros (baixa densidade);
  • Capacidade: 52 passageiros (média densidade);
  • Capacidade: 56 passageiros (alta densidade);
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 530 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 26 metros;
  • Envergadura: Aprox. 27,5 metros;
  • Altura: Aprox. 7,5 metros;
  • Motorização (potência) : 2 X Pratt & Whitney PW123 (2.380 shp / cada);
  • Motorização (potência): 2 X Pratt & Whitney PW123 (2.500 shp / cada);
  • Consumo médio (QAV): Aprox. 0,07 litro / passageiro / km voado;
  • Despachabilidade: Aprox. 98%;
  • Teto de Serviço: Aprox. 7.600 metros;
  • Peso máximo de decolagem (Q-300): Aprox. 19.500 kg;
  • Alcance: Aprox. 1.700 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Pista de pouso: Aprox. 1.650 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);

BOMBARDIER Q-400
  • Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto, 2 ou 3 comissárias;
  • Capacidade: 68 passageiros (baixa densidade / duas classes);
  • Capacidade: 78 passageiros (média densidade / classe única);
  • Capacidade: 82 passageiros (média densidade / classe única);
  • Capacidade: 86 passageiros (alta densidade / classe única);
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 650 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 33 metros;
  • Envergadura: Aprox. 28,5 metros;
  • Altura: Aprox. 8,5 metros;
  • Motorização (potência): 2 X Pratt & Whitney PW150, com FADEC (5.071 shp / cada);
  • Hélices: Dowty / Safran, seis pás de material composto, aquecidas eletricamente;
  • Aviônicos: EFIS Thales, com HUD / EVS nas sub-versões mais recentes;
  • Teto de serviço: Aprox. 8.300 metros;
  • Despachabilidade: Aprox. 98%;
  • Pista de pouso (média densidade): Aprox. 1.750 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Alcance (média densidade): Aprox. 2.500 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 29.000 kg;
  • Preço (no Canadá): Aprox. US$ 32 milhões (novo);

PRINCIPAIS CONCORRENTES
  • ATR-72
  • ATR-42
  • Embraer EMB-120 Brasília
  • Dornier 328
  • Fokker 50
  • Saab 340

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VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Bombardier_Dash_8
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bombardier_Q_Series
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/De_Havilland_Canada
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pratt_%26_Whitney_Canada_PW100
  • Bombardier (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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