EMBRAER ERJ-140 REGIONAL JET
EMBRAER ERJ-140 ER
EMBRAER ERJ-140 LR
EMBRAER E-175
INTRODUÇÃO
O Embraer ERJ-140 Regional Jet é uma moderna aeronave
bimotor pressurizada de alta performance, com motorização turbofan, com
capacidade para transportar confortavelmente até 44 passageiros em viagens
interestaduais e internacionais, projetada na década de 1990 e desenvolvida e
fabricada em larga escala no Brasil a partir da década de 2000 pela então
fabricante brasileira Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, atualmente
Embraer S.A., que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o
bimotor turbofan Embraer ERJ-145 Regional Jet, incluindo o seu projeto de
fuselagem, asas e estabilizadores vertical e horizontal em “T” e a maior parte
dos seus sistemas hidráulico, elétrico, eletrônico, pneumático e mecânico.
O Embraer ERJ-140 foi a terceira aeronave comercial a
jato fabricada em série pela Embraer, um sucesso de vendas no mercado mundial
de aviação comercial. Ele faz parte da família Embraer ERJ-145, por sua vez
considerada no meio aeronáutico mundial um dos mais importantes, emblemáticos e
significativos projetos ou programas voltados para o emprego intensivo e
regular na aviação regional. Ela é considerada pelo mercado e pela própria
Embraer S.A. o ponto de partida para a sua recuperação financeira após sua
privatização na década de 1990.
A criação, o desenvolvimento e a fabricação dos aviões
da família Embraer ERJ-145 tem o significado simbólico e exemplar de como é
possível uma empresa de alta tecnologia se recuperar dos efeitos negativos de
recessões econômicas mundiais.
Durante as décadas de 2000 e 2010, os principais
concorrentes do Embraer ERJ-140 Regional Jet no mercado mundial de transporte
aéreo regional foram o Fokker F-50, o Saab 2000, o Dornier 328 Jet, o ATR-42 e o de
Havilland DHC-8-300, embora uma parte desses modelos não estivesse mais sendo
produzida nessas décadas e estivesse disponível somente no mercado mundial de
aeronaves usadas.
A EMBRAER S.A.
A Embraer S.A. é uma grande fabricante brasileira de
aviões comerciais, executivos, militares e utilitários. Atualmente, ela é uma
empresa de capital misto, com predominância de capital privado, com acionistas
estrangeiros, inclusive. A sua sede está localizada em São José dos Campos,
interior do Estado de São Paulo. Ela foi privatizada na década de 1990 e
entregou mais de 100 aeronaves em 2017, com uma carteira de encomendas de cerca
de 400 unidades para os próximos quatro anos.
Considerando receitas e número de aeronaves
fabricadas, a empresa brasileira Embraer S.A. é a terceira maior fabricante de
aeronaves comerciais do planeta e a quinta maior fabricante de jatos
executivos. Ela foi fundada como uma estatal no início da década de 1970 e,
desde a sua fundação, fabricou mais de 8.000 unidades, incluindo aviões
comerciais para a aviação regional; aviões executivos em geral, entre eles
jatos bimotores, turboélices bimotores, bimotores e monomotores a pistão;
aviões utilitários para aviação agrícola; e aviões militares para treinamento e
combate; sendo que a maioria deles ainda está em condições de voo.
Em unidades vendidas, a empresa brasileira Embraer
S.A. é uma das maiores fabricantes de aeronaves comerciais, aeronaves
executivas, aeronaves utilitárias para uso agrícola e aeronaves militares.
Comparando receitas, a Embraer foi o quarto maior grupo fabricante de aeronaves
civis do planeta em 2014, somando os números de todas as unidades da empresa,
no Brasil e no exterior, com receita bruta de aproximadamente US$ 5,6 bilhões.
Com um aparente recuo gradativo da canadense Bombardier Incorporated no mercado
de aviação comercial, nos anos mais recentes, é provável ou possível que a
Embraer S.A. assuma em breve a terceira posição entre as maiores fabricantes de
aviões civis do mundo, atrás apenas da Airbus e da Boeing.
Alguns anos atrás, a Embraer S.A. despertou o
interesse da gigante americana da indústria aeronáutica e aeroespacial Boeing
Company, que chegou ao ponto de fazer uma oferta de compra da fabricante
aeronáutica brasileira, proposta reformulada meses depois em razão da
disposição do Governo Brasileiro em manter sua participação minoritária do tipo
golden share, já que a subsidiária Embraer Defesa e Segurança é a principal
fornecedora de aeronaves para a FAB - Força Aérea Brasileira. A nova proposta
da Boeing consiste em assumir o controle gerencial de uma nova subsidiária para
a fabricação de aviões comerciais e, atualmente, as duas empresas estão em
negociação para atuarem juntas na fabricação de aeronaves comerciais para a
aviação regional.
Atualmente, a Embraer S.A. é sócia minoritária com 20%
da Boeing Commercial Brasil, a subsidiária brasileira da Boeing Company para a
fabricação de aeronaves comerciais, principalmente os jatos regionais da bem
sucedida família Embraer E-Jet.
Comparando receitas, a Embraer é o um dos maiores
fabricantes de aeronaves do planeta, somando os números de todas as unidades da
empresa, no Brasil e no exterior, com receita bruta de aproximadamente US$ 5,6
bilhões em 2014 e US$ 6,5 bilhões em 2016, com 108 aeronaves comerciais e 117
aeronaves executivas fabricadas, somando 225 unidades fabricadas e entregues.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O Embraer ERJ-140 Regional Jet é uma moderna aeronave bimotor pressurizada de porte médio e alta performance, com motorização turbofan e construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com capacidade para transportar até 44 passageiros em viagens interestaduais e internacionais, criada na década de 1990 e desenvolvida e fabricada no Brasil a partir da década de 2000 pela então Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, na época uma empresa privatizada.
Ele foi criado para atender pedidos de companhias
aéreas regionais por um tipo de transporte mais veloz que os modelos de
aeronaves com motorização turboélice disponíveis até então. Ele é um modelo de
aeronave para uso comercial, principalmente para companhias aéreas regionais,
com fuselagem semi-monocoque de construção convencional em alumínio e ligas
metálicas, com capacidade para transportar até 44 passageiros em viagens
interestaduais e, em alguns casos, até mesmo viagens internacionais. Ele é
impulsionado por dois motores turbofan Rolls-Royce Allison AE3007 fixados no
cone de cauda, o que resulta em velocidades de cruzeiro de aproximadamente 830
km / h e alcances variando entre 2.300 quilômetros e 3.000 quilômetros,
dependendo da versão.
No meio aeronáutico, ele ainda é considerado um modelo
moderno de avião regional, desde o início, na década de 1990, fabricado com uma
das melhores versões disponíveis na época do sistema EFIS – Electronic Flight
Instrument System, o sistema de voo por instrumentos digitais, modelo Honeywell
Primus 1000, com interfaces em cinco amplas telas e mais seis telas menores,
com duas telas PFD – Primary Flight Display, as telas primárias, e duas telas
MFD – Multi Function Display, as telas multifuncionais, com o EICAS - Engine
Indicating and Crew Alerting System e com o FMS - Flight Management System, o
sistema de gerenciamento de voo, fixado no console central, todos eles dentro
de um contexto de glass cockpit ou cockpit de vidro, como também é conhecido no
meio aeronáutico.
A fabricação em série do Embraer ERJ-140 foi iniciada
em 2001. A sua cabine de passageiros tem espaço suficiente para transportar até
44 passageiros com um nível de conforto razoável para os padrões atuais da
aviação regional, com cerca de 44 centímetros úteis de largura de assentos e
cerca de 75 centímetros por fileira de assentos, com espaço suficiente para as
pernas dos passageiros com até 1,75 metro de altura.
O jato regional para transporte de passageiros Embraer
ERJ-140 possui uma porta principal para acesso dos passageiros e tripulação na
parte da frente da fuselagem, com escada embutida, do lado esquerdo, e uma
porta de serviço de catering (limpeza e abastecimento de alimentos) também na
parte da frente da fuselagem, mas do lado direito. Ele possui uma porta
principal de carga na parte traseira da sua fuselagem, próxima ao cone de
cauda, para introdução das bagagens dos passageiros, e saídas de emergência dos
dois lados da fuselagem, junto às duas asas.
Ambos os modelos Embraer ERJ-140 são motorizados com
os confiáveis turbofans americanos Rolls-Royce Allison AE3007A, com empuxos /
potências de 7.580
libras, em cada motor, com alcances variando entre 2.300 quilômetros até 3.000
quilômetros.
O Embraer ERJ-140 foi homologado com sistema anti-ice
por várias autoridades aeronáuticas, com ar quente extraído dos motores para
aquecer os bordos de ataque das asas, do estabilizador horizontal e das naceles
dos motores. Já o sistema hidráulico é duplo, com duas bombas hidráulicas, uma
para cada motor, necessário para o acionamento do trem de pouso, dos flaps, dos
spoilers, do controle de steering, do leme e do estabilizador horizontal.
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Os aviões da família Embraer ERJ-145 foram criados no início da década de 1990 a partir da percepção dos projetistas e executivos da fabricante brasileira Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica sobre o crescente mercado de transporte aéreo regional. Eles acreditavam que havia espaço suficiente no mercado para mais um competidor, o Embraer ERJ-145, com capacidade para transportar até 50 passageiros, numa configuração de média densidade e, caso fosse bem sucedido, com a introdução no mercado de versões subsequentes desse modelo.
Durante a década de 1980, alguns modelos de aviões
bimotores de médio porte estavam sendo desenvolvidos ou já estavam em
fabricação seriada para atender o mercado de aviação regional, entre eles o
holandês Fokker F-50, o francês e italiano ATR-42, o brasileiro Embraer EMB-120
Brasilia, o sueco Saab 340, o britânico BAe 146 e o canadense de Havilland
DHC-8-300. Durante a década de 1990, vários concorrentes estavam sendo
preparados para entrar nesse mercado, entre eles o francês e italiano ATR-72 e
os canadenses Canadair CRJ100 e Canadair CRJ200.
Para dar origem ao projeto do Embraer ERJ-140, os
engenheiros da Embraer decidiram utilizar como base o projeto do ser irmão
maior Embraer ERJ-145, retirando duas seções de fuselagem do projeto do Embraer
ERJ-145, reduzindo então o comprimento total do Embraer ERJ-140 em 1,4 metro,
totalizando aproximadamente 28,4 metros, reduzindo o seu peso e reduzindo a sua
capacidade de transportar passageiros.
Na verdade, a grande comunalidade entre o Embraer
ERJ-140 e o seu irmão maior Embraer ERJ-145 é de mais de 90% de similaridade de
peças, partes e componentes. Atualmente, o conceito de comunalidade é de
fundamental importância para o sucesso de aeronaves comerciais no mercado de
aviação comercial, incluindo o mercado de transporte aéreo regional.
A Embraer iniciou a fase de criação do projeto do
Embraer ERJ-140 em 1999, após o início dos trabalhos de criação e
desenvolvimento do projeto do ser irmão maior Embraer ERJ-145 (na época o
protótipo do ERJ-145 era conhecido como Embraer EMB-145), relacionando
profundamente o projeto do Embraer ERJ-140 ao projeto do Embraer ERJ-145,
demonstrando claramente às companhias aéreas interessadas no Embraer ERJ-145
como poderiam complementar suas frotas de aviões regionais com o seu irmão
menor e mais novo Embraer ERJ-140 nas linhas aéreas regionais de menor demanda,
dentro de um contexto de família de aeronaves regionais, sem que isso
significasse a venda casada dos dois modelos de aeronaves.
Um dos objetivos da Embraer era manter sob controle os
seus custos de desenvolvimento de aeronaves regionais, já que o Embraer ERJ-145,
o Embraer ERJ-135 e, posteriormente, o Embraer ERJ-140 eram parecidos. Assim
seria possível vender os três modelos de aeronaves sem que esses custos
ultrapassassem os limites financeiros que o fabricante poderia suportar.
Para as companhias aéreas a oferta da Embraer era bem
clara, pragmática e objetiva: Manter sob controle os custos e o tempo de
treinamento das tripulações e dos técnicos especializados na manutenção dos
aviões, também dentro dos limites que as companhias aéreas poderiam suportar,
já que os três modelos de aeronaves eram parecidos, e também manter sob
controle os custos de manutenção das aeronaves, sem necessariamente reduzir a
confiabilidade das aeronaves e, por consequência, sem reduzir a segurança de
voo, já que grande parte das peças, partes e componentes dos três modelos de
aeronaves são iguais.
FORNECEDORES
Como forma de dividir os elevados custos de desenvolvimento dos aviões da família Embraer ERJ-145 e tornar a sua fase de desenvolvimento e homologação financeiramente viável, os investidores privados e principais executivos da empresa decidiram adotar uma filosofia de compartilhamento dos riscos de desenvolvimento de novos produtos com os próprios fornecedores de peças, partes e componentes da Embraer, algo que hoje em dia é comum até mesmo em gigantes industriais de altíssima tecnologia aeronáutica, como Boeing e Airbus.
Assim, a Embraer passou a ter condições de dar
prosseguimento à fase de desenvolvimento e homologação do seu primeiro jato
regional de passageiros, tendo como parceiros de risco a empresa espanhola
Gamesa (asas), a empresa belga Sonaca (partes da fuselagem), a empresa chilena
Enaer (empenagem) e a empresa norte americana C&D (interiores).
Em 1994, a privatização da Embraer deu origem a uma
nova fase na empresa, com mudanças no seu estatuto, uma reestruturação interna,
suporte pós-venda mais amplo e estratégia de recuperação concentrada em
segmentos de mercados em que havia mais confiança de retorno dos investimentos,
com alta demanda, dentro de um contexto de aviação regional.
No total, em valores da época, foram investidos mais
de US$ 350 milhões na criação, desenvolvimento e na fase inicial de fabricação,
homologação e marketing da família de jatos regionais Embraer ERJ-145,
incluindo o irmão maior Embraer ERJ-145, e os irmãos menores Embraer ERJ-140 e
Embraer ERJ-135 para transporte regional de passageiros. Nessa fase, a Embraer
reforçou sua imagem de empresa de alta tecnologia aeronáutica com o domínio da
tecnologia de colagem meta-metal, por exemplo.
Na década de 1990, a Embraer já incluía no projeto e
na fabricação dos aviões da família Embraer ERJ-145 uma boa variedade e quantidade
de partes e componentes em material composto, utilizadas na montagem da
aeronave, como partes integrantes da aeronave. Porém, as partes principais que
formam a estrutura da aeronave (fuselagem, asas e empenagem) sempre foram
construídas em alumínio e ligas metálicas.
A Embraer e seus parceiros de risco nos projetos do
Embraer ERJ-145, do Embraer ERJ-140 e do Embraer ERJ-135 investiram, no total,
mais de US$ 650 milhões no desenvolvimento e na fase inicial de fabricação das
peças, partes e componentes utilizados na fabricação dos aviões.
Na década de 1990, a Embraer criou um complexo sistema
de gerenciamento de fornecedores espalhados pelo mundo.
Uma parte dos ensaios foi realizada pela Boeing, nos
Estados Unidos, e pelo CTA – Centro Técnico Aeroespacial, no Brasil.
VERSÕES DO ERJ-140
De modo geral, o Embraer ERJ-140 é um avião bimotor de asas baixas e enflechadas, com motorização turbofan da marca britânica Rolls-Royce, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas e alcance interestadual, embora também possa seja usado por várias companhias aéreas para voos internacionais. Desde a década de 1990, ele e seus irmãos menores estão em linha de produção seriada, com mais de 1.000 unidades fabricadas, tendo transportado mais de 700 milhões de passageiros, atualmente operando em mais de 70 empresas, com o Embraer ERJ-145 tendo a fuselagem mais longa, com 30 metros de comprimento, e seus irmãos Embraer ERJ-140 e Embraer ERJ-135 com fuselagens mais curtas, com 28,5 metros e 26 metros, respectivamente, embora todos mantenham a mesma envergadura (tamanho) de asas, com 20 metros entre uma ponta de asa e a outra ponta, do outro lado da fuselagem.
Se forem incluídas nessa conta as várias versões de
jatos executivos Embraer Legacy, diretamente derivadas do Embraer ERJ-135, o
número sobe para mais de 1.200 unidades fabricadas.
Ambos os modelos de linha aérea Embraer ERJ-140
possuem seção de fuselagem circular, com 2,3 metros de largura total de
fuselagem, sendo 2,1 metros úteis de largura para três assentos por fileira,
separados por um corredor central. Os assentos da cabine de passageiros possuem
44 centímetros úteis de largura na classe única, num total de 44 assentos para
passageiros, em média densidade, com cerca de 75 centímetros entre fileiras de
assentos. Não é muito, mas é o suficiente para uma ou duas horas de voo.
Esses modelos de aeronaves são fabricados no Brasil
pela Embraer S.A. e, em breve, passarão a ser fabricados pela Boeing Commercial
Brasil, a nova empresa brasileira na qual a Embraer S.A. possui 20% de
participação societária.
Todos eles possuem APU – Auxiliary Power Unit, da
marca americana Sundstrand, modelo Sundstrand APS-500, uma unidade geradora de
energia auxiliar, usada para manter energizados os sistemas da aeronave mesmo
com os motores turbofan desligados, o que possibilita, inclusive, manter fresca
a cabine passageiros no momento do embarque e desembarque. Além disso, a sua
bateria opera em 24 volts e 44 ampères.
Ambas as versões Embraer ERJ-140 são modernas, eficientes
e velozes. Elas operam em pistas de pouso de comprimento entre 2.000 metros e
2.500 metros, dependendo da versão, do número de passageiros e bagagens a bordo
e da altitude e temperatura do aeródromo de origem. Na configuração mais comum
de assentos elas podem ser consideradas razoavelmente confortáveis,
considerando os atuais padrões da aviação regional, com espaço suficiente para
pernas dos passageiros com até 1,75 metro de altura.
O consagrado e confiável motor turbofan americano
Rolls-Royce AE3007A de alto desempenho que impulsiona o Embraer ERJ-140 faz
parte de uma família de motores turbofan desenvolvida a partir de uma linha de
motores para aplicação militar, a Allison T-406, usada pelo convertiplano
militar americano Boeing V-22 Osprey. A família de motores turbofan Rolls-Royce
AE3007 para uso civil, tanto comercial como executivo, é usada, inclusive, para
impulsionar o jato executivo intercontinental Cessna Citation X, fabricado pela
Textron Aviation, e o jato executivo Embraer Legacy 600, da fabricante Embraer
Executive Jets, também um best seller
do mercado de aviação executiva.
Essa versão civil de motor turbofan da família
Rolls-Royce AE3007 é uma opção moderna e confiável de propulsão projetada
principalmente para jatos comerciais para transporte de passageiros, com alta
performance, com taxa de bypass de 5:1, o que significa que ele movimenta cinco
vezes mais ar que não passa pela sua câmara de combustão, em relação ao ar
misturado ao querosene e queimado na câmara, portanto bem mais econômico e
menos poluente que motores turbojato.
Essa família foi originalmente projetada, desenvolvida
e fabricada a partir da década de 1990 nos Estados Unidos pela então fabricante
americana Allison Company que, por sua vez, foi comprada, em 1995, pela
fabricante de motores britânica Rolls-Royce, que optou por manter a planta
industrial nos Estados Unidos para fabricação de motores turbofan para uso
civil. Trata-se de um motor turbofan com alta taxa de bypass, com fan de estágio único de titânio, acoplado a uma turbina
de baixa pressão com três estágios. O seu projeto é composto também por um
compressor axial de 14 estágios, por uma turbina de alta pressão com dois
estágios e com reversor de empuxo na saída de gases, tudo isso carenado por uma
cobertura de Kevlar e controlado por um sistema digital FADEC – Full Authority
Digital Engine Control, que impede que os parâmetros, padrões ou limites de
funcionamento dos motores sejam excedidos pela tripulação.
No compartimento do nariz do Embraer ERJ-140 estão
fixados aviônicos em geral, principalmente o radar meteorológico. O sistema
elétrico dele é redundante, com bateria de níquel-cádmio e cinco geradores de
28 volts DC de 400 ampères, sendo dois geradores movidos por cada motor e um
gerador complementar que integra a APU – Auxiliary Power Unit, a unidade
independente para geração de energia complementar. O sistema hidráulico do
avião também é redundante, já que se trata de um modelo de aeronave certificado
pelas regras FAR PART 25, mais rígida que outras certificações. Uma combinação
do sistema hidráulico com o sistema elétrico é responsável, dependendo de cada
caso, pela movimentação e/ou acionamento do trem de pouso, dos flaps, dos speed brakes e spoilerons, do wheel steering (controle da roda de
nariz), do leme e do profundor. Como não se trata de uma aeronave totalmente fly-by-wire, caso a sofisticada
combinação convencional, hidráulica e elétrica, falhe, o que é pouquíssimo
provável, quase impossível, o controle da aeronave pode, teoricamente, ser
mantido por meio de cabos e roldanas ligados diretamente aos manches da cabine
de comando, o que, é claro, vai exigir uma boa dose de força física dos
pilotos.
Os freios do Embraer ERJ-140 são de carbono e possuem anti-skid e o trem de pouso é do tipo trailing link, com haste de arrasto,
para pousos mais suaves. As asas de enflechamento suave, com 23º de
enflechamento, foram projetadas para permitir a operação em altas velocidades e
altas altitudes, com pousos tranquilos em pistas de pouso pavimentadas de
comprimento médio, graças aos dispositivos hipersustentadores, os flaps nos
bordos de fuga.
A aeronave possui dois tanques de combustível, sendo
um em cada asa, com ponto único de reabastecimento para tornar o trabalho do
pessoal de apoio em solo mais ágil e seguro. Além disso, não há necessidade de
escada motorizada para embarque de passageiros, loaders, caminhões de
comissaria e esteira de bagagens, pois a fuselagem do avião está próxima ao
solo. Assim, é possível fazer uma escala
em um típico aeroporto regional brasileiro de cidade de tamanho médio em até 45
minutos, com embarque e desembarque tranquilo de passageiros e suas bagagens e
o reabastecimento dos tanques de combustível. Algumas fontes falam em até 38
minutos, sem correria.
EMBRAER ERJ-140 ER
É o terceiro modelo de avião da família Embraer ERJ-145, a partir do qual a versão Embraer ERJ-140 LR foi criada e desenvolvida. Ele foi lançado oficialmente em 1999, fez o primeiro voo no ano 2000 e foi certificado pela FAA – Federal Aviation Administration, a agência reguladora de aviação dos Estados Unidos, em 2001, com a fabricação em série iniciada em seguida.
Conhecido também como Embraer ERJ-135 KE, ele é um
típico modelo de aeronave comercial bimotor a jato com asas enflechadas, com
construção convencional em metais, mas com uma boa variedade de peças e partes
menores em material composto, para redução de peso. Ele possui capacidade para
transportar até 44 passageiros em viagens interestaduais e, em alguns casos,
até internacionais.
O Embraer ERJ-140 nasceu em 1999, mas as primeiras
encomendas pelas companhias aéreas americanas foram realizadas algum tempo
depois, em um momento em que havia pressão dos sindicatos dos Estados Unidos
para uma regulação que limitasse a quantidade total de assentos nas aeronaves
regionais. Assim, uma parte das rotas regionais dentro dos Estados Unidos
estava limitada a aeronaves com 46 assentos.
A sua fabricação em série foi iniciada em 2001, até o
momento com mais de 74 unidades fabricadas.
EMBRAER ERJ-140 LR
É um modelo semelhante ao Embraer ERJ-140 ER, mas com algumas modificações para atender os requisitos de várias companhias aéreas, com aumento da capacidade de combustível e, consequentemente, aumento do alcance para 3.000 quilômetros, com reservas de combustível.
Conhecido também como Embraer ERJ-135 KL, ele foi desenvolvido para atender companhias aéreas regionais que precisam de maior alcance em relação ao seu irmão quase gêmeo Embraer ERJ-140 ER.
EXPERIÊNCIA
A longa e respeitável trajetória de trabalho dos profissionais contratados pela então empresa estatal Embraer foi iniciada na década de 1970, em parceria com o CTA – Centro Técnico Aeroespacial, com o projeto e a construção em larga escala do Embraer EMB-110 Bandeirante, turboélice para transporte regional de passageiros, seguida na década de 1980 com o turboélice bimotor Embraer EMB-120 Brasília, também para transporte regional de passageiros, mantida na década de 1990, já como empresa privatizada, com o desenvolvimento e a fabricação do Embraer ERJ-145 Regional Jet, entre outros da mesma família, para transporte regional de passageiros, e na década de 2000 pela novíssima e moderna família E-Jet para transporte regional de passageiros, entre eles o E-190, um grande sucesso de vendas no mercado mundial de jatos comerciais.
Um exemplo interessante de como a experiência adquirida
na fabricação de aviões regionais pode, em certa medida, ser aproveitada na
fabricação de aeronaves executivas é o ponto único de reabastecimento de
combustível e o ponto de acesso acesso externo para esgotamento do toalete.
Esses dois ótimos conceitos práticos desenvolvidos na década de 1990 pela
Embraer para o ERJ-140 foram, posteriormente, na década de 2000, de certa forma
aplicados com sucesso no desenvolvimento do Phenom 300, um sucesso no mercado
de transporte aéreo executivo.
Simplificar a operação de uma aeronave comercial para
economizar tempo e dinheiro é vital para companhias aéreas regionais. O ponto
único para reabastecimento de combustível do ERJ-140 reduziu o tempo e
simplificou o reabastecimento da aeronave.
MERCADO
Existe uma forte tendência no mercado mundial de aviação comercial de padronização das frotas de aeronaves, reduzindo o máximo possível o número de famílias de aeronaves que compõem as frotas das companhias aéreas, com o objetivo de manter custos sob controle, sem abrir mão da segurança de voo. Isso é consequência de uma decisão estratégica unânime de investidores e principais executivos das empresas, no sentido de eliminar complicações desnecessárias e aumentar a eficiência das empresas para chegar à lucratividade, e mantê-la.
O índice de despachabilidade é um indicador usado por
fabricantes de aeronaves e empresas de transporte aéreo regular para avaliar a
confiabilidade e produtividade de aeronaves, ou seja, nos dias atuais é natural
que aeronaves bem projetadas, fabricadas dentro de padrões rígidos de controle
de qualidade e que apresentam no dia a dia de trabalho índices de cerca de 98%,
ou mais, consigam se firmar no competitivo mercado de transporte aéreo regular
de passageiros, pois as companhias aéreas precisam de aviões confiáveis para
transportar com segurança seus passageiros, e na prática o Embraer ERJ-140
conserva quase todas as características dos demais modelos de aeronaves da
família Embraer ERJ-145.
Mais de 1.000 unidades da família Embraer ERJ-145,
incluindo o Embraer ERJ-140 e o Embraer ERJ-135, estão voando em vários países,
incluindo os mais competitivos mercados, entre eles Estados Unidos e Europa
Ocidental, comprovando assim as características desses aviões. Somando os
números de vendas das versões militares, entre elas o Embraer AEW&C, e das
versões executivas, entre elas o Embraer Legacy 600, são mais de 1.200 unidades
fabricadas, portanto um grande sucesso de vendas.
Em 2006, a Embraer anunciou que a plataforma Embraer
ERJ-145 alcançou o marco histórico de 10 milhões de horas de voo, após uma
década em serviço e um total de mais de 8,5 milhões de viagens realizadas.
FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
EMBRAER ERJ-140 ER
- Capacidade: 44 passageiros;
- Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 1 comissária;
- Velocidade de cruzeiro: Aprox. 830 km / h;
- Comprimento: Aprox. 28,5 metros;
- Envergadura: Aprox. 20 metros;
- Altura: Aprox. 6,8 metros;
- Motorização (potência): 2 X Rolls Royce AE3007A (7.580 libras / cada);
- Peso máximo de decolagem: Aprox. 20.100 kg;
- Pista pouso: Aprox. 2.300 metros (lotado / dias quentes);
- Alcance: Aprox. 2.300 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
- Teto de serviço: Aprox. 11.200 metros;
- Preço: Aprox.
SEGURANÇA DE VOO
Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Entretanto, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas.
Os aviões da família Embraer ERJ-145 sempre foram e
ainda são bem construídos, a qualidade dessa marca é reconhecida no mercado
mundial de transporte aéreo regional. Até o momento não foram registrados
acidentes graves com vítimas fatais com as versões de linha aérea Embraer ERJ-140.
VEJA TAMBÉM
- ATR-42
- Embraer EMB-120 Brasília
- Canadair CRJ-100 / Bombardier CRJ-200
- Embraer ERJ-135 Regional Jet
- Bombardier Q Series / Dash 8
- Embraer ERJ-145 Regional Jet
- Sukhoi SuperJet 100
- ATR-72
- Aileron
- Abdução (Ufologia)
- Turbofan
- Trimotor
- Saab JAS 39 Gripen NG
- AVGAS (Gasolina de Aviação)
- Extraterrestre (Ufologia)
- Quadrimotor
- Beechcraft
- Programa FX2 (Força Aérea Brasileira)
- Bimotor
- Boeing 747
- Bombardier Canadair CRJ
- Pesos e Medidas
- Ônibus Espacial
- UFO/ OVNI (Ufologia)
- Galvanização (Química)
- Monomotor
- Douglas DC-9
- Cessna 208B Grand Caravan
- Cessna Citation
- Longarina (Engenharia Aeronáutica)
- Iridium (Telefonia por Satélite)
- Neiva (Indústria Aeronáutica)
- Cirrus Aircraft
- Satélites (Telecomunicações)
- Indústria Automobilística
- Embraer EMB-120 Brasilia
- Decolagem (Aviação)
- Fokker F27
- Etops (Aviação)
- Disco Voador
- Embraer EMB-110 Bandeirante
- Embraer KC-390
- Bombardier (Indústrias de Veículos)
- Embraer
- Fokker F-50
- Transportes no Brasil (Logística)
- Globalstar (Telefonia por Satélite)
- Fokker F-100
- Operação Prato (Ufologia)
- Energia Elétrica
- Boeing 737
- Área 51 (Ufologia)
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- Aeroporto Campo de Marte
- Material Composto
- Concorde
- Airbus A300
- Drones
- Boeing 787 Dreamliner
- Douglas DC-3
- Embarcações (Indústria Naval)
- McDonnell Douglas DC-10
- EFIS - Electronic Flight Instrument System
- Aeroporto de Congonhas
- Aeroporto Santos Dumont
- Aeroporto de São José do Rio Preto
- Embraer EMB-314 Super Tucano
- Grumman F-14 Tomcat
- Aeroporto de Presidente Prudente
- Embraer AMX
- Embraer E-Jet
- Aeroporto de Ribeirão Preto
- Inércia (Física)
- Sud Aviation Caravelle
- Airbus A320
- FAB - Força Aérea Brasileira
- Embraer E-190
- Boeing 717
- Bombardier CRJ200
- Turbojato (Indústria Aeronáutica)
- Bombardier Q-400
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- Bombardier CRJ-700
- Embraer E-175
- Embraer E-195
- Airbus A321
- Casa C-295 (Força Aérea Brasileira)
- Airbus A319
- Computador (Informática)
- Embraer E-195
- Elbit Hermes 900 (Força Aérea Brasileira)
- Profundor (Engenharia Aeronáutica)
- Airbus A330
- Unidade Embraer Botucatu
- Bateria (Química e Física)
- Airbus A380
- Aeronaves (Indústria Aeronáutica)
- Let L-410 Turbolet
REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
- MUSAL – Museu da Aeronáutica: http://www2.fab.mil.br/musal/index.php/aeronaves-em-exposicao/55-avioes/301-erj-140
- Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Embraer_ERJ_family
- FAB - Força Aérea Brasileira: http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/13031/ÁGATA-6---FAB-utiliza-aeronaves-fabricadas-no-Brasil
- Site Aviastar (em inglês): http://www.aviastar.org/air/brazil/embraer_erj-140.php
- ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica: Imagem
- Embraer (divulgação): Imagens
- Wikimedia: Imagem
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