ELBIT HERMES 900 (FORÇA AÉREA BRASILEIRA)

ELBIT HERMES 900

ELBIT HERMES 900 KOCHAV

ELBIT HERMES 900 STAR

ELBIT HERMES 900 STARLINER

VANT – VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO

ARP – AERONAVE REMOTAMENTE PILOTADA

UAV – UNMANNED AERIAL VEHICLE

UAS - UNMANNED AIRCRAFT SYSTEM

DRONE

INTRODUÇÃO

O moderníssimo Elbit Hermes 900 é uma aeronave monomotor a pistão não tripulada de asa fixa, de médio porte e de média altitude, de uso exclusivamente militar e policial para missões táticas de reconhecimento, patrulhamento de fronteiras, inteligência, vigilância e monitoramento de territórios, controlada remotamente por meio de ondas de rádio emitidas por estações terrestres ou via satélite e com grande autonomia de voo, criada na década de 2000, desenvolvida e fabricada em série em Israel a partir da década de 2010 pela fabricante israelense Elbit Systems, que utilizou como base para sua criação o drone militar Elbit Hermes 450, do mesmo fabricante.

Os seus principais concorrentes são os drones americanos e israelense de reconhecimento, patrulhamento e vigilância General Atomics RQ-1 MQ-1 Predator, Textron AAI RQ-2 Pioneer, IAI – Israel Aerospace Heron, General Atomics MQ-1C Gray Eagle, Textron AAI RQ-7 Shadow e General Atomics MQ-9 Reaper, embora alguns desses tenham o diferencial da função de ataque a alvos em solo.

A ELBIT SYSTEMS

A multinacional Elbit Systems é uma grande empresa privada israelense fabricante de equipamentos, aeronaves, hardwares e softwares de uso militar e policial e sistemas embarcados em aeronaves militares e civis, fundada em 1966 e atualmente sediada na cidade de Haifa, em Israel. Ela é uma das mais importantes desenvolvedoras e fabricantes de produtos de defesa de Israel, com várias subsidiárias espalhadas pelo mundo, inclusive nos Estados Unidos e no Brasil.

Ela é a empresa proprietária da fabricante americana de aviônicos UAS – Universal Avionics Systems, por sua vez uma grande e importante fornecedora das principais fabricantes de aeronaves comerciais e executivas, bem conhecida no meio aeronáutico. Ela possui também uma subsidiária no Brasil, a AEL Sistemas, que, por sua vez, possui a Harpia Sistemas, também focada em drones, na qual a Embraer S.A. também participa como sócia.

O CONCEITO

De modo geral, um drone é uma aeronave não tripulada, de pequeno ou médio porte, de asa fixa ou asa (s) rotativa (s), de propulsão elétrica ou a combustão interna, tracionada ou impulsionada, controlada e/ou rastreada remotamente por meio de aparelhos e/ou equipamentos eletrônicos em terra ou no espaço com o uso de ondas eletromagnéticas.

O drone, conhecido também no Brasil como VANT – Veículo Aéreo Não Tripulado e nos Estados Unidos como UAV – Unmanned Aerial Vehicle, é qualquer tipo de aeronave que não precisa de piloto embarcado para ser controlada. O drone é um tipo de aeronave não tripulada semelhante aos aeromodelos para uso desportivo, mas em geral o drone tem emprego muito mais amplo, inclusive como utilitário ou semi-utilitário, muito usado no Brasil, nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa Ocidental, no Japão, na Coreia do Sul e na Austrália e vários outros países para registros de imagens e filmagens amadoras e profissionais, levantamento topográfico e cartográfico, uso policial e de inteligência, mapeamento e/ou acompanhamento de lavouras, monitoramento ambiental, controle sanitário ou de saneamento básico, busca e salvamento e uso militar altamente especializado.

Os drones têm alguns aspectos em comum com os aeromodelos e as sondas espaciais, pois todos eles podem ser controlados e/ou rastreados remotamente por meio de ondas eletromagnéticas. Porém, entre as diferenças conceituais estão o uso predominantemente desportivo ou recreativo dos aeromodelos e o uso oficial altamente especializado no espaço ou em outros planetas das sofisticadíssimas sondas espaciais.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

O avançado Elbit Hermes 900 é uma aeronave monomotor a pistão não tripulada de asa fixa e reta, de médio porte e de média altitude, com trem de pouso triciclo retrátil e cauda ou empenagem em V, de uso exclusivamente militar e policial para missões táticas de reconhecimento, patrulhamento de fronteiras, inteligência, vigilância e monitoramento de territórios, controlada remotamente por meio de ondas de rádio emitidas por estações em terra ou via satélite e com grande autonomia de voo. Pelo que se sabe, ele é o mais moderno, mais poderoso e mais novo drone militar em uso atualmente no Brasil pela FAB – Força Aérea Brasileira, adquirido no início desta década para ser operado inicialmente durante a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, e, a partir de então, passou a desempenhar variadas missões militares e policiais aqui.

Ele é um VANT – Veículo Aéreo Não Tripulado ou, numa linguagem mais simples, um drone de origem israelense com alta tecnologia embarcada, incluindo sensores eletro-óticos ou infravermelhos (câmeras termais) de última geração e radares de abertura sintética (geradores de imagens sintéticas tridimensionais) extremamente precisos, cujas imagens e dados são transmitidos em tempo real via ondas de rádio diretamente para estações em terra ou via satélite. Além disso, ele possui um sofisticado sistema de voo e de pouso automático e autônomo, caso as comunicações e/ou o controle remoto com a sua estação de controle em terra tenham sido interrompidos, por algum motivo.

Ele é maior, mais potente e mais sofisticado que seu irmão Elbit Hermes 450, com uma variedade de melhorias e refinamentos em relação ao seu antecessor, inclusive com desempenho superior, com teto de serviço de quase 10.000 metros. Mesmo a essa altitude ele tem capacidade de detecção de alvos com alta precisão, tanto de dia como de noite, grande autonomia de voo de cerca de 36 horas ininterruptas, para desempenhar de forma satisfatória missões regulares ou de rotina, missões eventuais ou missões de emergência, de patrulhamento (ronda) de fronteiras, de inteligência, de vigilância do território nacional, monitoramento e reconhecimento. Ele pode, inclusive, ser usado em missões de apoio SAR – Search and Rescue, em casos em que há necessidade de localizar pessoas e veículos desaparecidos e/ou acidentados.

O Elbit Hermes 900 é um dos mais modernos projetos modulares da família Elbit Hermes, ele é um equipamento derivado direto do Elbit Hermes 450, com a possibilidade de integração de sistemas variados em sua estrutura, com capacidade de carga útil ou peso dos instrumentos embarcados de até 350 quilogramas, com velocidade de cruzeiro entre 120 km/h e 220 km/h, dependendo da missão programada. As suas asas são otimizadas para voos em baixa velocidade, com o uso de flaperons nos bordos de fuga, para reduzir o máximo possível a velocidade de pouso e decolagem e a velocidade típica de operação.

PERFIL OPERACIONAL

O drone militar Elbit Hermes 900, conhecido também como Elbit Hermes 900 Kochav (que significa estrela, na linguagem hebraica), é um dos principais integrantes da frota militar da FAB – Força Aérea Brasileira. Atualmente, ele é operado pelo 1º Esquadrão do 12º Grupo de Aviação dessa força armada, o Esquadrão Hórus, sediado na Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Ele desempenha missões de inteligência, patrulhamento, vigilância e reconhecimento no Brasil.

Ele é uma ARP – Aeronave Remotamente Pilotada com função tática da classe MALF – Medium Altitude and Long Endurance, ou seja, de altitude elevada, considerando os padrões atuais, e de longo alcance, inicialmente projetado para atender os requisitos operacionais das Forças Armadas de Israel e, posteriormente, para exportação para países amigos de Israel, tendo inclusive alcançado sucesso comercial em países da América Latina, como Chile, México e Colômbia. Países europeus também têm demonstrado interesse no Elbit Hermes 900, inclusive com a Suíça já operando seis unidades da aeronave. Outros operadores são o Azerbaijão e as Filipinas.

A transmissão e a recepção de imagens captadas, dados e sinais de controle remoto são realizadas por meio de protocolos padrão de comunicação por meio de ondas de rádio diretamente com as estações em terra ou via satélite. Esse conceito de comunicação é conhecido também no meio militar como enlace de dados e não apenas as estações de controle em terra podem ter acesso imediato às imagens e aos dados coletados pela aeronave, mas também as demais forças militares e policiais no teatro de operações. Ele pode ser usado também no contexto de inteligência eletrônica e guerra eletrônica.

Além dos aparelhos embarcados no seu antecessor Elbit Hermes 450, o novo drone Elbit Hermes 900 da FAB – Força Aérea Brasileira está equipado com o sistema de vigilância SkEye, composto por 10 câmeras de alta resolução que permitem a observação detalhada e simultânea de uma grande área terrestre ou marítima. O software instalado processa o conjunto de imagens, permitindo a visualização de pontos diferentes da mesma área, de maneira independente, o que permite monitorar vários alvos simultaneamente. Neste caso específico, são necessários 10 operadores em solo, em frente aos monitores, para observar as imagens.

Não há informações oficiais sobre o real alcance do Elbit Hermes 900, mas é possível supor um raio de ação (ida e volta) de cerca de 1.500 quilômetros, com alcance de cerca de 3.000 quilômetros, em condições normais de operação, incluindo três horas de combustível no teatro de operações e reserva de combustível para pouso em aeródromo alternativo, caso necessário.

A FAMÍLIA HERMES

A família Hermes é formada por vários drones de uso exclusivamente militar ou policial, para apoio tático para forças armadas e forças policiais, entre eles o Elbit Hermes 450, também usado no Brasil pela FAB – Força Aérea Brasileira. Ele foi lançado em 1995 pela fabricante israelense Elbit Systems também para atender os requisitos das Forças Armadas Israelenses e, posteriormente, para exportação para países amigos de Israel, com fabricação em série iniciada em 1998.

É um dos mais bem sucedidos, tecnicamente e mercadologicamente, veículos aéreos não tripulados de uso exclusivamente militar e policial em operação e em linha de produção no mundo, com mais de 40 unidades fabricadas até o momento, inclusive para forças militares e policiais dos Estados Unidos, de Israel, do Brasil, do Azerbaijão, da Inglaterra, de Botsuana, da Colômbia, da Geórgia, do México, das Filipinas, de Singapura, da Tailândia e de Zâmbia.

A FAB – Força Aérea Brasileira, por exemplo, opera quatro unidades do drone Elbit Hermes 450 por meio do Esquadrão Hórus, sediado na Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Dependendo da fonte consultada, ele tem raio de ação de até 1.000 quilômetros, com reservas.

NO BRASIL

As cinco aeronaves da família Elbit Hermes são usadas no Brasil pela FAB – Força Aérea Brasileira em uma variedade de missões, incluindo ações de apoio às forças policiais brasileiras nas áreas de fronteira do Brasil com Bolívia, Colômbia, Paraguai e Peru, principalmente na localização de veículos e pessoas suspeitos de tráfico de drogas e armas e observação de propriedades suspeitas de produção e armazenamento ou esconderijos clandestinos de drogas ilícitas e armas.

Um dos exemplos de operações conjuntas das Forças Armadas Brasileiras com a PF – Polícia Federal, com a PRF – Polícia Rodoviária Federal, com o Ibama e com a Receita Federal ocorreu em 2012, com o uso de drones para apoio durante a Operação Ágata VI de fiscalização de áreas suspeitas de crimes ambientais, narcotráfico, tráfico de armas e garimpo ilegal no estado do Mato Grosso.

Aqui no Brasil, o Elbit Hermes 900 é controlado a partir de uma estação de controle em terra localizada em Porto Alegre, a capital do estado do Rio Grande do Sul. Esse controle é realizado por meios das ondas de rádio de Banda C, VHF e UHF. Em caso de falha das comunicações de controle remoto, a própria aeronave retorna automaticamente, de forma autônoma, para sua base de origem ou pousa em um aeródromo alternativo previamente preparado pela FAB – Força Aérea Brasileira, o que significa que, conceitualmente, essa aeronave pode ser considerada um robô.

A decolagem é realizada por operadores in loco a partir de qualquer aeródromo militar ou civil controlado ou parcialmente controlado pela FAB – Força Aérea Brasileira, localizado em qualquer município brasileiro e a partir de então o controle é imediatamente transferido para a estação de controle em Porto Alegre. Geralmente, as decolagens são realizadas a partir da Base Aérea de Santa Maria no Rio Grande do Sul, mas nada impede que a aeronave possa cumprir missões em qualquer outro estado brasileiro.

FICHA TÉCNICA

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Natureza: Não tripulado e remotamente controlado;
Controladores: Duas pessoas em solo;
Observadores: Até 10 pessoas em solo;
Comprimento: Aprox. 8,5 metros;
Envergadura: Aprox. 15 metros;
Velocidade no teatro: Aprox. 140 km / h;
Velocidade de translado: Aprox. 160 km / h;
Velocidade de cruzeiro: Aprox. 180 km / h;
Velocidade máxima: Aprox. 220 km / h;
Motorização (potência): Rotax 914 / pistão (100 hp);
Peso máximo decolagem: Aprox. 1.180 kg;
Carga útil (aparelhos de observação): Aprox. 350 kg;
Alcance (teórico): Aprox. 3.000 quilômetros (dias quentes, com reservas);
Raio de ação (teórico): Aprox. 1.500 quilômetros (dias quentes, com reservas);
Teto de serviço: Aprox. 9.300 metros;
Preço: US$ 8 milhões (incluindo treinamento, estação de controle e peças de reposição);