CASA C-295 (FORÇA AÉREA BRASILEIRA)

CASA C-295
CASA C-295M (LOGÍSTICA E TRANSPORTE)
C-105 AMAZONAS (FORÇA AÉREA BRASILEIRA)
EADS C-295
AIRBUS C-295
CASA CN-295 PERSUADER (PATRULHAMENTO)
CASA CN-295 MPA (PATRULHAMENTO)
INDONESIAN CN-295 (SOB LICENÇA)
CASA KC-295 (REABASTECIMENTO AÉREO)
CC-295 KINGFISHER (FORÇA AÉREA CANADENSE)
C-295 FIREFIGHTER (INCÊNDIOS FLORESTAIS)
AC-295 GUNSHIP (ATAQUE AO SOLO)
AIRBUS C-295 AEW (ALERTA RADAR)

INTRODUÇÃO
Logo acima, o CASA C-295 da Força Aérea Brasileira sobrevoando a região amazônica, com sua capacidade para pousar e decolar em pistas curtas e médias, inclusive as semi-preparadas, de leito natural. Logo acima, mais uma imagem do avião militar europeu, operado por mais de trinta forças armadas em várias partes do mundo.
O moderno Airbus C-295 é uma robusta aeronave bimotor de médio porte multifuncional, para uso exclusivamente militar, em missões de transporte tático e logístico, patrulha marítima, antissubmarinas e antinavios, busca e resgate, combate a incêndios florestais, reabastecimento aéreo e até de ataque ao solo, com motorização turboélice e asa alta, de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada e desenvolvida na década de 1990 pela indústria aeronáutica espanhola CASA – Construcciones Aeronauticas S.A. e fabricada na Espanha a partir da década de 2000 pela então EADS – European Aeronautic Defence and Space Company, conhecida atualmente como Airbus Group, uma gigante multinacional da indústria aeronáutica e aeroespacial.

Desde a década de 2000, o seu principal concorrente é o Alenia C-27J Spartan, fabricado pela italiana Alenia Aermacchi, conhecida atualmente como Leonardo S.p.A.

A AIRBUS GROUP
A gigante empresa multinacional Airbus Group, conhecida anteriormente como EADS, é uma das maiores fabricantes de aviões comerciais de grande porte para transporte doméstico, internacional e intercontinental de passageiros no mundo, com mais de 720 unidades entregues em 2017, por exemplo. É uma das mais tradicionais e conhecidas fabricantes de aeronaves comerciais do planeta. Ela foi fundada na década de 1970, inicialmente como Aerospatiale, posteriormente, a partir do ano 2000, como EADS, e, a partir de 2014, como Airbus Group, que, atualmente, está sediada na Holanda.

Considerando a receita bruta de mais de € 66 bilhões e mais de € 2,8 bilhões de lucro líquido em 2017, por exemplo, ela foi a segunda maior fabricante aeronáutica e uma das maiores fabricantes aeroespaciais e espaciais do mundo. Ela fabrica aviões comerciais civis para transporte de passageiros, aviões militares, helicópteros militares, satélites e foguetes.

A gigante fabricante europeia Airbus S.A.S., por exemplo, está atualmente sediada em Blaignac, na França. Comparando unidades fabricadas e entregues, ela é uma das maiores fabricantes de jatos comerciais de grande porte para transporte doméstico, internacional e intercontinental de passageiros no mundo, disputando ano após ano a liderança do mercado mundial com a gigante norte americana Boeing, também uma das maiores fabricantes do mundo.

Com mais de 50 anos de vida, a Airbus S.A.S. é uma subsidiária da Airbus Group. Ela é uma das mais tradicionais e mais conhecidas fabricantes de aeronaves comerciais do planeta. Ela foi fundada no início da década de 1970, inicialmente como Airbus Industrie, na França, pelas empresas aeroespaciais Aerospatiale e Sud Aviation, ambas da França e pela Deutsche Airbus, da Alemanha. Posteriormente, anos depois, ainda na década de 1970, outras empresas passaram a fazer parte do consórcio Airbus Industrie, incluindo a fabricante espanhola de aeronaves CASA – Construcciones Aeronauticas e a fabricante inglesa de aeronaves British Aerospace.

Atualmente, ela é uma das mais respeitadas fabricantes de aviões comerciais para transporte de passageiros no mundo. Ela é propriedade da corporação europeia Airbus Group, sediada na Holanda, que controla também uma das maiores fabricantes de helicópteros do mundo, a Airbus Helicopters. A Airbus Group, a holding do grupo, controla também a Airbus Defense and Space, que fabrica o lançador de satélites Ariane, um dos maiores e mais potentes do mundo. Ela é uma corporação europeia de capital aberto que controla também a Astrium, uma fabricantes de satélites.

A Airbus Military é outra subsidiária da Airbus Defense e Space, que fabrica vários produtos para uso militar, entre eles o quadrimotor turboélice de grande porte Airbus A400M, para transporte logístico militar de soldados, cargas militares e reabastecimento em voo. A Airbus Group possui uma importante participação societária na ATR - Avions de Transport Régional, a fabricante do turboélice bimotor regional ATR-72, usado intensivamente no Brasil pela Azul Linhas Aéreas e pela Passaredo Linhas Aéreas.

O Airbus C-295, conhecido também como CASA C-295, um bimotor turboélice para uso militar de logística, usado pela FAB – Força Aérea Brasileira, é mais um exemplo de produto fabricado em larga escala pela Airbus Military. A Airbus Group possui também uma participação societária na Dassault Aviation, que fabrica na França os jatos executivos Dassault Falcon e o caça militar bimotor Dassault Rafale.

A Aerospatiale / Matra da França, a Daimler / DASA da Alemanha e a CASA da Espanha formaram no início da década de 2000 o consórcio aeroespacial EADS NV, que, posteriormente, em 2014, após uma variedade de fusões e aquisições, se tornou a Airbus Group, a corporação proprietária da Airbus Industrie ou Airbus S.A.S., a fabricante de jatos comerciais. Atualmente, a Airbus Group, a holding do grupo, é propriedade do Governo da França, do Governo da Alemanha e do Governo da Espanha, entre muitos outros acionistas privados.

A Airbus Group, conhecida anteriormente como EADS, concorre diretamente com a Boeing Company no mercado aeroespacial, de transporte aéreo comercial e de defesa. A terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta é a brasileira Embraer S.A., que fabrica jatos regionais de médio porte, posição consolidada após o recuo da empresa canadense Bombardier Incorporated, com a venda de ativos industriais para a fabricação de aviões comerciais de médio porte.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O moderno Airbus C-295 é um turboélice militar de médio porte, com fuselagem pressurizada, criado e desenvolvido na década de 1990 pela então fabricante espanhola CASA e fabricado em larga escala a partir da década de 2000 pelo consórcio europeu EADS, conhecido atualmente como Airbus Group. Conhecido também como CASA C-295, ele é um derivado com fuselagem alongada do avião bimotor turboélice militar CASA C-235, mas com um número significativo de mudanças, melhorias, modernizações a aprimoramentos que o tornou um modelo diferente de avião militar.

A aeronave também foi fabricada sob licença pela Indonesian Aerospace, da Indonésia.

Ele é um robusto, potente e confiável modelo de avião bimotor turboélice, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com capacidade e versatilidade para uma variedade de missões, incluindo transporte logístico e/ou tático de veículos e tropas para combate e/ou apoio a operações militares em geral; patrulha marítima e de fronteiras terrestres; cargueiro militar em geral, inclusive com a capacidade de transporte de paletes militares e pequenos contêineres; transporte de militares e civis em missões de atendimento humanitário em calamidades públicas e/ou situações de emergência; plataforma de evacuação aeromédica civil e militar; transporte de presidiários, a pedido das forças civis e militares de segurança pública; missões SAR – Search and Rescue, de procura e resgate de pessoas desaparecidas, acidentadas e/ou em situações de perigo; auxílio de transporte nos atendimentos médicos regulares e humanitários a civis em locais de difícil acesso; entre outros tipos de missões e usos.

Após o início da fabricação seriada, em 2001, mais funções foram desenvolvidas e agregadas ao veículo aéreo militar, incluindo detecção e ataque antissubmarino e antinavio, combate a incêndios florestais, reabastecimento aéreo e até de ataque ao solo.

Conhecido anteriormente como CASA C-295, a denominação original do seu fabricante, e conhecido aqui no Brasil como EADS C-105 Amazonas, a denominação oficial usada pela FAB – Força Aérea Brasileira, uma das principais operadoras desse modelo europeu de avião, o Airbus C-295 foi projetado originalmente para uma variedade de missões militares e humanitárias. Ele é uma aeronave militar versátil e robusta, projetada para transporte e lançamento de paraquedistas; transporte de paletes e pequenos contêineres militares ou para atendimento emergencial em casos de calamidade pública e outras emergências; suprimentos médicos regulares ou eventuais para militares e para civis, dependendo de cada caso e situação; procura e resgate de civis acidentados e/ou em situações de risco, dependo também da situação; transporte de veículos militares leves; e evacuação aeromédica de militares e civis, dependendo de cada caso e situação.

O Airbus C-295 ou CASA C-295 foi projetado originalmente, na década de 1990, pela então indústria aeronáutica espanhola CASA para desempenhar função de apoio em operações militares e resposta governamental a crises humanitárias. Com esse moderno modelo de turboélice bimotor militar a Airbus Group ocupa um nicho de mercado que ela acredita que existe atualmente entre o turboélice monomotor americano de pequeno porte para uso semi-utilitário e de transporte civil e militar Cessna 208B Grand Caravan e o novíssimo jato bimotor brasileiro exclusivamente militar Embraer KC-390.

A fabricante europeia Airbus Defense and Space, uma subsidiária da Airbus Group, acredita que algumas das principais vantagens são a sua boa velocidade de cruzeiro e a sua flexibilidade operacional, afinal é um bimotor turboélice de asa alta para uso exclusivamente militar, com trem de pouso reforçado para operação em pistas de pouso de leito natural, isto é, pistas de pouso de terra ou grama. O moderno modelo de avião militar é um projeto focado em uma variedade de operações, inclusive como ligação estratégica para áreas remotas do Globo Terrestre, de modo ininterrupto, sem necessidade de grandes obras de infraestrutura nos locais de pouso e com apoio mínimo em terra, inclusive dispensando o uso de GPU – Ground Power Unit (gerador de energia), por exemplo, nos locais onde não haja essa conveniente tecnologia.

Segundo a Airbus Defense and Space, o Airbus C-295 ou CASA C-295 tem capacidade para transportar até 73 militares numa configuração de alta densidade, em variadas missões, ou 9.300 kg de carga aérea e pode operar a partir de aeródromos com pistas de pouso de leito natural, sem pavimentação. Esse turboélice bimotor foi projetado originalmente com uma rampa traseira para introdução facilitada de carga aérea militar. A grande porta traseira, alinhada com o eixo longitudinal da aeronave, abre e a rampa móvel, com atuadores hidráulicos, toca o solo ou pista e se apoia nele ou nela para a introdução facilitada de veículos militares, paletes com ou sem paraquedas, e para a entrada de tropas. Essa configuração é comum em aeronaves de transporte militar, incluindo o grande Boeing C-17, o Embraer KC-390, o grande Airbus A400M, o de Havilland DHC-5 Buffalo, o Lockheed Martin C-130 Hercules e o principal concorrente do Airbus C-295 ou CASA C-295, o Alenia C-27J Spartan, entre outros. Com essa configuração, é possível também lançar em pleno voo tropas e cargas com paraquedas.

A aeronave europeia da Airbus, fabricada anteriormente pela EADS, é tracionada por dois motores turboélice Pratt & Whitney PW-127G com 2.920 shp de potência em cada motor, totalizando 5.840 shp de potência na decolagem, e com 2.645 shp de potência em cada motor, totalizando 5.290 shp de potência máxima contínua, o suficiente para manter uma velocidade de cruzeiro de aproximadamente 480 km / h, com alcance de translado de aproximadamente 5.200 quilômetros, alcance aproximado em missão militar típica de rotina da FAB - Força Aérea Brasileira de aproximadamente 4.600 quilômetros e raio de ação de aproximadamente 1.000 quilômetros, quando levado ao seu limite de carga possível, considerando trechos de ida e volta, sem reabastecimento para a volta, lembrando que na Amazônia há muitos locais afastados sem serviço de reabastecimento com querosene disponível.

Esse motor faz parte da família de motores turboélice Pratt & Whitney PW100, usada também para tracionar os turboélices de transporte regional de passageiros ATR-72, Fokker 50, Bombardier Q-400, ATR-42 e Bombardier Dash 8-300, com compressor centrífugo de baixa pressão nos modelos de aviões mais curtos e leves e compressor axial de baixa pressão nos modelos de aviões mais longos e pesados, todos eles também fixados nas asas altas e, portanto, bem distantes do solo, o que reduz o risco de danos estruturais causados nas hélices por objetos e pedras eventualmente na pista. São motores com alto índice de confiabilidade, com raros casos de falhas graves de funcionamento em decolagens e em pleno voo.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Depois de fabricar em larga escala, na década de 1980, o turboélice bimotor de uso militar e para transporte regional de passageiros e cargas aéreas CASA CN-235, a então fabricante espanhola CASA – Construcciones Aeronauticas S.A. deu um passo adiante a partir da década de 1990 com a criação e desenvolvimento de um derivado direto melhorado, o CASA C-295, maior e mais moderno, para uso exclusivamente militar.

Esse turboélice militar bimotor multimissão CASA C-295 é o resultado bem sucedido de um programa militar de renovação e modernização da Força Aérea Espanhola, que foi a operadora governamental de lançamento da aeronave, atualmente com 13 unidades em sua esquadra ou frota.

Inicialmente, o produto CASA C-295 foi oferecido pela fabricante espanhola CASA a vários operadores militares de vários continentes, mas a fabricação em série foi iniciada na década de 2000, quando os ativos dessa fabricante foram usados para formar a EADS – European Aeronautic Defence and Space Company, a então holding controladora também da fabricante de aviões comerciais Airbus S.A.S. Assim, essa nova fabricante recém formada decidiu dar continuidade ao projeto e levá-lo à linha de produção seriada, com vários clientes compradores, entre eles as forças armadas dos Emirados Árabes, da Polônia, da Suíça, do Chile, da Tailândia, de Taiwan, da Jordânia, da Finlândia, de Portugal, da Argélia e, é claro, do Brasil, na época um dos principais clientes militares da EADS e, posteriormente, da Airbus Group.

A fuselagem do Airbus C-295 ou CASA C-295 é mais comprida que a fuselagem do seu antecessor CASA C-235, com três metros a mais de comprimento, com capacidade cúbica melhorada em cerca de 33%, ou seja, o Airbus C-295 ou CASA C-295 é cerca de 1/3 (um terço) maior que o seu antecessor. As asas também são maiores e os motores turboélice Pratt & Whitney PW-127G são mais potentes que os motores turboélice General Electric CT7-9 que tracionam o CASA C-235. Além disso, o trem de pouso foi reforçado, inclusive com uma bequilha de roda dupla.

PERFIL OPERACIONAL
O avião turboélice bimotor Airbus C-295 é uma aeronave de uso exclusivamente militar, com perfil operacional multifunção, principalmente para transporte logístico militar. Conhecido anteriormente como CASA C-295 e EADS C-295, ele foi escolhido em 2002 pela FAB – Força Aérea Brasileira no contexto do seu Programa CLX, uma espécie de concorrência internacional para a escolha de um modelo de aeronave multifunção versátil, capaz de desempenhar de forma satisfatória uma variedade de missões importantes, preenchendo assim todas as especificações / requisitos dessa força armada brasileira no contexto dessa concorrência, na qual também esteve o bimotor turboélice italiano Alenia C-27J Spartan e o bimotor turbofan ucraniano Antonov An-74T, este um curioso projeto de asas altas com o turbofan fixado sobre (sobre mesmo) as asas, algo incomum na indústria aeronáutica mundial.

A fuselagem do Airbus C-295 ou CASA C-295 é semi-monocoque, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com estrutura formada por longarinas, cavernas, anéis e revestimento com folhas de liga de alumínio. Como a FAB – Força Aérea Brasileira precisava de um modelo de aeronave robusto, capaz de enfrentar pistas de pouso de leito natural em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, principalmente na Amazônia Brasileira, como parte do SIPAM – Sistema de Proteção da Amazônia, havia necessidade de que o trem de pouso da aeronave escolhida tivesse essas características.

O trem de pouso desse modelo de avião militar é triciclo retrátil, ele possui três conjuntos de rodas / pneus com duas rodas / pneus em cada conjunto, totalizando seis rodas / pneus , duas rodas na frente, na bequilha, e quatro rodas atrás, nos dois conjuntos principais, que, por sua vez, suportam a maior parte do peso do avião.

O turboélice bimotor europeu possui cinco portas no total, sendo a chamada porta principal de acesso do lado direito da fuselagem; a porta traseira para embarque de cargas maiores, fixada na parte traseira da fuselagem e acoplada ao cone de cauda da aeronave; mais duas portas traseiras laterais, uma do lado esquerdo e outra do lado direito, próximas ao cone de cauda; e a porta de emergência do lado esquerdo, na frente, próxima ao cockpit ou cabine de comando.

Aliás, a cabine de comando do Airbus C-295 ou CASA C-295 é uma das modernas da esquadra ou frota atual da FAB – Força Aérea Brasileira, ela tem uma variedade de sistemas de alta tecnologia embarcada para melhorar a eficiência e aumentar a precisão das missões programadas, incluindo o NGV - Night Vision Goggles, uma espécie de óculos de visão noturna; o ADS, que é o diretor de voo; o FMS – Flight Management System, que é o sistema de gerenciamento de voo, no qual são introduzidas as coordenadas de origem e destino para que o piloto automático assuma temporariamente o comando da aeronave em voos de rotina; o IFF, um aparelho para identificar amigos e denunciar inimigos no chamado teatro de operações; o TCAS – Traffic Collision Avoidance System, que é um sistema de alerta de tráfego, para avisar a tripulação sobre eventuais riscos de colisão com outras aeronaves em voo; o famoso GPS – Global Positioning System, que, como o próprio nome diz, é um sistema de posicionamento global; o WXR, que é o radar meteorológico, para manter a tripulação consciente das condições meteorológicas a sua frente; entre outros sistemas.

A fuselagem do Airbus C-295 ou CASA C-295 é larga e comprida o suficiente para se fixar nela um piso de cabine de carga com robustez suficiente para suportar até 9.250 kg de carga militar em paletes ou pequenos contêineres, amarradas sobre roletes fixados sobre o piso da cabine, dispostos em quatro fileiras longitudinais. Pode-se dizer então que o piso é robusto o suficiente para suportar, até certo ponto, é claro, algumas eventualidades, como um pouso mais duro, por exemplo.

A aeronave militar pode transportar até 73 militares em posição padrão, dependendo da missão a ser realizada; até 50 civis em posição padrão, também dependendo da missão; ou até 27 militares ou civis em macas de transporte aeromédico ou evacuação aeromédica militar, com quatro médicos (as) e/ou enfermeiros (as) de plantão.

A FAMÍLIA CASA C-295
A família de aviões militares CASA C-295 é composta por pelo menos 10 modelos de bimotores turboélice de asas altas, todos eles aproveitando a mesma fuselagem, as mesmas asas, a mesma cabine de comando ou cockpit, o mesmo cone de cauda e a mesma empenagem traseira, com um modelo original e uma versão fabricada sob licença na Indonésia:

CASA C-295 / EADS C-295
.
Modelo original.

CASA C-295M / EADS C-295M
Versão de logística e transporte tático, com capacidade para até 71 soldados, ou 48 paraquedistas, ou 27 macas, ou 5 paletes tamanho padrão, ou 3 veículos militares leves.

O Brasil é um dos principais operadores dessa versão, com um total de 13 unidades, tendo comprado inclusive a sub-versão Airbus SC-295M, cuja designação oficial dentro da FAB - Força Aérea Brasileira é Airbus SC-105 Amazonas, dotada de um conjunto adicional de equipamentos de alta tecnologia militar para otimização das missões de patrulhamento, observação, busca e resgate.

Essa é uma das mais modernas e sofisticadas sub-versões da família CASA C-295, contando inclusive com duas janelas bolha adicionais, totalizando quatro janelas bolha, para aumentar a eficiência das missões de busca e resgate; OVN's - Óculos de Visão Noturna para até quatro observadores; console com sistema FITS - Fully Integrated Tatical System, com o sistema eletro-ótico FLIR Star Safire III, de altíssima resolução de imagem, com capacidade de zoom para até 18 vezes e imagens térmicas com contraste de até 60 vezes, com autotracking, e o radar Elta EL/M2022A, com SAR - Synthetic Aperture Radar ou radar de abertura sintética, ambos capazes, por exemplo, de localizar uma aeronave ou barco acidentados ou seus sobreviventes, na mata densa ou em botes salva-vidas, a quilômetros de distância, mesmo sob neblina ou nevoeiro espessos.

Duas unidades dessa sub-versão estão baseadas em Campo Grande - M.S., na Ala 5 da FAB - Força Aérea Brasileira, onde está localizado o Esquadrão Onça.

INDONESIAN CN-295
.
Versão produzida sob licença na Indonésia.

C-295 MPA OU PERSUADER
.
Versão de patrulha marítima, missões antissubmarinas e/ou antinavios, com seis hardpoints ou pontos de fixação de armas.

AIRBUS C-295 AEW.
.
Versão fabricada pela Airbus Defense and Space, dotada de um radar aerotransportado de 360 graus, com carenagem, com sistema IFF de identificação amigo / inimigo, fabricado pela empresa israelense IAI - Israel Aerospace Industries.

CASA C-295 FIREFIGHTER
.
Versão para combate a incêndios florestais.

AIRBUS CC-295 KINGFISHER
.
Versão baseada no modelo Airbus C-295W, desenvolvida especialmente para a Força Aérea Real do Canadá, para missões de busca e resgate.

CASA C-295 SIGINT
.
Versão de monitoramento de sinais eletromagnéticos de comunicações.

AIRBUS C-295W
.
Versão de desempenho melhorado, com winglets nas asas e motores mais potentes.

AIRBUS AC-295 GUNSHIP
.
Versão armada do CASA C-295, projetada para ataque ao solo, desenvolvida em conjunto pela Airbus Defense and Space, Orbital ATK e King Abdullah Bureau.

CASA KC-295
.
Versão para reabastecimento aéreo.

MERCADO
Logo acima, um mapa mundial simplificado com as principais nações compradoras e operadoras do Airbus C-295 ou CASA C-295, totalizando mais de 160 unidades fabricadas. Logo abaixo, uma imagem impressionante da potente máquina militar em ação, usada no Brasil para transporte logístico e tático militar, humanitário e assistencial, uma das melhores opções do mundo para transporte militar, um avião de primeiro mundo.

Na década de 1990, a FAB – Força Aérea Brasileira lançou vários programas de renovação e modernização da sua esquadra ou frota de aeronaves militares, entre eles o Programa FX, o Programa CLX, o Programa ALX, o Programa PX e o Programa CHX. Todos esses programas tiveram sua importância própria no contexto de melhoria das condições operacionais dessa força armada brasileira, não sendo possível dizer que um ou outro foi mais importante, pois todos foram formados por requisitos diferentes, para diferentes missões.

Entre esses programas lançados, o Programa CLX era justamente o que tinha por objetivo substituir os robustos e flexíveis turboélices canadenses de Havilland DHC-5 Buffalo, tendo como principais candidatos, com mais chances de serem escolhidos pela Aeronáutica Brasileira, o Alenia C-27J Spartan e o CASA C-295, sendo este o modelo escolhido para reequipamento da esquadra ou frota de aviões turboélices de médio porte para transporte logístico militar.

Esse importante Programa CLX estava avaliado na época em cerca de US$ 270 milhões, algo em torno de US$ 470 milhões em valores atualizados, o suficiente para a substituição das 12 unidades de de Havilland DHC-5 Buffalo que, aliás, já haviam cumprido suas missões de forma satisfatória, com valiosos serviços prestados ao Estado Brasileiro. Aliás, entre os principais motivos apontados pela FAB – Força Aérea Brasileira para a sua escolha pelo modelo europeu CASA C-295 estava justamente o custo de aquisição mais baixo que o seu principal concorrente.

No total, até o momento foram fabricadas mais de 160 unidades de Airbus C-295 ou CASA C-295 para diversas forças armadas de diversos países em vários continentes, entre elas as seguintes:
  • Força Aérea da Espanha, 13 unidades;
  • Força Aérea Brasileira, 13 unidades;
  • Força Aérea da Polônia, 16 unidades;
  • Força Aérea dos Emirados Árabes, 4 unidades;
  • Força Aérea da Suíça, 2 unidades;
  • Marinha do Chile, 3 unidades;
  • Exército da Tailândia, 2 unidades;
  • Força Aérea de Taiwan, 19 unidades;
  • Força Aérea da Jordânia, 2 unidades;
  • Força Aérea da Finlândia, 7 unidades;
  • Força Aérea da Índia, 56 unidades encomendadas;
  • Ministério do Interior da Arábia Saudita, 4 unidades;
  • Força Aérea de Portugal, 12 unidades;
  • Força Aérea da Argélia, 6 unidades;
  • Marinha da Angola, 3 unidades;
  • Força Aérea do Canadá, 16 unidades;
  • Força Aérea da Colômbia, 6 unidades;
  • Força Aérea do Equador, 3 unidades;
  • Força Aérea do Egito, 24 unidades;
  • Força Aérea do Cazaquistão, 8 unidades;
  • Força Aérea do México, 8 unidades;
  • Marinha do México, 4 unidades;

NO BRASIL
Foi instalada na Base Aérea de Manaus um Full Flight Simulator para treinamentos de pilotos do Airbus C-295 e CASA C-295 usados pela FAB – Força Aérea Brasileira. O equipamento foi projetado, construído e instalado pela empresa canadense CAE Inc e permite o treinamento completo de todos os pilotos da FAB – Força Aérea Brasileira que vão operar ou já estão operando esse modelo de aeronave militar. O simulador recria todas as características de voo do avião, como sons, movimentos, equipamentos de autodefesa e demais dispositivos. É possível o treinamento de pousos e decolagens e até missões com dispositivos de voo noturno, entre eles o NVG - Night Vision Goggles, lançamento de carga, entre outros tipos de missões de transporte militar.

Com a utilização do Full Flight Simulator o treinamento dessas tripulações militares teve e tem o seu custo bastante reduzido, uma vez que não há gastos com combustível e outros insumos necessários nas operações aéreas. Durante os treinamentos no Full Flight Simulator os pilotos podem experimentar até algumas das sensações físicas de um voo real.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
  • Capacidade: Até 73 militares em posição padrão;
  • Capacidade: Até 50 civis em posição padrão;
  • Capacidade: Até 27 militares ou civis em macas;
  • Capacidade: Até 40 paraquedistas;
  • Capacidade máxima: Até 9.200 kg, com limitação operacional;
  • Capacidade padrão: Até 7.000 kg, com margem de segurança;
  • Capacidade máxima: Até 5 paletes padrão, com limitação;
  • Capacidade padrão: Até 4 paletes padrão, com margem;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 480 km/h;
  • Velocidade máxima: Aprox. 500 km/h;
  • Tripulação de cokpit: 1 piloto e 1 co-piloto;
  • Comprimento total: Aprox. 25 metros;
  • Comprimento da cabine: Aprox. 13 metros;
  • Largura da cabine: Aprox. 2,37 metros;
  • Envergadura: Aprox. 26 metros;
  • Altura da aeronave: Aprox. 9 metros;
  • Altura da cabine: Aprox. 1,88 metro;
  • Fabricação: Espanha e Indonésia;
  • Motorização (potência): 2 X Pratt & Whitney PW127G ( 2.920 shp / cada);
  • Hélices: Hamilton Standard HS-568-5, seis pás de material composto;
  • Aviônicos: FMS, piloto automático, GPWS, diretor de voo, TCAS, VOR, ILS e Tacan;
  • Aviônicos: EFIS - Electronic Flight Instrument System, com até oito telas;
  • Head Up Display:
  • Radar meteorológico: Honeywell RDR-1400C;
  • Teto de serviço: Aprox. 9.000 metros;
  • Pressurização de fuselagem: 1.500 metros em 6.000 metros;
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 23.200 kg, com limitação operacional;
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 21.000 kg, com margem de segurança;
  • Alcance de translado: Até 5.200 quilômetros (65% potência / com reservas);
  • Alcance de rotina (FAB): Até 4.200 quilômetros (75% potência / com reservas);
  • Raio de ação (FAB): Até 1.000 quilômetros (75% potência / com reservas);
  • Pista de pouso (terra): Aprox. 1.200 metros (50 civis / dias quentes / sem obstáculo);
  • Pista de pouso (terra): Aprox. 1.500 metros (50 civis / dias quentes / com obstáculo);
  • Preço de tabela: US$ 32 milhões (novo);

DUAS VISTAS


GALERIA DE IMAGENS

AIRBUS AC-295 GUNSHIP


AIRBUS C-295 AEW


SC-105 AMAZONAS (FAB)


FORÇA AÉREA PORTUGUESA


COMPARAÇÃO ENTRE C-295 E C-235


SC-105 AMAZONAS (FAB)


CASA C-295


CASA C-295


CASA C-295


VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/EADS_CASA_C-295
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/EADS_CASA_C-295
  • Força Aérea Brasileira (divulgação): Imagens
  • Airbus Group (divulgação): Imagem
  • Wikimedia: Imagens

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