EMBRAER E-JET E2

E-JETS LONGOS

EMBRAER E190
EMBRAER E190-E2
LINEAGE 1000 (EXECUTIVO)
EMBRAER E195
EMBRAER E195-E2

E-JETS CURTOS

EMBRAER E175
EMBRAER E175-E2
EMBRAER E170

INTRODUÇÃO
Logo acima, um dos primeiros modelos de jatos regionais bimotores da família Embraer E-Jet da Embraer, o modelo original Embraer E190, nas cores da JetBlue, uma das maiores companhias aéreas domésticas dos Estados Unidos. Logo abaixo, imagem do mesmo modelo de aeronave nas cores da companhia aérea brasileira Azul Linhas Aéreas. Aliás, as duas operadoras têm o mesmo fundador, David Neeleman, de dupla nacionalidade, americana e brasileira.
O nome Embraer E-Jet é usado pela empresa brasileira Embraer S.A. para sua moderna família de aeronaves comerciais bimotoras de médio porte e alta performance, com motorização turbofan e asas baixas, atualmente formada por dois modelos originais e mais duas versões regionais, com capacidade para transportar entre 70 e 140 passageiros em viagens interestaduais e internacionais, dependo da geração, do modelo e da configuração de assentos adotada, criada e desenvolvida no Brasil a partir dos últimos anos da década de 1990, com os quatro primeiros modelos da série, o Embraer E170, o Embraer E175, o Embraer E190 e o Embraer E195 fabricados em larga escala também no Brasil a partir da década de 2000, com as primeiras entregas realizadas para as companhias aéreas LOT, da Polônia; JetBlue, dos Estados Unidos; Alitalia, da Itália; US Airways, dos Estados Unidos, que, posteriormente, foi fundida com a American Airlines; e Régional (Air France), da França.

Já o nome Embraer E-Jet E2 é usado pelo fabricante brasileiro para denominar a segunda fase ou segunda geração do mesmo Projeto E-Jet de jatos regionais com capacidade equivalente de transporte, com várias melhorias, entre elas novos motores, mais eficientes, inclusive com redução do consumo de combustível e aumento de alcance; novo trem de pouso e novos aviônicos.

Os seus principais concorrentes são os novíssimos e moderníssimos jatos regionais da família Airbus A220, conhecidos anteriormente como Bombardier CSeries, fabricados atualmente pela gigante europeia Airbus e fabricados anteriormente pela canadense Bombardier Aerospace; o moderno avião turboélice regional ATR-72, fabricado pela joint venture ATR, composta pela Airbus e pela italiana Alenia / Leonardo; o também moderno turboélice regional de Havilland Dash 8 / Bombardier Q-400, fabricado atualmente pela Longview Aviation / Viking Air e fabricado anteriormente pela canadense Bombardier; os modernos jatos bimotores russos da família Sukhoi SuperJet 100, fabricados pela UAC / Sukhoi; os modernos jatos regionais Bombardier CRJ / Canadair CRJ, fabricados anteriormente pela Bombardier e fabricados atualmente pela nipo-canadense MHI RJ Aviaton / Mitsubishio clássico modernizado COMAC ARJ-21 Regional Jet, da fabricante estatal chinesa COMAC; e os novos e modernos jatos regionais Mitsubishi MRJ, fabricados pela japonesa Mitsubishi Aircraft. 

É possível afirmar que, na época do lançamento da família Embraer E-Jet, havia também mais três competidores sérios nessa faixa de capacidade, o jato regional quadrimotor British Aerospace 146 / Avro 146 e os jatos regionais bimotores Fokker F-100 e Fokker F-70, embora esses três tenham sido descontinuados um pouco antes e um pouco depois do lançamento da família Embraer E-Jet, dependendo de cada caso.

A EMBRAER S.A.
A Embraer S.A. é uma grande fabricante brasileira de aviões comerciais, executivos, militares e utilitários. Atualmente, ela é uma empresa de capital misto, com predominância de capital privado, com acionistas estrangeiros, inclusive. A sua sede está localizada em São José dos Campos, interior do estado de São Paulo. Ela foi privatizada na década de 1990 e entregou mais de 100 aeronaves em 2017, com uma carteira de encomendas de cerca de 400 unidades para os quatro anos seguintes.

Considerando receitas e número de aeronaves fabricadas, a empresa brasileira Embraer S.A. é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta e a quinta maior fabricante de jatos executivos. Ela foi fundada como uma estatal no início da década de 1970 e, desde a sua fundação, fabricou mais de 8.000 unidades, incluindo aviões comerciais para a aviação regional; aviões executivos em geral, entre eles jatos bimotores, turboélices bimotores, bimotores e monomotores a pistão; aviões utilitários para aviação agrícola; e aviões militares para treinamento e combate; sendo que a maioria deles ainda está em condições de voo.

Em unidades vendidas, a empresa brasileira Embraer S.A. é uma das maiores fabricantes de aeronaves comerciais, aeronaves executivas, aeronaves utilitárias para uso agrícola e aeronaves militares. Comparando receitas, a Embraer foi o quarto maior grupo fabricante de aeronaves civis do planeta em 2014, somando os números de todas as unidades da empresa, no Brasil e no exterior, com receita bruta de aproximadamente US$ 5,6 bilhões. Com o recuo gradativo da canadense Bombardier Incorporated no mercado de aviação comercial, nos anos mais recentes, a Embraer S.A. assumiu a terceira posição entre as maiores fabricantes de aviões civis do mundo, atrás apenas da Airbus e da Boeing.

Em 2006, quando os quatro primeiros modelos de aviões comerciais para transporte de passageiros da família Embraer E-Jet já estavam sendo fabricados, a empresa brasileira atendia 67 companhias aéreas regionais ao redor do mundo, em 41 países e já era a líder mundial na fabricação de aviões regionais, ultrapassando a canadense Bombardier.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima, o jato regional Embraer E175, operado pela companhia aérea Trip Linhas Aéreas, uma das maiores e melhores companhias aéreas regionais do Brasil na década de 2000, posteriormente incorporada pela Azul Linhas Aéreas. Logo abaixo, linda imagem ao por do sol do mesmo modelo de aeronave, de propriedade da Republic Airlines, mas usando as cores da American Eagle, uma marca da American Airlines, uma das maiores companhias aéreas dos Estados Unidos.
O Embraer E190, o Embraer E175, o Embraer E195 e o Embraer E170 são modernas aeronaves bimotoras de porte médio e alta performance, com asas baixas enflechadas, com motorização turbofan e com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com capacidade para transportar entre 70 passageiros e 120 passageiros, dependendo do modelo e da configuração de assentos adotada, em viagens interestaduais e internacionais, criadas e desenvolvidas no Brasil a partir dos últimos anos da década de 1990 e dos primeiros anos da década de 2000, e fabricadas em larga escala também no Brasil a partir da década de 2000.

Essa família é formada por dois modelos de aeronaves totalmente originais, o Embraer E170 e o Embraer E190, mais duas versões iniciais, ambas da primeira fase ou primeira geração do Projeto E-Jet, o Embraer E175, conhecido também como Embraer E-170-200, e o Embraer E195, conhecido também como Embraer E-190-200, ambas criadas a partir dos dois modelos originais, formando uma família de quatro modelos iniciais. A família Embraer E-Jet foi criada e desenvolvida pela equipe de designers, engenheiros e técnicos da Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, entretanto aplicando nessa então nova família de aeronaves uma grande variedade de conhecimentos e experiências adquirida anteriormente na fabricação de outros modelos de aeronaves, entre eles o clássico turboélice Embraer EMB-110 Bandeirante, o ainda moderno Embraer EMB-120 Brasilia, o jato militar Embraer AMX e o icônico Embraer ERJ-145 Regional Jet, este com o início da produção seriada em 1996.

Os jatos para transporte regional de passageiros Embraer E170, Embraer E175, Embraer E190 e Embraer E195, conhecidos anteriormente, antes do início da produção seriada, como Embraer ERJ-170, Embraer ERJ-175, Embraer ERJ-190 e Embraer ERJ-195, respectivamente, são os quatro primeiros frutos do Projeto E-Jet, um grande sucesso de vendas da Embraer, uma das mais bem sucedidas famílias de aeronaves comerciais para viagens regionais da história da indústria aeronáutica mundial. Embora já houvesse alguma coisa de tecnologia fly-by-wire nos aviões da família Embraer ERJ, foi a partir dos jatos regionais da família Embraer E-Jet que essa tecnologia foi empregada de forma mais abrangente. É uma tecnologia dominada pela Embraer a partir da década de 1980, com o desenvolvimento e a fabricação em conjunto do jato militar de ataque leve Embraer AMX, mais uma vez provando que, principalmente do ponto de vista técnico, esse projeto militar foi vantajoso para o Brasil, com transferência de tecnologia da Itália para o Brasil.

O Projeto E-Jet, conhecido também como Programa E-Jet, consiste, basicamente e de modo geral, numa estrutura de fuselagem e asas convencional reforçada para transporte intensivo de passageiros, projetada para o uso diário de cerca de 10 horas, com limite de vida útil de até 80.000 horas ou 80.000 ciclos, o equivalente a cerca de 30 anos de utilização intensiva. A sua elegante fuselagem foi projetada a partir do conceito double bubble, traduzindo bolha dupla, com seção de fuselagem de perfil oval, o que significa mais espaço interno para passageiros e bagagens de mão na cabine de passageiros e mais espaço no porão de cargas, em relação a outros modelos de aeronaves comerciais com seção de fuselagem totalmente circular.

Na década de 1990, já havia disposição da Embraer de fabricar os modelos da família Embraer E-Jet com uma boa variedade e quantidade de partes e componentes em material composto, utilizados na montagem das aeronaves, como partes e componentes integrantes das aeronaves. Porém, as partes principais que formam as respectivas estruturas das aeronaves (fuselagem e asas) sempre foram construídas em alumínio e ligas metálicas.

A grande comunalidade entre os modelos da família Embraer E-Jet é de cerca de 80% e de 90% de similaridade de peças, partes e componentes, dependendo de cada caso. O Embraer E170 e o Embraer E175 são mais parecidos entre si e o Embraer E190 e o Embraer E195 são mais parecidos entre si. Atualmente, o conceito de comunalidade é de fundamental importância para o sucesso de aeronaves comerciais no mercado de aviação comercial, incluindo o mercado de transporte aéreo regional. Entre as características comuns a todos os modelos da família estão as quatro portas laterais de bom tamanho, que podem ser usadas para embarque e desembarque de passageiros e acesso do serviço de limpeza / catering (pronuncia-se kêiterin). Há também saídas de emergência junto às asas, que são obrigatórias nos modelos maiores.

Nos últimos anos da década de 1990 e nos primeiros anos da década de 2000, um dos objetivos da Embraer era manter sob controle os seus custos de desenvolvimento de aeronaves regionais, já que o Embraer E170, o Embraer E175 e o Embraer E190 são semelhantes. Posteriormente, pouco tempo depois, a empresa completou seu portfólio de produtos com mais um modelo, o Embraer E195, o irmão maior da família, com fuselagem alongada. Todos os quatro modelos possuem um alto grau de semelhança. Assim o modelo original Embraer E170, o menor, e o modelo intermediário Embraer E175, ambos homologados em 2004, o modelo também intermediário e também original Embraer E190, homologado em 2005, e o modelo Embraer E195, o maior da família, homologado em 2006, formaram a primeira fase ou primeira geração da família Embraer E-Jet, composta por jatos regionais para frotas de companhias aéreas regionais também focadas em manter custos sob controle, de modo que esses custos não ultrapassassem e não ultrapassem seus limites financeiros.

Para as companhias aéreas a oferta da Embraer era e é manter sob controle os custos e o tempo de treinamento das tripulações e dos técnicos especializados na manutenção dos aviões dentro dos limites que as companhias aéreas poderiam e podem suportar, já que os quatro modelos de aeronaves têm algum grau de semelhança, e também manter sob controle os custos de manutenção das aeronaves, sem reduzir a confiabilidade das aeronaves e, por consequência, sem reduzir a segurança de voo, já que uma parte das peças, partes e componentes dos quatro modelos de aeronaves é semelhante ou igual, dependendo de cada caso.

A criação e o desenvolvimento da primeira fase dos modelos da família Embraer E-Jet foi quase simultânea, com apenas alguns meses de diferença entre eles.  A Embraer relacionava esses quatro projetos, demonstrando às companhias aéreas interessadas na família Embraer E-Jet como poderiam compor suas frotas de aviões regionais nas linhas aéreas de menor demanda, em que aviões maiores, como o Boeing 737 e o Airbus A320, por exemplo, não seriam economicamente viáveis.

O Embraer E170, o Embraer E175, o Embraer E190 e o Embraer E195, são quatro modelos de aeronaves para uso comercial, principalmente para companhias aéreas regionais, com fuselagem semi-monocoque de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com capacidade para transportar entre 70 e 120 passageiros em viagens interestaduais e, em algumas situações, até mesmo viagens internacionais. Não é impossível realizar viagens intercontinentais transoceânicas com o Embraer E190, por exemplo, pois ele possui certificação ETOPS 120 minutos, mas esse não é o foco do produto.

Os aviões da família Embraer E-Jet são impulsionados por dois motores turbofan General Electric CF-34 fixados nas asas, o que resulta em velocidades de cruzeiro de aproximadamente 800 km/h e alcances entre 2.700 quilômetros e 4.200 quilômetros, dependendo da versão e/ou sub-versão.

Atualmente, eles estão entre os mais modernos aviões para transporte aéreo regional de passageiros disponíveis no mercado aeronáutico mundial, desde o início, nos primeiros anos da década de 2000, fabricados já com as modernas versões do sistema EFIS – Electronic Flight Instrument System, o sistema de voo por instrumentos, com interfaces em telas de cristal líquido, e com FMC - Flight Management Computer, o computador de gerenciamento de voo, que, por sua vez, integra o FMS - Flight Management System, o sistema de gerenciamento de voo, dentro de um contexto de glass cockpit ou cockpit de vidro, como também é conhecido no meio aeronáutico.

A fabricação em série do Embraer E170 e do Embraer E175 foi iniciada em 2004 e as primeiras entregas foram realizadas para as companhias aéreas US Airways (American Airlines); Alitália, da Itália; Régional (Air France), da França; e LOT Polish, da Polônia; estas três na Europa. Já a fabricação em série do seu irmão mais vendido, o Embraer E190, foi iniciada em 2005 e a primeira entrega foi realizada para a companhia aérea americana JetBlue, uma das maiores dos Estados Unidos. A cabine de passageiros do Embraer E190, por exemplo, tem aproximadamente 26 metros de comprimento, o suficiente para transportar até 98 passageiros com um nível de conforto razoável para os padrões atuais da aviação regional, com cerca de 45 centímetros úteis de largura de assentos e cerca de 80 centímetros para cada fileira de assentos. Ele foi disponibilizado às companhias aéreas em várias sub-versões, incluindo o Embraer E-190 LR (Long Range), sendo esta uma das sub-versões com alcance melhorado.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
A família de jatos regionais biturbinas para transporte de passageiros Embraer E-Jet nasceu nos últimos anos da década de 1990 a partir da percepção dos investidores, executivos, entre eles Maurício Botelho, engenheiros, entre eles Luis Carlos Affonso, e técnicos da Embraer sobre o aquecimento do mercado mundial de transporte aéreo e a necessidade de aeronaves regionais com maior capacidade de transporte do que a capacidade apresentada até então pela maioria das famílias de aeronaves das principais fabricantes.

Na segunda metade da década de 1990 e na primeira metade da década de 2000, é provável que a falência da fabricante holandesa Fokker Aircraft, a falência da fabricante americana e alemã Fairchild-Dornier, e a compra e incorporação da fabricante americana McDonnell Douglas pela também americana Boeing Company, com a consequente descontinuação de vários produtos daquela, tenha reforçado dentro da Embraer a percepção e a impressão de que havia um espaço vago, em termos de oferta e demanda, que precisava ser preenchido com agilidade. Além disso, a Rússia / União Soviética ainda estava se recuperando de uma grave crise econômica iniciada com a falência do seu regime comunista, a China estava dando os primeiros passos na fabricação de aviões comerciais e o Japão ainda não tinha decidido voltar a produzir aviões comerciais, o que formava um cenário favorável para a empresa brasileira investir pesadamente na criação e desenvolvimento de mais uma família de jatos regionais, além da família Embraer ERJ, que, aliás, já era um grande sucesso comercial, com fabricação em série iniciada em 1996.

Como não era tecnicamente possível aproveitar a plataforma da família Embraer ERJ (composta pelo Embraer ERJ-145Embraer ERJ-135 e Embraer ERJ-140) para atender o mercado de aviação regional na faixa de 70 assentos até 120 assentos, já que caso sua fuselagem de três assentos por fileira fosse alongada ainda mais haveria o risco de aumento de ocorrências de atrito de sua cauda nas pistas de pouso, entre outros impedimentos técnicos, então a melhor solução apresentada era criar um novo projeto, um projeto a partir do zero, a partir de uma folha de papel em branco. Surgiu assim o projeto Embraer E-Jet, com motores fixados nas asas, ao contrário da família Embraer ERJ, com motores fixados no cone de cauda.

Optou-se então por uma fuselagem com quatro assentos por fileira, separados por um corredor, assim cada passageiro estaria ao lado de uma janela ou corredor, o que já seria uma vantagem competitiva, realçando no usuário uma sensação agradável de espaço interno, de conforto, tudo isso reforçado por um piso totalmente plano, com um corredor com pé direito de dois metros.

Segundo o fabricante, optou-se pela fixação dos motores nas asas para melhorar aspectos de centragem, peso e balanceamento. Embora, por outro lado, houvesse aspectos desfavoráveis a ser considerados nesse caso, como o risco maior de ingestão de peças, pedras e objetos na pista, os chamados FOD – Foreign Object Damage. Segundo o fabricante esse problema foi contornado com um trem de pouso mais alto.

O foco principal do Projeto E-Jet é atender o passageiro de linhas aéreas regionais, ligando grandes hubs de grandes metrópoles aos aeroportos regionais, geralmente com infraestrutura menos sofisticada que os aeroportos internacionais das grandes metrópoles. Porém, é uma aeronave com fuselagem alta e trem de pouso com amortecedores de longo curso, e sua operação exige alguns equipamentos de apoio em solo, como a escada para passageiros, caminhão de comissaria e a esteira mecanizada para embarque de bagagens.

Entretanto, aeronaves comerciais com fuselagem alta têm pelo menos uma vantagem, o risco de atrito do cone de cauda na pista durante a decolagem, no momento da rotação, é um pouco menor que em aeronaves com fuselagem mais baixa.

O Projeto E-Jet foi lançado oficialmente pela então Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica em 1999, com um dos mais pesados investimentos nacionais em tecnologia aeronáutica para a criação e desenvolvimento de produtos para atender o mercado civil mundial, um dos mais pesados investimentos privados da história da indústria aeronáutica brasileira, avaliado em cerca de US$ 850 milhões na época, o equivalente hoje a cerca de US$ 1,5 bilhão, custo dividido com as suas parceiras de risco no projeto, as próprias fabricantes de peças, partes e componentes, entre elas a Sonaca, da Bélgica, a Gamesa, da Espanha, a Latécoère, da França, a Enaer, do Chile, a Kawasaki, do Japão, a C&DParker, a Honeywell e a Hamilton Sundstrand, essas quatro dos Estados Unidos, a Liebherr, da Alemanha, e, é claro, a General Electric, a fornecedora de motores, dos Estados Unidos.

Desse total de US$ 850 milhões, em valores da época, cerca de 1/3 (um terço) foi investido pela Embraer, por meio de emissão de ações no mercado de capitais e dinheiro de caixa, mais 2/3 (dois terços) dos parceiros de risco. Hoje em dia, até gigantes da indústria aeronáutica, como Boeing e Airbus, por exemplo, seguem mais ou menos a mesma receita de sucesso.

As companhias aéreas clientes e potenciais clientes da Embraer, cerca de 40 empresas, inclusive as operadoras dos aviões Embraer ERJ-145 Regional Jet e Embraer EMB-120 Brasilia, já manifestavam na época a necessidade de modelos de aeronaves maiores, com motores a jato ou turboélice, com bom alcance doméstico e internacional dentro de um mesmo continente. As companhias aéreas europeias, por exemplo, manifestavam sua necessidade de um modelo com bom espaço para galley e toaletes. Do outro lado do Oceano Atlântico, havia a questão da limitação do número de assentos em aeronaves regionais, imposta pela chamada scope clause, conseguida ou, na prática, imposta pelos sindicatos de aeronautas dos Estados Unidos, em acordo ou convenção coletiva de trabalho. A solução encontrada pela Embraer foi tentar agradar a ambos os lados, projetando quatro modelos de aeronaves idênticos em quase tudo, exceto nos comprimentos de fuselagens e nas potências dos motores, alguns mais curtos e outros mais longos, o Embraer E-170, o menor, considerado um dos dois modelos originais da família Embraer E-Jet; o Embraer E-175, o intermediário, um dos mais vendidos da família Embraer E-Jet; o Embraer E-190, também considerado um modelo original, com capacidade para cerca de 100 passageiros, o mais vendido da família Embraer E-Jet; e o Embraer E-195, o maior da família.

PRINCIPAIS FORNECEDORES / PARCEIROS DO PROGRAMA E-JET
FORNECEDOR
PAÍS
COMPONENTES
Kawasaki
Japão
Bordos de ataque, spoilers e flaps
Sonaca
Bélgica
Partes das asas
Latécoère
França
Parte central da fuselagem
Gamesa
Espanha
Cone de cauda e empenagem
Hamilton Sundstrand / UTC
Estados Unidos
APU – Auxiliary Power Unit
General Electric
Estados Unidos
Motores turbofan (1ª geração)
Pratt & Whitney
Estados Unidos
Motores turbofan (2ª geração)
Liebherr
Alemanha
Trem de pouso
C&D
Estados Unidos
Interior
Honeywell
Estados Unidos
EFIS Primus Epic (aviônicos)
Parker Hannifin
Estados Unidos
Sistema de combustível
Alta Precision

Trem de pouso (2ª geração)
Moog Inc

Controle de voo (2ª geração)

VERSÕES DA FAMÍLIA E-JET
A família Embraer E-Jet tem duas fases ou gerações bem definidas, a primeira fase foi estabelecida no mercado na década de 2000 e é composta por quatro modelos iniciais, o Embraer E170, o Embraer E175, o Embraer E190 e Embraer E195, com mais algumas sub-versões com alcance aumentado, algumas delas nomeadas com a sigla LR ou Long Range (pronuncia-se Lón Réind). Já a segunda fase, conhecida oficialmente como Embraer E-Jet E2, foi lançada alguns anos atrás e a entrega do primeiro modelo foi realizada em 2018, com o modelo Embraer E190-E2 entregue para a companhia aérea Wideroe, da Noruega.

Para a fabricação seriada da primeira geração da família Embraer E-Jet, a Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica realizou um grande investimento na ampliação de sua fábrica de aviões no município de São José dos Campos, no estado de São Paulo.

De modo geral, os aviões da primeira geração da família Embraer E-Jet possuem um sistema hidráulico redundante, composto por três sub-sistemas, com cada sub-sistema com duas bombas hidráulicas, totalizando seis bombas, responsáveis pelo acionamento do trem de pouso, dos freios, do controle direcional de roda de nariz (steering) e dos reversores de empuxo. Os atuadores hidráulicos também são responsáveis pelas movimentações dos profundores, do leme e dos spoilers, embora os comandos recebidos sejam fly-by-wire.

Já o sistema elétrico é composto por dois geradores principais, um em cada motor, um gerador auxiliar de APU - Auxiliary Power Unit, um mini-gerador de emergência do tipo RAT - Ram Air Turbine, de 15 KVA, totalizando quatro geradores, duas baterias de 23 volts e uma entrada de fonte externa do tipo GPU - Ground Power Unit, de 115 volts. O sistema elétrico é responsável pelas movimentações dos flaps, dos slats e do estabilizador horizontal.

O sistema pneumático dos aviões da família Embraer E-Jet possui três sub-sistemas, incluindo a APU - Auxiliary Power Unit. Ele é utilizado para o funcionamento do sistema de pressurização e ar condicionado da cabine, para o funcionamento do sistema de anti-ice (aquecimento) do bordo de ataque das asas e para a pressurização do tanque de água.

As aeronaves possuem dois tanques de combustível, um em cada asa.

1ª GERAÇÃO


EMBRAER E170
O Embraer E170  é um dos dois modelos originais da família Embraer E-Jet. Conhecido também como Embraer EMB-170-100, a sua fabricação em série foi iniciada em 2004. Ele é o menor membro da família, o mais curto, e é semelhante aos seus irmãos em quase tudo, exceto no comprimento de fuselagem, no tamanho das asas e na potência dos motores, entre mais alguns detalhes. O seu peso máximo de decolagem é de aproximadamente 36.000 kg e seu alcance é de aproximadamente 3.300 quilômetros.

A sua capacidade de transporte é de 72 passageiros em classe única, com cerca de 80 centímetros para cada fileira de assentos, mas a aeronave foi e é comercializada também com a possibilidade de uma configuração de alta densidade para até 78 passageiros.

Assim como todos os seus irmãos maiores da primeira fase do Projeto E-Jet, o seu cockpit está equipado com o moderno sistema de aviônicos do tipo EFIS – Electronic Flight Instrument System da fabricante americana Honeywell, modelo Primus Epic, com a interface do EICAS - Engine Indicating and Crew Alerting System no centro do painel, com a interface do FMC – Flight Management Computer no console central e equipado com sistema inercial de navegação combinado com GPS – Global Positioning System. O modelo está homologado para operações de aproximação por instrumentos do tipo ILS Cat II, com upgrade possível para ILS Cat III, a pedido das operadoras. Ele possui também TCAS - Traffic Collision Avoidance System e radar meteorológico.

A aeronave  possui sistema anti-ice ou anti-gelo nas asas para operação em países frios e APU – Auxiliary Power Unit da fabricante americana Hamilton Sundstrand para climatizar a cabine de passageiros em aeroportos de países quentes.

Entre os upgrades possíveis disponibilizados pela Embraer está o moderníssimo HUD - Head Up Display, uma maravilha tecnológica que possibilita ao piloto perceber o eixo da pista de pouso em aproximações à noite ou de dia, com chuva leve ou neblina / nevoeiro espesso.

Assim como os outros modelos da primeira fase da família Embraer E-Jet, o Embraer E170 possui um sistema de controle de voo do tipo fly-by-wire, exceto os ailerons, que são acionados por cabos e roldanas, mas com atuadores hidráulicos, a chamada assistência hidráulica, já que se trata de um avião de porte médio.

Mais de 190 unidades de Embraer E170 e suas sub-versões de maior alcance foram fabricadas até o momento, quase todas elas ainda estão voando, transportando passageiros em rotas regionais. Atualmente, a aeronave não é mais fabricada, ela foi retirada do catálogo da empresa.

EMBRAER E175
O Embraer E175 é um dos modelos intermediários da família Embraer E-Jet, com 1,8 metro a mais de comprimento de fuselagem em relação ao seu irmão menor Embraer E-170, para acomodar um número maior de passageiros. Conhecido também como Embraer EMB-170-200, a sua fabricação em série foi iniciada também em 2005, tendo a companhia aérea canadense Air Canada como a operadora de lançamento do avião.

Algumas sub-versões do Embraer E175 também são fabricadas, o Embraer E-175 LR, por exemplo, com a mesma capacidade de transportar 78, 82 ou 86 passageiros do seu irmão Embraer E175 Standard, dependendo da configuração adotada, mas com alcance aumentado, variando entre 3.700 quilômetros e 3.900 quilômetros, com reservas e cabine lotada de passageiros.

Mais de 590 unidades de Embraer E175 e suas sub-versões de maior alcance foram fabricadas até o momento, quase todas elas ainda estão voando, transportando passageiros em rotas regionais. A aeronave ainda consta no catálogo do fabricante, nova, no modelo Embraer E170 Standard, lembrando que, geralmente, grandes operadores, que compram em grandes quantidades, conseguem descontos a partir do preço de tabela.

Atualmente, as principais operadoras do Embraer E175 são a Republic Airways (American, Delta e United), a SkyWest (também para a American, para a Delta e para a United), a Compass Airlines (Delta) e Envoy Air (American), todas essas dos Estados unidos.

O seu principal concorrente, o jato regional canadense Bombardier CRJ700 Regional Jet, começou a ser fabricado em série em 2001.

EMBRAER E190
Conhecido também como Embraer EMB-190-100, é o mais bem sucedido modelo da família Embraer E-Jet, com uma das melhores relações custo benefício. Ele foi lançado oficialmente em 1999, certificado em 2005 pela FAA – Federal Aviation Administration, a agência reguladora de aviação dos Estados Unidos, pelo CTA – Centro Tecnológico Aeroespacial, na época a autoridade certificadora brasileira, e pela EASA – European Aviation Safety Agency, a agência reguladora de aviação da União Europeia, com a fabricação em série iniciada no Brasil logo em seguida, no mesmo ano. As principais diferenças em relação ao Embraer E170 são os comprimentos maiores da fuselagem, das asas e do estabilizador horizontal, este fixado na cauda da aeronave. O trem de pouso também é maior, os motores são mais potentes e as asas possuem winglets para reduzir o arrasto e, por consequência, aumentar o alcance.

É um modelo de aeronave que já nasceu moderno e afinado com os novos tempos, desde o início homologado para atender os requisitos de voo RVSM, FANS e CNS / ATM. Ele já nasceu adaptado para atender os requisitos de voo Stage III e Stage IV, de controle de emissão de ruído externo nas operações de aproximação, pouso e decolagem.

Ele foi um dos dois primeiros modelos de aviões comerciais fabricados pela Embraer com o uso amplo de superfícies aerodinâmicas de controle de voo comandadas ou controladas por meio de impulsos ou pulsos elétricos até os atuadores hidráulicos, a chamada tecnologia fly-by-wire. Esse sistema é composto por geradores de energia que alimentam os computadores da aeronave, que por sua vez percebem os movimentos dos pilotos nos manches e pedais, interpretando esses movimentos e enviando sinais elétricos para os atuadores hidráulicos juntos às superfícies aerodinâmicas de controle de voo, entre elas os flaps, os slats, os profundores e o leme.

Entre as vantagens do sistema fly-by-wire está o menor peso do sistema e a maior confiabilidade e precisão das manobras, já que os computadores evitam que alguns limites de funcionamento da aeronave, como atitude (não confundir com altitude) excessivamente cabrada, o que poderia causar um perigoso estol, por exemplo, sejam ultrapassados. Traduzindo isso numa linguagem mais simples, os computadores “filtram” ou “refinam” as intenções da tripulação, evitando que eventuais comandos “rudes” ou “brutos” demais cheguem até os atuadores hidráulicos.

O modelo Embraer E-190, conhecido também como Embraer E190 Standard, tem alcance de aproximadamente 3.300 quilômetros, com reservas e cabine lotada de passageiros, mas esse bonito modelo de jato regional deu origem também a algumas sub-versões, entre elas o Embraer E190 LR, conhecido também como Embraer E190 Long Range, com alcance de aproximadamente 4.200 quilômetros, também com a cabine lotada de passageiros e com reservas.

Cerca de 10 anos após o lançamento do jato regional Embraer ERJ-145 Regional Jet, com capacidade para transportar 50 passageiros, a Embraer passou a fabricar em série o Embraer E190, com capacidade para transportar 98 passageiros, praticamente o dobro da capacidade. Este modelo de jato regional tem o mérito de ter conseguido manter a Embraer numa confortável posição de um dos principais fornecedores de equipamentos civis para transporte regional de passageiros por mais 10 anos, ao lado de outros grandes e importantes fabricantes, como a canadense Bombardier, que também possui equipamentos com capacidade semelhante.

Na verdade, pouco antes de seu lançamento, havia poucas opções sérias no mercado de aviões com essa capacidade regional, entre elas unidades seminovas do Fokker F-100, disponíveis no mercado de aeronaves usadas, e unidades novas do Boeing 717, que nada mais é que o McDonnell Douglas MD-95, o irmão menor e mais novo e moderno da família McDonnell Douglas MD-90. O principal concorrente do Embraer E190, o canadense Bombardier CRJ900 Regional Jet, veio na mesma época, a sua fabricação em série começou em 2003.

Mais de 550 unidades de Embraer E190 e suas sub-versões foram fabricadas, quase todas ainda estão voando, transportando passageiros em rotas regionais.

Os motores turbofan General Electric CF-34, que impulsionam o Embraer E190 e suas sub-versões, geram 18.500 libras de potência / empuxo cada. Eles são da mesma família de motores que impulsionam os jatos regionais da família Bombardier CRJ / Canadair CRJ, fabricados até 2020, no Canadá, pela Bombardier, e fabricados atualmente pela Mitsubishi. Esses motores possuem FADEC – Full Authority Engine Control, um sistema que controla o funcionamento dos motores para evitar que, durante a operação da aeronave, os parâmetros de funcionamento dos motores não sejam excedidos pelos pilotos, o que resulta em mais segurança, menor consumo de combustível e redução de custos de manutenção.

Esse motor General Electric CF-34 da General Electric foi originalmente desenvolvido para operações militares em aeronaves utilizadas pela United States Air Force e United States Navy, a Força Aérea dos Estados Unidos e a Marinha dos Estados Unidos, respectivamente, portanto foi amplamente testado pela aviação militar antes do emprego na aviação civil. São motores reconhecidos como entre os mais confiáveis e eficientes já produzidos para a aviação comercial.

O jato regional Embraer E190 e suas sub-versões estão entre os mais bem sucedidos da família Embraer E-Jet, com mais de 550 unidades fabricadas até o momento e, surpreendentemente, ainda há operadoras interessadas neles, mesmo após o lançamento do substituto natural, o Embraer E190-E2, este mais econômico, com novos motores e novos aviônicos. Uma das possíveis explicações para esse interesse é o custo de aquisição mais baixo do predecessor Embraer E-190, cerca de US$ 10 milhões mais barato.

O projeto de fuselagem do Embraer E190 foi usado como base pela Embraer para dar origem ao jato executivo intercontinental Embraer Lineage 1000, esse sim um avião intercontinental por natureza, cuja principal função é o transporte de pessoas em viagens longas, inclusive transoceânicas.

Os principais operadores do Embraer E190 são a Aerolíneas Argentinas, Aeromexico Connect, a Airlink Ltd, da África do Sul, a BA CityFlyer, do Reino Unido, a Conviasa, da Venezuela, a Finnair, da Finlândia, a GX Airlines, da China, a Helvetic Airways, da Suíça, a HOP! / Air France, da França, a J-Air, do Japão, a JetBlue, dos Estados Unidos, a Kenya Airways, do Quênia, a KLM Cityhopper, da Holanda, e a Tianjin Airlines, da China.

EMBRAER E195
O Embraer E195, conhecido também como Embraer EMB-190-200, é o quarto modelo da família Embraer E-Jet, com fuselagem ainda mais comprida para acomodar um número maior de passageiros, com envergadura maior e com motores mais potentes. Ele foi lançado oficialmente em 1999 e sua fabricação em série foi iniciada em 2006, com a primeira entrega realizada no mesmo ano para a operadora europeia Flybe, da Inglaterra.

Algumas sub-versões do Embraer E195 são fabricadas, entre elas o Embraer E195 LR, conhecido também como Embraer E195 Long Range, com capacidade variando entre 108 passageiros e 118 passageiros e alcance variando entre 3.300 quilômetros e 4.000 quilômetros, com reservas e cabine lotada de passageiros, com motores com empuxo / potência de 18.500 libras de empuxo / cada, com peso máximo de decolagem aumentado.

O Embraer E195 é o quarto membro da família Embraer E-Jet, ele é um derivado do Embraer E190, este um dos dois primeiros modelos fabricados em série.

Mais de 170 unidades de Embraer E195 e suas sub-versões foram fabricadas. Atualmente, entre os principais operadores estão a Azul Linhas Aéreas, do Brasil, a Air Dolomiti, da Itália, a Air Europa Express, da Espanha, a Austrian Airlines, da Áustria, e a Lot Polish Airlines, da Polônia.

2ª GERAÇÃO

A segunda geração da família Embraer E-Jet, conhecida como geração Embraer E-Jet E2, foi criada a partir da percepção dos investidores, executivos e projetistas da Embraer S.A. sobre o avanço significativo do desenvolvimento do projeto concorrente Bombardier CSeries, com a vantagem competitiva dos motores mais eficientes e da fuselagem mais leve e resistente, fabricada em material composto.

Assim, a empresa brasileira entendeu que era necessário agir rápido para oferecer ao mercado um produto brasileiro com desempenho melhorado, mais próximo aos números de desempenho do concorrente canadense, o que de fato se concretizou com a conclusão da fase de desenvolvimento da segunda geração da família Embraer E-Jet.

Posteriormente, o projeto Bombardier CSeries foi comprado pela gigante europeia Airbus Group, que renomeou o avião para Airbus A220.

EMBRAER E175-E2
Em 2011, a Embraer S.A., a nova holding do grupo, que sucedeu a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, anunciou o lançamento da segunda fase ou segunda geração da família Embraer E-Jet, nomeada como Embraer E-Jet E2, com três novos lançamentos, entre eles o irmão menor dessa segunda fase, o Embraer E175-E2, conhecido também como Embraer EMB-190-500.

Entre as novidades estão motores mais econômicos, trem de pouso maior, asas redesenhadas, com o uso ainda mais amplo da tecnologia fly-by-wire, inclusive para comandar os ailerons, novo estabilizador horizontal, e novos aviônicos Honeywell Primus Epic 2, com quatro amplas telas primárias e multifuncionais. Esse conjunto de melhorias resultou, segundo o fabricante, numa redução de cerca de 15% no consumo de combustível, em relação ao seu predecessor da primeira geração da família, o Embraer E175.

Além disso, essas melhorias foram estendidas aos demais integrantes da segunda geração da família Embraer E-Jet, o Embraer E190-E2 e o Embraer E195-E2, ambos maiores e de maior capacidade. O tamanho da fuselagem do Embraer E175-E2 foi mantido em relação ao modelo predecessor Embraer E175, de primeira geração, portanto com a mesma capacidade de transportar 82 passageiros em classe única, com alcance de 3.700 quilômetros, com reservas, mesmo com a cabine lotada de passageiros.

EMBRAER E190-E2
Conhecido também como Embraer EMB-190-300, ele é um dos modelos intermediários da família Embraer E-Jet, com projeto baseado no predecessor Embraer E190, de primeira geração, mas com algumas mudanças e melhorias.

Seguindo uma linha semelhante de desenvolvimento de melhorias para um novo modelo baseado em um predecessor da primeira fase ou primeira geração da família Embraer E-Jet, a Embraer já conseguiu a certificação e já entregou em 2018 a primeira unidade de Embraer E190-E2 para a companhia aérea Wideroe, da Noruega.

Entre os destaques do novo modelo de aeronave estão a nova família de motores Pratt & Whitney PW1000G, mais econômica e mais potente, com mais tração estática, inclusive, trem de pouso mais alto, novas asas, novos aviônicos Honeywell Primus Epic 2, e a tecnologia de controle de voo totalmente fly-by-wire.

A fuselagem do Embraer E190-E2 foi mantida em relação ao seu predecessor Embraer E190, com algumas mudanças sutis, apenas, portanto com a mesma capacidade de transportar 98 passageiros em classe única, com 80 centímetros de espaçamento entre fileiras de assentos, com um alcance de 5.200 quilômetros.

As principais operadoras do Embraer E190-E2 são as companhias aéreas Envoy Air (American Airlines) e SkyWest Airlines (American, Delta e United), ambas dos Estados Unidos.

EMBRAER E195-E2
Conhecido também como Embraer EMB-190-400, é o maior modelo da família Embraer E-Jet, com capacidade para transportar até 124 passageiros, com espaçamento de 80 centímetros entre fileiras de assentos,  em viagens de até 4.800 quilômetros de distância, com reservas.

De todos os modelos da segunda geração da família Embraer E-Jet ele foi o avião submetido ao maior número de mudanças e melhorias em relação aos antecessores de primeira geração, inclusive com aumento de quase três metros no comprimento de sua fuselagem, em relação ao predecessor Embraer E195, com a sua capacidade máxima chegando até 146 passageiros, em alta densidade, porém com espaçamento reduzindo entre fileiras.

A principal operadora do Embraer E195-E2 é a companhia aérea chinesa Tianjin Airlines.

MOTOR GE CF-34
O motor turbofan de alta taxa de bypass General Electric CF-34 é um projeto melhorado e contemporâneo de motorização a jato para impulsionar aviões civis, derivado de um antigo projeto militar de conceito semelhante, conhecido nos meios militares como General Electric TF34, este criado, desenvolvido e fabricado em larga escala a partir da década de 1970 para impulsionar grandes clássicos da aviação militar, entre eles os bem sucedidos jatos bimotores militares Lockheed S-3 Viking, da Marinha dos Estados Unidos, e o Fairchild A-10 Thunderbolt II, da Força Aérea dos Estados Unidos, ambos subsônicos.

Esse moderno motor a jato da General Electric, o General Electric CF-34, é um derivado modernizado do antigo General Electric TF34, que, por sua vez, já acumulava, na década de 1980, milhares de horas de voo em missões de treinamento, ataque real em operações navais e ataque anti-blindados. Quando ele foi lançado na década de 1980 ele já era um projeto amadurecido, de estrutura robusta e com alto índice de confiabilidade, isto é, com baixíssimo número de ocorrências de falhas em voo.

Embora essa família de motores General Electric CF-34 também impulsione os jatos da família Bombardier CRJ / Canadair CRJ, na verdade há várias diferenças entre os modelos de motores usados para impulsionar os aviões da família Embraer E-Jet e seus principais concorrentes, entre elas o diâmetro maior dos fans (ventiladores) usados para gerar empuxo, o que significa menor consumo de combustível e mais potência / empuxo em relação aos aviões canadenses, embora não seja uma grande diferença.

MERCADO
Logo acima, o cockpit completo do jato regional Embraer E-190, tecnologia de ponta com o EFIS - Electronic Flight Instrument System, composto pelo PFD - Primary Flight Display, pelo MFD - Multi Function Display e pelo FMS - Flight Management System. Logo abaixo, ilustração da cabine do mesmo modelo de aeronave com layout para 98 passageiros, conforto razoável para passageiros com até 1,8 metro de altura.
As aeronaves comerciais com motorização turbofan são economicamente e tecnicamente mais vantajosas no transporte de passageiros em viagens com mais de 750 quilômetros de distância, enquanto os turboélices apresentam mais vantagens em viagens com menos de 500 quilômetros de distância e operando em aeroportos menores e menos sofisticados que os aeroportos internacionais das grandes cidades, com pistas de pouso com menos de 1.850 metros de comprimento e com obstáculos próximos das cabeceiras e prolongamentos, com até 6 graus de inclinação na rampa de aproximação.

A principal vantagem do jato é a produtividade maior, em função justamente da velocidade de cruzeiro maior. Considerando apenas o aspecto tempo, apenas para efeito de comparação, desconsiderando outros aspectos técnicos, como, por exemplo, o comprimento da pista de pouso, o jato pode ser até duas vezes mais produtivo que um turboélice, viajando até duas vezes mais quilômetros que um turboélice em um mesmo dia. Por outro lado, em viagens de menos de 500 quilômetros de distância o turboélice pode ser até 15% mais econômico, consumindo menos combustível.

Na década de 1990, a fabricante holandesa Fokker Aircraft faliu e a americana e alemã Fairchild-Dornier parou de fabricar aeronaves. Já a British Aerospace parou de produzir o quadrimotor a jato BAe 146 Regional Jet / Avro 146 em 2002. Assim, a partir da década de 2000, apenas a Bombardier, com turboélices e jatos; a Embraer, com a família Embraer ERJ e a família Embraer E-Jet; a Boeing Company, com o Boeing 717; e a fabricante franco-italiana ATR, com seu turboélice regional ATR-72 disputavam o mercado ocidental de aeronaves para transporte regional na faixa de 70 passageiros até 120 passageiros.

Em 2001, os atentados terroristas cometidos em 11 de setembro nos Estados Unidos afetaram de forma significativa a linha de produção de praticamente todos os modelos de jatos regionais da Embraer. A empresa reagiu rapidamente, cortou cerca de 10% do seu quadro de empregados por cerca de três anos e, com a recuperação das companhias aéreas americanas e europeias, voltou à normalidade gradativamente, ano após ano.

Até hoje, mais de 1.600 unidades de aeronaves da família Embraer E-Jet foram fabricadas, um grande sucesso de vendas. São aeronaves modernas, todos os modelos já saíam de fábrica, desde a década de 2000, com uma boa variedade de equipamentos de navegação e conforto, incluindo APU - Auxiliary Power Unit, uma unidade auxiliar geradora de energia para ser usada no solo, quando os dois motores turbofans estão desligados, da então fabricante Hamilton Sundstrand, aviônicos EFIS - Electronic Flight Instrument System da marca Honeywell, o TCAS - Traffic Colision Avoidance System, um equipamento de alerta para evitar acidentes de colisão com outras aeronaves no mesmo tráfego, o GPWS - Ground Proximity Warning System, que é um equipamento de alerta para evitar colisão contra o solo durante as aproximações, de dia ou a noite, em nevoeiro / neblina espessa ou chuva leve, entre vários outros.

Existe uma forte tendência no mercado mundial de aviação comercial de padronização das frotas de aeronaves, reduzindo o máximo possível o número de famílias de aeronaves que compõem as frotas das companhias aéreas, com o objetivo de manter custos sob controle, sem abrir mão da segurança de voo. Isso é consequência de uma decisão estratégica unânime de investidores e principais executivos das empresas, no sentido de eliminar complicações desnecessárias e aumentar a eficiência das empresas para chegar à lucratividade, e mantê-la.

O índice de despachabilidade é um indicador usado por fabricantes de aeronaves e empresas de transporte aéreo regular para avaliar a confiabilidade e produtividade de aeronaves, ou seja, nos dias atuais é natural que aeronaves bem projetadas, fabricadas dentro de padrões rígidos de controle de qualidade e que apresentam no dia a dia de trabalho índices de cerca de 98%, ou mais, consigam se firmar no competitivo mercado de transporte aéreo regular de passageiros, pois as companhias aéreas precisam de aviões confiáveis para transportar com segurança seus passageiros. Os aviões da família Embraer E-Jet foram projetados para manterem ao longo de suas vidas úteis altos índices de despachabilidade.

Em 2019, antes da pandemia por Covid-19, quase todas as unidades de aviões da família Embraer E-Jet estão voando em muitos países, incluindo os mais competitivos mercados, entre eles Estados Unidos, Canadá, Brasil e Europa, comprovando assim as características desses aviões. É uma das famílias de aviões regionais mais bem sucedidas da indústria aeronáutica mundial. A tendência é de retorno à normalidade em 2022, com a vacinação em massa da população mundial.

Até o momento, foram mais de 25.000.000 de horas de voo acumuladas pela frota mundial de jatos da família Embraer E-Jet, com mais de 18.000.000 de horas de voo acumuladas, mantendo uma média de 98% de despachabilidade, o que significa que a cada 100 viagens programadas pela companhia aérea apenas duas são canceladas preventivamente, por precaução, por problemas técnicos no avião, mas na grande maioria dos casos a aeronave volta a voar normalmente no dia seguinte, após um trabalho de manutenção corretiva da equipe de manutenção.

AVIAÇÃO REGIONAL
A partir da segunda metade da década de 2000, as principais fabricantes mundiais de jatos regionais, entre elas a Embraer e a Bombardier Aerospace, sofreram uma redução na procura de aviões comerciais com até 50 assentos. A partir de então, a família de jatos regionais Embraer ERJ, composta de pelo Embraer ERJ-145, pelo Embraer ERJ-140 e pelo Embraer ERJ-135, deixou de ser uma das protagonistas do mercado mundial de aviação regional, cedendo seu lugar de destaque para os aviões da família Embraer E-Jet, com maior capacidade, entre 70 assentos e 120 assentos.

Com o aumento do tráfego de passageiros na aviação regional as vendas dos aviões com capacidade mais baixa, principalmente com menos de 50 assentos, baixaram porque as companhias aéreas investiram mais em aviões de maior capacidade, com maior economia de escala.

PRINCIPAIS OPERADORAS
As principais empresas compradoras e/ou operadoras da família de jatos regionais Embraer E-Jet estiveram e estão concentradas em países de primeiro mundo e em países emergentes, principalmente Estados Unidos, Europa Ocidental e Brasil.

Aqui na América do Sul, os jatos regionais da família Embraer E-Jet são operados em vários países, principalmente no Brasil. A maior operadora dos aviões dessa família aqui na América do Sul é a Azul Linhas Aéreas.

PRINCIPAIS OPERADORAS DA FAMÍLIA EMBRAER E-JET
QTD
DÉCADA
OPERADORA
PAÍS
MODELOS
60
2000
JetBlue
Estados Unidos
E-190
45
2000
US Airways / Mid
Estados Unidos
E-170 e E-190
192
2010
Republic / American
Estados Unidos
E-170 e E-175
59
2010
Azul
Brasil
E-195
109
2010
SkyWest
Estados Unidos
E-175
61
2010
Aeromexico
México
E-170 e E-190
60
2010
JetBlue
Estados Unidos
E-190
56
2010
Compass
Estados Unidos
E-175
55
2010
Mesa
Estados Unidos
E-175
40
2010
Tianjin
China
E-190
32
2010
KLM
Holanda
E-190






Observação: Os números apresentados no quadro acima são anteriores à pandemia. 

A companhia aérea regional americana SkyWest presta serviços de feeder line para as grandes companhias aéreas Delta Airlines, United Airlines e American Airlines. A companhia aérea Mesa presta serviços de feeder line para a American e United e a companhia aérea Republic Airlines presta serviços para a American Airlines. A companhia aérea regional MidAtlantic foi uma subsidiária da US Airways até 2006, quando foi comprada pela Republic Airlines.

Na década de 2000, a Embraer possuía centros de serviços para aviões em Fort Lauderdale, em West Palm Beach, em Atlanta e em Dallas, esses nos Estados Unidos, em Waybridge, na Inglaterra, em Le Bourget, na França, e em Beijing, na China, além, é claro, dos centros de serviços no Brasil.

Em 2010, a Embraer possuía uma carteira de clientes de 56 companhias aéreas regionais, em todos os continentes do planeta, a maioria delas na América do Norte, incluindo Estados Unidos e México, na Europa Ocidental, na América do Sul, incluindo o Brasil, e na Ásia, incluindo a China, a maioria operando aviões das famílias Embraer E-Jets e Embraer ERJ.  

Atualmente não é muito diferente, ela continua satisfazendo as necessidades de 65 companhias aéreas em 45 países, em todos os continentes do planeta, com vários centros de serviços em várias partes do mundo, entre eles o de Nashville, o de Mesa, e o de Melbourne / Titusville (não confundir com a cidade de Melbourne, na Austrália), essas nos Estados Unidos.

SEGURANÇA DE VOO

Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Porém, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais.

Os aviões da família Embraer E-Jet são considerados muito seguros. Até o momento, eles se envolveram e/ou foram envolvidos em 4 ocorrências graves com vítimas fatais em algumas partes do mundo, o equivalente a menos de 1% do número total de aeronaves fabricadas.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

EMBRAER E-190
  • Capacidade: 98 passageiros;
  • Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 3 ou 4 comissárias;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 800 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 36 metros;
  • Envergadura: Aprox. 28 metros;
  • Altura da aeronave: Aprox. 11 metros;
  • Altura da cabine de passageiros: Aprox. 2 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): 2 X General Electric CF34-10E (18.500 libras / cada);
  • Taxa bypass: 6,2:1;
  • Trem de pouso:
  • APU - Auxiliary Power Unit: Hamilton Sundstrand;
  • Aviônicos: Honeywell Primus Epic;
  • TCAS:
  • GPWS:
  • Bagageiro:
  • Teto de serviço: Aprox. 12.400 metros;
  • Alcance (Standard): Aprox. 3.000 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Alcance (LR): Aprox. 3.700 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas):
  • Peso máximo decolagem (Standard): Aprox. 42.000 kg;
  • Peso máximo decolagem (LR): Aprox.
  • Pista de pouso (Standard): Aprox. 1.999 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Pista de pouso (LR): Aprox. 2.500 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Preço: US$ 48 milhões (novo);

EMBRAER E-170
  • Capacidade: 72 passageiros;
  • Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 2 ou 3 comissárias;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 800 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 30 metros;
  • Envergadura: Aprox. 26 metros;
  • Altura da aeronave: Aprox. 10 metros;
  • Altura da cabine de passageiros: Aprox. 2 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): 2 X General Electric CF-34-8E (14.200 libras / cada);
  • Taxa bypass: 6,2:1;
  • Trem de pouso:
  • APU - Auxiliary Power Unit: Hamilton Sundstrand;
  • Aviônicos: Honeywell Primus Epic;
  • TCAS:
  • GPWS:
  • Bagageiro:
  • Teto de serviço: Aprox.
  • Alcance (Standard): Aprox. 3.300 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Alcance (LR): Aprox. 3.700 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Alcance (AR): Aprox. 4.200 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Peso máximo decolagem (Standard): Aprox. 34.000 kg;
  • Peso máximo decolagem (LR): Aprox. 36.000 kg;
  • Pista de pouso (Standard): Aprox. 1.999 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Pista de pouso (LR): Aprox. 2.500 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Preço: US$ 38 milhões (novo)

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Embraer_E-Jet_operators
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Embraer_E-Jet_family
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Embraer_E-Jets
  • Embraer (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AGRICULTURA E PECUÁRIA

MASSEY FERGUSON MF 265

MASSEY FERGUSON MF 290

MASSEY FERGUSON MF 275

TRATOR FORD 6600 (AGROPECUÁRIA)