EMBRAER AMX
EMBRAER AMX (BRASIL)
AERITALIA AMX (ITÁLIA)
AERMACCHI AMX (ITÁLIA)
AMX INTERNATIONAL
EMBRAER A-1 (NA FAB)
EMBRAER A-1M (RETROFITADO)
PROJETO AMX
INTRODUÇÃO
O jato Embraer AMX é uma eficiente aeronave monomotor
de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, em missões
de treinamento avançado, patrulhamento, reconhecimento, dissuasão, cobertura ou
apoio aéreo aproximado, interdição aérea e ataque leve, com motorização turbofan e asa alta, de
construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada na década de
1970 pela Aeritalia e pela Aermacchi, desenvolvida em conjunto na década de 1980 pelas parceiras
do consórcio AMX International, formado pela Aeritalia, pela Aermacchi e pela Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica,
com participação e acompanhamento da FAI – Força Aérea Italiana e da FAB –
Força Aérea Brasileira, e fabricada em larga escala no Brasil também a partir
da década de 1980 pela Embraer.
Modelos semelhantes ao Embraer AMX, com poucas diferenças, foram também
fabricados em larga escala na Itália, também a partir da década de 1980, pela Aeritalia
e pela Aermacchi, sob encomenda da FAI – Força Aérea Italiana.
Os principais concorrentes do Embraer AMX são o jato bimotor para treinamento e ataque leve Dassault-Dornier Alphajet, fabricado na
França e na Alemanha pela Dassault e pela Dornier, respectivamente, o jato
monomotor British Aerospace Hawk, fabricado na Inglaterra, inicialmente pela
Hawker Siddeley e posteriormente pela British Aerospace, e o jato bimotor americano para
cobertura e ataque ao solo Fairchild Republic A-10 Thunderbolt II.
A EMBRAER
A Embraer S.A. é a terceira maior fabricante de
aeronaves comerciais do planeta, entretanto a cada ano que passa as suas duas
unidades de negócios, a subsidiária Embraer Executive Jets para fabricação de
aeronaves executivas, e a Embraer Defesa e Segurança, a subsidiária para
fabricação de aeronaves militares, ganham maior destaque no volume total de
negócios, com consequente aumento de participação de receitas nos demonstrativos
anuais da matriz multinacional brasileira de aviação.
Já a AMX International é uma joint-venture (empresa) criada
na Itália na década de 1980 pelas fabricantes aeronáuticas italianas Aeritalia
e Aermacchi, ambas conhecidas atualmente, após fusão, como Alenia Aermacchi, e
pela então fabricante aeronáutica brasileira Embraer – Empresa Brasileira de
Aeronáutica, atualmente Embraer S.A.
Atualmente, a Alenia Aermacchi pertence ao grupo
italiano de alta tecnologia Leonardo SpA, conhecido anteriormente como Finmeccanica,
o segundo maior conglomerado de alta tecnologia da Itália, sócio em vários
outros projetos de fabricação de veículos e aparelhos de telecomunicações,
incluindo a fabricante de turboélices regionais ATR e a fabricante de satélites Thales Alenia, entre outros.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O robusto e ainda moderno jato leve de ataque Embraer
AMX, aqui no Brasil conhecido também como Embraer A-1, este o nome usado pela
FAB – Força Aérea Brasileira, é um bem sucedido modelo de jato militar monomotor subsônico de médio porte e alta performance, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, criado na década de 1970 pelas fabricantes Aeritalia e Aermacchi, ambas da Itália, desenvolvido
em conjunto, na década de 1980, pelas empresas parceiras formadoras do
consórcio AMX International, incluindo a então Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica, para atender os requisitos da FAB - Força Aérea
Brasileira, a principal cliente militar da Embraer, e fabricado em larga escala no Brasil, a partir da década de 1980,
por esta então fabricante estatal brasileira.
Ele é semelhante aos seus irmãos Aeritalia AMX e
Aermacchi AMX, os três são quase trigêmeos, com algumas diferenças, como, por exemplo, o alcance maior e/ou a maior capacidade de carga do avião brasileiro e os aviônicos mais avançados das unidades produzidas na Itália, estas fabricadas também nas décadas de 1980 e 1990, mas para atender à FAI
– Força Aérea Italiana, conhecida também pelo seu nome original Aeronautica
Militare Italiana.
O avião militar brasileiro e seus irmãos italianos são caças-bombardeiros
militares subsônicos multifunção de ataque leve e estão atualmente em fase de modernização
de sistemas para atender os pedidos de suas duas principais operadoras, a FAB –
Força Aérea Brasileira e a FAI – Força Aérea Italiana, com flexibilidade e
versatilidade para uma variedade de missões, incluindo treinamento avançado;
reconhecimento; dissuasão, interdição ou interceptação aérea de aeronaves militares e civis de
baixa e média performance; interdição terrestre; patrulhamento de territórios
(ar, terra e mar); e cobertura ou apoio a operações militares em geral, com
ataques ao solo, inclusive.
A aeronave foi fabricada em duas versões principais, o
modelo Embraer AMX biposto, conhecido também como Embraer A-1B ou Embraer AMX-T, com dois
assentos em tandem, usado no Brasil principalmente para treinamento avançado de
novos pilotos, e o modelo Embraer AMX monoposto, conhecido também como Embraer
A-1A, usado para uma variedade de operações militares reais, entre elas
patrulhamento, interceptação aérea e apoio a missões militares em solo.
O caça-bombardeiro Embraer AMX foi projetado para uma
variedade de missões militares, é uma aeronave militar multifunção, ou seja,
projetada para desempenhar uma variedade de missões aéreas ou de apoio a
operações militares terrestres, incluindo operações de policiamento de
fronteiras; dissuasão; e interceptação de aeronaves clandestinas, militares e civis,
de baixo e médio desempenho voando em território brasileiro. A interceptação ou interdição de aeronaves civis e militares de alto desempenho também é possível,
mas para essa função a FAB – Força Aérea Brasileira entende ser mais adequado o
Northrop F-5 Tiger II e, futuramente, o Saab Gripen NG.
Com esse projeto de aeronave militar subsônica a
Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica pretendia se manter firme na faixa
de mercado dos jatos militares subsônicos de ataque leve, entre a faixa de
turboélices treinadores e de ataque leve e a faixa de caças militares a jato de
altíssima performance, com velocidade supersônica, os chamados aviões de superioridade aérea.
O fabricante destaca que entre as principais vantagens
do Embraer AMX estão a sua boa velocidade de cruzeiro; seu bom alcance; seu
custo operacional relativamente baixo, considerando os padrões militares e a
época em que foi fabricado; e a sua flexibilidade operacional, afinal é um jato
monomotor para uso militar potente e com trem de pouso reforçado para operação
em pistas de pouso pavimentadas de comprimento médio, entre 1.500 metros e
2.000 metros, dependendo do peso de decolagem.
O avião militar ítalo-brasileiro é um projeto
totalmente original, com fuselagem compacta, mas com boa capacidade de carga
útil, incluindo armamentos leves ou de médio poder de fogo, bombas inclusive; asas reforçadas e
adaptadas para voos ágeis a baixa altura, para combates aéreos e bombardeios
médios ao solo; e, desde a década de 1980, com alta tecnologia de aviônicos e
outros sistemas.
O projeto Embraer AMX, um dos mais avançados programas
militares desenvolvidos em territórios brasileiro e italiano na década de 1980,
um projeto desenvolvido em conjunto pela Embraer, pela Aeritalia e pela Aermacchi para
atender os requisitos da FAB – Força Aérea Brasileira, que foi a operadora
governamental de lançamento da aeronave, resultou em um avião militar monomotor
a jato com um bom nível de sofisticação, nunca antes encontrado em um modelo
brasileiro ou estrangeiro de aeronave militar da mesma faixa, classe ou
segmento, operado por militares brasileiros, em operação no Brasil e pelo
Brasil na década de 1980, com a integração de uma variedade de sistemas de alta
tecnologia, entre eles as primeiras versões do EFIS – Electronic Flight
Instrument System, ainda com tubos de raios catódicos, mas um extraordinário
avanço tecnológico para a época, colocando a indústria aeronáutica brasileira e
a FAB – Força Aérea Brasileira num patamar de sofisticação inédito, à frente
inclusive de todos os demais países sul-americanos.
Desde o início de sua fabricação, o avião já possuía
uma variedade de sistemas avançados, entre eles o sistema redundante ou duplo de controle de voo
fly-by-wire; o sistema eletrônico com vias de dados digitais redundantes,
controladas por dois computadores de gestão e processamento independentes, com
integração de sensores, resultando, por exemplo, num monitoramento eletrônico
constante dos sistemas, numa navegação precisa e precisão no uso de armamentos;
radar de última geração, considerando a época em que foi fabricado, é claro; câmeras
especiais de reconhecimento aéreo; e navegação inercial; entre outros. Todas
essas tecnologias foram absorvidas pela Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica,
em um contexto de contrato de transferência de tecnologia com a indústria aeronáutica
italiana. Traduzindo isso numa linguagem mais simples: Antes desse modelo de
aeronave a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica não tinha condições de
fabricar produtos militares e/ou civis com as tecnologias citadas aqui. Depois que absorveu essa
tecnologia ela passou a fabricar outros produtos, militares e civis, com essas
tecnologias, ou seja, ela passou a dominar essas tecnologias.
O caça militar brasileiro Embraer AMX está armado com canhão,
mísseis e bombas guiadas por laser, todos esses de baixo e/ou médio poder de
fogo. Ele tem uma variedade de sistemas de alta tecnologia embarcada para
melhorar a eficiência e aumentar a precisão das missões programadas. A aeronave
foi projetada e desenvolvida para ter baixa assinatura em infravermelho e
reduzida seção frontal ao radar.
A chamada auto-defesa é realizada por meio de mísseis
ar-ar, alguns deles desenvolvidos e fabricados no Brasil, inclusive, canhões integrados e
sistemas de contramedidas eletrônicas, o que neste caso significa “confundir”
radares inimigos. Ainda em termos de auto-defesa, ele possui a capacidade de
soltar flares para servir como “iscas” contra mísseis buscadores de calor lançados contra si. Já a
capacidade máxima de ataque do Embraer AMX pode chegar a 3,5 toneladas de bombas
e mísseis, distribuídos em cinco pontos de encaixe, os chamados hard points, e munição
para canhão.
Pra quem não sabe, aeronaves subsônicas são todas
aquelas que não conseguem desenvolver velocidades acima da velocidade do som,
que, por sua vez, se propaga a uma velocidade de 1.200 km/h ao nível do mar. Os
adjetivos ultrasônico e supersônico são usados para classificar os modelos de aviões
que conseguem ultrapassar a chamada barreira do som.
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Depois de fabricar em larga escala e com sucesso, na
década de 1970, o jato militar monomotor para treinamento Embraer EMB-326 Xavante,
sob licenciamento da Aermacchi, a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica
deu um passo adiante a partir da década de 1980 com o desenvolvimento e a
fabricação em larga escala do caça militar monomotor Embraer AMX, com o
acompanhamento da FAB – Força Aérea Brasileira nessas duas fases, já que se
tratava e se trata da principal cliente militar da empresa aeronáutica brasileira.
É consenso no meio aeronáutico que a Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica deu um
passo adiante em termos de capacidade tecnológica militar e até civil,
inclusive com a absorção das tecnologias de trens de pouso em ligas metálicas,
fabricação de partes e peças em material composto de fibra de carbono e de fibra
de vidro, e fabricação de radar de tiro, com o desenvolvimento de um produto
militar eficiente e moderno para a época, com a consequente fabricação em larga
escala de um modelo de destaque no segmento de jatos monomotores de treinamento
avançado e ataque leve.
Antes da fabricação em série do Embraer AMX, a fabricante Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica, na época uma estatal, já havia conseguido firmar outros acordos de transferência de tecnologia, inclusive com os americanos da United Technologies, que fabricam os motores turboélice canadenses Pratt & Whitney PT6A, que aceitaram transferir tecnologias de pressurização de cabine e de material composto Kevlar e Nomex.
Com a transferência de tecnologia dos italianos, a Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica passou a ter condições de entrar para valer no mercado mundial de transporte aéreo regional, com a fabricação em larga escala dos jatos regionais da família Embraer ERJ-145 Regional Jet, na década de 1990.
DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES
Além do desenvolvimento em conjunto, as empresas
parceiras do Projeto AMX, a brasileira Embraer e as italianas Aermacchi e Aeritalia, dividiram as responsabilidades pela fabricação
das peças, partes e componentes da aeronave da seguinte forma:
- Aeritalia: Seção central da fuselagem, ailerons e spoilers e estabilizadores vertical e horizontal;
- Embraer: Asas, flaps, entradas de ar, trem de pouso e tanques de combustível;
- Aermacchi: Seção dianteira da fuselagem e cone de cauda;
A parceria estratégica dos dois países consistia numa
divisão de responsabilidades, com a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica
executando em território brasileiro a montagem das unidades de Embraer AMX para
a FAB – Força Aérea Brasileira, absorvendo o conhecimento para o
desenvolvimento e produção dos conjuntos e componentes do sistema de
acionamento dos trens de pouso da aeronave, entre outros componentes, fabricando-os
e fornecendo-os inclusive para a montagem em território italiano das aeronaves Aeritalia
AMX e Aermacchi AMX.
A Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica aprendeu,
literalmente, a fabricar trens de pouso de alta qualidade, incluindo suas
válvulas e atuadores de acionamento, conjuntos de rodas, freios e conjuntos de
suporte e alijamento de cargas sub-alares. Todos esses componentes seriam fornecidos
pelo Brasil, fabricados em território nacional e exportados para a Itália no
caso da fabricação dos modelos de caças italianos. Para isso, foi criada em
1984 uma subsidiária, a EDE - Embraer Divisão de Equipamentos, que, aliás, em
2008 foi renomeada para Eleb Equipamentos Ltda.
O primeiro protótipo voou em 1984, porém esse mesmo
exemplar foi perdido durante o seu quinto voo, o que, infelizmente, resultou na
morte do seu piloto. Apesar disso, o restante do programa de testes foi
considerado tranquilo, sem mais ocorrências graves. A produção em série dos
aviões foi iniciada em 1986, lembrando que aviões militares não precisam passar
pelos programas de certificação necessários aos aviões civis.
A duas forças aéreas começaram a operar os aviões
militares em 1989. Desde então, quase 200 unidades de aviões da família AMX
foram fabricadas, tanto no Brasil quanto na Itália.
DECISÃO ESTRATÉGICA
Na década de 1980, o Governo Brasileiro, por meio das Forças Armadas Brasileiras, principalmente da FAB – Força Aérea Brasileira, identificou
a necessidade de absorção de tecnologia aeronáutica decisiva e estratégica para
a garantia da soberania nacional, não apenas como comprador e usuário da
tecnologia, mas como fabricante também, já que a Embraer – Empresa Brasileira
de Aeronáutica era uma estatal controlada pelo Governo Brasileiro.
O Governo Brasileiro acreditava que precisava de uma variedade de tecnologias
militares, aéreas, terrestres e marítimas, entre elas a de uma aeronave de
ataque leve com um nível de desempenho e sofisticação superior a todos os
outros aparelhos da mesma faixa, classe ou segmento em operação na região.
O projeto embrionário de um caça monomotor a jato de
ataque leve foi originado pelas tradicionais fabricantes aeronáuticas italianas Aeritalia e Aermacchi, na época ambas empresas privadas e ambas entre as principais fornecedoras de tecnologia aeronáutica
militar para o Governo Italiano, que, por sua vez, precisava de um caça moderno
de ataque leve para substituir o então já ultrapassado jato militar Fiat G-91 e
complementar a sua já respeitada esquadrilha formada por uma variedade de
aviões militares, desde treinadores a pistão, turboélices e jatos, como, por
exemplo, o Aermacchi MB-326, este, aliás, o modelo de aeronave que deu origem
ao Embraer EMB-326 Xavante, até o poderoso caça militar bimotor de
superioridade aérea Panavia Tornado, com a tecnologia de ponta da época e com alto
poder de dissuasão e combate efetivo.
Do outro lado do Oceano Atlântico, o Governo Brasileiro, por
meio da FAB – Força Aérea Brasileira, já era cliente da Embraer – Empresa
Brasileira de Aeronáutica, que, por sua vez, já mantinha relações e conversações
frequentes com a Aermacchi em razão do licenciamento para o Brasil do seu
projeto Aermacchi MB-326. Assim, os canais de comunicação, diretos e indiretos,
com o Governo Italiano foram progredindo naturalmente até chegar a um consenso
sobre a necessidade dos dois países, Brasil e Itália, dividirem os custos de
desenvolvimento de uma nova aeronave militar monomotor a jato de ataque leve. Na
verdade, é provável que o Projeto AMX não tivesse saído do papel se o Governo
Brasileiro não tivesse aceitado dividir os custos de desenvolvimento e
fabricação, porque os valores envolvidos eram realmente altos para um só país,
até mesmo para um país rico como a Itália.
Posteriormente, os protótipos do Projeto AMX se mostraram
adequados para atender as necessidades dos dois países, com flexibilidade para
desempenhar várias missões, inclusive como parte de um amplo trabalho de
monitoramento de fronteiras, apoio tático, interceptação ou interdição aérea, reconhecimento
armado, e até eventuais ataques a navios, se necessário.
Foi definido pela FAB – Força Aérea Brasileira e pela
FAI – Força Aérea Italiana que a aeronave deveria ser um caça a jato de ataque
leve, com boa autonomia e raio de ação, capaz de operar tanto de dia como à noite, em qualquer condição meteorológica e também voando a baixa altura, a
partir de pistas pavimentadas médias. Além disso, os custos de manutenção e
operação deveriam ser mantidos sob controle. Como se trata de um avião monomotor,
esses custos se mantiveram num patamar razoável para a época e até hoje podem
ser considerados aceitáveis.
MOTORIZAÇÃO
Como principais clientes da Embraer – Empresa
Brasileira de Aeronáutica (na época ainda não existia a subsidiária fabricante
de aeronaves militares Embraer Defesa e Segurança), da Aeritalia e da Aermacchi,
a FAB – Força Aérea Brasileira e a FAI – Força Aérea Italiana, respectivamente,
escolheram a dedo alguns dos principais fornecedores de peças e componentes que
foram usados na montagem do Embraer AMX e seus dois irmãos, entre eles a tradicional
fabricante britânica Rolls-Royce de motores aeronáuticos. O caça militar
fabricado no Brasil é impulsionado por um potente motor Rolls-Royce Spey Mark
807 com 11.000 libras de empuxo ou potência.
Esse motor turbofan faz parte da mesma família Rolls-Royce
Spey de motores, que também impulsiona os clássicos Fokker F-28, bimotor de médio porte para
transporte comercial de passageiros, BAe Buccaneer, para operações militares de
ataque, e bimotor Gulfstream III, para transporte executivo intercontinental, entre
outros.
É um motor turbofan com baixa taxa de bypass, com eixo
duplo. Na época, a fabricante Rolls-Royce já tinha produzido mais de 5.000
unidades desses motores, com mais de 30.000.000 de horas de funcionamento acumuladas
em vários modelos de aeronaves, civis e militares, com alta confiabilidade e
reduzido índice de falhas em voo.
Atualmente, essa família de motores aeronáuticos
acumula mais de 50.000.000 de horas de voo.
MODERNIZAÇÃO
O desenvolvimento do projeto e a fabricação das
unidades nacionais do modelo Embraer AMX, envolvendo a integração de
tecnologias, sistemas eletrônicos e aviônica, inclusive, foram de
responsabilidade da Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, em parceria
com as fabricantes italianas Aeritalia e Aermacchi na fase de desenvolvimento e
com a importação de uma variedade de peças, partes e componentes fabricados pelas
italianas, em território italiano.
A encomenda da FAB – Força Aérea Brasileira, de 56 unidades do avião, também incluiu valores adicionais de peças de reposição e
treinamento de mecânicos, entre outros.
Atualmente, a modernização dos aviões de série fabricados
no Brasil pode ser realizada pela Embraer Defesa e Segurança, unidade
da Embraer criada em 2010, localizada no município de Gavião Peixoto, no
interior do Estado de São Paulo. O programa de modernização prevê investimento total
de cerca de US$ 400 milhões para a modernização de 43 caças Embraer AMX.
Apenas três caças modernizados foram entregues para a FAB – Força Aérea
Brasileira, com o restante aguardando a continuidade do programa de
modernização, temporariamente suspenso.
O Embraer AMX pode passar por um processo de
modernização e atualização nas instalações da Embraer Defesa e Segurança,
conhecido dentro do meio aeronáutico como retrofit
e upgrade. O modelo de aeronave
militar pode ser equipado com uma variedade de sistemas de alta tecnologia,
entre eles:
- EFIS – Electronic Flight Instrument System já em telas de cristal líquido, com telas multifuncionais;
- HUD – Head Up Display, uma tela semi-transparente fixada na altura dos olhos do piloto, um aviônico que aumenta a precisão e a consciência situacional dos pilotos da aeronave em relação ao horizonte, ao rumo, à velocidade e em relação ao terreno sobrevoado;
- HOTAS – Hands On Throttle and Stick, para permitir que o piloto cumpra as missões com pouca necessidade de tirar as mãos da (ou do) manete de potência e do manche;
- RWR – Radar Warning Receiver;
- NVG – Night Vision Goggles ou óculos de visão noturna;
- FLIR – Foward Looking Infrared, uma espécie de sensor infravermelho que detecta sutis diferenças de calor, o que por sua vez pode ser um indicativo ou sinal de presença de tecnologia humana (aeronaves, por exemplo) a sua frente;
- HMD – Helmet Mounted Display, um sistema de apresentação de informações / dados instalado no capacete do piloto.
- Piloto automático com diretor de voo;
- GPS – Global Positioning System e sistema inercial de navegação;
- OBOGS, um sistema gerador de oxigênio de bordo;
- HSI, um indicador de situação horizontal;
- Extensão da vida útil da aeronave, para mais 20 anos;
- Conceito built in test, um auto teste para os aviônicos;
- Registro automático dos dados de voo;
- Ar condicionado com ciclo de ar;
A subsidiária Embraer Defesa e Segurança detém
capacitação para integração de tecnologias e sistemas por meio de parcerias com
empresas de alta tecnologia, como a Elbit e a Orbisat, entre outras. Ela assumiu
a modernização dos vetores de combate da FAB – Força Aérea Brasileira, entre
eles o Embraer AMX e o Northrop F-5 Tiger II. Aliás, o programa de modernização
do modelo Northrop F-5 Tiger II foi mantido pela FAB – Força Aérea Brasileira.
A Elbit foi a responsável pelos sistemas aviônicos e a
Orbisat pelos radares e sensoreamento remoto das três unidades de Embraer AMX
já modernizadas.
MERCADO
Como cliente de lançamento da aeronave militar, a FAB –
Força Aérea Brasileira recebeu as primeiras unidades de série do modelo Embraer
AMX a partir de 1989, que passaram imediatamente a desempenhar suas funções na
Base Aérea de Santa Cruz, localizada no Estado do Rio de Janeiro (1º / 16º
GAv), e na Base Aérea de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul (1º / 10º
GAv e 3º / 10º GAv); Há quem diga que desde a década de 1990 essas unidades poderiam ter sido distribuídas em mais bases aéreas espalhadas pelo Brasil, melhorando ainda mais a cobertura do espaço aéreo brasileiro.
Na década de 1980, o Governo Brasileiro, liderado pelo
então presidente da república José Sarney, fez uma encomenda de 80 unidades de
Embraer AMX, mas a forte recessão econômica brasileira da época, acompanhada de
uma hiperinflação, atrapalhou os planos da FAB – Força Aérea Brasileira de
colocar em operação todos os aviões encomendados em apenas cinco anos. Houve
uma redução no Brasil no ritmo de produção dos aviões, com a última unidade
sendo entregue somente no final da década de 1990, já no governo do então presidente
Fernando Henrique Cardoso, passando também pelas administrações de Fernando
Collor e Itamar Franco.
Ao que parece, todos os então presidentes da república
brasileiros compreenderam a necessidade estratégica de manter o Brasil na
vanguarda tecnológica militar e numa posição de destaque na América do Sul. É
uma constante, o Brasil sempre esteve à frente em termos militares em relação
aos demais países da América do Sul. Foi assim na década de 1940, com os caças a
pistão Republic P-47 Thunderbolt; na década de 1950, com os caças a jato
Gloster Meteor; na década de 1960, com o caça a jato Dassaul Mirage III; e na
década de 1970, com o Northrop F-5 Tiger II.
Nas décadas de 1980 e 1990, cada unidade de Embraer
AMX custou aos cofres públicos brasileiros cerca de US$ 10 milhões, o
equivalente hoje a cerca de US$ 20 milhões. Todo o Projeto AMX custou aos
cofres públicos brasileiros e italianos cerca de US$ 4,5 bilhões, incluindo os
custos de criação, desenvolvimento e fabricação das aeronaves, com o Brasil
arcando com cerca de metade desse custo.
Em 1999, uma esquadrilha de aviões da família AMX de
propriedade da FAI – Força Aérea Italiana, executou com sucesso 252 missões
de ataque ao solo sobre Kosovo, durante uma intervenção militar internacional
das forças da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte na Iugoslávia.
Nenhuma aeronave da família AMX foi perdida durante essas missões de combate.
Essa foi a primeira ação militar real na qual foi utilizado intensivamente em
combate o caça militar de projeto ítalo-brasileiro.
Em 2011, foi realizada mais uma importante operação da
FAI - Força Aérea Italiana, dessa vez sobre a Líbia, também numa operação combinada
envolvendo vários modelos de aeronaves de nações integrantes da OTAN –
Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Foram 56 unidades compradas pelo Brasil e 136 unidades compradas pela Itália.
NO BRASIL
Aeronaves de combate da FAB – Força Aérea Brasileira
fazem parte do SISDACTA – Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo.
Esse sistema de defesa aérea é composto também por uma rede de equipamentos
usados no monitoramento e rastreamento do espaço aéreo brasileiro, para
identificar e localizar aeronaves em geral que sobrevoam o território
brasileiro.
De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei
7.565), de 1986, alterado pela Lei do Abate (Lei 9.614), de 1998, e,
posteriormente, regulamentada pelo Decreto 5.144, de 2004, se os militares
brasileiros detectam suposto tráfego aéreo clandestino ou que seja considerado
uma suposta ameaça contra o país então imediatamente uma ação preventiva de
abordagem é iniciada, para conferir, reconhecer e discernir se se trata de uma
ameaça militar real ou potencial, tráfico de drogas ou de armas, sequestro ou
roubo de aeronave civil, ou, caso contrário, apenas um problema técnico nos
equipamentos de bordo da aeronave inofensiva abordada, que impossibilita o seu
contato com qualquer um dos CINDACTA`s em operação no Brasil.
Assim, as funcionalidades dos Embraer AMX são
combinadas com as funcionalidades do Embraer EMB-314 Super Tucano e serão combinadas
com o moderníssimo e sofisticadíssimo Saab JAS-39 Gripen NG, com os jatos
bimotores de sensoriamento Embraer E-99 e Embraer R-99 e com o poderoso drone
de fabricação israelense Elbit Hermes 900 para formar um eficiente sistema de
proteção do território brasileiro, juntamente com veículos e armas do Exército
Brasileiro e da Marinha Brasileira.
O Brasil possui atualmente 56 unidades de Embraer AMX
em condições de voo.
FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
- Tripulação (monoposto): 1 piloto;
- Tripulação (biposto): 1 instrutor e 1 aluno;
- Comprimento: Aprox. 13,3 metros;
- Envergadura: Aprox. 10 metros;
- Altura: Aprox. 4,6 metros;
- Velocidade de cruzeiro: Aprox. 1.000 km/h;
- Motorização (potência / empuxo): Rolls-Royce Spey Mk 807 (11.000 libras)
- Aviônicos:
- Head Up Display:
- Radar:
- Assentos: Martin Baker
- Armamentos: 2 canhões Defa 554;
- Armamentos: 2 mísseis ar-ar MAA-1 Piranha;
- Armamentos: 6 bombas de 454 kg e 1 bomba de 907;
- Teto de serviço: Aprox. 13.000 metros;
- Peso vazio: Aprox. 6.700 kg;
- Peso máximo de decolagem: Aprox. 10.750 kg;
- Fator de carga:
- Alcance máximo para translado: Aprox. 3.300 quilômetros (75% potência / com reservas);
- Raio de ação (área protegida): Aprox. 750 quilômetros;
- Preço: Aprox. US$ 10 milhões (década 1980);
- Preço: Aprox. US$ 20 milhões (com correção monetária);
TRÊS VISTAS
ESTRUTURA
COCKPIT
GALERIA DE IMAGENS
VEJA TAMBÉM
- Aileron
- Amazônia
- ATR-42
- ATR-72
- Direito
- Abdução (Ufologia)
- Turbofan
- Trimotor
- Saab JAS 39 Gripen NG
- AVGAS (Gasolina de Aviação)
- Extraterrestre (Ufologia)
- Quadrimotor
- Beechcraft Corporation
- Programa FX2 (Força Aérea Brasileira)
- Beechraft King Air
- Piper Malibu Meridian
- Bimotor
- Agricultura e Pecuária
- Pilatus PC-12
- Pesos e Medidas
- Ônibus Espacial
- UFO/ OVNI (Ufologia)
- Galvanização (Química)
- Monomotor
- Cessna 206 Station Air
- Cessna 208B Grand Caravan
- Cessna Citation
- Longarina (Engenharia Aeronáutica)
- Bombardier Learjet
- Apicultura (Mel e Própolis)
- Neiva (Indústria Aeronáutica)
- Caso ET de Varginha (Ufologia)
- Cirrus Aircraft
- Satélites (Telecomunicações)
- Indústria Automobilística
- Embraer EMB-120 Brasilia
- Decolagem (Aviação)
- Embraer ERJ-145 Regional Jet
- ETOPS (Aviação)
- Disco Voador (Ufologia)
- Bell 206 Jet Ranger
- Embraer EMB-121 Xingu
- Embraer Legacy (ERJ-135 BJ)
- Embraer Phenom 300
- Embraer EMB-110 Bandeirante
- Nutrientes (Medicina e Veterinária)
- Agronegócios / Agribusiness (Economia)
- Aquecimento Global
- Embraer KC-390 (Força Aérea Brasileira)
- Saneamento Básico
- Bombardier (Indústrias de Veículos)
- Embraer
- Injeção Eletrônica (Mecânica)
- Transportes no Brasil (Logística)
- Bell 206 Long Ranger
- Energia Solar Fotovoltaica
- Embraer ERJ-140 Regional Jet
- Operação Prato (Ufologia)
- Energia Elétrica
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- Hughes Network Systems
- Modem (Telecomunicações)
- Embraer EMB-203 Ipanema
- Aquífero Guarani (Geografia)
REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
- Revista Aero Magazine: https://aeromagazine.uol.com.br/
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/AMX_A-1
- Revista Avião Revue: https://www.aviaorevue.com/
- Site Airway / UOL: https://airway.uol.com.br/primeiro-voo-do-amx-nacional-completa-30-anos/
- Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/AMX_International_AMX
- Site Cavok: http://www.cavok.com.br/blog/embraer-amx-t/
- FAB - Força Aérea Brasileira (divulgação): Imagens
- Embraer (divulgação): Imagens
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