SUD AVIATION CARAVELLE
SUD AVIATION X-210
(PROTÓTIPO)
FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
SUD AVIATION CARAVELLE III
TRÊS VISTAS
VEJA TAMBÉM
SUD AVIATION CARAVELLE
(ROLLS-ROYCE)
SUD AVIATION IA CARAVELLE
(ROLLS-ROYCE)
SUD AVIATION CARAVELLE III
(ROLLS-ROYCE)
SUD AVIATION CARAVELLE VI
(ROLLS-ROYCE)
SUD AVIATION CARAVELLE VII
(GENERAL ELECTRIC)
SUD AVIATION 10R CARAVELLE
(PRATT & WHITNEY)
SUD AVIATION 11R CARAVELLE
(PRATT & WHITNEY)
AEROSPATIALE 12 SUPER CARAVELLE (PRATT & WHITNEY)
AEROSPATIALE 12 SUPER CARAVELLE (PRATT & WHITNEY)
INTRODUÇÃO
Logo acima, uma imagem histórica, o elegante e
refinado clássico da era do jato Sud Aviation Caravelle nas cores da companhia
aérea brasileira VARIG, uma das maiores do Brasil nas décadas de 1960, 1970 e
1980. Logo abaixo, mais uma imagem histórica, o jato bimotor para transporte
doméstico e internacional de passageiros nas cores da companhia aérea brasileira
Cruzeiro, também uma das principais operadoras nacionais do então badalado modelo
francês.
O então sofisticado e icônico Sud Aviation Caravelle é
uma antiga aeronave comercial bimotor de médio e de grande portes, dependendo
da versão, com motorização turbojato e com capacidade para transportar entre 70
e 120 passageiros, dependendo da versão e da configuração de assentos adotada,
em viagens interestaduais e internacionais, criada na França na década de 1950,
desenvolvida e fabricada em larga escala também na França nas décadas de 1950,
1960 e 1970 pela Sud Aviation, na época uma das mais importantes e confiáveis
fabricantes de aeronaves comerciais do planeta.
Na época, os seus principais concorrentes eram o
bimotor a jato McDonnell Douglas DC-9, dos Estados Unidos, as primeiras versões
dos bimotores a jato Boeing 727 e Boeing 737, também dos Estados Unidos, e o
bimotor a jato British Aircraft BAC-111, da Inglaterra.
A SUD AVIATION
A empresa francesa Sud Aviation foi uma grande fabricante
de aeronaves comerciais, helicópteros e foguetes, criada na década de 1950 a
partir da fusão de duas outras fabricantes francesas, a SNCASE – Société
Nationale des Constructions Aéronautiques du Sudest e SNCASO – Société
Nationale des Constructions Aéronautiques du Sudouest, e seu primeiro produto
comercial foi justamente o bem sucedido Sud Aviation Caravelle.
Em 1970, a Sud Aviation foi fundida com a Nord
Aviation, formando então a Aerospatiale, que por sua vez pode ser considerada uma
das antecessoras ou predecessoras da EADS – European Aeronautic Defense and
Space, conhecida atualmente como Airbus Group, a gigante europeia da indústria
aeronáutica e aeroespacial civil e militar, uma das maiores fabricantes de
aeronaves comerciais do mundo.
A AIRBUS GROUP
A gigante fabricante europeia Airbus S.A.S. está
atualmente sediada em Blaignac, na França. Comparando unidades fabricadas e
entregues em 2015, por exemplo, ela foi a segunda maior fabricante de jatos
comerciais de grande porte para transporte doméstico, internacional e
intercontinental de passageiros no mundo, disputando ano após ano a liderança
do mercado mundial com a gigante norte americana Boeing Company, a maior
fabricante do mundo em 2015, que, por sua vez, fabricou e entregou 762 unidades.
Com mais de 50 anos de vida, a Airbus S.A.S. é uma das
mais tradicionais e mais conhecidas fabricantes de aeronaves comerciais do
planeta. Ela foi fundada no início da década de 1970, inicialmente como Airbus
Industrie na França pela fabricante aeronáutica e aeroespacial Aerospatiale da
França e pela Deutsche Airbus, da Alemanha. Posteriormente, anos depois, ainda
na década de 1970, outras empresas passaram a fazer parte do consórcio Airbus
Industrie, incluindo a fabricante espanhola de aeronaves CASA – Construcciones
Aeronauticas e a fabricante inglesa de aeronaves British Aerospace, esta
conhecida anteriormente como British Aircraft.
Em 2015, a Airbus S.A.S. foi a segunda maior
fabricante de jatos comerciais do planeta, com 635 unidades fabricadas e entregues
aos seus operadores. Atualmente, ela é uma das mais respeitadas fabricantes de
aviões comerciais para transporte de passageiros no mundo. A Airbus S.A.S. é
propriedade da corporação europeia Airbus Group, sediada na Holanda, que
controla também uma das maiores fabricantes de helicópteros do mundo, a Airbus
Helicopters, conhecida anteriormente como Eurocopter. Ela também fabrica satélites civis e militares, lançadores de
satélites, mísseis e aviões militares.
A Aerospatiale / Matra da França, a Daimler / DASA da
Alemanha e a CASA da Espanha formaram no início da década de 2000 o consórcio
aeroespacial EADS, que, posteriormente, em 2014, após uma variedade de fusões e
aquisições, se tornou a Airbus Group, a corporação proprietária da Airbus
Industrie ou Airbus S.A.S.
A Airbus Group concorre diretamente com a Boeing Company
no mercado aeroespacial, de transporte aéreo comercial e de defesa. Somando os
números de entregas de jatos comerciais fabricados pela Airbus S.A.S. em 2015 e
de entregas dos aviões turboélice ATR no mesmo ano, a Airbus Group totalizou
mais de 730 unidades entregues de aviões comerciais em quase todo o planeta,
ressaltando que a Boeing não fabrica turboélices regionais.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima, o icônico jato bimotor Sud
Aviation Caravelle nas cores das companhias aéreas Air France,
um dos mais importantes clássicos mundiais da aviação comercial, usado
intensivamente nos Estados Unidos, na Europa Ocidental e na América do Sul em
rotas domésticas e internacionais para transporte de passageiros nas décadas de
1960, 1970 e 1980. Um sucesso de vendas, com mais de 280 unidades fabricadas. Logo abaixo, o jato francês nas cores da companhia aérea americana United Airlines, uma das principais operadoras do avião na década de 1960.
O jato bimotor Sud Aviation Caravelle é uma antiga
aeronave de porte médio e de grande porte, dependendo da versão, projetada na
década de 1950, desenvolvida e fabricada em larga escala na França nas décadas
de 1950, 1960 e 1970 pela então fabricante francesa Sud Aviation, que utilizou
como base para sua criação alguns conceitos de projeto do então sofisticado jato
quadrimotor britânico para transporte doméstico e internacional de passageiros de
Havilland Comet, entretanto com um grande número de mudanças que tornou o Sud Aviation Caravelle um
projeto quase completamente novo, relativamente mais simples, menos complexo e
mais confiável, na verdade um projeto quase totalmente original.
Do ponto de vista técnico e econômico, o pioneiro jato
Sud Aviation Caravelle foi um dos mais bem sucedidos projetos de bimotores para
uso comercial do início da era do jato, um dos primeiros aviões comerciais fabricados
no mundo com essas características. Na época em que foi lançado, na década de
1950, ele era um dos mais ousados e modernos projetos aeronáuticos focados na
aviação comercial, o primeiro bem sucedido jato europeu de corredor único em
linha de produção seriada e fabricado em larga escala, já que o seu antecessor
britânico de Havilland Comet foi retirado de linha de produção de forma
prematura como consequência de uma falha grave de projeto de fuselagem.
Inicialmente, o clássico Sud Aviation Caravelle, conhecido também
como Sud Aviation SE-210 Caravelle e Sud Aviation Se.210 Caravelle, era impulsionado por dois motores
turbojatos Rolls-Royce Avon RA-26, com cerca de 10.000 libras de potência /
empuxo disponíveis na decolagem, em cada motor, nas primeiras versões, e,
posteriormente, com opções de motorização americanas mais potentes General Electric e Pratt
& Whitney, nas versões de maior capacidade. O modelo original e suas versões
e sub-versões posteriores tinham capacidade para transportar entre 70 e 120
passageiros, dependendo da motorização, da versão e da configuração de assentos
adotada, com construção convencional em alumínio e cabine pressurizada, esta
também uma novidade na época. Ele foi uma das mais populares aeronaves de médio
e grande portes da história da aviação comercial doméstica e internacional, com
uma produção seriada de aproximadamente 15 anos, com as primeiras unidades de
série entregue para as europeias Air France e SAS - Scandinavian, em 1959, e para a brasileira Varig, também em 1959.
Com fabricação em série iniciada em 1958, o Sud
Aviation Caravelle tem o mérito de ser um dos primeiros jatos civis e comerciais
fabricados em série da história da aviação. Ele é considerado por parte da
comunidade aeronáutica mundial o primeiro avião civil a jato de corredor único para
transporte comercial de passageiros realmente bem sucedido do mundo, já que a
fabricação em série do britânico de Havilland Comet foi descontinuada muito
cedo. Já os quadrimotores a jato Boeing 707 e Douglas DC-8, ambos de fabricação
americana, podem ser considerados os primeiros aviões comerciais
intercontinentais a jato, com as fabricações em série iniciadas na mesma época.
Esse modelo de aeronave francês tem entre suas
principais características a asa baixa enflechada, os dois motores fixados no
cone de cauda (também uma inovação na época), a empenagem em forma de cruz, o robusto trem de pouso triciclo retrátil e
a confiabilidade de seus sistemas hidráulico, elétrico, eletrônico e mecânico.
Segundo inúmeros depoimentos de pilotos da época, o Sud Aviation Caravelle era
um avião dócil de comandos, obediente e que raramente “dava trabalho” em voo,
uma referência e um bom exemplo entre aviões comerciais para transporte de
passageiros da época, com aerodinâmica refinada, inclusive, com ótima razão de planeio.
Alguns pilotos mais entusiasmados com o modelo chegavam ao ponto de dizer que se tratava de um “planador com motores a jato”, tamanha a capacidade da aeronave de se manter em voo em caso de falha dos motores. De fato, a aeronave foi submetida na época a voos de demonstração da própria fabricante Sud Aviation para potenciais compradores. Em um desses voos, eles decolaram de Paris, subiram até 13.000 metros de altitude, colocaram os motores em idle (potência mínima) e planaram, literalmente, por incríveis 265 quilômetros até Dijon, também na França.
O avião é uma aeronave de corredor único, o que significa
que não é um jato comercial wide-body, que por sua vez é intercontinental. O
modelo original e as primeiras versões e sub-versões do Sud Aviation Caravelle eram
impulsionados por dois motores turbojato Rolls-Royce Avon RA-26, com cerca de
10.000 libras de potência / empuxo em cada motor. Eles estão fixados na parte traseira
da aeronave, no cone de cauda, e o avião tem empenagem com dois estabilizadores
na parte de trás, que são o estabilizador vertical fixado no cone de cauda e
fixado no estabilizador vertical está o estabilizador horizontal, que juntos
formam a empenagem cruciforme.
A capacidade do bimotor Sud Aviation Caravelle e,
posteriormente, do Sud Aviation Super Caravelle e do Aerospatiale Super Caravelle, variou, do início da
fabricação até as décadas seguintes, de versão para versão, entre 70
passageiros e 120 passageiros. A fabricante Sud Aviation projetou o Sud
Aviation Caravelle com capacidade para pousar e decolar em pistas de pouso
pavimentadas com comprimento limitado a cerca de 2.000 metros, uma
característica comum também do seu principal concorrente Boeing 737, sendo esta
uma das explicações para o sucesso de vendas dos dois modelos.
O conceito de aeronave bimotor projetada para atender
principalmente os mercados de aviação regional, doméstica e internacional, com os motores
fixados no cone de cauda, parecido com os conceitos dos antigos bimotores Douglas
DC-9 e British Aircraft BAC-111, foi utilizado posteriormente, décadas depois, como
exemplo pela Bombardier / Canadair, pela Embraer e pela Fokker para dar origem aos
modelos Canadair CRJ100 / Bombardier CRJ200, Embraer ERJ-145 Regional Jet, Fokker F-28 e Fokker F-100,
respectivamente.
Entre as vantagens desse conceito estão a maior altura
que os motores estão do solo, o que reduz o risco de entrada de
objetos e pedras, o que por sua vez pode causar danos; as asas mais simples e
leves, já que não há necessidade de peças metálicas para fixar os motores sob
as asas e reforços estruturais nas asas para suportar o peso dos motores; e a fuselagem
mais próxima do solo, o que facilita o embarque e desembarque de passageiros,
introdução e retirada mais rápida e fácil de bagagens dos compartimentos de
carga, acesso mais fácil e rápido dos mecânicos aos sistemas da aeronave e
acesso mais fácil e rápido do serviço de catering.
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Logo acima, a cabine de passageiros do elegante bimotor a jato
Sud Aviation Caravelle, um dos símbolos do início da era do jato na década de
1950. Logo abaixo, o cockpit do avião. Ele foi projetado, desenvolvido e fabricado com o que havia de melhor em
recursos tecnológicos empregados na indústria aeronáutica na época, uma prova
incontestável da capacidade e da liderança europeia no desenvolvimento de produtos
aeronáuticos de qualidade, um orgulho para franceses e britânicos.
No início da década de 1950, o Governo Francês lançou
uma espécie de concorrência para a criação, desenvolvimento e fabricação em
série de um modelo de aeronave com as características necessárias para
transporte de passageiros civis e militares entre a França e seus territórios espalhados pelo globo terrestre, principalmente no continente
africano. A França tinha interesse direto no desenvolvimento de um avião para atender suas necessidade, por isso decidiu cobrir parte dos custos de desenvolvimento do avião.
Entre os requisitos estavam a capacidade para
transportar pelo menos 65 passageiros em viagens domésticas e internacionais e
mais uma tonelada de carga; velocidade de cruzeiro de pelo menos 600 km/h;
motorização a jato ou turboélice; capacidade para pousar e decolar em pistas de
pouso pavimentadas de cerca de 2.000 metros de comprimento; e alcance de cerca
de 2.000 quilômetros, com reservas.
Vários fabricantes disputaram a concorrência, entre
elas a SNCASE – Société Nationale des Constructions Aéronautiques du Sudest e a
SNCASO – Société Nationale des Constructions Aéronautiques du Sudouest,
posteriormente as duas se juntando em torno de um projeto único, o protótipo Sud Aviation
X-210.
Os primeiros esboços do projeto do Sud Aviation X-210
foram criados pela equipe de profissionais liderada pelo projetista francês Pierre
Satre, no município de Toulouse, na França, nas instalações da Sud Aviation, a
cerca de 600 quilômetros ao sul de Paris, esta a capital da França. O projeto e o desenvolvimento do Sud Aviation Caravelle envolveu mais de 60.000 desenhos e milhões de cálculos de engenharia, tudo feito à mão, literalmente, lembrando que na época não havia programas de computador para criação de aviões. Talvez por isso ainda hoje o avião seja considerado uma obra prima da indústria aeronáutica europeia.
Posteriormente, as instalações usadas para abrigar a linha de montagem do Sud Aviation Caravelle passaram a ser usadas pelas então novatas Airbus
Industrie e ATR, nas décadas de 1970 e 1980, respectivamente.
Os primeiros aviões Sud Aviation X-210 eram protótipos
de testes, ensaios e demonstração, com poucas unidades produzidas. Inicialmente,
eles foram projetados para ser impulsionados por motores turbojato, sem fan
mesmo, modelo ATAR 101, de fabricação francesa, com cerca de 6.100 libras de
potência / empuxo, em cada motor, disponíveis na decolagem. Num primeiro
momento, ele foi projetado como um trimotor, com três motores ATAR 101, sendo
dois deles fixados nas laterais do cone de cauda, um de cada lado, e outro
fixado sobre a fuselagem, junto à empenagem. No entanto, antes da finalização
do projeto surgiu mais uma opção de motorização, o turbojato Rolls-Royce Avon
RA-26, com cerca de 10.000 libras de potência / empuxo em cada motor, um
projeto mais adequado para a proposta de um avião civil.
O próprio Governo Francês percebeu a necessidade de
enxugamento do projeto, tornando-o mais eficiente, mais econômico, mais
prático, mais barato, mais fácil de pilotar, mais simples, assim autorizando os
projetistas a adotarem a motorização britânica Rolls-Royce Avon RA-26,
permitindo assim a redução do número de motores, de três para dois, o que
tornou o Sud Aviation Caravelle uma das melhores opções no mercado de aviões
comerciais a jato, equivalente ou comparável em qualidades positivas ao British
Aircraft BAC-111 e ao Boeing 737, por exemplo.
O primeiro modelo original de série, chamado Sud
Aviation Caravelle, já com uma fuselagem um pouco alongada em relação aos
primeiros esboços, possuía capacidade para transportar cerca de 80 passageiros
e começou a ser operado pela Air France em 1959, com uma encomenda inicial de
24 unidades. Ele conseguia alcançar a então impressionante velocidade de 700 km/h e a altitude de 11.000 metros, decolando no peso máximo de decolagem. Era o terceiro modelo de avião a jato para uso
comercial por companhias aéreas no mundo, um dos pioneiros do
mercado mundial, com motores fixados na parte de trás do avião, o que resultava
em um nível de ruído a bordo mais aceitável.
As vendas não estavam ruins, mas, na sequência, para melhorar
as vendas do bimotor a jato, nos anos seguintes, a Sud Aviation decidiu pela
criação de versões e sub-versões melhoradas da família, o Sud Aviation
Caravelle 1A e o Sud Aviation Caravelle III, este lançado em 1960, utilizando
como base o modelo original Sud Aviation Caravelle, mas com uma variedade de
melhorias, incluindo fuselagem um pouco maior para melhorar o espaço interno
para passageiros e capacidade total dos tanques de combustível aumentada,
resultando na versão mais vendida de toda a série Sud Aviation Caravelle, com
78 unidades fabricadas. Além disso, a aceitação do mercado foi tão boa que mais
de 30 aviões Sud Aviation Caravelle fabricados anteriormente foram submetidos a
upgrades e retrofits para torná-los mais semelhantes do Sud Aviation Caravelle
III.
Enquanto nos Estados Unidos os fabricantes se
concentravam em fabricar grandes e pesados trimotores e quadrimotores para
viagens intercontinentais transoceânicas, a Sud Aviation manteve a maior parte
das características básicas originais do Sud Aviation Caravelle por acreditar
na demanda por aviões bimotores menores e mais leves para rotas domésticas e
internacionais, com uma performance bem razoável para operar em pistas de pouso
com comprimento de cerca de 2.000 metros, mesmo no peso máximo de decolagem da
aeronave. Essa foi uma das principais características do avião
e uma das razões para o seu sucesso no mercado mundial de aviação comercial. A
preocupação da Sud Aviation com segurança era tão grande que versões com pára-quedas
de arrasto foram criadas para operadores que precisavam de um avião adaptado
para aeroportos regionais, em geral com infraestrutura mais limitada.
O pára-quedas de arrasto é um recurso adicional raro
em aviões civis e comum em aviões militares. Ele é usado como um recurso
adicional à frenagem convencional do veículo e usado somente no pouso e quando
a pista de pouso tem comprimento limitado. É importante não confundir o
pára-quedas de arrasto com o APS – Airframe Parachute System ou sistema de pára-quedas
balístico usado ainda em voo quando se perde o único motor da aeronave, para
suavizar a sua queda. O monomotor a pistão Cirrus SR22 é um exemplo de avião que tem
esta tecnologia como item de série.
O então avançado Sud Aviation Caravelle foi
considerado por duas décadas seguidas uma referência em tecnologia, qualidade e segurança para o transporte aéreo doméstico e internacional de passageiros. Ele foi um
dos primeiros modelos de aeronaves comerciais no mundo a introduzir ainda na
década de 1970 o sistema de pouso por instrumentos ILS – Instrument Landing
System na Categoria III, a mais avançada, para operações de pouso sob neblina
ou nevoeiro. Em vários aspectos ele possuía inéditos avanços tecnológicos, como,
por exemplo, o sistema de piloto automático Lear Siegler, para pouso automático, e o sistema de alimentação de combustível com alto grau de
automatização, com o acionamento automático e imediato da bomba auxiliar de combustível em
caso de falha da bomba primária.
Mais de 280 unidades de Sud Aviation Caravelle e Aerospatiale Super Caravelle foram fabricadas, em diversas versões e sub-versões, entre 1958 e 1972.
VERSÕES E SUB-VERSÕES DO
CARAVELLE |
|||||
INÍCIO |
MODELO |
QTD |
PASSAG |
PMD |
MOTOR |
1955 |
protótipos |
2 |
|
41 ton. |
Rolls Avon Mk521 |
1958 |
I |
20 |
Até 80 |
43 ton. |
Rolls Avon Mk522 |
1960 |
IA |
12 |
Até 80 |
43 ton. |
Rolls Avon Mk526 |
1959 |
III |
78 |
Até 80 |
46 ton. |
Rolls Avon Mk527 |
1960 |
VIN |
53 |
Até 80 |
48 ton. |
Rolls Avon Mk531 |
1961 |
VIR |
56 |
Até 80 |
50 ton. |
Rolls Avon Mk532R |
1960 |
VII |
1 |
Até 80 |
52 ton. |
GE CJ805-23C |
1962 |
10A |
1 |
Até 80 |
52 ton. |
GE CJ805-23C |
1965 |
10R / 10B1R |
20 |
Até 80 |
52 ton. |
P&W JT8D-1 ou 7 |
1964 |
10B3 |
21 |
Até 100 |
Até 56 |
P&W JT8D-1, 7, 9 |
1967 |
11R |
6 |
Até 100 |
52 ton. |
P&W JT8D-7 |
1970 |
12 (Super) |
12 |
Até 140 |
58 ton. |
P&W JT8D-9 |
|
|
|
|
|
|
NO BRASIL
O pioneiro jato doméstico e internacional Sud Aviation
Caravelle foi usado intensivamente no Brasil pela VARIG – Viação Aérea
Riograndense, já a partir
de 1959, pela
Cruzeiro do Sul e pela Panair do Brasil, nessas duas incorporados anos depois. No total,
foram 12 unidades de Sud Aviation Caravelle operando no Brasil, a maioria usada
para rotas domésticas e internacionais dentro da América do Sul.
A VARIG - Viação Aérea Riograndense foi uma das primeiras operadoras do modelo no mundo, na época ainda controlada pelo comandante Ruben Berta. Na época, o Sud Aviation Caravelle foi utilizado temporariamente e provisoriamente em viagens de longo curso, ligando o Brasil até Nova York, até a chegada do quadrimotor de longo alcance Boeing 707. Com a chegada do avião americano, o Sud Aviation Caravelle passou a ser usado em rotas mais adequadas ao seu perfil operacional, dentro do Brasil, em viagens interestaduais e dentro da América do Sul, para Montevidéu, Buenos Aires, Lima e Bogotá.
A VARIG - Viação Aérea Riograndense foi uma das primeiras operadoras do modelo no mundo, na época ainda controlada pelo comandante Ruben Berta. Na época, o Sud Aviation Caravelle foi utilizado temporariamente e provisoriamente em viagens de longo curso, ligando o Brasil até Nova York, até a chegada do quadrimotor de longo alcance Boeing 707. Com a chegada do avião americano, o Sud Aviation Caravelle passou a ser usado em rotas mais adequadas ao seu perfil operacional, dentro do Brasil, em viagens interestaduais e dentro da América do Sul, para Montevidéu, Buenos Aires, Lima e Bogotá.
SEGURANÇA DE VOO
Durante as décadas de 1960 e 1970 o Sud Aviation Caravelle foi considerado um dos aviões mais seguros do mundo, com alta qualidade de projeto e de construção. Na época de seu lançamento os aviões a jato estavam substituindo os aviões tracionados por motores radiais a pistão, reduzindo drasticamente o número de falhas de funcionamento em voo.
Ao longo de toda sua vida útil, foram registrados
oficialmente 31 acidentes graves com vítimas fatais com o Sud Aviation
Caravelle, o equivalente a cerca de 11% do número total de aeronaves
fabricadas, dentro da média de modelos de aviões da
concorrência na época e com a maioria dos acidentes não diretamente relacionada com a
qualidade de projeto e de fabricação da aeronave.
FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
SUD AVIATION CARAVELLE III
- Capacidade: Até 80 passageiros;
- Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 1 navegador;
- Velocidade de cruzeiro: Aprox. 700 km / h;
- Comprimento: Aprox. 32 metros;
- Envergadura: Aprox. 34 metros;
- Altura: Aprox. 9 metros;
- Motorização (potência / empuxo): 2 X Rolls Royce Avon RA-29 MK527 (12.600 libras / cada);
- Alcance: Aprox. 1.800 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
- Teto de serviço: Aprox. 12.000 metros;
- Peso máximo de decolagem: Aprox. 46.000 kg;
- Pista de pouso: Aprox. 2.000 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
TRÊS VISTAS
VEJA TAMBÉM
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- ATR-42
- ATR-72
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- Trimotor (Indústria Aeronáutica)
- Saab JAS 39 Gripen NG
- AVGAS (Gasolina de Aviação)
- Extraterrestre (Ufologia)
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- Programa FX2 (Força Aérea Brasileira)
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- Ônibus Espacial
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- Bombardier Q Series
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- Cessna Citation
- Longarina (Engenharia Aeronáutica)
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- Neiva (Indústria Aeronáutica)
- Caso ET de Varginha
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- Embraer ERJ-145 Regional Jet
- Fokker F27
- Etops (Aviação)
- Disco Voador
- Comércio Exterior (Administração)
- Embraer ERJ-135 Regional Jet
- Embraer EMB-110 Bandeirante
- Agronegócios / Agribusiness (Economia)
- Embraer KC-390 (Força Aérea Brasileira)
- Sukhoi SuperJet 100
- Bombardier (Indústrias de Veículos)
- Embraer
- Fokker F-50
- Injeção Eletrônica (Mecânica)
- Transportes no Brasil (Logística)
- Globalstar (Telefonia por Satélite)
- Energia Solar Fotovoltaica
- Fokker F-100
- Embraer ERJ-140 Regional Jet
- Operação Prato (Ufologia)
- Energia Elétrica
- Paul Mauriat (Música)
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- Aeroporto Campo de Marte
- Material Composto
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- Drones
- Piper Aircraft (Indústria Aeronáutica)
- James Bond (Cinema)
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- Aeroporto de Presidente Prudente
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- Embraer E-Jet
- Aeroporto de Ribeirão Preto
- Inércia (Física)
- Airbus A320
- FAB - Força Aérea Brasileira
- Embraer E-190
- Boeing 717
- Bombardier CRJ200
- Turbojato (Indústria Aeronáutica)
- Bombardier Dash 8-300
- Bombardier Q-400
- Spoileron (Engenharia Aeronáutica)
- Bombardier CRJ-700
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- Embraer E-195
- Airbus A321
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- Aeronaves (Indústria Aeronáutica)
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- ETOPS - Extended Twin Engine Operations
- Fairchild FH-227
- Fairchild F-27
- Circuito Eletrônico (Eletrônica)
- Aviação Agrícola (Agricultura)
- Boeing 707
- Douglas DC-8
- Lockheed Hercules (Força Aérea Brasileira)
- Aeroporto Regional de Maringá
- Alumínio (Metalúrgica)
- Fokker MK-28
- Fokker 100
- Embraer EMB-111 Bandeirulha (Força Aérea Brasileira)
- Embraer C-95 Bandeirante (Força Aérea Brasileira)
- CRDI - Common Rail Direct Injection
- Honda HA-420 HondaJet
- Boeing 777
REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sud_Aviation_Caravelle
- Revista Aeromagazine: https://aeromagazine.uol.com.br/
- Canal Piloto / Bianch: http://canalpiloto.com.br/aeronaves-historicas-sud-aviation-caravelle/
- Jet Photos (em inglês): https://www.jetphotos.com/aircraft/Sud%20Aviation%20SE%20210%20Caravelle%20VIN
- Wikipedia (em francês): https://fr.wikipedia.org/wiki/Sud-Aviation
- Site Airliners (em inglês): https://www.airliners.net/aircraft-data/sud-se-210-caravelle/372
- Revista Avião Revue: http://aviaorevue.com/
- Flight Safety Foundation (em inglês): https://aviation-safety.net/database/types/Sud-Aviation-SE-210-Caravelle/index
- Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Sud_Aviation_Caravelle
- Blog Cultura Aeronáutica: http://culturaaeronautica.blogspot.com/2017/07/os-caravelles-da-varig-primeiro-jato.html
- Wikimedia: Imagens
- Pinterest: Imagens
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