FOKKER 50

FOKKER 50 (NOME COMERCIAL)
FOKKER F-50 (NOME COMERCIAL)
FOKKER 60 (NOME COMERCIAL)
FOKKER F27 050 (NOME TÉCNICO)
FOKKER F27 0502 (VERSÃO MILITAR)
FOKKER F27 0604 (NOME TÉCNICO)

INTRODUÇÃO
Logo acima, o Fokker 50, um moderno, econômico, confortável e confiável bimotor turboélice para transporte regional de passageiros, o substituto do clássico Fokker F27 na linha de montagem da então fabricante holandesa Fokker Aircraft. Logo abaixo, o Fokker 60, uma versão alongada do Fokker 50, fabricada na mesma linha de montagem da Fokker durante as décadas de 1980 e 1990.

Fokker 50 é uma moderna aeronave bimotor turboélice de médio porte, com capacidade para transportar entre 50 e 60 passageiros em viagens intermunicipais e interestaduais, dependendo da configuração de assentos adotada, projetada, desenvolvida e fabricada em larga escala na Holanda, a partir da década de 1980, pela então fabricante holandesa Fokker Aircraft, na época uma das maiores fabricantes de aeronaves civis e militares do mundo, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o consagrado turboélice clássico da aviação regional Fokker F27, um sucesso de vendas.

Os seus principais concorrentes no mercado mundial de transporte aéreo regional de passageiros durante as décadas de 1980, 1990 e 2000 foram o franco-italiano ATR-42, o canadense de Havilland Dash 8-500 e o sueco Saab 2000, todos esses turboélices bimotores com capacidade semelhante de transportar passageiros.

Também podem ser considerados concorrentes do Fokker 50 os jatos bimotores regionais Embraer ERJ-145 e Bombardier CRJ100 / Bombardier CRJ200, ambos também com capacidade equivalente de transportar passageiros.

Uma parte desses modelos concorrentes não é mais fabricada.

A FOKKER AIRCRAFT

A Fokker Aircraft foi uma das maiores e mais tradicionais fabricantes de aeronaves civis e militares do planeta. Ela foi fundada na Holanda em 1919 pelo empresário Anthony Fokker, após a Primeira Guerra Mundial, e se tornou uma grande fabricante de aeronaves militares e civis, neste caso para uso comercial no transporte de passageiros e cargas, tornando-se a maior fabricante mundial de aeronaves comerciais na década de 1920, com uma subsidiária fabricante de aviões comerciais nos Estados Unidos, inclusive.

Ela se manteve como uma grande fabricante de aeronaves civis e militares nas décadas seguintes, até a década de 1990, embora tenha sofrido durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido tomada à força pelos militares alemães e, antes do final da guerra, praticamente destruída pelos aliados Estados Unidos, União Soviética e Inglaterra. Mesmo assim, a empresa se reergueu durante as décadas de 1950 e 1960, com a fabricação seriada do seu maior sucesso na época, o turboélice regional Fokker F27, e tornou-se também uma respeitada e conceituada fabricante de satélites e de componentes para satélites, por meio de sua subsidiária Fokker Space, que, aliás, ainda existe, mas agora com o nome Airbus Defense and Space Netherlands.

Mesmo fabricando produtos de boa qualidade, a Fokker Aircraft não resistiu às várias recessões econômicas mundiais da década de 1990, ela faliu em 1996, após tentativas fracassadas de salvamento por corporações europeias, entre elas a alemã Daimler Chrysler / DASA Aviation, entretanto a divisão de fabricação de satélites e a divisão de manutenção de aeronaves e de pesquisa e desenvolvimento aeroespacial e aeronáutico, a Fokker Space / Dutch Space e a Stork Aerospace / Fokker Technologies, respectivamente, foram separadas e sobreviveram à crise da Fokker Aircraft.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, a cabine de passageiros do Fokker 50, operado por uma companhia aérea regional. Ele foi usado intensivamente em vários continentes, principalmente durante as décadas de 1980, 1990 e 2000, inclusive por subsidiárias de grandes companhias aéreas internacionais, como a KLM Royal Dutch, por exemplo, e também por médias e pequenas companhias aéreas regionais, atraídas pelos bons preços dos unidades usadas colocadas à venda por companhias aéreas europeias. Logo abaixo, o ainda moderno cockpit ou cabine de comando do turboélice regional, com uma das primeiras versões do conjunto de instrumentos de voo EFIS, o sistema digital de aviônicos.
O Fokker 50 é uma moderna aeronave bimotor turboélice de médio porte, com pressurização de cabine e com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com asas altas e retas, com capacidade para transportar entre 50 e 60 passageiros em viagens intermunicipais e interestaduais, dependendo da configuração de assentos adotada, projetada, desenvolvida e fabricada em larga escala na Holanda, a partir da década de 1980, pela então fabricante holandesa Fokker Aircraft, na época uma grande e conceituada empresa fabricante de aeronaves comerciais para transporte regional de passageiros e de carga, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o clássico e icônico turboélice bimotor para transporte regional de passageiros Fokker F27, entretanto com uma quantidade significativa de mudanças e modernizações que tornou o Fokker 50 um projeto de aeronave para uso comercial diferente, mais moderno, mais econômico, mais seguro e mais confortável.

Uma versão com fuselagem alongada do Fokker 50, com capacidade aumentada de transporte de passageiros e/ou cargas foi fabricada, chamada Fokker 60, porém com poucas unidades vendidas.

Durante as décadas de 1980, 1990 e 2000 ele foi usado intensivamente por companhias aérea regionais europeias, asiáticas e até sul-americanas, inclusive por algumas empresas brasileiras, como a Rio Sul / Varig, a TAM Transportes Aéreos, conhecida atualmente como LATAM, e a Ocean Air, conhecida posteriormente como Avianca, principalmente em rotas regionais e domésticas para transporte de passageiros. Em alguns casos, ele foi usado intensivamente também para transporte internacional de passageiros e cargas dentro de um mesmo continente.

Ele não teve o mesmo grande sucesso de vendas de seu predecessor Fokker F27, mas conseguiu se firmar discretamente no mercado aeronáutico mundial com mais de 200 unidades fabricadas, com mais de 70 unidades ainda em condições de voo, atualmente, sendo operadas por companhias aéreas regionais de países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

Nas décadas de 1980 e 1990, ele foi considerado um dos mais modernos modelos de aviões comerciais de médio porte para transporte regional de passageiros, com a econômica motorização turboélice Pratt & Whitney PW125, mais potente, mais econômica, mais confiável e com menor nível de ruído que a motorização turboélice Rolls-Royce Dart usada nos modelos clássicos Fokker F27, de concepção mais antiga, da década de 1950. Além dessa nítida vantagem técnica e econômica, outras tecnologias modernas foram introduzidas no Fokker 50, incluindo um número maior de peças, partes e componentes em material composto, embora as partes principais, a fuselagem e as asas, tenham sido mantidas com a construção convencional em alumínio e ligas metálicas.

Esse motor Pratt & Whitney PW125, com 2.500 shp de potência, faz girar o conjunto de hélice de seis pás da Dowty Rotol / General Electric, com nível de ruído bem mais baixo que o conjunto de hélice de quatro pás do antigo Fokker F27.

Outra diferença marcante entre o moderno Fokker 50 e o clássico Fokker F27 é o sistema hidráulico do Fokker 50, usado para acionamento do trem de pouso, acionamento do controle direcional da roda de nariz (steering), acionamento das superfícies aerodinâmicas de controle e acionamento dos freios, dentre outros. O modelo clássico Fokker F27 utiliza um sistema pneumático para esses acionamentos.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Logo acima, imagem de um Fokker 50 no pátio de um típico aeroporto regional, evidenciando a sua vocação para transporte de passageiros, com sua fuselagem mais próxima possível do solo, para facilitar o embarque e desembarque de passageiros e cargas. É uma aeronave bem construída, com conjunto de hélices de seis pás, com menor nível de ruído e vibração que no seu antecessor Fokker F27. Logo abaixo, o modelo Fokker 50 em voo. Ele foi escolhido por várias companhias aéreas regionais europeias, asiáticas e sul-americanas porque apresentava flexibilidade operacional para operar em pistas de pouso de comprimento limitado, inclusive no Brasil.
O turboélice bimotor para transporte regional de passageiros Fokker 50, conhecido também como Fokker F27 050 ou Fokker F-50, foi projetado, desenvolvido e fabricado pela Fokker Aircraft, a partir da década de 1980, para atender pedidos de companhias aéreas que atuavam no mercado de transporte aéreo doméstico e regional. Ele foi projetado e fabricado pela Fokker para competir com outras grandes e tradicionais fabricantes de aeronaves regionais da época, como a franco italiana ATR e a canadense de Havilland Canada / Bombardier, por exemplo, no transporte regional, numa faixa de capacidade entre 50 e 60 assentos, servida por alguns produtos também modernos, entre eles o ATR-42 e o de Havilland Canada Dash 8-300, este posteriormente renomeado para Bombardier Q-300.

Durante a década de 1980, alguns modelos de turboélices bimotores de médio porte estavam sendo desenvolvidos ou já estavam em fabricação seriada para atender o mercado de aviação regional, entre eles o brasileiro Embraer EMB-120 Brasilia, o sueco Saab 340, o britânico British Aerospace ATP e o canadense de Havilland DHC-8-300.

Várias mudanças significativas na direção de uma real modernização foram introduzidas no Fokker 50 em relação ao seu antecessor mais velho Fokker F27, este um avião que marcou época, mas já dava sinais de envelhecimento de projeto. Na verdade, para ser mais claro, o Fokker 50 é um modelo de aeronave quase completamente novo em relação ao seu predecessor Fokker F27, embora o aspecto externo e a parte estrutural (fuselagem e asas) de ambos os modelos realmente seja semelhante em vários aspectos. No entanto, o número de mudanças, melhorias, modernizações e refinamentos do Fokker 50 em relação ao seu clássico predecessor é tão significativo que fica impossível tratar o Fokker 50 com indiferença, como se fosse apenas uma versão melhorada do Fokker F27. Ele é, realmente, um avião bem mais moderno que o Fokker F27, mais sofisticado, mais seguro, mais econômico e mais confortável.

O Fokker 50 é um modelo diretamente derivado do Fokker F27, tanto que em seu processo de certificação ele levou a mesma nomenclatura de seu predecessor, registrado pelas autoridades aeronáuticas como Fokker F27 050. No entanto, ele é realmente um modelo de avião quase completamente novo em relação ao Fokker F27. A estrutura de fuselagem e asas do Fokker F27 / Fairchild FH-227 foi mantida no Fokker 50, mas de resto quase tudo foi trocado e melhorado.

Entre as principais modernizações do Fokker 50 estão a motorização Pratt & Whitney PW125, mais potente, mais econômica, mais confiável e com menor nível de ruído, aviônicos dentro do conceito glass cockpit, do tipo EFIS - Electronic Flight Instrument System, tornando a navegação mais segura e eficiente, um número maior de peças e partes em material composto, embora as partes principais da fuselagem e asas continuassem a ser fabricadas em metal, adoção de um sistema de controle eletrônico de motor e hélices mais avançadas, em material composto, e com menor nível de ruído. Resumindo: Uma aeronave quase totalmente nova, mais moderna e segura, que somente no aspecto estético (nada bonito, aliás) lembra o seu antigo antecessor Fokker F27...

A FAMÍLIA FOKKER 50

A família Fokker 50 é composta por vários modelos de aeronaves bimotoras turboélice para transporte regional de passageiros e missões militares. Basicamente, de forma resumida, são dois modelos principais de aviões, o Fokker 50 e o Fokker 60, complementados por algumas sub-versões baseadas nesses dois modelos, com algumas mudanças e melhorias, incluindo uma delas com motorização mais potente, para operação em aeroportos quentes e altos.

Eles possuem seção de fuselagem semi-circular, com 2,8 metros de largura total de fuselagem, excluindo dessa medida o trem de pouso, sendo 2,6 metros úteis de largura para quatro assentos por fileira, separados por um corredor central, no mesmo nível do piso totalmente plano. Os assentos da cabine de passageiros possuem 43 centímetros úteis de largura na classe única, num total de até 58 assentos para passageiros, em alta densidade, com cerca de 70 centímetros entre fileiras de assentos. Não é muito, mas é o suficiente para uma ou duas horas de voo.

FOKKER 50

O Fokker 50 é uma aeronave comercial bimotor pressurizada de médio porte e propulsão turboélice, com construção convencional semimonocoque em alumínio e ligas metálicas, com asas altas e com capacidade para transportar 50 passageiros (configuração de baixa densidade), 54 passageiros (configuração de média densidade) ou 58 passageiros (configuração de alta densidade) em viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas), fabricada em série na Holanda entre 1986 até 1997, com mais de 200 unidades fabricadas.

Embora pelo menos uma sub-versão militar também tenha sido criada e fabricada, desde sua origem o projeto do Fokker 50 esteve voltado principalmente para a utilização da aeronave no mercado civil de transporte aéreo regional de passageiros, em rotas intermunicipais e interestaduais, e tem entre suas principais características necessárias a robustez estrutural e o conforto para atender às necessidades de companhias aéreas por um tipo de equipamento para a operação economicamente viável e segura em pequenas e médias cidades, geralmente com infraestrutura menos sofisticada que a infraestrutura oferecida nos grandes aeroportos internacionais das grandes cidades.

O Fokker 50 pode ser considerado uma aeronave moderna, com conjuntos modernizados de sistemas elétrico, eletrônico, mecânico e hidráulico, claramente, sem dúvida, um passo a frente em relação ao seu clássico e antigo antecessor Fokker F27, embora externamente os aspectos dos dois modelos de aeronaves sejam semelhantes, mas ressaltando que as semelhanças são apenas estéticas. E mais, o Fokker 50 é mais robusto que o Fokker F27, vários pontos de sua estrutura, incluindo asas e fuselagem, foram reforçados com peças mais resistentes.

Graças a adoção de uma nova motorização turboélice Pratt & Whitney PW125, com 2.500 shp de potência em cada motor, com hélices Dowty Rotol / General Electric de seis pás de material composto, o Fokker 50 apresentou perfomance superior em relação ao seu antecessor, inclusive em pistas de pouso de comprimento limitado, mesmo em dias quentes; redução de 30% no consumo de combustível; e nível de ruído mais baixo, tanto externamente, nas decolagens e aproximações, quanto internamente, com 75 decibéis em cruzeiro, com 75% potência. Além disso, foi colocada à disposição dos compradores a possibilidade de tracionar o Fokker 50 com o motor turboélice Pratt & Whiney PW127, ainda mais potente, para operar em aeroportos altos e quentes.

Ambos os motores fazem parte da família Pratt & Whitney PW100, composta por motores com potências entre 1.800 shp e 5.000 shp, todos fabricados no Canadá pela Pratt & Whitney Canada, uma subsidiária do grupo americano United Technologies.

A família de motores Pratt & Whitney PW100 é usada para tracionar vários modelos diferentes de aeronaves, entre eles o Bombardier Q-400, o ATR-72, o Embraer EMB-120 Brasilia, o CASA C-295 (militar, usado no Brasil, inclusive) e o Fokker F-50. Eles são compostos por compressor centrífugo de baixa pressão nos modelos de aviões mais curtos e leves e compressor axial de baixa pressão nos modelos de aviões mais longos e pesados. Na maioria dos casos, eles são fixados em asas altas e, portanto, bem distantes do solo, o que reduz o risco de danos estruturais causados nas hélices por objetos e pedras eventualmente na pista. São motores com alto índice de confiabilidade, com raros casos de falhas graves de funcionamento em decolagens e em pleno voo.

Essa família de motores é um dos maiores sucessos da indústria aeronáutica mundial, com mais de 7.000 unidades fabricadas desde a década de 1980, tendo acumulado mais de 130.000.000 de horas de voo até o momento.

A adoção de um novo cockpit baseado em instrumentos de voo digitais no Fokker 50, dentro do conceito glass cockpit, com aviônicos do tipo EFIS – Electronic Flight Instrument System, possibilitou uma navegação mais segura e precisa, inclusive com a possibilidade de aproximações ILS Cat II, um avanço para a época;

Ainda hoje o Fokker 50 pode ser considerado uma aeronave moderna. Ele foi projetado e fabricado na Holanda pela Fokker Aircraft, mas com fornecedores espalhados pelo mundo, incluindo a Pratt & Whitney, do Canadá, a fornecedora dos motores; a SABCA, da Bélgica, a fornecedora das asas; a Potez, da França, a fornecedora do cone de cauda; a Messerschmitt, da Alemanha, a fornecedora dos flaps de material composto; a Fuji Heavy Industries, do Japão, a fornecedora dos profundores e do leme; a Dowty Aerospace / Safran, da França, a fornecedora do trem de pouso; dentre outros fornecedores.

O Fokker 50 foi homologado com sistemas de degelo por boots por várias autoridades aeronáuticas. Os boots ou botas pneumáticas de degelo estão localizados nos bordos de ataque das asas retas e no estabilizador horizontal da aeronave. Já o sistema hidráulico é duplo, com duas bombas hidráulicas, para acionamento do trem de pouso, dos freios principais, dos flaps e do controle de steering ou rodas direcionais.

Entre as primeiras operadoras do Fokker 50 estiveram a companhia aérea regional alemã DLT, conhecida atualmente como Lufthansa CityLine, e a companhia aérea regional australiana Ansett Australia, que não existe mais.

Durante a década de 1990, a produção seriada e a comercialização do turboélice bimotor Fokker 50 e do jato regional bimotor Fokker 100 estavam bem encaminhadas até que a fabricante holandesa começou a apresentar problemas de caixa. Se a Fokker Aircraft não tivesse falido, a fabricação seriada desses dois modelos tinha sido mantida normalmente, pois a aceitação deles pelas companhias aéreas e pelos passageiros tinha sido razoável até aquele momento, apesar de alguns acidentes graves com vítimas fatais.

FOKKER 60

O Fokker 60 é uma versão alongada do Fokker 50, com mais 1,6 metro de comprimento de fuselagem, mantendo praticamente as mesmas asas e sistemas, mas com a instalação de uma porta de carga do lado direito da fuselagem.

Apenas quatro unidades foram fabricadas para a Força Aérea Real da Holanda, utilizado para transporte de cargas militares, transporte de tropas e lançamento de paraquedistas. Posteriormente, os aviões foram vendidos para as Forças Armadas do Peru.

MERCADO

No meio aeronáutico, o Fokker 50 é considerado o sucessor natural do Fokker F27, que por sua vez foi considerado o sucessor natural do clássico avião bimotor a pistão Douglas DC-3, um dos modelos de aviões comerciais para transporte regional mais vendidos da história. Durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, o projeto do Fokker F27 Friendship teve uma importância histórica no contexto da aviação regional pelo mérito de ter possibilitado a integração regional em diversos países de grandes dimensões, incluindo o Brasil, onde foi largamente utilizado para transporte de cargas (a serviço dos Correios, inclusive) e milhões de passageiros.

O Fokker 50 foi projetado para substituir o Fokker F27, mas, por algum motivo, talvez pela capacidade de assentos abaixo da capacidade do ATR-72 e do Bombardier Q-400, por exemplo, ele não teve o mesmo sucesso comercial que estes dois concorrentes, que, aliás, ainda estão em produção seriada.

A partir da década de 1990, uma nova empresa foi criada para prestar serviços de manutenção e comercialização de peças de reposição para o Fokker 50 e para o Fokker 100, a Fokker Services, que, inclusive, apresentou aos operadores algumas opções de retrofits para melhorar o bimotor turboélice, entre elas a iluminação LED na cabine de passageiros; a instalação de uma APU – Auxiliary Power Unit, uma unidade independente geradora de energia, para possibilitar o uso dos sistemas da aeronave mesmo no solo, com os motores desligados, inclusive o ar-condicionado; e novos assentos em material composto, mais finos e leves, para possibilitar o aumento de capacidade de assentos na cabine de passageiros ou o aumento de espaço para as pernas dos passageiros.

Mais de 210 unidades de Fokker F-50 e Fokker 60 foram fabricadas, sendo que mais de 70 unidades ainda em condições de voo estão sendo utilizadas normalmente por mais de 10 operadores civis e militares, entre eles a Alliance Airlines, da Austrália, a Air Antwerp, da Bélgica, a Skyward International Jetways Airlines, ambas do Quênia (África), a Niger Airlines, da Nigéria, e a Amapola Flyg, da Suécia. A aeronave é usada também pela empresa americana de fretamento de aeronaves Air Charter Services, que possui, inclusive, uma filial no Brasil. O Fokker 50 ainda é utilizado intensivamente por algumas forças armadas, entre elas a Força Aérea Naval do Peru, a Força Aérea da China e a Força Aérea de Singapura.

Aviões regionais devem ter a sua operação simplificada o máximo possível porque aeroportos regionais não têm o mesmo nível de sofisticação que os aeroportos internacionais das grandes metrópoles. Por isso, o Fokker 50 foi projetado para ter a sua fuselagem mais próxima possível do solo, para facilitar o embarque e desembarque de passageiros e a introdução de cargas aéreas e bagagens no bagageiro traseiro da aeronave. Além disso, sua porta dianteira esquerda possui uma escada fixada, o que dispensa o uso de uma escada independente em solo.

O Fokker 50 foi projetado especialmente para atender pedidos de companhias aéreas regionais por um tipo de equipamento adaptado para operação em pistas de pouso curtas, com obstáculos próximos das cabeceiras e prolongamentos, exigindo procedimentos de decolagem e aproximação mais complexos. Praticamente todas as aeronaves turboélice modernas têm mais potência estática (tração estática) que aeronaves a jato de mesmo tamanho e peso máximo de decolagem.

Entretanto, do ponto de vista econômico, em rotas de mais de 750 quilômetros, aeronaves com motorização turbofan, como o Embraer ERJ-190 da Embraer, por exemplo, são mais vantajosas que as aeronaves turboélice regionais modernas, pois são mais velozes e têm produtividade maior, em função justamente da velocidade de cruzeiro maior.

Apesar de não ser um avião bonito, o Fokker 50 cumpre o que o fabricante afirmava na época de sua fabricação em série, transportando passageiros e carga com eficiência e bom nível de conforto, qualidades ainda apreciadas, mesmo considerando o atual padrão de tecnologia disponível em modelos concorrentes mais novos.

No Brasil, o Fokker F-50 foi usado por alguns anos da década de 1990 pela TAM - Transportes Aéreos Regionais, atualmente LATAM Airlines, e pela Rio Sul Linhas Aéreas, uma subsidiária da Varig. Estas duas empresas, Rio Sul e Varig, não existem mais. A então companhia aérea Ocean Air, posteriormente Avianca, também utilizou o Fokker 50 por vários anos da década de 2000 para transportar seus passageiros.

Atualmente, a empresa GKN Aerospace / Fly Fokker pode executar, a pedido de operadores, conversões definitivas de aeronaves Fokker 50 para transporte de cargas aéreas, com uma porta lateral maior na fuselagem, para introdução facilitada e rápida de cargas.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
  • Capacidade: 50 passageiros (baixa densidade);
  • Capacidade: 54 passageiros (média densidade);
  • Capacidade: 58 passageiros (alta densidade);
  • Capacidade: 62 passageiros (retrofitado);
  • Tripulação: 1 piloto (comandante), 1 co-piloto e 1 comissária;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 500 km/h;
  • Comprimento: Aprox. 25 metros;
  • Envergadura: Aprox. 29 metros;
  • Altura: Aprox. 8,5 metros;
  • Motorização (de série): 2 X Pratt & Whitney PW125 (2.500 shp / cada);
  • Motorização (opcional): 2 X Pratt & Whitney PW127 (2.750 shp / cada);
  • Consumo médio: Aprox.
  • Consumo médio: Aprox.
  • Ruído interno (cruzeiro): Aprox. 75 decibéis;
  • Altura interna da cabine: Aprox. 1,95 metro;
  • Teto de serviço: Aprox. 7.600 metros;
  • Vida útil da célula: Aprox. 90.000 ciclos;
  • Índice de despachabilidade: Aprox. 98% (década de 1990);
  • Certificações: FAA, EASA, ANAC / DAC e CAA, entre outras;
  • Pista de pouso: Aprox. 1.650 metros (lotado/ dias quentes);
  • Alcance: Aprox. 1.600 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 20.800 kg;

SEGURANÇA DE VOO

Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Porém, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas.

Até o momento, foram registrados oficialmente 5 acidentes graves com vítimas fatais nos quais os aviões da família Fokker 50 se envolveram e/ou foram envolvidos, o equivalente a cerca de 3% do número total de aeronaves fabricadas, com parte dos acidentes registrados não diretamente relacionada com a qualidade de projeto e de fabricação da aeronave.

TRÊS VISTAS


GALERIA DE IMAGENS

Logo acima, o moderno Fokker 50, e, logo abaixo, o antigo Fokker F27, turboélice bimotor para transporte regional de passageiros que foi usado como base pela Fokker Aircraft para dar origem ao Fokker 50. À primeira vista, os dois aviões se assemelham no aspecto estético, entretanto cerca de 80% no número total de peças, partes e componentes do Fokker F-50 é diferente, ou seja, é, de fato, uma aeronave bem mais moderna.



Logo acima, o Fokker 60 em sua versão militar da Força Aérea da Holanda, um derivado alongado do Fokker 50, com cerca de 1,6 metro a mais de comprimento de fuselagem e uma porta lateral para introdução facilitada de cargas. Logo abaixo, uma ilustração simplificada que relaciona as empresas que foram as principais fornecedoras de peças, partes e componentes da fabricante Fokker Aircraft, em seu processo produtivo do Fokker 50 na Holanda, onde a montagem final era realizada.



Logo acima, o Fokker 50 operado na década de 1990 pela então companhia aérea regional brasileira TAM Transportes Aéreos, conhecida atualmente como LATAM Airlines. Logo abaixo, o mesmo modelo de aeronave operado pela Rio Sul, uma subsidiária da Varig, usado em ligações entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fokker_50
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Fokker_50
  • Fokker (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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