ATR-42-200 (PROTÓTIPO)
ATR-42-300 (A PARTIR DE 1985)
ATR-42-300 QC (A PARTIR DE 1986)
ATR-42-320 (A
PARTIR DE 1987)
ATR-42-400 (A PARTIR DE 1995)
ATR-42-500 (A PARTIR DE 1996)
ATR-42-600 (A PARTIR DE 2007)
ATR-42-600 S (EM BREVE)
INTRODUÇÃO
Logo acima, a maior parte das unidades de ATR-42-300
ainda está operando, transportando passageiros e/ou cargas em viagens
intermunicipais e interestaduais, principalmente por companhias aéreas
regionais e empresas de transporte de cargas. Logo abaixo, o ATR-42 da companhia
aérea alemã Lufthansa Regional, que já foi uma uma das maiores operadoras de ATR-42
no mundo.
O ATR-42 é
uma aeronave comercial bimotor
pressurizada de médio porte e propulsão turboélice, com asas altas e com
capacidade para transportar 46 passageiros (configuração de média densidade) ou
50 passageiros (configuração de alta densidade) em viagens intermunicipais e
interestaduais (rotas domésticas), criada, desenvolvida e fabricada em larga
escala na França e na Itália a partir da década de 1980 pela ATR - Avions de Transport Régional, a
maior fabricante de turboélices para transporte regional de passageiros do
mundo.
O ATR-42 é um projeto totalmente original da ATR, uma
empresa formada na década de 1980 pela fabricante francesa Aerospatiale, conhecida atualmente como Airbus, e pela fabricante italiana Aeritalia, conhecida posteriormente como Alenia Aeronautica. O turboélice regional ATR-42 é o resultado de pesquisa e
desenvolvimento em conjunto de grandes fabricantes de vários países europeus,
principalmente da França e da Itália, entretanto os motores turboélice são
fabricados no Canadá pela multinacional americana Pratt & Whitney, por meio da sua subsidiária Pratt & Whitney Canada.
Atualmente, a fabricante francesa ATR - Avions de Transport Régional é
propriedade da Airbus Group, conhecida também como Airbus SE, por sua vez conhecida anteriormente como EADS - European Aeronautic Defense and Space Company; e da Leonardo SpA, conhecida também como Leonardo Group, por sua vez conhecida anteriormente como Alenia Aeronautica.
Atualmente, o ATR-42 não possui um concorrente direto
no mercado de aeronaves regionais novas. Os modelos que mais se aproximam da
sua capacidade são os jatos regionais brasileiros Embraer ERJ-145 e Embraer
ERJ-140, ambos bimotores, fabricados até 2020 no Brasil. Nas décadas mais recentes, o seu principal
concorrente no mercado aeronáutico mundial foi o turboélice regional bimotor Bombardier Q-300 / de Havilland Dash 8-300,
fabricado pela canadense Bombardier Aerospace, que, na prática, ainda pode ser
considerado seu concorrente no mercado de aviação regional, embora não seja mais fabricado em série.
A ATR
A ATR – Avions de Transport Régional, em francês, é
uma grande fabricante francesa e italiana de aviões turboélices para transporte
regional de passageiros e cargas, fundada em 1981 pela então fabricante
francesa de aviões e helicópteros Aerospatiale (pronuncia-se Aerrospachál, em francês) e pela então fabricante italiana de
aviões Aeritalia, por sua vez conhecida posteriormente como Alenia e, atualmente,
como Leonardo, por sua vez um dos maiores conglomerados de alta tecnologia da Itália.
Conhecida também como ATR – Aerei de Transporto
Regionale, seu nome em italiano, ela é a maior fabricante de aviões turboélices
comerciais para transporte regional de passageiros e cargas do mundo, com mais
de 2.300 aeronaves fabricadas desde a década de 1980, basicamente modelos
ATR-42 e ATR-72, com receita bruta de mais de US$ 1,8 bilhão em 2017, com mais
de 1.300 empregados no mesmo ano, principalmente na Itália e na França, onde
estão concentradas as linhas de montagem dos aviões.
A Aerospatiale / Matra da França, a Daimler / DASA / Dornier da
Alemanha e a CASA da Espanha formaram no início da década de 2000 o consórcio
aeroespacial EADS, que, posteriormente, em 2014, após uma variedade de fusões e
aquisições, se tornou a Airbus Group, a corporação proprietária da tradicional
fabricante de jatos comerciais para transporte de passageiros Airbus, do
veículo lançador de satélites ARIANE e dos helicópteros H-120 / EC-120 Colibri, H-130 / EC-130 e H-135 / EC-135, dentre outros, produzidos pela Airbus
Helicopters / Eurocopter, todo eles com rotor de cauda Fenestron, e pelo Helibras AS-350 Esquilo / H-125, fabricado no Brasil
pela Helibras, dentre outros modelos.
A Airbus Group é sócia da empresa italiana Leonardo SpA, conhecida anteriormente como Finmeccanica, na empresa ATR - Avions de
Transport Régional, que realiza a montagem final do ATR-42 e do ATR-72 em Toulouse, na
França.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima, ilustração simplificada de uma das configurações
de assentos disponíveis para o ATR-42-600, com 50 passageiros, em alta
densidade, da empresa de fretamento Air Charter, que também atende clientes brasileiros. Logo abaixo, o bonito design da cabine de passageiros do ATR-42, com
fileiras de quatro assentos separados por um corredor central.
O versátil ATR-42 é uma aeronave comercial bimotor
pressurizada de médio porte e propulsão turboélice, com asas altas e retas e
com trem de pouso triciclo retrátil, com construção convencional em alumínio e
ligas metálicas, combinados com partes menores em material composto, e com capacidade para transportar 46 passageiros, numa
configuração de média densidade, ou 50 passageiros, numa configuração de alta
densidade, em viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas),
criada, desenvolvida e fabricada em larga escala na França e na Itália a partir
da década de 1980 pela ATR - Avions de Transport Régional, atualmente maior fabricante
de turboélices para transporte regional de passageiros do mundo.
Ele é o resultado de pesquisa e desenvolvimento em
conjunto de grandes fabricantes de vários países europeus, principalmente da
França e da Itália, porém os seus motores turboélice são fabricados no Canadá
pela Pratt & Whitney. Ele é, essencialmente, um modelo de aeronave dedicado
ao transporte regional de passageiros e cargas, em rotas curtas e médias, a
grande maioria delas intermunicipais e interestaduais, embora também seja possível o transporte internacional, em alguns casos.
Embora algumas versões militares também tenham sido criadas
e vendidas, desde sua origem o projeto do ATR-42 esteve e está voltado
principalmente para a utilização da aeronave no mercado civil de transporte
aéreo regional de passageiros e de cargas, em rotas intermunicipais e
interestaduais, e tem entre suas principais características necessárias a
robustez estrutural e o conforto para atender às necessidades de companhias
aéreas por um tipo de equipamento para a operação economicamente viável e
segura em pequenas e médias cidades, geralmente com infraestrutura menos
sofisticada que a infraestrutura oferecida nos grandes aeroportos
internacionais das grandes cidades.
É uma aeronave moderna, com uma variedade de partes e
componentes construídos em material composto, embora as partes principais, como
asas e fuselagem, sejam construídas em alumínio e ligas metálicas. A fuselagem
e a cauda são fabricadas na Itália pela Alenia / Leonardo e as asas são
fabricadas na França pela Stelia Aerospace, anteriormente conhecida como
Sogerma / Aerolia, uma subsidiária da Airbus Group. O serviço de montagem final
é realizado pela ATR, em Toulouse, na França, onde também está localizado um grande centro de treinamento de pilotos dos aviões turboélices ATR-42 e ATR-72, mantido pela Airbus Group.
O ATR-42 é largamente e intensivamente utilizado no
Brasil e em muitos outros países, principalmente pelas companhias aéreas
regionais. De modo geral, aviões regionais devem ter a sua operação
simplificada o máximo possível porque aeroportos regionais não têm o mesmo
nível de sofisticação que os aeroportos internacionais das grandes metrópoles.
Por isso, o ATR-42 foi projetado para ter a sua fuselagem mais próxima possível
do solo para facilitar o embarque e desembarque de passageiros pela porta
traseira e a introdução de cargas aéreas e bagagens pela porta dianteira de
carga.
O ATR-72 (maior) e o ATR-42 (menor) fazem parte da
família ATR, que estão entre as famílias de turboélices comerciais mais vendidas do mundo. Tecnicamente, do ponto de vista da propulsão e de outros sistemas,
o ATR-42 situa-se ao nível do turboélice regional brasileiro Embraer EMB-120
Brasília, embora o modelo brasileiro tenha capacidade de transporte de
passageiros abaixo da capacidade do ATR-42.
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Logo acima, imagem de um ATR-42-500 da companhia aérea Cabo Verde Airlines, no pátio de um
típico aeroporto regional, evidenciando a sua vocação para transporte de
passageiros, com sua fuselagem mais próxima possível do solo, para facilitar o
embarque e desembarque de passageiros e cargas. Essa versão é uma das versões
mais modernas, com conjunto de hélices de seis pás, com menor nível de ruído e
vibração que nas versões anteriores. Logo abaixo, o modelo ATR-42 da companhia
aérea brasileira MAP, sobrevoando a região amazônica. Ele foi escolhido porque
apresenta flexibilidade operacional para operar em pistas de pouso de
comprimento limitado, comuns nessa região brasileira.
Os aviões da família ATR foram criados no início da
década de 1980 a partir da percepção dos projetistas, executivos e investidores
das fabricantes de aeronaves Aerospatiale, francesa, e Aeritalia / Alenia,
italiana, sobre o crescente mercado de transporte aéreo regional,
principalmente turboélices. Eles acreditavam que havia espaço suficiente no
mercado para mais um competidor, o ATR-42, com capacidade para transportar 46
passageiros, numa configuração de média densidade. Assim, as empresas se uniram
em torno de uma nova empresa, a ATR – Avions de Transport Régional, com sede na
França, com 50% para cada uma das sócias.
O então novo modelo de aeronave, o ATR-42, deveria ser o resultado da fusão de dois projetos semelhantes, mas não idênticos, ambos para transporte regional de passageiros e cargas, o Aerospatiale AS35 e o Aeritalia AIT230, mas apresentando vantagens em relação a esses dois projetos e apresentando vantagens técnicas e econômicas em relação aos modelos de turboélices regionais da época. Por exemplo, ele deveria ser pelo menos 50% mais econômico que o o turboélice regional holandês Fokker F-27, fabricado na época.
Aliás, durante a década de 1980, alguns modelos de
turboélices bimotores de médio porte estavam sendo desenvolvidos ou já estavam
em fabricação seriada para atender o mercado de aviação regional, dentre eles o
holandês Fokker F-50 (substituto do Fokker F-27), o eficiente brasileiro Embraer EMB-120 Brasilia, o também eficiente sueco Saab 340,
o britânico British Aerospace ATP e o confortável e eficiente canadense de Havilland DHC-8-300.
A fabricante ATR – Avions de Transport Regional já
nasceu experiente na década de 1980, pois a experiência de suas duas matrizes,
a Aerospatiale, francesa, e a Aeritalia / Alenia, italiana, foi transferida para a nova empresa
então envolvida na criação, no desenvolvimento e nas fases preliminares de
fabricação seriada do ATR-42, a partir de 1985, e do ATR-72, posteriormente, a partir de 1989. O primeiro voo de
desenvolvimento do ATR-42 ocorreu em 1984, com a entrada em serviço em 1985,
pela empresa aérea regional francesa Air Littoral, que não existe mais.
O Projeto ATR,
que resultou na realização do ATR-42 e no ATR-72, custou aos cofres da
Aerospatiale e da Aeritalia / Alenia cerca de US$ 250 milhões, gastos nas fases
de criação, desenvolvimento, etapas iniciais de fabricação e implantação de uma
rede de suporte aos clientes, o equivalente hoje a cerca US$ 750 milhões, em
valores corrigidos. O retorno financeiro foi alcançado após a fabricação de 200
unidades.
Inicialmente, as primeiras unidades seriadas do ATR-42
receberam o nome ATR-42-300, seguidas da versão ATR-42-320, com motores mais
potentes e capacidade melhorada para operar em aeroportos quentes e altos. Os
aviões ATR-42 possuem uma ampla porta dianteira para a introdução de bagagens
ou cargas e uma porta traseira para embarque e desembarque de passageiros.
O primeiro modelo de produção seriada, o ATR-42-300,
foi motorizado com o confiável turboélice Pratt & Whitney PW120 com 1.800
shp de potência, cada motor, e cerca de 850 quilômetros de alcance, com reservas de combustível. Na
sequência, nos anos seguintes, nas demais versões do ATR-42 foi mantida a mesma
linha de motores. Eles fazem parte da família Pratt & Whitney PW100,
composta por motores com potências entre 1.800 shp e 5.000 shp, todos
fabricados no Canadá pela Pratt & Whitney Canada, uma subsidiária do grupo
americano RTX - Raytheon Technologies, conhecido anteriormente como United Technologies.
A família de motores Pratt & Whitney PW100 é usada
para tracionar vários modelos diferentes de aeronaves, dentre eles o Bombardier Q-400, o ATR-72, o Embraer
EMB-120 Brasilia, o CASA C-295 (militar,
usado no Brasil pela FAB, inclusive) e o Fokker
F-50. Eles são compostos por compressor centrífugo de baixa pressão nos
modelos de aviões mais curtos e leves e compressor axial de baixa pressão nos
modelos de aviões mais longos e pesados. Na maioria dos casos, eles são fixados
em asas altas e, portanto, bem distantes do solo, o que reduz o risco de danos
estruturais causados nas hélices por objetos e pedras eventualmente na pista.
São motores com alto índice de confiabilidade, com raros casos de falhas graves
de funcionamento em decolagens e em pleno voo.
Essa família de motores é um dos maiores sucessos da
indústria aeronáutica mundial, com mais de 8.000 unidades fabricadas desde a
década de 1980, tendo acumulado mais de 130.000.000 de horas de voo até o
momento.
Na década de 1980, a fabricante franco-italiana ATR já
incluía no projeto e na fabricação do ATR-42 uma surpreendente variedade e
quantidade de componentes e partes em material composto, utilizadas na montagem
da aeronave, como partes integrantes da aeronave, principalmente em suas asas e
na empenagem traseira. Entretanto, as partes principais que formam a fuselagem
da aeronave sempre foram construídas em alumínio e ligas metálicas.
O ATR-42 foi homologado com sistemas de degelo por
boots por várias autoridades aeronáuticas. Os boots ou botas pneumáticas de
degelo estão localizados nos bordos de ataque das asas retas e no estabilizador
horizontal da aeronave. Já o sistema hidráulico é duplo, com duas bombas
hidráulicas, um deles encarregado do acionamento do trem de pouso e dos freios
principais e outro encarregado do acionamento dos flaps, dos spoilers, do freio
de emergência e do controle de steering ou rodas direcionais.
A princípio, o ATR-42 não possui APU - Auxiliary Power Unit, pois quando a aeronave está no solo, no pátio de embarque e
desembarque de passageiros e bagagens, o freio de hélice é acionado em um dos
motores. Assim, o motor é mantido em funcionamento, mas a sua hélice não gira,
o que evita o risco de acidentes contra os passageiros e pessoal de solo. Dessa
forma é possível manter o aparelho de ar condicionado e o sistema elétrico em funcionamento, inclusive para
manter a cabine fresca enquanto os passageiros estão embarcando ou
desembarcando da aeronave.
VERSÕES DO ATR-42
Logo acima, o ATR-42-500 da companhia aérea francesa Air France / HOP!, uma das versões mais
modernas da família ATR, com conjunto de hélices de seis pás, com menor nível
de ruído e vibração que nas versões anteriores. Logo abaixo, a versão anterior
ATR-42-300. A principal diferença entre essas duas versões do ATR-42 é a
motorização mais potente combinada com as hélices de seis pás da versão mais moderna.
De modo geral, os aviões ATR-42 são bimotores
turboélice de asas altas e retas, com motorização turboélice da marca canadense
Pratt & Whitney, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas
e alcance intermunicipal e interestadual, embora também sejam usados por várias
companhias aéreas para voos internacionais e, em alguns casos, até para voos sobre mares, desertos e florestas, pois os modelos mais modernos possuem certificação ETOPS 120 minutos.
O modelo ATR-42-300, por exemplo, é o modelo
original de fábrica, a partir do qual todas as versões mais modernas de ATR-42 foram criadas
e desenvolvidas, todas com montagem final realizada na França, a partir de
peças, partes e componentes fabricados na França e na Itália. A versão mais
recente e moderna do ATR-42 é o ATR-42-600,
tracionado por motores turboélice Pratt & Whitney PW127M, mais potente e
robusto que os motores das versões anteriores, com mais reserva de potência
disponível para decolagem em dias quentes.
Todas as versões do ATR-42 possuem seção de fuselagem
circular, com 2,8 metros de largura total de fuselagem, excluindo dessa medida
o trem de pouso, sendo 2,6 metros úteis de largura para quatro assentos por
fileira, separados por um corredor central, no mesmo nível do piso totalmente
plano. Os assentos da cabine de passageiros possuem 43 centímetros úteis de
largura na classe única, num total de 46 assentos para passageiros, em média
densidade, com cerca de 75 centímetros entre fileiras de assentos. Não é muito,
mas é o suficiente para uma ou duas horas de voo.
A grande maioria das versões dos turboélices regionais
ATR-42 foi fabricada com porta esquerda traseira para embarque de passageiros e
uma ampla porta esquerda dianteira para introdução facilitada de bagagens e
cargas. Os modelos que não possuem APU – Auxiliary Power Unit, a grande maioria
também, são um pouco mais leves e possuem um bagageiro traseiro combinado com o
bagageiro dianteiro que, juntos, facilitam o controle do centro de gravidade da
aeronave, o que, por sua vez, melhora a manobrabilidade do avião nos pousos e
decolagens, pois as bagagens e cargas aéreas ficam assim melhor distribuídas na
fuselagem. Para o conforto dos passageiros, um dos motores continua ligado, por
tempo indeterminado no solo, para suprir de energia o aparelho de ar
condicionado.
Todos os ATR-42 são aviões modernos, eficientes e
versáteis. Eles operam bem em pistas de pouso de comprimento limitado, com
poucas restrições de peso, mesmo em dias quentes, principalmente as versões
mais potentes e mais recentes. Nas configurações de média e baixa densidades de
assentos eles podem ser considerados razoavelmente confortáveis, considerando
os atuais padrões da aviação regional, com espaço suficiente para pernas dos
passageiros com até 1,75 metro de altura.
ATR-42-300
O ATR-42-300 é uma aeronave bimotor pressurizada de
médio porte e propulsão turboélice, com asas altas e retas, com construção
convencional em alumínio e ligas metálicas e com capacidade para transportar 46
passageiros, em média densidade, ou 50 passageiros, em alta densidade, em
viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas), criada,
desenvolvida e fabricada em larga escala na França e na Itália a partir da
década de 1980 pela ATR - Avions de Transport Régional, a maior fabricante de
turboélices para transporte regional de passageiros do mundo.
Ele é o modelo original a partir do qual todas as
demais versões foram criadas. Em relação ao modelo maior ATR-72 ele possui 4,5
metros a menos de comprimento de fuselagem e asas menores. A primeira operadora do avião turboélice ATR-42-300 foi a companhia aérea Air Littoral, da França, a partir de 1985, consumindo a metade do combustível de um avião semelhante da época, o Fokker F-27.
Ele é motorizado com o turboélice Pratt & Whitney
PW120, com 1.800 shp de potência, em cada motor, totalizando 3.600 shp, com
hélices Hamilton Standard de quatro pás, com velocidade de cruzeiro de cerca de
450 km/h, teto de serviço de cerca de 7.000 metros e alcance de cerca de 800
quilômetros, com a cabine lotada de passageiros.
Uma sub-versão do ATR-42-300 foi fabricada, a ATR-42-300 QC, conhecido também como ATR-42-300 Quick Change, com possibilidade de ser convertido rapidamente em avião de transporte de cargas aéreas, com a retirada de de seus assentos para passageiros em apenas uma hora.
ATR-42-320
O ATR-42-320 é uma aeronave bimotor pressurizada de
médio porte e propulsão turboélice, com asas altas e retas, com construção
convencional em alumínio e ligas metálicas e com capacidade para transportar 46
passageiros, em média densidade, ou 50 passageiros, em alta densidade, em
viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas), criada,
desenvolvida e fabricada em larga escala na França e na Itália a partir da
década de 1980 pela ATR - Avions de Transport Régional, que utilizou como base
para sua criação e desenvolvimento o modelo original ATR-42-300.
Ele é tracionado por dois motores turboélice Pratt
& Whitney PW121, com 1.900 shp de potência disponível na decolagem, em cada
motor, com hélices Hamilton Standard de quatro pás, com velocidade de cruzeiro
de cerca de 480 km/h e teto de serviço de cerca de 7.000 metros, com alcance de cerca de 850
quilômetros, neste caso decolando com a cabine lotada de passageiros.
Ele foi
projetado, desenvolvido e fabricado pela ATR – Avions de Transport Régional
para atender pedidos de companhias aéreas regionais por um equipamento com
melhor desempenho em aeroportos quentes, úmidos e altos, pois é mais potente que seu antecessor ATR-42-300.
ATR-42-400
O ATR-42-400 é uma aeronave bimotor pressurizada de
médio porte e propulsão turboélice, com asas altas e retas, com construção
convencional em alumínio e ligas metálicas e com capacidade para transportar 46
passageiros, em média densidade, ou 50 passageiros, em alta densidade, em
viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas), criada,
desenvolvida e fabricada em larga escala na França e na Itália a partir da
década de 1990 pela ATR - Avions de Transport Régional, que utilizou como base
para sua criação e desenvolvimento o ATR-42-320.
Ele é um modelo ATR-42 melhorado em relação às versões
anteriores. Apenas 5 unidades foram fabricadas, sendo 3 unidades militares para
as Forças Armadas da Itália e 2 unidades civis para a companhia aérea CSA
Airlines, posteriormente revendidos para a companhia aérea Conviasa.
Entre as diferenças em relação ao seu antecessor ATR-42-320 estão as hélices de
seis pás, com menor nível de ruído em relação ao modelo anterior, movidas pelo motor turboélice Pratt & Whitney PW121, com a potência aumentada para 2.000
shp na decolagem, com velocidade de cruzeiro de cerca de 480 km/h, teto de serviço de cerca de 7.500
metros, alcance melhorado para 1.500 quilômetros e peso máximo de decolagem aumentado para 18.200 kg, mas lembrando que nem sempre é possível combinar a capacidade máxima de passageiros e carga com o alcance, depende de alguns fatores.
ATR-42-500
O ATR-42-500 é uma aeronave bimotor pressurizada de
médio porte e propulsão turboélice, com asas altas e retas, com construção
convencional em alumínio e ligas metálicas e com capacidade para transportar 46
passageiros, em média densidade, ou 50 passageiros, em alta densidade, em
viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas), criada,
desenvolvida e fabricada em larga escala na França e na Itália a partir da
década de 1990 pela ATR - Avions de Transport Régional, que utilizou como base
para sua criação e desenvolvimento o ATR-42-320, mas com várias melhorias
significativas.
Ele é um modelo ATR-42 melhorado em relação às versões
anteriores, fabricado em larga escala a partir de 1995 para atender pedidos de
companhias aéreas regionais em geral, tracionado por dois motores turboélice
Pratt & Whitney PW127E, com 2.160 shp (decolagem bimotor) ou 2.400 shp (decolagem
monomotor) de potência disponível na decolagem, em cada motor, com hélices
Hamilton Standard 568F de seis pás de material composto, com velocidade de
cruzeiro de cerca de 500 km/h e teto de serviço de cerca de 7.500 metros, com alcance
de cerca de 1.300 quilômetros, neste caso decolando com a cabine lotada de
passageiros, em dias quentes.
Os níveis de ruído a bordo do ATR-42-500 foram
reduzidos graças ao uso da hélice Hamilton Standard de seis pás em material
composto. Outros aspectos também foram melhorados, como, por exemplo, o aumento
do peso máximo de decolagem para 18.600 kg, o alcance aumentado para cerca de
1.300 quilômetros, com a cabine lotada, e a certificação ETOPS 120 minutos, o que possibilitou o sobrevoo de mares, desertos e florestas.
A primeira operadora da versão ATR-42-500 foi a italiana Air Dolomiti, em 1995.
ATR-42-600
O moderno ATR-42-600 é uma aeronave bimotor
pressurizada de médio porte e propulsão turboélice, com asas altas e retas, com
construção convencional em alumínio e ligas metálicas e com capacidade para
transportar 46 passageiros, em média densidade, ou 50 passageiros, em alta
densidade, em viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas),
criada e desenvolvida na França e na Itália a partir da década de 2000 pela ATR
- Avions de Transport Régional, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento
o ATR-42-500, mas com algumas melhorias significativas.
Conhecido também como ATR-42-500 Model 5948, ele é um modelo ATR-42 melhorado e modernizado em
relação às versões anteriores, fabricado em larga escala a partir de 2010, para atender
pedidos de companhias aéreas regionais em geral, tracionado por dois motores
turboélice Pratt & Whitney PW127M, com 2.160 shp (decolagem bimotor) ou 2.400
shp (decolagem monomotor) de potência disponível na decolagem, em cada motor,
com hélices Hamilton Standard 568F de seis pás de material composto, com velocidade
de cruzeiro de cerca de 500 km/h e teto de serviço de cerca de 7.500 metros,
com alcance de cerca de 1.300 quilômetros, neste caso decolando com a cabine
lotada de passageiros, em dias quentes.
Ele é o modelo ATR-42 que mais recebeu melhorias e
modernizações, com baixo nível de ruído interno; com iluminação LED na cabine
de passageiros; com a introdução definitiva e ampla do conceito EFIS –
Electronic Flight Instrument System na sua cabine de comando; e com assentos
mais leves, em material composto; dentre outras modernizações e melhorias. O seu peso máximo de decolagem
foi mantido em 18.600 kg, em relação à versão anterior ATR-42-500, com potência
máxima disponível também mantida.
O moderno ATR-42-600 está totalmente dentro do
conceito glass cockpit, com cinco telas LCD - Liquid Crystal Display, com aviônicos fornecidos pela fabricante francesa
Thales, homologado para aproximações por instrumentos ILS Cat III, e homologado
para navegação de precisão por satélite RNP, dentre outras modernizações.
ATR-42-500 S
O moderno ATR-42-600 S é uma aeronave bimotor
pressurizada de médio porte e alta performance, de propulsão turboélice, com
asas altas e retas, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas e
com capacidade para transportar 46 passageiros, em média densidade, e 50
passageiros, em alta densidade, em viagens intermunicipais e interestaduais
(rotas domésticas), criada e desenvolvida na França e na Itália a partir da
década de 2010 pela ATR – Avions de Tranport Régional, que utilizou como base
para sua criação e desenvolvimento o ATR-42-600, mas com algumas melhorias.
Conhecido também
como ATR-42-600 STOL, ele foi criado para atender companhias aéreas que operam ou
pretender operar em aeroportos de cidades desenvolvidas e em desenvolvimento,
mas com pistas de pouso de comprimento limitado. Segundo a fabricante francesa
e italiana ATR, existem cerca de 1.000 aeroportos de pequenas e médias cidades
no planeta, desenvolvidas e em desenvolvimento, portanto com demanda e fluxo de
passageiros de transporte aéreo regular, inclusive cidades de perfil turístico,
com pistas de pouso pavimentadas de cerca de 1.000 metros, e que justificariam
o uso de um avião do perfil do ATR-42-600 STOL.
Segundo o
fabricante, ele possui uma variedade de pequenas melhorias que possibilitam a
decolagem com 42 passageiros a bordo, com bagagem leve, mesmo em dias quentes,
a partir de uma pista de pouso de 1.000 metros, com combustível suficiente para percorrer até 500 quilômetros, incluindo freios melhorados,
mais capazes de frenagem; flaps melhorados e lemes melhorados; spoilers sobre
as asas, para melhorar a frenagem em solo, após o toque na pista, durante o
pouso; assentos mais leves, portanto melhorando a capacidade de decolagem;
dentre outras melhorias.
Ele é tracionado por dois motores turboélice Pratt & Whitney PW127L, com 2.400 shp de potência (decolagem bimotor), em cada motor, ou 2.750 shp de potência (decolagem monomotor), com hélices Hamilton Standard de seis pás de material composto, com velocidade de cruzeiro de cerca de 530 km/h e teto de serviço de cerca de 7.500 metros, com alcance de cerca de 1.260 quilômetros, neste caso decolando com a cabine lotada de passageiros.
MERCADO
Logo acima, imagem de um ATR-42-600 em pleno voo, com
um lindo fundo em azul e branco. Essa versão do ATR-42 é a mais moderna da
família ATR, com conjunto de hélices de seis pás, com menor nível de ruído e
vibração que nas versões anteriores. Logo abaixo, imagem da moderníssima cabine
de comando do ATR-42-600, a mais moderna versão do ATR-42, com a maioria dos
aviônicos fabricada pela Thales, da França.
O ATR-42 foi projetado especialmente para atender
pedidos de companhias aéreas regionais por um tipo de equipamento adaptado para
operações em pistas de pouso com menos de 1.500 metros de comprimento, com
procedimentos de decolagem e aproximação mais complicados. Praticamente todas
as aeronaves turboélice modernas têm mais potência estática (tração estática)
que aeronaves a jato de mesmo tamanho e peso máximo de decolagem.
Entretanto, do ponto de vista econômico, em rotas de
mais de 750 quilômetros, aeronaves com motorização turbofan, como o Embraer E-175, fabricado pela Embraer, por exemplo, são mais vantajosas que as aeronaves turboélice regionais
atuais, pois são mais velozes e têm produtividade maior, em função justamente
da velocidade de cruzeiro maior.
O ATR-42 tem uma porta de carga na lateral esquerda
dianteira da fuselagem que serve para introdução facilitada e rápida de
encomendas por pequenos contêineres ou paletes, cujo importante complemento no
faturamento de companhias aéreas regionais nesse tipo de serviço de transporte
expresso melhora as suas receitas para cobrir os seus custos operacionais e
despesas administrativas.
Desde o início da fabricação seriada dos modelos ATR-42,
também foram colocadas à disposição dos operadores regionais versões de carga
para atender suas necessidades de transporte, inclusive com a possibilidade de
submeter as unidades usadas a retrofits para transformá-las em aviões
exclusivamente cargueiros. Várias grandes prestadoras de serviços de transporte
aéreo de carga se tornaram clientes da ATR, comprando ou modificando modelos
para atender suas necessidades, entre elas a Federal Express, com 17 unidades de ATR-42.
Desde o início da fabricação na década de 1980, a
maioria das versões para transporte de passageiros do ATR-72 e do ATR-42,
disponibilizada pelo fabricante aos operadores de vários continentes, podia e
ainda pode ser comprada ou alugada por meio de contratos de leasing
operacional, que é um contrato de aluguel dos aviões, ou por meio do leasing
com opção de compra, que é o contrato de aluguel cujos valores pagos do início
ao fim do contrato podem ser usados como entrada na negociação de compra do
mesmo avião. Os aviões podiam e podem também ser comprados à vista, é claro, o
que é raro, e também ser comprados por meio de financiamento de cerca de 10
anos.
O ATR-42 começou a ser produzido no início da década
de 1980, e desde então mais de 500 unidades foram fabricadas e vendidas, e
grande parte ainda está voando no mundo inteiro, inclusive no Brasil, inclusive pela companhia aérea MAP Linhas Aéreas, que opera principalmente na Região Amazônica.
Até alguns anos atrás, o ATR-42 era largamente
utilizado no Brasil. Atualmente, apenas duas unidades de ATR-42 são operadas no
Brasil, pela companhia aérea regional MAP Linhas Aéreas, mas em outros países
ele é largamente utilizado, principalmente pelas empresas de transporte aéreo
regional. A tendência natural de longo prazo é a substituição do ATR-42 pelo
ATR-72, do mesmo fabricante, ou por outros modelos de aeronaves turboélice
regionais de outros fabricantes, como, por exemplo, o de Havilland Dash Q-400, fabricado pela de Havilland Canada, por sua vez de propriedade da Longview Aviation, ou o Embraer E-175 E2, da Embraer.
OPERADORES NO MUNDO
Os aviões da família ATR estiveram e estão nas frotas
de algumas das maiores companhias aéreas de transporte de passageiros e cargas
do mundo, inclusive nos Estados Unidos, na Europa Ocidental e no Brasil. O
turboélice regional ATR-42 esteve na frota da American Eagle / American
Airlines, dos Estados Unidos, que foi a maior operadora desse modelo; da Lufthansa Regional, da Alemanha; e Air France
/ HOP!, da França; por exemplo, dentre outras.
MAIORES
OPERADORAS DO ATR-42
|
QTD
|
EMPRESA
|
PAÍS
|
14
|
EasyFly / Clic
|
Colômbia
|
13
|
FirstAir / Canadian North
|
Canadá
|
17
|
Federal Express
|
Estados Unidos
|
11
|
Empire Airlines
|
Estados Unidos
|
7
|
Danish Air Transport
|
Dinamarca
|
9
|
Japan Air Commuter
|
Japão
|
8
|
Satena
|
Colômbia
|
É possível que esse quadro com os números relacionados
às frotas de aeronaves de várias companhias aéreas não esteja absolutamente
preciso e/ou atualizado, já que todos os anos cada companhia aérea faz
ajustes em suas respectivas frotas, visando otimizá-las e / ou ajustá-las às
respectivas demandas. Se você quiser ajudar a tornar esses números ainda mais
precisos, por gentileza deixe um comentário no rodapé desta página.
OPERADORES NO BRASIL
Logo acima, o ATR-42 da então companhia aérea regional brasileira TRIP Linhas Aéreas, uma das maiores companhias aéreas brasileiras até 2012, quando se fundiu com a Azul Linhas Aéreas. Logo abaixo,
um moderno ATR-42-600, operado também em regiões muito frias, homologado para
voos em condições de formação de gelo.
Os aviões da família ATR estão operando em mais de 80
países em todos os continentes, com mais de 10.000.000 (milhões) de horas de voo acumuladas, desde a década de 1980, com mais de 4.000.000.000 (bilhões) de quilômetros voados acumulados, com mais de 450.000.000 (milhões) de passageiros transportados.
São mais de 150 operadores, a maioria
companhias aéreas e empresas de táxi-aéreo ou charter, operando o ATR-72 e o
ATR-42, mas há também operadores militares, como a Força Aérea da Itália, a
Marinha do Paquistão, a Marinha da Colômbia, a Força Aérea da Nigéria, a Marinha da Turquia e a Força Aérea do Senegal.
Aqui no Brasil, por exemplo, a Azul Linhas Aéreas
opera cerca de 40 unidades do ATR-72-600, a mais moderna versão do irmão maior
do ATR-42, com as suas operações concentradas a partir de um dos principais
hubs do Brasil, em Campinas, no estado de São Paulo, no Aeroporto Internacional
Viracopos, atendendo mais de 100 destinos nacionais, muitos deles atendidos com
o ATR-72-600.
A Passaredo Linhas Aéreas, conhecida também como VoePass, é outra operadora brasileira
do ATR-72, com 12 unidades em sua frota. Ela concentra suas operações a partir
de Guarulhos, o maior hub de linhas aéreas do Brasil, e de Brasília, um dos
maiores hubs do Brasil. A Passaredo realiza voos regulares para mais de 20
cidades do Brasil com o ATR-72.
Outra operadora brasileira dos aviões da família ATR é
a companhia aérea regional MAP Linhas Aéreas, que opera principalmente na Região Amazônica, atendendo pequenas e médias localidades, ligando-as aos
grandes centros urbanos, como Manaus, por exemplo. Ela opera 2 unidades de
ATR-42, menor, e 3 unidades de ATR-72, maior.
Em 2019, a companhia aérea regional MAP Linhas Aéreas, sediada em Manaus, a capital do estado do Amazonas, foi comprada pela companhia aérea regional Passaredo Linhas Aéreas, sediada em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo.
Os esforços da fabricante europeia ATR para vender os
aviões da família ATR na América do Sul, principalmente aos operadores
brasileiros, foram concentrados a partir da década de 1990. Várias ofertas da
ATR foram intensificadas na América do Sul, principalmente às operadoras
brasileiras Rio Sul / Varig, TAM / Brasil Central , Total Transportes Aéreos e
Pantanal Linhas Aéreas, até que a Pantanal e a Total tomaram a decisão de
incluir o ATR-42 em suas respectivas frotas.
A Pantanal, por exemplo, decidiu incluir o ATR-42 em
sua frota por meio de leasing operacional, e passou a voar cerca de 10 horas
por dia o turboélice regional franco-italiano, com cerca de 98% de índice de
despachabilidade, ou seja, de cada 100 viagens programadas, apenas 2 eram
canceladas preventivamente, por precaução, por causa de problemas técnicos, até
que uma manutenção corretiva fosse realizada e no dia seguinte a aeronave
voltasse a transportar passageiros e cargas normalmente.
No Brasil, na década de 1990, o break even do ATR-42 era de aproximadamente 50%, ou seja, a
companhia aérea operadora da aeronave precisava ocupar a metade dos 46 assentos
disponíveis para, a partir daí, ter lucro.
Os aviões ATR-42 e ATR-72 são utilizados no Brasil por companhias
aéreas regionais. Atualmente, somente a MAP - Linhas Aéreas utiliza o modelo ATR-42. A
Pantanal Linhas Aéreas, que operava quatro unidades de ATR-42 a partir do
Aeroporto de Congonhas em São Paulo, foi comprada em 2009 pela TAM - Linhas
Aéreas, que deixou de usar todos os aviões turboélice da Pantanal. Já as
unidades de ATR-42 da Azul Linhas Aéreas, anteriormente operados pela Trip
Linhas Aéreas e pela Total Linhas Aéreas, foram vendidas e/ou devolvidas às
empresas de leasing.
Na década de 2000, durante o processo de incorporação
da Total Transportes Aéreos pela Trip Linhas Aéreas, os ATR-42 da Total foram
transferidos para a Trip. Vale lembrar que em 2012 a Trip Linhas Aéreas fechou
um acordo de fusão com a Azul Linhas Aéreas, que se firmou como a terceira
maior companhia aérea do Brasil. Aliás, a Azul é uma das maiores operadoras de
ATR-72 no mundo.
FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
- Capacidade: 42 assentos (baixa densidade)
- Capacidade: 46 assentos (média densidade);
- Capacidade: 50 assentos (alta densidade);
- Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 1 ou 2
comissárias;
- Comprimento: Aprox. 23 metros;
- Envergadura: Aprox. 25 metros;
- Altura: Aprox. 8 metros;
- Pista de pouso: Aprox. 1.500 metros (lotado / dias
quentes);
- Velocidade de cruzeiro (ATR-42-300): Aprox. 450 km/h;
- Velocidade de cruzeiro (ATR-42-320): Aprox. 480 km/h;
- Velocidade de cruzeiro (ATR-42-500): Aprox. 500 km/h;
- Velocidade de cruzeiro (ATR-42-600): Aprox. 500 km/h;
- Consumo médio (QAV): Aprox. 1.500 litros / hora
(lotado / 75% potência);
- Consumo médio (QAV): Aprox. 2,7 litros por quilômetro (MTOW / 75% potência);
- Consumo médio (QAV): Aprox. 0,06 litro / passageiro /
km voado;
- Motorização (ATR-42-300): 2 X Pratt & Whitney
PW-120 (1.800 shp / cada);
- Motorização (ATR-42-320): 2 X Pratt & Whitney
PW-121 (1.900 shp / cada);
- Motorização (ATR-42-400): 2 X Pratt & Whitney
PW121 (2.000 shp / cada):
- Motorização (ATR-42-500): 2 X Pratt & Whitney
PW-127E (2.160 shp / cada);
- Motorização (ATR-42-600): 2 X Pratt & Whitney
PW-127M (2.160 shp / cada);
- Hélices (ATR-42-300): 2 X
Hamilton Standard / 4 pás;
- Hélices (ATR-42-500): 2 X
Hamilton Standard / 6 pás;
- Peso máximo de decolagem (ATR-42-300): Aprox. 16.900
kg;
- Peso máximo de decolagem (ATR-42-320): Aprox. 16.900
kg;
- Peso máximo de decolagem (ATR-42-400): Aprox. 18.200
kg;
- Peso máximo de decolagem (ATR-42-500): Aprox. 18.600
kg;
- Peso máximo de decolagem (ATR-42-600): Aprox. 18.600
kg;
- Aviônicos (ATR-42-300): Collins (analógicos);
- Aviônicos (ATR-42-600): Thales (glass cockpit);
- Sistema hidráulico: Duplo e independente;
- Teto de serviço (ATR-500): Aprox. 7.500 metros;
- Alcance (ATR-42-300): Aprox. 850 quilômetros (lotado /
75% potência / reservas);
- Alcance (ATR-42-320): Aprox. 850 quilômetros (lotado /
75% potência / reservas);
- Alcance (ATR-42-500): Aprox. 1.300 quilômetros (lotado
/ 75% potência / reservas);
- Alcance (ATR-42-600): Aprox. 1.300 quilômetros (lotado
/ 75% potência / reservas);
- Preço mínimo (ATR-42-320): Aprox. US$ 3 milhões (usado / bom
estado de conservação);
- Preço máximo (ATR-42-320): Aprox. US$ 8 milhões (usado / bom estado de conservação);
- Preço (ATR-42-600): Aprox. US$ 25 milhões (novo);
SEGURANÇA DE VOO
Estatisticamente, em números aproximados, a aviação
comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que
existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um
milhão de decolagens realizadas, considerando a média mundial. Entretanto, se
forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como
Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul, Nova Zelândia e
a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda
menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um
milhão de decolagens realizadas.
Os aviões da família ATR sempre foram e ainda são bem
construídos, a qualidade dessa marca é reconhecida no mercado mundial de
transporte aéreo regional. Foram registrados 13 ocorrências graves com vítimas
fatais nos quais o ATR-42 se envolveu e/ou foi envolvido, o equivalente a cerca
de 3% do número total de aeronaves fabricadas.
TRÊS VISTAS
GALERIA DE IMAGENS
Logo acima, imagem do ATR-42 da American Eagle /
American Airlines, que foi uma das maiores operadoras de ATR-42 no mundo, atendendo
destinos regionais dentro dos Estados Unidos, muitos deles com o turboélice
franco-italiano. Logo abaixo, mais uma imagem do ATR-42 da companhia aérea regional
brasileira MAP Linhas Aéreas, que atende os estados da Região Norte do
Brasil.
Logo acima, o ATR-42 da Pantanal Linhas Aéreas,
empresa que não existe mais, foi comprada pela TAM Linhas Aéreas, que, por sua
vez, se tornou LATAM Airlines. Essa é a principal vocação do turboélice de
fabricação europeia, transportar passageiros para localidades afastadas das grandes
metrópoles. Logo abaixo, as duas hélices com seis pás de material composto do
ATR-42-600 proporcionam alto rendimento e nível de ruído mais baixo que nas
versões anteriores, com hélices de quatro pás.
Logo acima, o cockpit analógico da versão anterior
ATR-42-300, com aviônicos da Collins. Não é o mais moderno, mas é completo para
voos por instrumentos. Logo abaixo, o cockpit digital da versão mais moderna
ATR-42-600, que já sai de fábrica com painel com o sistema EFIS - Electronic
Flight Instrument System da marca Thales, com o EICAS - Engine Indication and Crew Alerting
System e com o FMS - Fligh Management System.
Logo acima, o ATR-42 tem bom desempenho em pistas de
pouso curtas, com 1.500 metros de comprimento, em dias quentes. No entanto, quando ele não está com o seu peso máximo de decolagem ele pode operar em pistas de pouso pavimentadas de apenas 1.200 metros de comprimento. Em pistas de pouso menores há
limitações de peso de decolagem. Logo abaixo, o ATR-42 também é usado em muitos
outros países, além do Brasil.
Logo acima, o trem de pouso é retrátil e a cabine do avião é pressurizada, com capacidade de viajar em altitudes de até 7.500 metros. Logo abaixo, a ampla porta de carga dianteira esquerda permite a introdução facilitada de paletes e contêineres de carga aérea, nas versões cargueiras no ATR-42, como, por exemplo, a versão ATR-42-300 F, exclusivamente dedicada a transporte de cargas.
Logo acima, as aeronaves fabricadas nas décadas de 1980, 1990 e 2000 podem ser convertidas para o serviço exclusivo de transporte de cargas, com a retirada definitiva dos assentos para passageiros e o reforço do piso da cabine de passageiros, dentre mais algumas modificações, chamadas dentro do meio aeronáutico de retrofits. Logo abaixo, mais uma imagem de um ATR-42 convertido para transporte de cargas.
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