LOUCURA (PSIQUIATRIA)
ESQUIZOFRENIA
"DEMÊNCIA PRECOCE"
"LOUCURA"
PSICOSE
INTRODUÇÃO
A enigmática esquizofrenia é uma doença mental caracterizada por uma discordância, desconexão ou incoerência entre os pensamentos e emoções da pessoa e a sua realidade. Ela é uma psicose ou distúrbio mental que afeta a capacidade da pessoa de pensar normalmente, com coerência e equilíbrio, de ter sentimentos e emoções compatíveis com a realidade que a cerca. O indivíduo afetado pela esquizofrenia não apresenta comportamento coerente com sua realidade, os seus pensamentos são incompreensíveis (muito difíceis ou praticamente impossíveis de entender) e suas emoções não são compatíveis com sua realidade.
Ela é caracterizada por pensamentos e emoções que parecem não ter contato com a realidade, com palavras, frases ou comportamento desorganizados e desinteresse generalizado, participação reduzida, quase nula ou praticamente nula nas atividades cotidianas simples e comuns para pessoas normais. Ela é um transtorno mental ou doença mental caracterizada por comportamentos bizarros, autoisolamento social (retraimento) e ideias obsessivas de perseguição numa primeira fase da doença e, na sequência, caso um tratamento adequado não chegue a tempo, idéias persecutórias agudas (paranoia), percepções alucinatórias ("vozes", por exemplo) e delírios, ou seja, ideias desconexas da realidade.
DEFINIÇÃO GERAL
A esquizofrenia é uma doença mental caracterizada por comportamento íntimo e social fora do normal (não necessariamente violento ou antissocial) e incapacidade de distinguir o que é ou não é real. Ela é uma psicose caracterizada pela discordância, desconexão ou incoerência entre os pensamentos e emoções e o mundo exterior, o que costumamos chamar de mundo real. A esquizofrenia é uma psicose em que o doente mental perde contato com a sua realidade, de forma evidente para as pessoas normais que estão ao seu redor, seja sua família, seus amigos, colegas de trabalho e parentes. O indivíduo esquizofrênico vive “em um mundo imaginário” que para si próprio criou...
Ela é uma doença mental que afeta algumas funções básicas da mente humana, como o juízo crítico, as emoções e a percepção da realidade. A pessoa esquizofrênica é incapaz de distinguir o real e o ilusório no seu dia a dia. Ela é causada por uma liberação excessiva de dopamina no cérebro.
Uma psicose é uma alteração global da personalidade de uma pessoa, que perturba as relações dela com sua família, com seus amigos e com a sociedade, muitas vezes perturbando também a relação do indivíduo com os códigos e costumes da sociedade que o cerca, tornando-o eventualmente inconveniente, mas não necessariamente tornando o indivíduo violento ou insociável. No caso específico da esquizofrenia, a parte inicial da doença é caracterizada por um comportamento bizarro do indivíduo, na forma de se vestir, por exemplo, ou com maquiagens muito pesadas, no caso das mulheres, ou com comportamento irresponsável e imprevisível, com alterações abruptas de humor, ora alegre ora choroso, por exemplo. No meio acadêmico, esse tipo de comportamento emocionalmente instável é chamado de hebefrenia.
É importante não confundir uma psicose com uma psicopatia, esta um distúrbio mental e/ou moral mais grave da personalidade do indivíduo, que o torna um sujeito antissocial ou até mesmo violento, frio, cruel e perverso, nos casos mais graves, com uma aparente ausência de remorso ou arrependimento, com ausência de sentimento de culpa e, pior, com uma “capacidade” de esconder ou “camuflar” seus pensamentos, sentimentos e emoções mais sombrios...
É possível que um indivíduo psicótico (com psicose) apresente, eventualmente ou de vez em quando, comportamento violento, frio ou calculista, mas geralmente, na maioria das vezes ou na maioria dos casos, os indivíduos psicóticos são inofensivos ou, pelo menos, na maior parte de suas vidas, apresentam baixo risco. Já os indivíduos psicopatas (com psicopatia) são uma fonte constante de problemas para a sociedade e até para a própria família, eles são dissimulados, manipuladores e astutos, pra dizer o mínimo...
Os primeiros conceitos acerca da esquizofrenia foram estabelecidos no século XIX pelo psiquiatra alemão Emir Kraeplin, com a criação de uma classificação de transtornos mentais, na qual estava a esquizofrenia, mas ainda com o uso de um termo diferente, a demência precoce, entretanto com a relação de sintomas semelhantes. A partir daí, sobre essa base estabelecida pelo psiquiatra alemão, o termo esquizofrenia, que, traduzindo, significa divisão da mente, foi usado pela primeira vez pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, afirmando se tratar de uma ruptura do pensamento, comportamento e emoções, com um afastamento da realidade objetiva.
Entre os sintomas mais comuns da esquizofrenia estão delírios, pensamento confuso ou pouco claro, alucinações auditivas (quando o indivíduo "ouve vozes" sem uma origem real), diminuição da interação social e da expressão de emoções e falta de motivação. De modo geral, mas não sempre, as pessoas com esquizofrenia apresentam outros problemas de saúde mental, como distúrbios de ansiedade, depressão ou distúrbios relacionados com o consumo de substâncias nocivas, entre elas maconha e cocaína. Os sintomas geralmente manifestam-se de forma gradual, desde o início da idade adulta, e permanecem durante um longo período de tempo.
Dificuldade de concentração, memória fraca e alterações abruptas de humor também são sintomas típicos da esquizofrenia, mas nesse caso a família, os amigos e os profissionais de psiquiatria e psicologia devem redobrar a atenção para não confundi-la com os sintomas da doença de Alzheimer, da esclerose, do transtorno obsessivo compulsivo e do transtorno bipolar, que são semelhantes ou análogos, dependendo de cada caso.
Cerca de 150.000 casos de esquizofrenia são diagnosticados e tratados por ano no Brasil. De forma análoga à diabetes, por exemplo, a esquizofrenia não tem cura e o tratamento se concentra em manter a situação sob controle com o uso de medicamentos. Nos casos mais graves de esquizofrenia, a doença pode durar anos ou a vida inteira da pessoa. Somente o trabalho em conjunto de um psiquiatra, o único que pode prescrever medicação, e um psicólogo, que atua no lado da abordagem, por meio de métodos psicológicos, dos fatores que podem ter desencadeado a esquizofrenia no paciente, é possível fazer um tratamento adequado da doença. É fundamental então o esclarecimento e a compreensão da família e dos amigos da pessoa esquizofrênica no sentido de levá-la até a presença dos médicos, sem os quais a situação tende somente a piorar...
A esquizofrenia é uma doença enigmática, mas já existem estudos que apontam para as prováveis causas dessa psicose. Já existe consenso nos meios acadêmicos e na comunidade médica de que esquizofrenia pode ser causada por uma combinação de fatores, entre eles a predisposição genética ou hereditária, ou seja, uma tendência física que já nasce com a pessoa, é inata; o ambiente que a cerca, inclusive as ocorrências de traumas físicos ou psicológicos, estupros, inclusive; as inúmeras pressões da sociedade e da própria família, de natureza comportamental, educacional e religiosa, de competição acirrada no mercado de trabalho, inclusive; guerras ou conflitos armados; a ocorrência de doenças traumatizantes; tragédias naturais, incluindo furacões e terremotos, com ou sem danos físicos, mas geralmente causando danos psicológicos; traições amorosas ou o simples fim de um relacionamento amoroso; morte repentina, por acidente ou assassinato, por exemplo, de alguém importante na família ou de um amigo. Assim, não é difícil perceber que as causas externas agem como desencadeantes de uma predisposição natural, inata, na pessoa. E mais ainda, se a pessoa não tivesse passado por esses fatores desencadeantes talvez a doença não tivesse se manifestada ou surgida em toda a sua vida, muitas vezes passando até despercebida.
De modo geral, os esquizofrênicos sofrem de um mau funcionamento dos neurônios cerebrais, com consequente redução da atividade cerebral, não necessariamente um estado vegetativo. Há alterações das conexões entre áreas definidas do cérebro, cada uma delas responsável pelo desempenho de certa atividade mental, e a produção de um volume inadequado, para mais ou para menos, de neurotransmissores (dopamina, glutamato, serotonina e acetilcolina, por exemplo) pode provocar alucinações, sensações de insatisfação, entre outros.
É importante também que o internauta / leitor não confunda uma simples depressão, que também é uma psicose, com a esquizofrenia, que é mais complexa. Qualquer ser humano na face da Terra (a grande maioria dos humanos, na verdade, principalmente as pessoas mais sensíveis) está sujeito a ter uma depressão, bastando que ocorram os fatores desencadeantes citados acima. Mas em relação à esquizofrenia, somente pessoas já com a predisposição genética ou hereditária para a esquizofrenia desenvolvem esta doença. Tanto é assim que, de modo geral, os profissionais de medicina que tratam a doença, psiquiatras e psicólogos, principalmente, perguntam se há casos semelhantes na família da pessoa em questão, é uma das primeiras perguntas que eles fazem.
O tratamento da esquizofrenia costuma ser necessário por toda a vida do paciente e geralmente envolve uma combinação de medicamentos, psicoterapia e serviços de cuidados especializados. A primeira geração de medicamentos usados para o tratamento de esquizofrenia, colocados no mercado na década de 1960, eram os bloqueadores de dopamina. Atualmente, a segunda geração de medicamentos apresenta mais eficácia no tratamento da doença mental. É importante que a família e os amigos do paciente verifiquem periodicamente se o esquizofrênico está realmente tomando os medicamentos, pois há casos de pacientes que evitam tomar os remédios prescritos pelo médico... Neste caso é necessário avisar o psiquiatra e o psicólogo disso...
De modo geral, a esquizofrenia não se manifesta em bebês e crianças, mas há casos do aparecimento dos sintomas da doença mental em adolescentes. Entre jovens, adultos e idosos a manifestação da doença é mais comum em uma pequena parcela, de aproximadamente 1%, da população mundial, de forma mais grave ou menos grave, variando de caso a caso. Os primeiros sintomas aparecem entre 20 e 30 anos de idade e o número de homens afetados é um pouco maior que o número de mulheres.
De modo geral, a esquizofrenia não se manifesta em bebês e crianças, mas há casos do aparecimento dos sintomas da doença mental em adolescentes. Entre jovens, adultos e idosos a manifestação da doença é mais comum em uma pequena parcela, de aproximadamente 1%, da população mundial, de forma mais grave ou menos grave, variando de caso a caso. Os primeiros sintomas aparecem entre 20 e 30 anos de idade e o número de homens afetados é um pouco maior que o número de mulheres.
SINTOMAS E TRATAMENTO
De modo geral, mas não sempre, a pessoa esquizofrênica apresenta alguns ou a maioria dos seguintes sintomas no seu comportamento: Agitação, automutilação, comportamento compulsivo, excitabilidade, hiperatividade, hostilidade ou comportamento arredio, isolamento social, movimentos repetitivos, repetição de palavras sem sentido, comportamento desorganizado, falta de moderação ou repetição persistente de palavras ou ações. Um desinteresse por hábitos simples de higiene do próprio corpo e organização do imóvel em que vive também está entre os sintomas comuns, que, aliás, costumam ser confundidos com preguiça.
O indivíduo esquizofrênico pode apresentar também amnésia, confusão mental, crença de que os pensamentos não são seus, crença de que um evento comum tem um significado especial e pessoal (superstições, por exemplo), delírio, desorientação, "invenção" de coisas sem sentido lógico, lentidão durante atividades, perda de memória, transtorno de pensamento ou falsa superioridade.
A ansiedade, a apatia, o descontentamento geral, a despersonalização, a excitação mental, a perda de interesse ou prazer nas atividades diárias, a raiva ou a resposta emocional inadequada para cada situação também podem ser considerados sintomas ou sinais de esquizofrenia, dependendo de cada caso, lembrando que somente um psiquiatra ou psicólogo tem condições adequadas para fazer o diagnóstico com uma probabilidade razoável de acerto.
Os sintomas psicológicos são alucinação, delírio persecutório, delírio religioso (crença exagerada ou bizarra em coisas sagradas, beirando o fanatismo), depressão, medo, paranoia, desconfiança e “ouvir vozes” quando outras pessoas ao seu redor não ouvem. Também há o distúrbio da fala, a fala circunstancial, a fala incoerente ou fala rápida e frenética.
Falar sozinho, de forma intensa, compulsiva e desmedida, diariamente e de forma inconveniente, até mesmo na frente de outras pessoas, estranhas ou conhecidas, também é um sinal de esquizofrenia. Nesse caso a família da pessoa em questão deve levá-la a um profissional para tirar suas dúvidas a respeito desse comportamento estranho ou bizarro.
Falar sozinho, de forma intensa, compulsiva e desmedida, diariamente e de forma inconveniente, até mesmo na frente de outras pessoas, estranhas ou conhecidas, também é um sinal de esquizofrenia. Nesse caso a família da pessoa em questão deve levá-la a um profissional para tirar suas dúvidas a respeito desse comportamento estranho ou bizarro.
Pode ocorrer também nos casos de esquizofrenia a coordenação motora comprometida, a fadiga ou falta de resposta emocional.
Geralmente, os medicamentos adotados pela comunidade médica são antipsicóticos (incluindo antidepressivos) e tranquilizantes, entre outros. Aqui no Brasil, os medicamentos mais utilizados são a quetiapina, um antipsicótico, e a lamotrigina, um estabilizador do humor. Também faz parte do tratamento o trabalho com grupos de apoio, a reabilitação neuropsicológica, a terapia cognitiva, a psicoeducação, a terapia familiar, a terapia comportamental e a terapia de grupo.
Há registros médicos que apontam para o consumo de maconha e cocaína como fatores desencadeantes da esquizofrenia.
Se não tratada adequadamente, a esquizofrenia pode levar a pessoa ao suicídio ou ao infarto... Se tratado de forma adequada e no momento adequado, a pessoa pode levar uma vida mais ou menos dentro da normalidade, sem o agravamento da doença... Mas não "se iluda", não há cura...
ESTATÍSTICAS
É equivocado acreditar que a esquizofrenia está relacionada com casos de "dupla personalidade" ou várias personalidades, condições com as quais é confundida na percepção do público em geral. Nos casos mais graves, em que existe risco para a própria pessoa ou para os outros, pode ser necessário recorrer a internamento hospitalar involuntário, embora atualmente os internamentos sejam mais curtos e menos frequentes em relação ao passado.
A esquizofrenia é uma doença mental mais comum em homens do que em mulheres. Cerca de 20% das pessoas com esquizofrenia apresentam melhorias e algumas se recuperam dos sintomas mais graves e conseguem levar uma vida tranquila. É comum que a esquizofrenia seja acompanha por problemas sociais na vida do indivíduo esquizofrênico, como desemprego de longa duração, pobreza e vida na condição de sem moradia. Por esse motivo, a Previdência Social no Brasil contempla ou prevê a situação ou condição dos indivíduos diagnosticados com esquizofrenia.
Algo entre 50% e 70% das pessoas em situação de mendicância (sem teto, inclusive) no Brasil, atualmente, são esquizofrênicas. A porcentagem varia para menos ou para mais, nos anos de crescimento econômico e redução da taxa de desemprego e durante as recessões econômicas mais graves, respectivamente.
A expectativa de vida média das pessoas com esquizofrenia está entre 10 anos e 30 anos depois de manifestada a doença. Isso é resultado da acentuação dos problemas de saúde física e de uma maior taxa de suicídio em relação ao restante da população, de algo em torno de 5% dos casos diagnosticados. Há também casos de esquizofrênicos viciados em drogas ilícitas assassinados por traficantes, que podem ser incluídos nessa estatística.
A esquizofrenia é um problema de saúde pública. Ela desconhece fronteiras, classes sociais, ideologias políticas e econômicas, etnias e nacionalidades, sexualidade, raças e níveis educacionais e culturais. E além dos problemas diários causados pela própria doença mental, os indivíduos esquizofrênicos sofrem preconceito da sociedade...
Os profissionais de psiquiatria e psicologia recomendam que uso do termo genérico e pejorativo "loucura" deve ser evitado quando no contexto da esquizofrenia, por várias razões. O uso do termo "loucura" mais atrapalha do que ajuda, portanto é melhor evitá-lo.
Na maioria dos casos, o indivíduo esquizofrênico não tem exata consciência da sua condição de doente mental, muitos realmente "acreditam" que não precisam de tratamento, não reconhecem ou não conseguem perceber a sua condição. Por isso a necessidade do aconselhamento e da orientação da família e dos amigos para convencer o indivíduo esquizofrênico a procurar ajuda, na maioria dos casos o paciente é levado ao médico em vez dele próprio tomar a iniciativa de buscar ajuda profissional.
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REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
- Dr. Drauzio Varella / YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=VsX7MnFY8JE
- Hospital Albert Einstein: https://www.gstatic.com/healthricherkp/pdf/schizophrenia_pt_BR.pdf
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Esquizofrenia
- Dicionário Larousse
- Dr. Drauzio Varella: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/alzheimer-2/
- Dicionário Michaelis
- Todo Seu / TV Gazeta: https://www.youtube.com/watch?v=2yQCxSULuPA
- Pinterest: Imagens
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