AR
ATMOSFERA
NITROGÊNIO
ESCAPE ATMOSFÉRICO
ATMOSFERA PLANETÁRIA
CAMADAS DA ATMOSFERA
OXIGÊNIO
ARGÔNIO
TROPOSFERA
ESTRATOSFERA
MESOSFERA
TERMOSFERA
EXOSFERA
INTRODUÇÃO
Atmosfera é um termo genérico ou geral usado para se
referir ou designar, de forma conceitual ou específica, uma mistura de gases,
transparente ou não, mais espessa ou menos espessa, que envolve por completo um
planeta ou lua conhecidos ou desconhecidos, não necessariamente um planeta ou lua capazes de
abrigar vida.
O planeta Terra é um exemplo bem claro e indiscutível de astro
capaz de abrigar a vida em uma grande variedade de formas vegetais e animais,
por isso a sua atmosfera é considerada, até onde se sabe, a mais favorável que existe para os
seres vivos de qualquer natureza conhecida e um ponto de referência para a
abordagem ou comparação científica com as atmosferas de outros planetas.
Com o passar do tempo, a comunidade científica e
acadêmica mundial passou a utilizar o termo atmosfera de forma bem mais ampla
e, às vezes, até questionável, para também se referir ou designar camadas de
gases retidas sobre as superfícies de cometas. E mais ainda, até as
estrelas passaram a ter suas camadas externas de gases referidas como
atmosferas.
A atmosfera terrestre, também chamada de ar, é uma
mistura de gases presente sobre a superfície do planeta Terra até cerca de 100
quilômetros, 120 quilômetros ou 1.000 quilômetros, dependendo da fonte
consultada. O ar que respiramos aqui na superfície do planeta é composto
principalmente de nitrogênio, oxigênio e argônio.
Os demais gases que compõem o
ar terrestre incluem gases de efeito estufa, como dióxido de
carbono (gás carbônico), metano e óxido nitroso, por exemplo, além do ozônio e do vapor de água, que uma parte menor da comunidade científica não considera gases de efeito estufa. O ar não filtrado contém
traços de vários outros compostos químicos e poluentes. Muitas substâncias
naturais devem estar presentes em pequenas quantidades em uma amostra típica de ar não
filtrada, incluindo poeira, pólen e esporos, cinzas vulcânicas, compostos de
flúor, mercúrio metálico e compostos de enxofre, como dióxido de enxofre.
A princípio, a atmosfera do planeta Terra é, ou
deveria ser, transparente. Mas há casos ou situações em que ela se torna turva
ou opaca, com visibilidade prejudicada, como no caso do ar poluído das grandes
cidades industrializadas, poluído por queimadas florestais e no caso das
formações naturais de neblina ou nevoeiro.
A atmosfera terrestre tem importâncias óbvias e outras
não tão óbvias. Entre as importâncias óbvias está o fornecimento de oxigênio
para o processo de respiração do ser humano e de animais, sem o qual é
impossível viver. Além disso, ela serve muito bem como veículo de umidade, na
forma de vapor d’água e nuvens, para promover a distribuição de vapor d'água nas
regiões propícias à formação de nuvens, chuvas e precipitação atmosférica. Dentre
as importâncias menos óbvias está a capacidade que ela tem de “filtrar” os
raios solares, dentro da camada de ozônio, situada entre 12 quilômetros e 50
quilômetros de altitude, impedindo que a radiação ultravioleta nociva chegue
até à superfície do planeta.
E como se tudo isso fosse pouco, ela cumpre também o
papel de destruir, literalmente, a grande maioria dos meteoros e meteoritos que
se aproximam da crosta terrestre.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Uma atmosfera (do grego antigo: ἀτμός, que significa vapor
e ar, e σφαῖρα, que significa esfera) é uma camada de gases que envolve um planeta
com massa sólida suficiente para reter o ar, sob gravidade, em sua superfície.
Os gases são atraídos e retidos pela gravidade do astro por um longo período de
tempo, se a gravidade for alta e a temperatura da atmosfera for baixa. Alguns
planetas, como Júpiter, por exemplo, consistem principalmente de vários gases e,
portanto, têm atmosferas muito profundas. Eles são considerados planetas
gasosos.
Por outro lado, até algumas décadas atrás muitos
acreditavam que luas em geral, incluindo as luas de Júpiter e de Saturno, não
possuíam atmosfera, o que, com passar do tempo provou-se ser, pelo menos em
parte, um equívoco. No entanto, até o momento ainda é mantida a convenção
científica de que a nossa Lua, que é a lua do planeta Terra, não tem atmosfera,
embora se saiba que há, de fato, resíduos muito tênues, praticamente
desprezíveis ou quase imperceptíveis, de gases sobre a sua superfície.
Outras duas polêmicas científicas estão relacionadas aos
cometas e às estrelas, pois já é aceito, por convenção científica, que eles possuem atmosferas,
nesse caso chamadas de coma e de atmosfera estelar, respectivamente.
O planeta Mercúrio não tem atmosfera. As atmosferas de
Vênus e Marte são compostas principalmente por dióxido de carbono, conhecido também como gás carbônico.
CONCEITO
A palavra atmosfera é um termo genérico, ou seja, de
uso geral e bem amplo para descrever, designar ou referir qualquer camada de
gases que envolva um astro qualquer. O termo astro, por sua vez, é usado,
também de forma genérica, para designar qualquer corpo sólido, mais ou menos
definido, e que pertença a uma galáxia qualquer.
De modo geral, as atmosferas
estão sujeitas à gravidade dos astros (planetas, luas e cometas, por exemplo) a
que pertencem e exercem pressão sobre a superfície desses mesmos astros, ou
seja, elas têm peso. O peso da atmosfera do planeta Terra, por exemplo, é de aproximadamente
1,2 kg por m³ ou metro cúbico, o equivalente a 1.000 litros, ao nível do mar.
A composição inicial da atmosfera de um planeta
geralmente reflete a composição e a temperatura da nebulosa solar local durante
a formação planetária e o subsequente escape dos gases interiores. Essas
atmosferas originais sofrem uma evolução com o decorrer do tempo, sendo que a
variedade da composição da litosfera dos planetas se reflete em muitas atmosferas diferentes.
Por exemplo, as atmosferas de Vênus e Marte são
compostas primariamente de dióxido de carbono ou gás carbônico, com pequenas quantidades de
nitrogênio, argônio e oxigênio, além de traços de outros gases. Seria possível
então afirmar que essas atmosferas guardam algum sutil traço, sinal ou vestígio
de familiaridade com a atmosfera terrestre, mas com acentuadas diferenças na
proporção desses gases.
A composição atmosférica terrestre reflete as
atividades dos seres vivos. As baixas temperaturas e a alta gravidade dos
planetas gasosos permitem a eles reter gases com baixas massas moleculares.
Portanto, esses contêm hidrogênio e hélio e subsequentes compostos, formados
pelos dois. As luas Titã e Tritão, que são os satélites naturais de Saturno e Netuno, respectivamente,
apresentam composições atmosféricas não desprezíveis, primariamente
constituídas de nitrogênio. Plutão também apresenta uma atmosfera semelhante, mas
esta se congela quanto o planeta-anão se afasta do Sol.
ATMOSFERA PLANETÁRIA
De modo geral, uma atmosfera planetária é uma camada
gasosa que envolve um planeta, seja ele habitável ou não, seja ele favorável à
vida ou não. De forma conceitual, ela é um envoltório gasoso ou um envoltório
de ar sobre toda a superfície de um planeta, por exemplo. Há casos em que as
atmosferas foram geradas há milhares ou milhões anos, como consequência da
fragmentação térmica das rochas do manto planetário. Porém, há casos de
planetas sem atmosfera, como Mercúrio, por exemplo. Por outro lado, há planetas
com atmosferas formadas principalmente por hidrogênio e hélio, neste caso
provavelmente gerados a partir dos estágios iniciais de formação desses
planetas.
A atmosfera terrestre, por exemplo, protege os
organismos vivos dos raios ultravioleta e também serve como um estoque de oxigênio, fazendo
com que esse gás não escape. Os raios ultravioleta são nocivos a seres
orgânicos, humanos e animais, eles causam câncer, por exemplo, em seus tecidos
vivos. Por isso, a camada de ozônio que envolve a Terra é tão importante, ela filtra esses raios provenientes do Sol.
ATMOSFERA ESTELAR
.
O termo atmosfera estelar é usado para designar as
regiões externas de uma estrela e, normalmente, inclui a porção entre a
fotosfera opaca e o começo do espaço sideral. Estrelas com temperaturas
relativamente baixas podem formar compostos moleculares em suas atmosferas
externas.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
A pressão atmosférica é a força produzida pelo peso do
ar sobre a superfície do planeta ou acima dele, em altitudes mais elevadas, até
cerca de 120 quilômetros. Ela é a força por unidade de área que é aplicada
perpendicularmente numa superfície pelo gás circundante. É determinada pela
força gravitacional planetária em combinação com a massa total de uma coluna de
ar acima de um determinado local na superfície ou acima dela. As unidades de
pressão atmosférica são baseadas pela atmosfera padrão internacionalmente
reconhecida (atm), que é definido como 101,325 Pa (ou 1 013 250 dinas por cm²).
A pressão atmosférica diminui com a altitude, até
chegar a níveis muito próximos de zero a 120 quilômetros de altitude. A partir
de 5.000 metros de altitude o ser humano começa a ter dificuldades de respirar naturalmente,
quando e onde se torna necessária a suplementação ou suprimento por meio de um
sistema, simples ou sofisticado, de oxigênio. Cerca de metade da massa total da
atmosfera terrestre está abaixo dessa altitude e cerca de 75% de toda a massa
atmosférica está abaixo de 11.000 metros.
Os corpos de humanos e animais não são esmagados pelo
peso atmosférico porque o ar é fluido, ele exerce pressão em todas as direções.
Por exemplo, uma garrafa PET fica amassada quando o ar dentro dela é retirado,
ou seja, quando está vácuo dentro dela. Quando se diz que um alimento
industrializado qualquer, azeitonas, por exemplo, está embalado a vácuo significa
que não há ar dentro da embalagem, há somente azeitonas, com ou sem
conservantes e líquidos.
O espaço exterior, também chamado de espaço, simplesmente, não tem ar, portanto ele é um vácuo profundo.
O físico alemão Otto von Guericke foi um dos
principais responsáveis pelo estudo científico inicial do vácuo, inclusive
provando a existência do vácuo. Em 1650 ele criou a primeira máquina de vácuo
para estudo científico que se conhece, conseguiu provar, inclusive, a possibilidade
de extinção do fogo no vácuo, pois o fogo consome oxigênio e não há oxigênio no
vácuo.
Ele comprou uma bomba de vácuo manual e extraiu o ar
do espaço oco ou vão criado pela união de duas semi-esferas metálicas que,
juntas, formaram uma esférica metálica, a partir de então provando a teoria da
pressão atmosférica ao redor de qualquer corpo oco, sem ar dentro. Ele amarrou
um conjunto de oito cavalos às duas semi-esferas e puxou ambas em duas direções
ou sentidos opostos, sem conseguir desunir as duas esferas porque a pressão
atmosférica ao redor das esferas impedia.
ESCAPE ATMOSFÉRICO
.
A gravidade de superfície, a força que segura uma
atmosfera, difere significativamente conforme o planeta. Por exemplo, a imensa
força gravitacional de Júpiter é capaz de reter gases leves, tais como o
hidrogênio e o hélio, na sua atmosfera, que normalmente escapam de astros com
pouca força gravitacional.
A distância entre um corpo celestial e a sua estrela
mais próxima determina a disponibilidade de energia ao gás atmosférico ao ponto
onde o movimento térmico excede a velocidade de escape do planeta, a velocidade
na qual as moléculas de gás superam a ação da força gravitacional. Assim, os distantes astros Titã, Tritão e Plutão são capazes de reter suas atmosferas apesar da
fraca força gravitacional. De modo geral, exoplanetas, teoricamente, também
podem reter tênues atmosferas.
ATMOSFERA TERRESTRE
A atmosfera terrestre é uma camada de gases que
envolve a Terra e é retida pela força da gravidade do planeta em que vivemos. Ela protege a
vida na Terra absorvendo a radiação ultravioleta solar antes desta chegar à
superfície do planeta; aquecendo a superfície ou mantendo a superfície aquecida
por meio da retenção de calor e, assim, reduzindo os extremos de temperatura
entre o dia e a noite; e promovendo a circulação de vapor de ar para formação
de chuvas, que, por sua vez, são essenciais para a manutenção da vida vegetal e
animal.
Visto do espaço, o planeta Terra aparece como uma esfera de coloração
azul brilhante. Esse efeito cromático é produzido pela dispersão da luz solar
sobre a atmosfera e que existe também em outros planetas do sistema solar
dotados de atmosfera.
Segundo os cientistas Antoine Lovoisier, um químico
francês, William Ramsay, um químico escocês, e outros cientistas importantes
que vieram depois deles, quando seco, o ar do planeta Terra contém, em volume,
cerca de 78,09 % de nitrogênio, 20,95 % de oxigênio, 0,93 % de argônio, 0,039 %
de gás carbônico e pequenas quantidades de outros gases. O ar contém uma
quantidade variável de vapor de água, em média 1%, mas podendo chegar a 4% em regiões tipicamente úmidas.
O
ar em regiões tropicais e equatoriais úmidas tende a reter mais calor que o ar
em regiões próximas dos polos. Por outro lado o ar relativamente seco dos
desertos africanos e árabes, por exemplo, próximos da linha do Equador e dos trópicos de
Capricórnio e de Câncer, tende a se aquecer durante o dia e esfriar durante a
noite, justamente por causa da baixíssima umidade.
A atmosfera terrestre tem uma massa de aproximadamente
5,1 x 1.018 kg, sendo que 75% dessa massa estão situados nos primeiros 11 quilômetros
desde a superfície. Ela se torna cada vez mais tênue ou rara nas altitudes
elevadas e não há um limite definido, absoluto, entre a atmosfera terrestre e o
espaço exterior. Apenas em altitudes inferiores a 120 quilômetros a atmosfera
terrestre passa a ser percebida durante a reentrada atmosférica de um ônibus
espacial, por exemplo. A linha teórica Kármán, a 100 quilômetros de altitude, é
considerada frequentemente como o limite entre a atmosfera e o espaço. No
entanto, algumas fontes consideram que o espaço exterior está acima de 1.000
quilômetros de altitude do planeta Terra, ou seja, acima dessa altitude não há,
absolutamente, mais ar.
Dependendo da fonte consultada, a atmosfera terrestre
consiste em cinco camadas de gases mais ou menos definidas pela sua altitude,
da superfície até o espaço exterior. Ela é composta pela troposfera, pela
estratosfera, pela mesosfera, pela termosfera e pela exosfera. Há fontes que
não consideram a exosfera como parte da atmosfera, portanto, segundo essas
fontes, o espaço começaria a partir de 120 quilômetros de altitude, onde se
concentra 99% de toda a massa atmosférica do planeta em que vivemos. Cada uma
dessas camadas apresentam gradiente adiabático saturado, definindo as mudanças
de temperatura conforme a altitude.
Entre as principais especificações da atmosfera
terrestre estão as seguintes:
- Pressão de superfície: 1.014 milibares;
- Densidade da superfície: 1,217 kg / m³;
- Altura da escala: 8,5 km;
- Massa total de atmosfera: 5,1 x 10¹⁸
kg;
- Massa total de hidrosfera: 1,4 x 10²¹ kg;
- Temperatura média: 288 K (15º Celsius);
- Faixa de temperatura diurna: 283 K a 293 K (10º a 20º Celsius);
- Velocidade do vento: 0 a 100 m/s;
- Peso molecular médio: 28,97;
Começando da superfície do planeta, a temperatura do
ar diminui gradativamente com o aumento da altitude, fenômeno conhecido como
gradiente térmico, até cerca de 12.000 metros, dentro da chamada troposfera,
cujo topo possui ar a uma temperatura de cerca de – 60º Celsius ou centígrados,
negativos. Acima da troposfera, há uma segunda camada de ar com cerca de 38.000
metros de camada, chamada de estratosfera, na qual a temperatura aumenta
gradativamente até chegar ao topo dessa camada, com cerca de 0º Celsius; e, a
partir de então, já na terceira camada de ar, a mesosfera, com cerca de 30.000
metros de camada, a temperatura inverte novamente, para – 100º Celsius, negativos,
onde ocorre uma nova inversão, desta vez dentro da termosfera, até chegar a 1.500º
Celsius, positivos.
COMPOSIÇÃO
A atmosfera terrestre é favorável à existência de uma grande variedade de seres vivos, tanto do reino vegetal quanto do reino animal. Até onde se sabe, não há uma atmosfera tão favorável à vida em geral quanto a atmosfera terrestre. Em números aproximados, o ar atmosférico do planeta Terra, ao nível do mar, seco, é
composto pelos seguintes elementos:
- Nitrogênio (N2): 780.840 ppmv (78,084%);
- Oxigênio (O2): 209.460 ppmv (20,946%);
- Argônio (Ar): 9.340 ppmv (0,9340%);
- Dióxido de carbono (CO2): 380 ppmv (0,0380%);
- Neônio (Ne): 18,18 ppmv
(0,001818%);
- Hélio (He): 5,24 ppmv
(0,000524%);
- Metano (CH4): 1,79 ppmv (0,000179%);
- Criptônio (Kr): 1,14 ppmv (0,000114%);
- Hidrogênio (H2): 0,55 ppmv (0,000055%);
- Óxido nitroso (N2O): 0,3 ppmv (0,00003%);
- Xenônio (Xe): 0,09 ppmv (9×10−6%);
- Ozônio (O3): 0,0 to 0,07 ppmv (0% to 7×10−6%);
- Dióxido de nitrogênio (NO2): 0,02 ppmv (2×10−6%);
- Iodo (I): 0,01 ppmv (1×10−6%);
- Monóxido de carbono (CO): 0,1 ppmv (0.00001%);
- Amônia (NH3): traços;
Os números não somam exatamente 100% devido a
arredondamentos e incerteza. A água é altamente variável, geralmente representa
cerca de 1%, na média. Não está incluído na atmosfera seca acima o vapor de
água (H2O), cerca de 0,40% na atmosfera toda, tipicamente de 1% até 4% na
superfície. O vapor d'água na atmosfera encontra-se principalmente nas camadas
mais baixas da atmosfera e exerce o importante papel de regulador da ação do
Sol sobre a superfície terrestre.
Cerca de 75% de todo o vapor d’água está abaixo dos 5.000 metros de altitude.
A quantidade de vapor varia muito em função das condições climáticas das
diferentes regiões do planeta. Os níveis de evaporação e precipitação são
compensados até chegar a um equilíbrio na baixa atmosfera. O vapor de água
contido nas camadas inferiores está muito próximo ao seu ponto de saturação. A
água torna-se líquida quando a sua concentração chega a 4% na baixa atmosfera.
O ar, em algumas áreas, como desertos, pode estar
praticamente isento de vapor de água, enquanto em outras pode chegar ao nível
de saturação, algo muito comum nas regiões equatoriais com forte concentração
vegetal, onde a precipitação pluvial é constante quase todo o ano.
CIRCULAÇÃO
A circulação da atmosfera ou do ar ocorre devido às
diferenças térmicas quando a convecção torna-se um transportador de calor mais
eficiente do que a irradiação térmica. Em planetas onde a fonte primária de
calor é a radiação solar, o excesso de calor nos trópicos é transportado para
latitudes mais altas. Quando um planeta gera uma quantidade significativa de
calor interno, como é o caso de Júpiter, a convecção na atmosfera pode
transportar energia térmica desde o interior mais quente até a superfície.
IMPORTÂNCIA
Do ponto de vista de um geólogo planetário, a
atmosfera é um agente evolucionário essencial na morfologia de um planeta. O
vento transporta poeira e outras partículas que degradam a superfície (erosão
eólica). Precipitações atmosféricas, tais como a queda de gelo (neve e granizo)
e chuva, que dependem da composição atmosférica, também influenciam o relevo, ao longo dos séculos.
Além disso, mudanças climáticas podem influenciar a história geológica de um planeta. De
modo oposto, o estudo da superfície de um planeta, principalmente a Terra, pode
levar a um entendimento sobre a história da atmosfera e do clima no planeta.
Para um meteorologista, a composição da atmosfera
determina o clima e suas variações.
Para um biólogo a composição atmosférica mantém uma
íntima relação com o aparecimento da vida e de sua evolução.
CAMADAS DA ATMOSFERA
A temperatura da atmosfera terrestre varia entre
camadas em altitudes diferentes. Portanto, a relação matemática entre
temperatura e altitude também varia, sendo uma das bases da classificação das
diferentes camadas da atmosfera. A temperatura tende a diminuir com o aumento
de altitude na troposfera, tende a aumentar na estratosfera, tende a diminuir na
mesosfera e tende a aumentar na termosfera.
Ela está convencionalmente estruturada em cinco
camadas, três das quais são relativamente quentes, separadas por duas camadas
relativamente frias. Os contatos entre essas camadas são áreas de
descontinuidade, e recebem o sufixo "pausa" após o nome da camada
subjacente.
É importante que o internauta / leitor entenda que as
altitudes das camadas atmosféricas abaixo não são absolutamente precisas, pois a
atmosfera terrestre tende a ser menos elevada nos polos e mais elevada na Linha
do Equador, em razão da força centrífuga sobre o ar provocada pela rotação do planeta.
TROPOSFERA
A Troposfera é a camada atmosférica que se estende da
superfície da Terra até a base da estratosfera. Ela é a camada mais baixa da
atmosfera terrestre, onde está concentrada cerca de 75% da massa de ar da
atmosfera. Somente até 5.000 metros de altitude é possível os humanos
respirarem naturalmente, sem o auxílio de sofisticados equipamentos de
pressurização embarcados em aeronaves ou equipamentos simples de suprimento de oxigênio, em outros casos específicos.
A espessura média da troposfera é de
aproximadamente 12 quilômetros de altitude, mas atingindo até 17 quilômetros
nas regiões equatoriais, ou seja, nas regiões mais próximas da Linha do Equador, reduzindo-se para em torno de 7 quilômetros nos polos, no inverno. No entanto, no verão o topo da troposfera pode alcançar 18 quilômetros perto da Linha do Equador e 8 quilômetros perto dos polos. Praticamente todos ou quase todos os fenômenos meteorológicos estão confinados
a esta camada.
Na base da troposfera encontra-se a camada limite
planetária, a CLP, também chamada de camada limite atmosférica ou CLA, a camada
mais baixa da troposfera, com uma altura média de 1 quilômetro do solo, na qual
os efeitos da superfície são importantes, como o ciclo diurno de aquecimento e
resfriamento.
O que distingue a CLP de outras regiões da troposfera é a
turbulência atmosférica e seu efeito de mistura, resultando na chamada camada
de mistura (CM). Acima da CLP, o escoamento atmosférico é laminar (não
turbulento), e o ar desliza em camadas, à exceção do movimento turbulento que é
encontrado dentro das nuvens convectivas do tipo cumulonimbus, de grande
desenvolvimento vertical.
Os poluentes atmosféricos são difundidos pela turbulência
dentro da CLP e transportados a longas distâncias, até encontrar uma região de
ocorrência de nuvens de grande desenvolvimento vertical que possam-lhes
transportar até a troposfera superior. Uma camada de transição existe entre a
CLP e a atmosfera livre, na qual ocorre a intrusão de ar frio e seco da
atmosfera livre dentro da CLP.
O ar da CLP sobre os continentes nas latitudes
tropicais em geral é quente e úmido. Os fluxos de calor, umidade e de poluentes
ocorrem na base da CLP a partir da superfície e, por isso, o fluxo turbulento
de calor diminui verticalmente. Em geral, durante o dia, a CLP é uma camada
convectiva, mas, durante a noite, é estável junto à superfície que se resfria
por perda radiativa do calor acumulado durante o dia.
Dentro da
troposfera a temperatura do ar vai diminuindo conforme o ganho de altitude, é o
chamado gradiente atmosférico ou gradiente térmico, com redução de cerca de 10º
Celsius ou centígrados para cada quilômetro de ganho de altitude. Além disso, dentro
da troposfera ocorre o fenômeno chamado convecção, que é transferência de calor
das camadas mais baixas de ar para as camadas mais altas, resultado do
aquecimento da superfície do planeta pelos raios solares.
A maior parte do
volume total de nuvens está concentrada na troposfera, principalmente as nuvens
do tipo estrato, cúmulo e alto-cumulo.
TROPOPAUSA
.
A tropopausa é o nome dado à camada intermediária
entre a troposfera e a estratosfera, situada a uma altitude de cerca de 17 quilômetros
sobre a linha do Equador e cerca de 7 quilômetros próxima dos polos do planeta, no inverno.
A distância da tropopausa em relação ao solo varia conforme as condições
climáticas da troposfera, da temperatura do ar e da latitude, dentre outros
fatores.
Se existe na troposfera uma agitação climática com muitas correntes de
convecção, a tropopausa tende a subir. Isso se deve por causa do aumento do
volume do ar na troposfera, este aumentando, aquela aumentará, por
consequência, empurrará a tropopausa para cima.
Acredita-se que a tropopausa é uma das principais responsáveis por evitar que a umidade da atmosfera do nosso planeta escape para o espaço, o que seria um desastre natural, com graves consequências para a vida no planeta.
ESTRATOSFERA
A estratosfera é
uma camada de ar da atmosfera terrestre que envolve todo o planeta, ela é
uma camada de ar rarefeito e que não é afetada fortemente pelas formações
meteorológicas e pela temperatura do planeta, ao contrário da troposfera, por
exemplo, que é mais sensível às mudanças de temperatura da superfície do
planeta.
Na estratosfera a temperatura aumenta com a altitude e
se caracteriza pelos movimentos horizontais do ar. Situa-se aproximadamente
entre 7 quilômetros (polos) e 17 quilômetros (Linha do Equador) até 50 quilômetros
de altitude, aproximadamente, compreendida entre a troposfera e a mesosfera.
Apresenta pequena concentração de vapor de água, e a temperatura cresce
conforme maior a altitude até a região limítrofe, denominada estratopausa.
Muitos aviões a jato circulam na estratosfera devido à sua estabilidade ou suavidade. É nessa
camada que está situada a camada de ozônio, e onde começa a dispersão da luz
solar, que, por sua vez, origina o azul do céu.
ESTRATOPAUSA
.
A estratopausa é o limite superior da estratosfera, ela é a região limítrofe entre a
estratosfera e a mesosfera e onde a temperatura para de aumentar conforme a
elevação da altitude, marcando o início da mesosfera. Ela está situada a cerca
de 50 quilômetros de altitude e, curiosamente, apresenta uma temperatura mais alta que a temperatura de suas camadas vizinhas, a estratosfera e a mesosfera, de cerca de 0º Celsius ou centígrado.
MESOSFERA
.
A mesosfera,
conhecida também como atmosfera intermediária, é a camada da atmosfera
terrestre que se localiza entre as camadas estratopausa e mesopausa, com
temperatura de cerca de 10º Celsius ou centígrados (positivos) na sua base até cerca de – 100º
Celsius no seu topo. Ela é composta de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1%
de dióxido de carbono.
Na mesosfera a temperatura diminui com a altitude. Esta é a camada atmosférica onde há uma forte e gradativa queda de temperatura,
chegando até a – 100° Celsius ou centígrados, negativos, em seu topo. A mesosfera está situada
entre a estratopausa, em sua parte inferior, e mesopausa em sua parte superior,
entre 50 quilômetros e 80 quilômetros de altitude. É na mesosfera que ocorre o
fenômeno da aeroluminescência das emissões da hidroxila e é nela que se dá a
combustão de meteoros e meteoritos.
MESOPAUSA
.
A mesopausa é a região da atmosfera que determina o
limite entre uma atmosfera com massa molecular constante de outra onde
predomina a difusão molecular. Ela está situada a cerca de 80 quilômetros de
altitude.
TERMOSFERA
Na termosfera a temperatura aumenta com a altitude e
está localizada acima da mesopausa. Sua temperatura aumenta rapidamente com a
altitude até onde a densidade das moléculas é tão baixa que se movem em
trajetórias aleatórias, chocando-se raramente. A temperatura média da
termosfera é de 1.500° Celsius, mas a densidade do ar é tão baixa que a
temperatura não é sentida normalmente.
Sua espessura varia entre 350 quilômetros
e 800 quilômetros, dependendo da atividade solar, embora sua espessura seja tão
pequena quanto 80 quilômetros em épocas de pouca atividade solar. É a camada
onde ocorrem as auroras e onde orbitava o ônibus espacial.
TERMOPAUSA
.
A termopausa ou exobase é a região limítrofe entre a
termosfera e a exosfera. Fisicamente, toda a radiação solar incidente atua
abaixo da termopausa, mas pode ser negligenciada quando é considerada a
exosfera, onde a atmosfera é tão tênue que fenômenos decorridos aí praticamente
não são percebidos.
EXOSFERA
A camada mais externa da atmosfera da Terra se estende
desde a termopausa para o espaço exterior. Aqui, as partículas estão tão
distantes que podem viajar centenas de quilômetros sem colidir umas com as
outras. Uma vez que as partículas colidem raramente, a exosfera não se comporta
como um fluido. Essas partículas que se movem livremente seguem trajetórias
retilíneas e podem migrar para dentro ou para fora da magnetosfera ou da região
de atuação do vento solar. A exosfera é composta principalmente de hidrogênio e
hélio.
Não existe um limite definido entre o espaço exterior
e a atmosfera. Presume-se que esta tenha cerca de 1.000 quilômetros de espessura,
99% da densidade está concentrada nas camadas mais inferiores e cerca 75% da
massa atmosférica está numa faixa de 11 km desde a superfície. À medida que se
vai subindo, o ar vai se tornando cada vez mais rarefeito, perdendo sua
homogeneidade e composição. Na exosfera, zona em que foi arbitrado limítrofe
entre a atmosfera e o espaço interplanetário, algumas moléculas de gás acabam
escapando à ação do campo gravitacional.
O limite onde os efeitos atmosféricos são notáveis
durante a reentrada atmosférica, fica em torno de 120 km de altitude. A
altitude de 100 quilômetros, conhecida como a linha Kármán, também é usada
frequentemente como o limite entre atmosfera e o espaço exterior.
REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atmosfera
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ar
- Nova Enciclopédia Ilustrada Folha - Larousse / Cambridge / Oxford / Webster
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atmosfera_da_Terra
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