TOC - TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

TOC - TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (PORTUGUÊS)
OCD – OBSESSIVE COMPULSIVE DISORDER (INGLÊS)
POC – PERTURBAÇÃO OBSESSIVA COMPULSIVA (PORTUGUÊS)
NEUROSE OBSESSIVA (NA PSICANÁLISE)

INTRODUÇÃO
O enigmático TOC ou  transtorno obsessivo compulsivo é uma doença mental caracterizada por um conjunto de sintomas de perturbação mental e inquietação da mente, dentre eles as obsessões, as compulsões ou rituais, as ideias fixas, o perfeccionismo em excesso, o “simetrismo” em excesso, as manias de organização, a insegurança, as ansiedades, a timidez em excesso, a evitação de determinadas situações, os tiques nervosos, o higienismo em excesso, e, em casos mais graves, não tratados adequadamente, uma discordância ou distanciamento entre os pensamentos e emoções da pessoa e da sua realidade, de forma semelhante à esquizofrenia, mas não idêntica.

Conhecido também como perturbação obsessiva compulsiva ou neurose obsessiva, ele é um transtorno, uma doença mental, uma psicose ou distúrbio mental que afeta a capacidade de autocontrole da pessoa e perturba o funcionamento normal de sua mente, prejudica o seu equilíbrio mental e lhe provoca sofrimento psíquico (não necessariamente dor de cabeça), frequentemente relacionado com fatos sem grande importância ou meras suposições, hipóteses, probabilidades ou riscos, a grande maioria deles sem consistência, de que “algo ruim” possa acontecer e que lhe prejudique ou prejudique pessoas próximas, incluindo familiares e amigos.

De forma análoga à esquizofrenia, mas não idêntica, o indivíduo afetado pelo transtorno obsessivo compulsivo não apresenta comportamento coerente com sua realidade, pois os seus pensamentos são exagerados e suas emoções não são compatíveis com sua realidade. Entretanto, a diferença básica e crucial entre a esquizofrenia e o transtorno obsessivo compulsivo é a capacidade mais ou menos intacta do indivíduo com transtorno obsessivo compulsivo de se manter mais ou menos consciente durante as crises, ou seja, ele consegue entender que “algo” dentro de si, na sua mente, está errado, mas, infelizmente, não consegue, por si mesmo, sem ajuda externa, se “livrar” desse “algo” que está lhe incomodando, está lhe causando essa alteração de comportamento, o que significa que muitos deles também sentem vergonha de seus sintomas.

O transtorno obsessivo compulsivo é caracterizado por pensamentos repetitivos e insistentes ou persistentes e ideias fixas, conhecidos também como obsessões, e atos e “procedimentos” repetitivos e “inevitáveis”, conhecidos também como compulsões. Na maioria desses casos os indivíduos apresentam também alguma dose, maior ou menor, de ansiedade e depressão. Em casos extremos, o indivíduo com esse tipo de transtorno pode ter também comportamento exageradamente inseguro, extremamente “organizador”, pode ter timidez excessiva e reduzida capacidade de desempenhar tarefas cotidianas ou trabalhos comuns para pessoas normais, mesmo tendo inteligência, experiência e conhecimentos suficientes para desempenhá-las de forma satisfatória.

De forma análoga à esquizofrenia, ela é um transtorno mental ou doença mental caracterizada por comportamentos um pouco bizarros, autoisolamento social (retraimento) e ideias obsessivas de que “algo pode dar errado” no trabalho que está executando, caso não faça duas, três, quatro ou mais “checagens” ou “verificações” para se “certificar” de que “está tudo em ordem”, de que a “máquina ou equipamento, por exemplo, está funcionando corretamente ou de que os papeis "estão em ordem", de que estão corretos. Ele tem medo exagerado de cometer erros no trabalho, inclusive, com sua autoconfiança prejudicada.

DEFINIÇÃO GERAL

O TOC ou transtorno obsessivo compulsivo é uma doença mental caracterizada por comportamento íntimo e social fora do normal (não necessariamente violento ou antissocial) e dificuldade de distinguir ou discernir com precisão o que é ou não é exagerado ou anormal em seu próprio comportamento. Ela é uma psicose caracterizada pela discordância ou incompatibilidade, desconexão, confusão mental ou incoerência entre os pensamentos e emoções e a rotina diária do indivíduo, seja em casa, no trabalho ou em reuniões sociais.

Esse transtorno é uma psicose em que o doente mental perde a noção adequada da real dimensão dos riscos diários que cercam os seres humanos considerados normais em suas atividades diárias, inclusive em sua vida pessoal e social, com a preocupação exagerada de que algo ruim possa acontecer se os “cuidados necessários”, “higienizações” e “profilaxias” não forem tomados, de uma forma tão exagerada que para as pessoas normais, para os observadores comuns ao seu redor, sem experiência em psicologia e psiquiatria, chega a soar ridículo, bizarro, cansativo ou excêntrico, inclusive para sua família, seus amigos, colegas de trabalho e parentes. O indivíduo com transtorno obsessivo compulsivo vive em um mundo extremamente inseguro”, “contaminado”, “desorganizado”, “nojento”, “caótico  e “sujo” o tempo inteiro, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana...

Ela é uma doença mental que afeta algumas funções básicas da mente humana, como o juízo crítico, as emoções e a percepção da realidade. A pessoa com transtorno obsessivo compulsivo é incapaz de distinguir os riscos reais e o medo exagerado no seu dia a dia. Na verdade, há psicólogos que afirmam que, neste caso específico, a expressão doença mental não ajuda, pelo contrário, só atrapalha o bom andamento das sessões de psicoterapia com o indivíduo com transtorno obsessivo compulsivo, por isso evitam o máximo possível citá-la durante o tratamento, para evitar rejeição ou resistência do paciente às técnicas de tratamento, no sentido de criar um vínculo de confiança com ele.

Ainda não há consenso entre a comunidade médica sobre a exata origem do transtorno obsessivo compulsivo, mas há inúmeros estudos que apontam para uma combinação de problemas ou predisposições químicos (as) e biológicos (as) do cérebro ou no cérebro, a maioria deles (as) inata (que nasceu com o indivíduo), e de fatores externos, acontecimentos traumatizantes ou carências afetivas e/ou sexuais, por exemplo, que, por sua vez, desencadeiam essas reações anormais ou disfunção (funcionamento anormal) do cérebro.

CONCEITO

Uma psicose é uma alteração global da personalidade de uma pessoa, que perturba as relações com sua família, com seus amigos e com a sociedade, muitas vezes perturbando também a relação do indivíduo (homem ou mulher) com os códigos e costumes da sociedade que o cerca, tornando-o eventualmente inconveniente, mas não necessariamente tornando o indivíduo violento ou insociável.

No caso específico do transtorno obsessivo compulsivo, a parte inicial da doença é caracterizada por um comportamento excessivamente tímido, “asséptico”, perfeccionista, “organizado”, cansativamente repetitivo, “simétrico”, “sistemático” e excessivamente cuidadoso. Curiosamente, esses pensamentos repetitivos (obsessões) e atos repetitivos (compulsões) são indesejados pelo próprio indivíduo com o transtorno, mas ele não consegue controlá-los.

A princípio, o perfeccionismo e o zelo não seriam problemas graves se fossem usados construtivamente. O problema começa quando ambos são tão exagerados que prejudicam o comportamento e a produtividade do indivíduo que sofre de transtorno obsessivo compulsivo. Uma analogia possível para explicar o transtorno obsessivo compulsivo e todos os seus sintomas seria a do computador: Pense no cérebro como se fosse um computador que consome eletricidade e precisa de algum tempo para executar as tarefas para as quais está programado, porém ele está infectado com vírus (o equivalente ao transtorno ou suas causas) e consome eletricidade demais e tempo demais para executar as tarefas, isso quando consegue concluí-las, pois na maioria das vezes nem sequer consegue concluir o seu trabalho.

É importante não confundir uma psicose com uma psicopatia, esta um distúrbio ou disfunção mental e/ou moral mais grave da personalidade do indivíduo, que o torna um sujeito antissocial ou até mesmo violento, frio, cruel, perigoso e perverso, nos casos mais graves, com uma aparente ausência de remorso ou arrependimento, com ausência de sentimento de culpa e, pior, com uma “capacidade” de esconder ou “camuflar” seus pensamentos, sentimentos, intenções e emoções mais sombrios...

É possível que um indivíduo psicótico (com psicose) apresente, eventualmente ou de vez em quando, comportamento violento, frio, perigoso ou calculista, mas geralmente, na grande maioria das vezes ou na maioria dos casos, os indivíduos psicóticos são inofensivos ou, pelo menos, na maior parte de suas vidas, apresentam baixo risco.

Já os indivíduos psicopatas (com psicopatia) são uma fonte constante de problemas para a sociedade e até para a própria família, eles são dissimulados, manipuladores e astutos, pra dizer o mínimo... Uma parte significativa da classe dos profissionais de saúde mental nem sequer considera a psicopatia uma doença, preferem entendê-la com um traço de comportamento ou traço de personalidade... Na verdade, de modo geral, na grande maioria dos casos, o indivíduo psicótico é um sofredor enquanto o indivíduo psicopata é um sádico, manipulador e enganador...

PRIMEIRAS TEORIAS
Pelo que se sabe, os primeiros conceitos acerca do transtorno obsessivo compulsivo foram estabelecidos no século XIX por vários profissionais europeus e americanos da saúde mental, dentre eles o conceituado, respeitado e famoso psicólogo austríaco, tcheco e judeu Sigmund Freud, com a sua contribuição para a criação de uma classificação de transtornos mentais, na qual estava o transtorno obsessivo compulsivo, mas ainda com o uso de termos diferentes para designar ou indicar a mesma coisa, como, por exemplo, neurose obsessiva, folie du doute e délire du toucher, dentre outros termos. A partir daí, sobre essa base estabelecida pelo psiquiatra austríaco e seus colegas europeus e americanos, o termo transtorno obsessivo compulsivo passou a ter ampla aceitação nos meio acadêmicos, décadas depois.

Entre os sintomas mais comuns do transtorno obsessivo compulsivo estão imaginações, ilusões, ideias e pensamentos, todos eles repetitivos e insistentes, tão insistentes que chegam a causar incômodo no próprio indivíduo com o transtorno, acompanhados ou não de pensamentos um pouco confusos ou pouco claros, diminuição da interação social e da expressão de emoções, com uma parte dos casos acompanhados de falta de motivação, já que o desperdício de energia e tempo com rituais, ruminações e “checagens” sem muita importância provoca apatia e cansaço no próprio indivíduo com o transtorno. 

De modo geral, mas não sempre, as pessoas com transtorno obsessivo compulsivo apresentam outros problemas de saúde mental, como distúrbios de ansiedade, depressão e hipocondria, neste caso o medo ou a “convicção” de que está doente. Os sintomas geralmente manifestam-se de forma gradual, principalmente a partir da adolescência ou do início da fase adulta, mas raramente começa depois dos 45 anos, porém há casos em que, somente após esta idade, o indivíduo toma conhecimento de que o controle da doença é possível.

Os sintomas do TOC ou transtorno obsessivo compulsivo são variados, chegando até ao ponto do indivíduo ruminar de forma quase interminável questões religiosas e filosóficas, com excesso de escrúpulos, inclusive, de forma cansativa para os que estão à sua volta. Sejam quais forem os sintomas, é importante a compreensão da família, dos amigos e dos colegas de trabalho, combinados com o esforço e a atenção dos profissionais de psiquiatria e psicologia para não confundi-la com os sintomas de outras doenças mentais, como, por exemplo, a esquizofrenia, a paranoia e a síndrome do pânico, que são semelhantes ou análogos, dependendo de cada caso.

Há casos registrados de indivíduos com transtorno obsessivo compulsivo que não receberam tratamento adequado a tempo e seus casos se agravaram, chegando ao ponto de se tornarem esquizofrênicos, mas, de modo geral, o transtorno obsessivo compulsivo não costuma destruir completamente a inteligência e a consciência do indivíduo sobre o que se passa à sua volta, pelo contrário, na grande maioria dos casos, com o tratamento adequado por psicoterapia e medicamentos, a capacidade intelectual, a consciência e a criatividade do indivíduo voltam ao normal quando a doença é controlada. Aliás, note que o termo usado aqui é controle e não cura, porque se trata de uma doença crônica, portanto sem cura completa.

Cerca de 3% da população brasileira já teve algum ou alguns dos sintomas de transtorno obsessivo compulsivo em algum momento ou fase de suas vidas, mas, infelizmente, muitos, por desconhecimento, preconceito ou vergonha, não procuram ou se recusam a procurar ou aceitar ajuda psicológica e/ou psiquiátrica, inclusive porque “acham” que psicólogo e psiquiatra “só cuidam de loucos” e não querem correr o risco de ser confundidos. Além disso, o transtorno obsessivo compulsivo não é “frescura”, é uma doença grave que se não for tratada de forma adequada prejudicará os relacionamentos pessoais (amorosos, inclusive), os relacionamento sociais e o trabalho do indivíduo.

Falar sozinho, de forma intensa, compulsiva e desmedida, diariamente e de forma inconveniente, até mesmo na frente de outras pessoas, estranhas ou conhecidas, também é um sinal de transtorno obsessivo compulsivo. Nesse caso a família da pessoa em questão deve levá-la a um profissional para tirar suas dúvidas a respeito desse comportamento estranho.

De forma análoga à diabetes, por exemplo, o transtorno obsessivo compulsivo não tem cura e o tratamento se concentra em manter a situação sob controle com o uso de medicamentos e psicoterapia, reduzindo de forma consistente e significativa a frequência e intensidade dos sintomas. Nos casos mais graves, sem tratamento adequado, a doença pode durar anos ou a vida inteira da pessoa. Somente o trabalho em conjunto de um psiquiatra, o único que pode prescrever medicação, e um psicólogo, que atua no lado da abordagem, por meio de métodos psicológicos, dos fatores que podem ter desencadeado o transtorno obsessivo compulsivo no paciente, é possível fazer um tratamento adequado da doença. É fundamental então o esclarecimento e a compreensão da família e dos amigos da pessoa com o transtorno no sentido de levá-la até a presença dos médicos, sem os quais a situação tende somente a piorar...

O transtorno obsessivo compulsivo é uma doença enigmática, mas já existem estudos que apontam para as prováveis causas dessa psicose. Já existe consenso nos meios acadêmicos e na comunidade médica de que o transtorno pode ser causado por uma combinação de fatores, dentre eles a predisposição genética ou hereditária, ou seja, uma tendência física que já nasce com a pessoa, é inata; o ambiente que a cerca, inclusive as ocorrências de traumas físicos ou psicológicos, estupros, inclusive; a ocorrência de doenças traumatizantes; as inúmeras pressões da sociedade e da própria família, de natureza comportamental, educacional, social e religiosa, de competição acirrada no mercado de trabalho, inclusive; guerras ou conflitos armados; tragédias naturais, incluindo furacões, terremotos e inundações, com ou sem danos físicos, mas geralmente causando danos psicológicos; traições amorosas ou o simples fim de um relacionamento amoroso; morte repentina, por acidente ou assassinato, por exemplo, de alguém importante na família ou de um amigo.

Assim, não é difícil perceber que as causas externas agem como desencadeantes de uma predisposição natural, inata, na pessoa. E mais ainda, se a pessoa não tivesse passado por esses fatores desencadeantes talvez a doença não tivesse se manifestada ou surgida em toda a sua vida, muitas vezes passando até despercebida.

Estudos das décadas mais recentes, com análise de 500.000 marcadores genéticos, como, por exemplo, o realizado pela Universidade Johns Hopkins, com uma amostra de mais de 1.000 famílias, apontaram para o gene PTPRD (aprendizado e memória) como um dos prováveis fatores presentes nos casos de TOC ou transtorno obsessivo compulsivo.

Por outro lado, o psiquiatra Sigmund Freud possuía uma teoria mais radical, a de que todos os casos de neurose obsessiva tinham origem em questões sexuais, geralmente a não satisfação sexual ou a repressão da sexualidade pelo próprio indivíduo, por algum motivo, como, por exemplo, por imposição da própria família ou de sua religião ou pelo próprio indivíduo (homem ou mulher) ter receio de doenças sexualmente transmissíveis e/ou gravidez não planejada.

É importante também que o internauta / leitor não confunda uma simples depressão, que também é uma psicose, com o transtorno obsessivo compulsivo, que é mais complexo. Qualquer ser humano na face da Terra (a grande maioria dos humanos, principalmente as pessoas mais sensíveis) está sujeito a ter uma depressão, bastando que ocorram os fatores desencadeantes citados acima.

Mas em relação ao transtorno obsessivo compulsivo, somente pessoas já com a predisposição genética ou hereditária para o transtorno desenvolvem esta doença. Tanto é assim que, de modo geral, os profissionais de medicina que tratam a doença, psiquiatras e psicólogos, principalmente, perguntam se há casos semelhantes na família da pessoa em questão, é uma das primeiras perguntas que eles fazem.

O tratamento do transtorno obsessivo compulsivo costuma ser necessário por toda a vida do paciente e geralmente envolve uma combinação de medicamentos, psicoterapia e serviços de cuidados especializados. Entre as medicações usadas estão os antidepressivos e ansiolíticos, incluindo os inibidores seletivos de recaptação de serotonina e, em um número menor de casos, a clomipramina.

ESTATÍSTICAS

O TOC ou transtorno obsesssivo compulsivo é uma doença mental relacionada no DSM-V - Diagnostic and Statistic Manual of Mental Disorders, sigla em inglês que significa Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, de acordo com as convenções médicas da Associação Americana de Psiquiatria. Trata-se de uma das dez maiores doenças mentais presentes na humanidade.

Esse transtorno ou neurose obsessiva não se manifesta em bebês, mas há casos raros do aparecimento dos sintomas da doença mental em crianças. O surgimento da doença entre adolescentes e jovens é mais comum. Entre adolescentes, jovens e adultos a manifestação da doença é mais comum em uma pequena parcela de aproximadamente 3% da população mundial, de forma mais grave ou menos grave, variando de caso a caso.

Aqui no Brasil, o número estimado de indivíduos que apresentam quadros de transtorno obsessivo compulsivo gira em torno de 2.000.000, mas ressaltando que esse número pode ser maior, pois muitos indivíduos têm vergonha, timidez ou preconceito de procurar ajuda profissional, não querem ser "confundidos com os loucos".

Os primeiros sintomas costumam aparecem entre 15 e 30 anos de idade e a proporção de homens e mulheres afetados é equilibrada. É pouco comum o aparecimento da doença após os 45 anos de idade, mas o profissional de saúde mental precisa ficar atento, pois são comuns casos de pessoas que só procuram ajuda profissional depois dessa idade.

Os sintomas ou sinais mais comuns de TOC são os seguintes:
  • Incômodo com uma suposta "sujeira", uma espécie de obsessão por limpeza, o que o impele a manter hábitos exagerados de limpeza, tanto em relação a si mesmo, como em relação ao cônjuge, aos filhos, aos parentes e aos empregados;
  • Dúvidas em excesso e necessidade de confirmação de que tudo "está em ordem" na rotina diária, inclusive em casa e no trabalho, o que o impele a checar inúmeras vezes as portas, as janelas, a válvula do gás de cozinha, as torneiras de casa, os eletrodomésticos, o portão da residência, a carteira de documentos, a trava elétrica do carro, etc;
  • Mania de simetria, exatidão, ordem ou alinhamento de objetos, como, por exemplo, os cabides no guarda-roupas, os itens de cama, mesa e banho, além da disposição dos pratos, talheres e copos na mesa ou no armário;
  • Desejos e pensamentos obsessivos, com eventuais insultos e agressões verbais (não necessariamente violência física), às pessoas próximas, cônjuge (o que, inclusive, pode causar a separação do casal), filhos, pais, avós e empregados, por exemplo;
  • Acúmulo de objetos sem utilidade, chamado de colecionismo, que é quando o indivíduo acumula coisas sem sentido, em excesso, dentro de casa ou no quintal;
  • Excesso de preocupação com doenças físicas, como câncer, AIDS, problemas cardíacos e AVC, por exemplo;
  • Preocupação exagerada com doutrinas religiosas, acompanhada de medo excessivo de sua alma "ir para o inferno" após a morte, dependendo da religião do indivíduo;
  • Superstição generalizada, incluindo relacionada a números, nomes, roupas, animais, cores, datas, horários, objetos e palavras;

Há registros médicos que apontam para o consumo de maconha e cocaína como fatores desencadeantes do transtorno obsessivo compulsivo.

Não é comum que o transtorno obsessivo compulsivo tenha relação direta com as parafilias, como a pedofilia, por exemplo, mas há psicólogos que ainda sustentam essa suposta relação entre as duas coisas, por algum motivo que ainda não está claro...

Há casos raros registrados de indivíduos com transtorno obsessivo compulsivo que cometeram suicídio, mas não está claro os reais fatores que os levaram a essa “decisão” extrema, se o fator determinante foi o transtorno em si ou outro fato, acontecimento ou situação, associados ao transtorno ou de forma independente...

CONCLUSÃO

O transtorno obsessivo compulsivo é um problema mundial de saúde pública, ele não ocorre somente no Brasil. Ele desconhece fronteiras, classes sociais, etnias, gêneros e nacionalidades, sexualidade, raças e níveis educacionais e culturais. E além dos problemas diários causados pela própria doença mental, os indivíduos com o transtorno sofrem preconceito da sociedade...

As camadas mais altas da sociedade, a média e a alta, também sofrem de transtorno obsessivo compulsivo, na mesma porcentagem de 3% que afeta a camada mais baixa, mas com a diferença de que nas camadas de cima o grau de conhecimento e esclarecimento dos familiares, amigos e colegas de trabalho é maior, portanto as chances do indivíduo conseguir levar uma vida normal são maiores, com tratamento adequado.

Entre famosos que apresentam e/ou apresentaram, em maior ou menor grau, problemas de transtorno obsessivo compulsivo estão o ator americano Alec Baldwin (Caçada ao Outubro Vermelho), a atriz americana Cameron Diaz (Casamento do Meu Melhor Amigo), o ator britânico Daniel Radcliffe (Harry Potter), o jogador de futebol David Beckham, o apresentador de TV brasileiro Jô Soares, o cantor americano Justin Timberlake, a cantora americana Kate Perry, o ator americano Leonardo DiCaprio (Titanic), a artista brasileira Luciana Vendramini (Xou da Xuxa), o cantor brasileiro Roberto Carlos e a atriz americana Megan Fox (Transformers), entre outros.

A partir de 2020, o discernimento sobre os casos de transtorno obsessivo compulsivo se tornou mais difícil (mas não impossível) para profissionais de saúde mental. Os psicólogos e psiquiatras precisam agora redobrar a atenção para não confundir o transtorno mental com os comportamentos assépticos e os receios relacionados às novas exigências em um mundo infectado pelo Covid 19.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Guia Entenda o Que é TOC / Editora On Line
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_obsessivo-compulsivo

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