SUPER TUCANO (FORÇA AÉREA BRASILEIRA)

EMBRAER ALX SUPER TUCANO
EMBRAER EMB-314 SUPER TUCANO
EMBRAER A-29 SUPER TUCANO


INTRODUÇÃO
O moderno Embraer EMB-314 Super Tucano é uma robusta e eficiente aeronave monomotor de médio porte e alta performance para uso exclusivamente militar, em missões de treinamento avançado, patrulhamento, reconhecimento, interceptação de aeronaves lentas e ataque leve ao solo, com motorização turboélice e asa baixa, de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, projetada e desenvolvida na década de 1990 pela Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica, com participação e acompanhamento da FAB – Força Aérea Brasileira, que utilizaram como base para sua criação e desenvolvimento o monomotor turboélice para treinamento militar Embraer EMB-312 Tucano, com um número significativo de mudanças, melhorias e modernizações que tornaram o projeto do Embraer EMB-314 Super Tucano quase totalmente novo em relação ao seu antecessor, inclusive mais comprida.

Os principais concorrentes do sofisticado Embraer EMB-314 Super Tucano são o turboélice monomotor para treinamento militar Beechcraft T-6 Texan II, fabricado nos Estados Unidos pela Textron Aviation, e o turboélice monomotor de treinamento militar Pilatus PC-9, fabricado na Suíça pela Pilatus Aircraft.

A EMBRAER S.A.
A Embraer S.A. é uma grande fabricante brasileira de aviões comerciais, executivos, militares e utilitários. Atualmente, ela é uma empresa de capital misto, com predominância de capital privado, com acionistas estrangeiros, inclusive. A sua sede está localizada em São José dos Campos, interior do Estado de São Paulo. Ela foi privatizada na década de 1990 e entregou mais de 100 aeronaves em 2017, com uma carteira de encomendas de cerca de 400 unidades para os quatro anos seguintes.

Considerando receitas e número de aeronaves fabricadas, a empresa brasileira Embraer S.A. é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta e a quinta maior fabricante de jatos executivos. Ela foi fundada como uma estatal no início da década de 1970 e, desde a sua fundação, fabricou mais de 8.000 unidades, incluindo aviões comerciais para a aviação regional; aviões executivos em geral, entre eles jatos bimotores, turboélices bimotores, bimotores e monomotores a pistão; aviões utilitários para aviação agrícola; e aviões militares para treinamento e combate; sendo que a maioria deles ainda está em condições de voo.

Em unidades vendidas, a empresa brasileira Embraer S.A. é uma das maiores fabricantes de aeronaves comerciais, aeronaves executivas, aeronaves utilitárias para uso agrícola e aeronaves militares. Comparando receitas, a Embraer foi o quarto maior grupo fabricante de aeronaves civis do planeta em 2014, somando os números de todas as unidades da empresa, no Brasil e no exterior, com receita bruta de aproximadamente US$ 5,6 bilhões. Com o recuo gradativo da canadense Bombardier Incorporated no mercado de aviação comercial, nos anos mais recentes, a Embraer S.A. assumiu a terceira posição entre as maiores fabricantes de aviões civis do mundo, atrás apenas da Airbus e da Boeing.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O poderoso Embraer EMB-314 Super Tucano, aqui no Brasil conhecido também como Embraer A-29 Super Tucano, este o nome usado pela FAB – Força Aérea Brasileira, é um bem sucedido modelo de turboélice militar blindado de médio porte e alta performance, criado e desenvolvido pela Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica na década de 1990 para atender os requisitos de seu principal cliente, a FAB - Força Aérea Brasileira. Ele é um caça militar de ataque leve e está atualmente em fase de fabricação em série e em larga escala, no Brasil e nos Estados Unidos, para atender pedidos de várias forças armadas da América Latina, da Ásia, do Oriente Médio, da África e da Oceania, com flexibilidade e versatilidade para uma variedade de missões, incluindo treinamento avançado; reconhecimento; interdição ou interceptação; patrulhamento de territórios (ar, terra e mar); apoio a operações militares em geral, com ataques ao solo e no ar; e até exibições aéreas militares.

A aeronave é vendida em duas versões principais, o modelo Embraer EMB-314 Super Tucano biposto, conhecido também como Embraer A-29B Super Tucano, com dois assentos em tandem (um atrás do outro), usado no Brasil, por exemplo, principalmente para treinamento avançado de novos pilotos que estudaram na Academia da Força Aérea Brasileira e estão na fase de transição para operação de jatos militares avançados de alta e altíssima performance; e o modelo Embraer EMB-314 Super Tucano monoposto, conhecido também como Embraer A-29A Super Tucano, usado para operações militares reais de patrulhamento, interceptação e apoio a missões militares em solo.

O potente Embraer EMB-314 Super Tucano foi projetado para uma variedade de missões militares, é uma aeronave militar multifunção, ou seja, versátil e flexível, projetada para desempenhar uma variedade de missões aéreas ou de apoio a operações militares terrestres, incluindo operações de policiamento / patrulhamento de fronteiras; dissuasão; interceptação de aeronaves clandestinas de baixo desempenho; e treinamento avançado. Com esse projeto de aeronave militar de ataque leve a Embraer pretendia e pretende se manter firme na faixa de mercado que existe atualmente entre os aviões turboélices e a pistão de treinamento militar e os caças militares a jato de altíssima performance de 4ª geração e/ou 5ª geração.

O fabricante destaca que algumas das principais vantagens do Embraer EMB-314 Super Tucano é a sua boa velocidade de cruzeiro e a sua flexibilidade operacional, afinal é um turboélice monomotor para uso militar potente e com trem de pouso reforçado para operação em pistas de pouso curtas, podendo até usar trechos de rodovias, se necessário, dependendo de cada caso, a pedido do cliente governamental. O avião militar brasileiro é um projeto quase totalmente novo em relação ao seu antecessor, com fuselagem mais comprida, asas reforçadas para uma capacidade de carga útil maior, incluindo armamentos leves ou de médio poder de fogo, e com alta tecnologia de aviônicos e outros sistemas.

O projeto Embraer ALX, um dos mais avançados programas militares desenvolvidos em território brasileiro, um projeto criado e desenvolvido pela Embraer para atender os requisitos da FAB – Força Aérea Brasileira, que foi a operadora governamental de lançamento da aeronave, resultou em um avião militar monomotor turboélice com um alto nível de sofisticação, nunca antes encontrado em um modelo brasileiro de aeronave militar ou modelo militar de fabricação estrangeira operada por militares brasileiros, até mesmo se comparado a jatos supersônicos em operação no Brasil e pelo Brasil na década de 1990, com a integração de uma variedade de sistemas de alta tecnologia, entre eles o moderníssimo EFIS – Electronic Flight Instrument System, com dois MFD – Multi Function Display, um HUD – Head Up Display; o também moderníssimo HOTAS – Hands On Throttle and Stick, para permitir que o piloto cumpra as missões com pouca necessidade de tirar as mãos da (ou do) manete de potência e do manche; o NVG – Night Vision Goggles ou óculos de visão noturna; o FLIR – Foward Looking Infrared, uma espécie de sensor infravermelho que detecta sutis diferenças de calor no ambiente, o que por sua vez pode ser um indicativo ou sinal de presença de tecnologia humana (aeronaves, por exemplo) à sua frente; piloto automático com diretor de voo, GPS – Global Positioning System e sistema inercial de navegação;

O avião está equipado também com o MDP, um processador de missão, o cérebro eletrônico da aeronave, um computador de bordo de alta capacidade de processamento que gerencia praticamente toda a missão, controlando o funcionamento do motor e o consumo de combustível, baseado, é claro, nas solicitações de potência do piloto, e controlando as comunicações, a navegação e até a pontaria das armas, entre várias outras funções. Esse computador processa, por exemplo, os dados coletados por sensores espalhados pelos sistemas da aeronave e entrega as informações mais úteis ao piloto para que ele tome as decisões mais adequadas em cada fase da missão.

O HUD – Head Up Display é uma tela semi-transparente fixada na altura dos olhos do piloto. Ela é um aviônico que aumenta a precisão e a consciência situacional dos pilotos da aeronave em relação ao horizonte, à velocidade, à altitude ou altura, ao rumo e em relação ao terreno sobrevoado;

O monomotor turboélice brasileiro Embraer EMB-314 Super Tucano pode ser armado com metralhadoras, mísseis e bombas, todos esses de baixo e/ou médio poder de fogo. Ele tem uma variedade de sistemas de alta tecnologia embarcada para melhorar a eficiência e aumentar a precisão das missões programadas.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Depois de fabricar em larga escala e com grande sucesso o turboélice monomotor para treinamento militar Embraer EMB-312 Tucano, com mais de 620 unidades fabricadas, e com relativo sucesso o jato militar de ataque leve Embraer AMX, com cerca de 200 unidades fabricadas, a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica deu um passo adiante a partir da década de 1990 com a criação e o início do desenvolvimento do turboélice monomotor de treinamento e ataque leve Embraer EMB-314 Super Tucano, com o acompanhamento da FAB – Força Aérea Brasileira nessas duas fases, já que se tratava e se trata da principal cliente militar da empresa aeronáutica brasileira.

É consenso no meio aeronáutico que a Embraer deu um passo adiante em termos de capacidade tecnológica militar, inclusive com a integração de sistemas militares avançados, com o desenvolvimento de um produto militar eficiente e altamente tecnológico, com a consequente fabricação em larga escala de um modelo de destaque no segmento de turboélices monomotores de treinamento e ataque leve, um dos melhores de sua classe.

Em relação ao seu antecessor Embraer EMB-312 Tucano, conhecido também, aqui no Brasil, como Embraer T-27 Tucano, o atual Embraer EMB-314 Super Tucano é 1,5 metro mais comprido; tem a mesma envergadura (distância entre as duas pontas de asas); possui a mesma altura; tem um canopi (cabine de pilotagem) maior; tem motor mais potente, com aumento de 750 shp para 1600 shp; tem uma maior capacidade de transporte de armas, com peso máximo de decolagem aumentado de 3.175 kg para 5.300 kg; tem asas e trem de pouso mais robustos, justamente para suportar a maior carga útil; tem uma velocidade de cruzeiro aumentada de 450 km/h para 520 km/h, podendo chegar a 580 km/h em casos extremos, por tempo limitado.

Nas décadas de 1990 e 2000, com a implantação do projeto SIPAM – Sistema Integrado de Proteção da Amazônia, no qual está inserido o SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia, a FAB – Força Aérea Brasileira identificou a necessidade de uma aeronave de ataque, em conjunto com as aeronaves militares bimotoras a jato de sensoriamento Embraer E-99 e Embraer R-99, para compor o segmento aéreo do projeto, responsável inclusive pela interceptação de aeronaves clandestinas / ilícitas na região Amazônica e pelo patrulhamento de fronteiras.

O turboélice monomotor brasileiro Embraer EMB-314 Super Tucano foi então incluído na frota da FAB – Força Aérea Brasileira inicialmente para desempenhar missões de treinamento avançado e missões relacionadas ao SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia, este um projeto iniciado na década de 1990 e inaugurado oficialmente a partir do início da década de 2000. Posteriormente, a aeronave se mostrou extremamente flexível para desempenhar outras missões, inclusive como parte de um amplo trabalho de monitoramento de fronteiras e destruição de pistas de pouso clandestinas.

Entre os requisitos operacionais solicitados pela FAB – Força Aérea Brasileira estavam a característica de servir para treinamento de novos pilotos militares de caças de alto e altíssimo desempenho. Assim o turboélice brasileiro Embraer EMB-314 Super Tucano substituiu na década de 2000 o jato militar de treinamento Embraer EMB-326 Xavante, com a vantagem de ser tecnologicamente mais avançado, portanto mais afinado com os novos tempos e mais adequado para treinamento de pilotos.

Pelas características da região Amazônica, com extensa área de floresta fechada, com alta incidência de chuvas, altas temperaturas e umidade elevada, foi definido pela FAB – Força Aérea Brasileira que a aeronave deveria ser um turboélice de ataque leve, com boa autonomia e raio de ação, capaz de operar tanto de dia como à noite, em qualquer condição meteorológica, a partir de pistas curtas e desprovidas de infraestrutura mais sofisticada, entre outros requisitos.

Como cliente de lançamento da aeronave militar, a FAB – Força Aérea Brasileira recebeu as primeiras unidades de série em 2004, que passaram imediatamente a desempenhar suas funções na Base Aérea de Natal, localizada na Região Nordeste do Brasil. Atualmente, as unidades brasileiras de Embraer EMB-314 Super Tucano estão baseadas na Base Aérea de Natal, a capital do estado do Rio Grande do Norte (2º / 5º GAv), onde está realizado o CFPC – Curso de Formação dos Pilotos de Caça; na Base Aérea de Boa Vista, na capital do estado de Roraima (1º / 3º GAv); na Base Aérea de Porto Velho, na capital do estado de Rondônia (2º / 3º GAv); e na Base Aérea de Campo Grande, na capital do estado de Mato Grosso do Sul (3º / 3º GAv);

A Embraer ofereceu o produto Embraer EMB-314 Super Tucano a vários operadores militares de vários continentes e conseguiu até o momento encomendas de várias nações, incluindo Estados Unidos, Chile, Colômbia, Angola, Equador, Filipinas, Gana, Honduras, Indonésia, Líbano, Mali, Nigéria e Senegal, com dezenas de unidades já fabricadas e entregues a essas nações.

Como principal cliente da Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica (na época ainda não existia a subsidiária fabricante de aeronaves militares Embraer Defesa e Segurança), a FAB – Força Aérea Brasileira escolheu a dedo alguns dos principais fornecedores de peças, partes e componentes que são usados na montagem do Embraer EMB-314 Super Tucano, entre eles a fabricante canadense de motores aeronáuticos Pratt & Whitney Canada, uma subsidiária da gigante americana Raytheon Technologies / United Technologies. O turboélice militar fabricado no Brasil é tracionado por um potente motor Pratt & Whitney PT-6A com 1.600 shp, com hélice de cinco pás Hartzell, uma marca americana.

Esse motor turboélice faz parte da mesma família de motores que impulsiona os aviões turboélice Embraer EMB-312 Tucano (militar), Beechcraft King Air (civil e militar), Embraer EMB-121 Xingu (civil e militar),  Piper Malibu Meridian (civil), Cessna Grand Caravan (civil e militar), Embraer EMB-110 Bandeirante (civil e militar), e Pilatus PC-12 (civil e militar), que, aliás, estão entre os aviões monomotores e bimotores mais bem sucedidos e/ou confiáveis do mundo.

A criação, o desenvolvimento do projeto, com a fabricação dos protótipos do Embraer EMB-314 Super Tucano, envolvendo a integração de tecnologias, sistemas eletrônicos e aviônica, inclusive, foram de responsabilidade da Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica. Atualmente, a fabricação dos aviões de série é realizada pela Embraer Defesa e Segurança, unidade da Embraer criada em 2010, localizada no município de Gavião Peixoto, no interior do Estado de São Paulo.

A fabricante brasileira Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica assinou com o Governo Brasileiro, em 1991, o primeiro contrato para produção em série do turboélice militar Embraer EMB-314 Super Tucano, com o custo unitário de aproximadamente US$ 8,5 milhões por aeronave encomendada, em valores atualizados pela inflação. A encomenda da FAB – Força Aérea Brasileira, de quase 100 unidades do avião, também incluiu valores adicionais de peças de reposição e treinamento de mecânicos, entre outros.

O conceito norteador do Projeto ALX foi o de possibilitar a operação na Região Amazônica Brasileira com o mínimo de infraestrutura, sendo que várias melhorias com relação ao projeto inicial foram adotadas pela Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, entre elas:
  • Abastecimento de combustível por pressão;
  • Capota do motor com painéis de acesso;
  • OBOGS, um sistema gerador de oxigênio de bordo;
  • HSI, um indicador de situação horizontal;
  • Extensão do overhaul, a revisão geral do motor;
  • Extensão da vida útil da fuselagem aeronave;
  • Conceito built in test ,  um auto teste para os aviônicos;
  • Registro automático dos dados de voo;
  • Ar condicionado com ciclo de ar;
  • Sistema de chaff's / flare's, com alerta de aproximação de mísseis;
  • Assentos ejetáveis zero-zero melhorados;
  • Canopi reforçado para impacto com pássaros;
A cabine do piloto recebeu blindagem capaz de resistir a projéteis de até 12,7 milímetros. Além disso, duas metralhadoras de 12,7 milímetros foram instaladas internamente nas asas do avião; cinco pontos de fixação ou hard points para até 1.500 kg de cargas externas, capazes de reconhecer o tipo de armamento colocado nesses pontos; provisões para amplo leque de armamentos alojados em pods; bombas convencionais e inteligentes, mísseis ar-superfície e ar-ar de curto alcance, podendo esses, serem apontados pelo HMD – Helmet Mounted Display, um sistema de apresentação instalado no capacete do piloto.

MERCADO
Logo acima, ilustração simplificada do mapa mundi com os países compradores e/ou operadores do Embraer EMB-314 Super Tucano, todos em azul. Logo abaixo, vídeo curto com o avião militar brasileiro, utilizado por 12 forças armadas em várias partes do mundo.



O projeto da aeronave militar turboélice de combate aéreo leve Embraer EMB-314 Super Tucano é o resultado de um estudo de mercado realizado por executivos da Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica na década de 1990, que conseguiram identificar uma faixa de mercado um degrau acima da capacidade de treinamento e ataque leve do seu antecessor Embraer EMB-312 Tucano, aquele com peso máximo de decolagem maior, mais potência e sistemas mais avançados. O antecessor Embraer EMB-312 Tucano já havia vendido mais de 600 unidades nas décadas de 1980 e 1990 quando os executivos da Embraer perceberam que essa era uma faixa carente de um competidor a mais, com desempenho superior e sistemas mais sofisticados que seu antecessor.

Segundo uma fonte, custo total de criação e desenvolvimento do Embraer EMB-314 Super Tucano teria sido de cerca de US$ 300 milhões, em valores da época, parte desse valor coberto pela FAB - Força Aérea Brasileira e parte coberto pela própria Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica. Acredita-se que o break-even (retorno financeiro) do projeto já tenha sido alcançado com as vendas de mais de 240 unidades do modelo.

O Embraer EMB-314 Super Tucano está atualmente na fase de fabricação em série e em larga escala, com mais de 240 unidades fabricadas, no Brasil e nos Estados Unidos, com quase 100 unidades vendidas à FAB – Força Aérea Brasileira, e com dezenas encomendadas por várias forças aéreas, incluindo uma importante encomenda das Forças Armadas Americanas, o que praticamente consolidou a reputação de confiabilidade, eficiência e qualidade do modelo em todo o mundo, já que essa é uma das forças aéreas mais exigentes do mundo.

Em 2007, uma esquadrilha de Embraer EMB-314 Super Tucano de propriedade da Força Aérea Colombiana, fazendo uso de bombas Mk-82, atacou posições da chamada FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia dentro da selva daquele país. Foi a primeira ação militar real na qual foi utilizado intensivamente em combate o turboélice fabricado no Brasil. Em 2008, foi realizada mais uma operação da Força Aérea Colombiana contra esse grupo paramilitar clandestino e terrorista, mas dessa vez numa operação combinada envolvendo vários modelos de aeronave, com apoio da CIA – Central Intelligence Agency dos Estados Unidos.

Outras missões importantes executadas com sucesso ou relativo sucesso pelo Embraer EMB-314 Super Tucano foram as seguintes:
  • Força Aérea do Afeganistão, com mais de 2.000 ataques aéreos em território afegão, inclusive contra o grupo terrorista Talibã ou Taleban;
  • Força Aérea Brasileira, trabalho em conjunto com Exército Brasileiro, PF - Polícia Federal Brasileira, Marinha Brasileira, PM - Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal para execução das operações Ágata 1, Ágata 2 e Ágata 3, em 2011, com abordagem padronizada de aeronaves, automóveis e embarcações clandestinas em território brasileiro, transportando drogas ilegais, destruição de pistas de pouso clandestinas, mineração clandestina, extração clandestina de madeira e tráfico de animais silvestres;
  • Força Aérea do Chile, executando missões de patrulha;
  • Força Aérea do Equador, executando missões de patrulha;
  • Força Aérea da Indonésia, executando missões de patrulha;
  • Força Aérea do Líbano, executando missões de patrulha;
  • Força Aérea da Nigéria, executando missões de patrulha;
  • Força Aérea de Angola, executando missões de patrulha;
  • Força Aérea de Gana, executando missões de patrulha;
  • Força Aérea do Senegal, executando missões de patrulha;

Atualmente, a aeronave tem o preço entre US$ 9,8 milhões e US$ 15 milhões para compradores estrangeiros, dependendo das configurações de sistemas solicitados. Geralmente, grandes compradores governamentais conseguem descontos no preço, dependendo da quantidade negociada.

Os exemplares são fabricados no Brasil pela Embraer Defesa e Segurança e nos Estados Unidos pela Sierra Nevada Corporation, neste caso sob licença da Embraer.

NO BRASIL
Aeronaves de combate da FAB – Força Aérea Brasileira fazem parte do SISDACTA – Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo. Esse sistema de defesa aérea é composto também por uma rede de equipamentos usados no monitoramento e rastreamento do espaço aéreo brasileiro, para identificar e localizar aeronaves em geral que sobrevoam o território brasileiro.

De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565), de 1986, alterado pela Lei do Abate (Lei 9.614), de 1998, e, posteriormente, regulamentada pelo Decreto 5.144, de 2004, se os militares brasileiros detectam suposto tráfego aéreo clandestino ou que seja considerado uma suposta ameaça contra o país então imediatamente uma ação preventiva de abordagem é iniciada, para conferir, reconhecer e discernir se se trata de uma ameaça militar real ou potencial, tráfico de drogas ou de armas, sequestro ou roubo de aeronave civil, ou, caso contrário, apenas um problema técnico nos equipamentos de bordo da aeronave inofensiva abordada, que impossibilita o seu contato com qualquer um dos CINDACTA`s em operação no Brasil.

Assim, as funcionalidades dos Embraer EMB-314 Super Tucano estão sendo e/ou serão combinadas com as funcionalidades do moderníssimo e sofisticadíssimo Saab JAS-39 Gripen NG, dos jatos bimotores de sensoriamento Embraer E-99 e Embraer R-99 e do poderoso drone de fabricação israelense Elbit Hermes 900 para formar um eficiente sistema de proteção do território brasileiro, juntamente com veículos e armas do Exército Brasileiro e da Marinha Brasileira.

Por exemplo, aqui no Brasil, em 2009, duas aeronaves Embraer EMB-314 Super Tucano da FAB – Força Aérea Brasileira, vetoradas (orientadas) por uma aeronave bimotor a jato Embraer E-99, fizeram uma abordagem padronizada, prevista na atual legislação brasileira, de aeronave em situação de clandestinidade no território brasileiro, sobrevoando o município de Alta Floresta do D’Oeste, no Estado de Rondônia. Foi utilizado um procedimento padrão de interceptação, com uma rajada de advertência com uso de metralhadoras de 12,7 milímetros, praticamente forçando o Cessna 206 StationAir em uso por narcotraficantes, procedente da fronteira entre o Brasil e a Bolívia, a fazer um pouso. A bordo do Cessna 206 StationAir, foram encontrados 176 kg de pura pasta base de cocaína que poderiam ser transformadas em quase uma tonelada da droga. Os dois ocupantes da aeronave foram presos pela PF - Polícia Federal Brasileira, ambos no município de Pimenta Bueno, também no Estado de Rondônia, após tentativa de fuga.

O turboélice brasileiro é usado também pela FAB - Força Aérea Brasileira para exibições aéreas, por meio da Esquadrilha da Fumaça, que possui 12 unidades para acrobacias, com uma média de 100 apresentações por ano, exceto em 2020 e 2021, é claro, em razão da pandemia por Covid-19.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
  • Tripulação (monoposto): 1 piloto;
  • Tripulação (biposto): 1 instrutor e 1 aluno;
  • Comprimento: Aprox. 11 metros;
  • Envergadura: Aprox. 11 metros;
  • Altura: Aprox. 4 metros;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 520 km / h;
  • Motorização (potência): Pratt & Whitney PT6-A-68C (1.600 shp);
  • Motorização: Com FADEC - Full Authority Digital Engine Control;
  • Hélice: Hartzell de 5 pás;
  • Aviônicos: Elbit Systems;
  • Head Up Display: Elbit Systems;
  • Radar:
  • Assentos: Martin Baker MKBR10LCX ejetáveis;
  • Blindagem: Kevlar;
  • Armamentos: Bombas Mk-81 / Mk-82, mísseis MAA-1 Piranha e bombas BLG-252; 
  • Teto de serviço: Aprox. 11.000 metros;
  • Peso máximo de decolagem (A-29): Aprox. 5.300 kg;
  • Fator de carga: +7 / -3,5 g;
  • Alcance máximo para translado: Aprox. 2.800 quilômetros (75% potência / com reservas);
  • Raio de ação (área protegida): Aprox. 500 quilômetros (padrão hi-lo-hi);
  • Carga útil: Até 1.500 kg;
  • Vida útil: Até 12.000 horas de voo;
  • Preço (A-29): Aprox. US$ 8,5 milhões;
  • Preço (exportação): Aprox. US$ 9,8 milhões (básico); 

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Embraer_EMB-314
  • Revista Aero Magazine
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Embraer_EMB_314_Super_Tucano
  • FAB (divulgação): Imagens
  • Embraer (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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