ANTIBIÓTICOS (MEDICINA E VETERINÁRIA)

ANTIBIÓTICOS NATURAIS
ANTIBIÓTICOS ARTIFICIAIS
ANTIBIÓTICOS SINTÉTICOS
ANTIBIÓTICOS BACTERICIDAS
ANTIBIÓTICOS BACTERIOSTÁTICOS
ANTIMICROBIANOS
BACTÉRIAS

INTRODUÇÃO

De modo geral, o antibiótico é uma substância, artificial (sintética) ou natural, capaz de eliminar bactérias ou inibir o seu crescimento, a sua multiplicação e/ou reprodução. Na prática, os antibióticos artificiais são utilizados em larga escala, pela humanidade, como medicamentos especificamente para a eliminação de bactérias presentes no corpo humano, no caso da medicina, e para a eliminação de bactérias presentes nos corpos de animais, no caso da veterinária, mas sem danificar as células desses hospedeiros. Alguns antibióticos também têm mostrado eficácia no combate a alguns tipos de protozoários e helmintos (vermes).

Existem diversos tipos de antibióticos diferentes, para que, em tese, haja efeito contra todo tipo de bactéria prejudicial ao nosso organismo e aos organismos dos animais, embora, na prática, saibamos que não é bem assim... Atualmente, a grande maioria das bactérias conhecidas, agentes contaminantes de seres humanos e animais, pode ser eliminada por meio de antibióticos, mas ainda há casos de difícil solução, como, por exemplo, os casos em que as bactérias sofrem mutações e/ou criam resistências aos antibióticos...

Porém é necessário deixar claro que, na grande maioria dos casos, os antibióticos funcionam sim contra bactérias, porém eles não são capazes de eliminar vírus.

BASE TEÓRICA

Um micro-organismo ou microrganismo é um animal ou vegetal de dimensões microscópicas, ou seja, só é possível observá-lo ou atentar para os detalhes de seu corpo ou estrutura e de seu comportamento com o uso de um microscópio. No entanto, uma parte da comunidade científica e acadêmica não considera os vírus como organismos vivos. Polêmicas à parte, os menores animais e vegetais patogênicos presentes no planeta, isto é, os menores micro-organismos que provocam doenças, presentes na natureza do planeta Terra, são os fungos, as bactérias, os vírus, os protozoários e a maior parte dos ácaros.

Entre todos esses agentes patogênicos citados neste artigo / página, os vírus são os menores e mais perigosos seres que existem, eles são impossíveis de ser observados a olho nu pelo ser humano. A rigor, para ser ainda mais preciso, os fungos, as bactérias, os vírus, os protozoários e os ácaros são parasitas, ou seja, eles se alimentam e/ou dependem de outros animais e/ou vegetais para sobreviver e/ou se reproduzir. Com o passar do tempo, dias, meses ou anos, muitos tipos deles acabam destruindo o seu hospedeiro...

Na verdade, para ser mais preciso, nem todos os fungos, bactérias e protozoários são nocivos ao ser humano, muitas espécies deles são construtivas, ou seja, podem ser usadas positivamente, para o bem da humanidade, de animais e do meio ambiente. Também há pesquisas científicas, no Brasil, inclusive, que já apontam para uma tendência de considerar que há vírus que podem ser usados construtivamente, no combate ao câncer, por exemplo, embora não seja ainda uma conclusão definitiva e ainda passível de experimentos e testes. Um dos exemplos mais comuns de bactérias construtivas são aquelas presentes nos iogurtes, são chamadas de bactérias boas, dentre elas a Lactobacillus bulgaricus e a Streptococcus thermophillus.

Por outro lado, os vírus, de modo geral, na maioria dos casos, podem ser considerados os mais devastadores micro-organismos presentes no planeta em que vivemos. Um vírus é um agente causador de doenças infecciosas e contagiosas. Ele faz parte de um complexo grupo de agentes submicroscópicos causador de doenças, dividido entre organismos vivos e moléculas complexas, com a capacidade de se reproduzir rapidamente dentro de células vivas de seres humanos e animais.

EXEMPLOS DE AGENTES CAUSADORES DE DOENÇAS
AGENTE INFECCIOSO
DOENÇA CAUSADA
Measles morbillivirus (vírus)
Sarampo (humanos)
HIV (vírus)
Aids (humanos)
Helicobacter pylori (bactéria)
Úlcera estomacal e/ou gastrite (humanos)
Giárdia (protozoário)
Giardíase (diarreia, cólicas e perda de peso)
Víbrio Cholerae (bactéria)
Cólera (diarreia, vômitos e desidratação)
Clostridium tetani (bactéria)
Tétano (humanos e animais)
Sarcoptes scabiei (ácaro)
Sarna ou escabiose (humanos e animais)
Ascaris lumbricoides (verme)
Ascaridíase (barriga de lombriga)
Flaviviridae (vírus)
Dengue (humanos)
Aphtovirus (vírus)
Febre aftosa (animais)
Streptococcus (bactéria)
Mastite (humanos e animais)
H1N1 (vírus)
Gripe (humanos)
Treponema (bactéria)
Sífilis (humanos)

A existência dos vírus foi descoberta no século XIX pelo cientista francês Louis Pasteur, em 1884 pelo microbiologista Charles Chamberland, em 1886 por Adolf Mayer, em 1892 pelo biólogo Dmitry Ivanovsky, e em 1898 pelo microbiologista Martinus Beijerinck. Isso significa que a existência dos vírus não foi descoberta por apenas um cientista. A grosso modo, para simplificar, Luis Pasteur desconfiou, digamos, que havia um outro agente infeccioso na saliva do cachorro louco, com raiva, e, segundo ele, não era uma bactéria, e sim um outro agente nocivo de tamanho menor, impossível de ser observado com um microscópio simples. Daí em diante, outros cientístas, incluindo Chamberland, Mayer, Ivanovsky e Beijerinck seguiram a mesma linha de raciocínio, até finalmente Beijerinck nomear de vírus o agente infeccioso recém descoberto por eles.

Já as bactérias são tipos de células biológicas, ou seja, células vivas. Elas estão presentes na maioria dos habitats do planeta em que vivemos. Elas habitam o solo, principalmente, e estão presentes também nos ambientes aquáticos. Porém, elas também já foram encontradas em locais inóspitos, como, por exemplo, em fontes termais, resíduos radioativos e até abaixo da superfície da crosta terrestre. Por outro lado, elas se reproduzem mais facilmente em ambientes propícios, como, por exemplo, em solos úmidos, com temperatura entre 25º Celsius ou centígrados e 50º Celsius; também se reproduzem dentro de organismos vivos com sistema imunológico enfraquecido; e se reproduzem em substâncias que contenham nutrientes em seus tecidos, como, por exemplo, alimentos de origem animal.

As bactérias foram descobertas pelo cientista holandês Antonie van Leeuwenhoek, em 1673, e, mais tarde, em 1928, o cientista inglês Alexander Fleming descobriu a penicilina, o primeiro medicamento artificial (sintético) conhecido de ação eficaz contra a infecção por bactérias em humanos, uma das maiores e mais importantes descobertas já realizadas pela humanidade, de enorme importância para a saúde de humanos.

De modo geral, as bactérias não suportam ambientes ou substâncias ácidas, como, por exemplo, frutas cítricas, como laranja, abacaxi e limão, por exemplo, desde que estejam intactos, na planta, na geladeira ou na fruteira, e desde que tenham sido recém-fatiados com as mãos e utensílios higienizados. Por outro lado, elas só conseguem se reproduzir em ambientes ou substâncias em que há nutrientes não ácidos, como, alimentos e restos de alimentos, dentre eles o leite, os ovos e as carnes vermelhas e brancas, por exemplo. Por isso, o cuidado durante a conservação e manipulação destes tipos de alimentos não ácidos ou pouco ácidos deve ser até maior que em relação aos demais.

De fato, a penicilina é uma das maiores e mais importantes descobertas já realizadas pela humanidade, de grande importância para a saúde de humanos, é praticamente incalculável o número de seres humanos salvos após a invenção da penicilina pelo cientista inglês Alexander Fleming, em 1928. Acredita-se que bilhões de vidas humanas, literalmente, tenham sido salvas e/ou tenham melhorado de qualidade. Porém, há casos em que outros tipos de antibióticos são mais adequados para tratamento de certas doenças em humanos, dentre eles a oxitetraciclina, por exemplo.

O chamado sistema imunológico, também conhecido como sistema imunitário, é um conjunto de estruturas e processos biológicos que, a princípio, protege os organismos humano e animal contra doenças. De modo geral, ele é capaz de identificar a presença indesejada da maioria dos agentes infecciosos ou agentes patogênicos, interpretando essa presença como uma invasão, e acionando imediatamente as defesas do organismo por meio de anticorpos e outros meios.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

O antibiótico (uma palavra originada dos termos gregos αντί - anti + βιοτικός - biotikos, que significam "contra um ser vivo") é qualquer medicamento capaz de combater uma infecção causada por bactérias presentes em organismos vivos, especificamente humanos e animais. Os antibióticos fazem parte do grupo das substâncias bactericidas ou antibacterianas, ou seja, substâncias capazes de matar, literalmente, bactérias, ou impedir a sua reprodução.

Entre a principal e mais importante característica e/ou diferencial dos antibióticos, em relação aos seus irmãos do grupo dos bactericidas ou antibacterianos, está a de, geralmente, sua presença nos organismos humano e animal ser tolerada, até certo ponto, dependendo de cada caso, pelos seus respectivos sistemas imunológicos, o que, por sua vez, possibilita o tratamento por algum tempo, geralmente dias ou, em alguns casos, até mais de um mês, sem prejudicar esses organismos humanos e animais.

Em outras palavras, usando uma linguagem mais simples, para facilitar o entendimento de crianças e adolescentes em idade escolar, os antibióticos ajudam os anticorpos (“soldadinhos” do nosso corpo) a eliminar ou neutralizar as “bactérias malvadas” que, eventualmente, invadam os nossos corpos e os corpos dos animais.

Esse grupo dos bactericidas é formado também pelas substâncias desinfetantes, antissépticas e esterilizantes, como, por exemplo, a água sanitária, o ácido fosfórico, a água oxigenada, o cloro, o iodophor e o álcool, que, por sua vez, são substâncias químicas que também destroem bactérias e, em vários casos, também são usados contra vírus, fungos, protozoários e até vermes. Porém, é preciso deixar bem claro aqui que, para cada um desses casos ou contextos, a orientação de um médico, de um agente de saúde, de um farmacêutico, de um enfermeiro, de um veterinário ou e um zootecnista continua indispensável, pois, várias dessas substâncias (a maioria, na verdade) não devem ser ingeridas por humanos e animais e/ou não devem ser injetadas em seus corpos, exceto alguns casos muito específicos... Cada caso é um caso... Resumindo então, para deixar bem claro, os antibióticos são os únicos tipos de bactericidas conhecidos que, a princípio, podem, geralmente, ser ingeridos por ou injetados nos humanos e animais...

De modo geral, o termo antibiótico tem sido utilizado amplamente para indicar apenas substâncias que atingem bactérias, embora, em alguns círculos acadêmicos e científicos, ele seja utilizado em sentido mais amplo, como qualquer substância capaz de eliminar parasitas em geral, como protozoários e helmintos (vermes). Para evitar confusões, o termo antibiótico está sendo utilizado neste artigo / página para se referir apenas aos bactericidas e bacteriostáticos  que possam ser ingeridos por ou injetados em humanos e animais.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Os antibióticos têm efeito bactericida ou mortífero sobre as bactérias, quando eles interrompem a sua reprodução ou inibem o seu metabolismo, o que, na prática, significa a morte da colônia de bactérias, já que elas, assim como todo ser vivo conhecido, também estão sujeitas a envelhecer e morrer. A maioria das bactérias conhecidas tem ciclo de vida muito curto, variando entre 48 horas e menos de uma semana. Por outro lado, e infelizmente, elas se reproduzem muito rápido, por isso todo cuidado é pouco ao se tratar infecções causadas pelos tipos de bactérias mais resistentes aos antibióticos convencionais, mais conhecidos e mais acessíveis.

As primeiras substâncias antibióticas descobertas eram produzidas por fungos, como a penicilina, por exemplo, que foi o primeiro antibiótico sintético que se conhece, criada na década de 1920 pelo cientista britânico Alexander Fleming, dando origem a uma verdadeira revolução no modo de se tratar infecções por bactérias. Atualmente, existem também antibióticos sintetizados ou alterados em laboratórios farmacêuticos para evitar resistências e diminuir efeitos colaterais.

Depois da penicilina veio a estreptomicina, outra grande e importantíssima descoberta da ciência, desenvolvida pelo microbiologista ucraniano e americano Selman Waskman, em 1943, utilizada largamente na época contra a tuberculose, responsável por salvar centenas de milhões de vidas humanas, literalmente, trabalho inclusive reconhecido por meio do Prêmio Nobel de Medicina.

Na sequência, anos depois, novas descobertas e desenvolvimentos foram realizados, dentre elas as tetraciclinas e a cefalosporinas.

De modo geral, os antibióticos são extraídos de micro-organismos construtivos, ou seja, aqueles micro-organismos que podem ser utilizados construtivamente, para o bem da humanidade, como os fungos, por exemplo. A humanidade já conseguiu sintetizar (fabricar em laboratórios de pesquisa) uma grande variedade de antibióticos, para atingir os mais variados tipos de bactérias. Porém, parte dos antibióticos criados e desenvolvidos pela humanidade não chegou a ser fabricada em larga escala e, portanto não chegou a ser comercializada, pois, infelizmente, apresentaram um grau elevado ou variedade intolerável de efeitos colaterais, ou seja, reações indesejáveis do nosso corpo.

Existe um certo limite de efeitos colaterais tolerado pelas agências reguladoras (neste caso agências de saúde dos governos) para medicamentos em geral. Antes de um remédio chegar às farmácias, antes de receber sinal verde das agências reguladoras dos governos para que sejam produzidos em larga escala, é realizado um levantamento dos seus efeitos colaterais e dos benefícios que podem ser obtidos com o uso de tais medicamentos. É como se fosse uma balança, se o número e a variedade de benefícios do medicamento superar o peso do número e da variedade de efeitos colaterais (riscos, inclusive) então o medicamento é liberado para fabricação em larga escala e para comercialização.

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão as tonturas, náuseas / enjoos, diarreia, desconforto abdominal, sonolência, confusão mental, dor de cabeça, alergias e hipersensibilidade. A maioria dos efeitos colaterais dos medicamentos que chegam às prateleiras das farmácias é tolerada pelas agências reguladoras governamentais e pela OMS – Organização Mundial de Saúde.

Aqui no Brasil, somente a ANVISA – Agência Brasileira de Vigilância Sanitária pode liberar a produção em larga escala e comercialização de medicamentos para consumo humano. Ela foi criada em 1996 pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso e, atualmente, está subordinada ao Ministério da Saúde, liderado pela ministra Nísia Trindade, que, por sua vez, está subordinada ao atual presidente da República Lula da Silva.

CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Os antibióticos, também conhecidos como antimicrobianos, podem ser classificados de diversas formas. A maior utilidade da classificação dos antibióticos é a de permitir uma melhor compreensão das características dos fármacos. Sendo assim, podemos encontrar antibióticos classificados em bactericidas e bacteriostáticos, dependendo se o fármaco causa diretamente a morte das bactérias ou se apenas inibe sua replicação, reprodução ou multiplicação.

Na prática, esta classificação se baseia no comportamento do antibiótico in vitro e ambas as classes podem ser eficazes no tratamento de uma infecção.

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA DOS ANTIBIÓTICOS
NOME GENÉRICO
APLICAÇÃO
EFEITOS COLATERAIS
Aminoglicosídeos
Amicacina
Infecções causadas por bactérias gram-negativas, como, por exemplo, as do grupo Escherichia coli, parte delas inofensiva ao intestino humano e outra parte delas causadora de diarreia por intoxicação alimentar
Ototoxicidade, toxicidade e nefrotoxicidade
Gentamicina
Canamicina
Neomicina
Netilmicina
Estreptomicina
Tobramicina
Paromomicina
Carbacefem
Loracarbefe
Infecções respiratórias e infecções urinárias
Eventualmente trombocitopenia
Carbapenem
Ertapeném
Bactericida de amplo espectro. O ertapeném, por exemplo, é usado contra enterobactérias
Desconforto abdominal e diarreia, náuseas, convulsões, cefaleia (dor de cabeça), pele irritada e reações alérgicas
Doripeném
Imipeném (cilastadina)
Meropeném
Cefalosporinas (1ª geração)
Cefadroxila
Bactericidas contra gram-positivas e gram-negativas, incluindo Escherichia coli e Klebsiella
Desconforto abdominal e diarreia, náuseas e reações alérgicas
Cefazolina
Cefalotina
Cefalexina
Cefradina
Cefalosporinas (2ª geração)
Cefaclor
Bactericidas eficazes contra bacilos gram-negativos, incluindo Haemophilus, Enterobacter, Neisseria, Proteus, Escherichia e Klebsiella
Desconforto abdominal e diarreia, náuseas e reações alérgicas
Cefamandol
Cefoxitina
Cefprozila
Cefuroxima
Cefalosporinas (3ª geração)
Cefixima
Antibióticos utilizados no tratamento de infecções por bactérias resistentes aos antibióticos betalatâmicos e na profilaxia que antecede cirurgias ortopédicas e abdominais
Desconforto abdominal e diarreia, náuseas e reações alérgicas
Cefdinir
Cefditoreno
Cefoperazona
Cefotaxima
Cefpodoxima
Ceftazidima
Ceftibuteno
Ceftizoxima
Ceftriaxona
Cefalosporinas (4ª geração)
Cefepima
Ação contra bactérias pseudomonas
Desconforto, diarreia, náuseas e alergia
Cefaclidina
Cefalosporinas (5ª geração)
Ceftobipol
Ação contra estafilococos

Glicopeptídeos
Teicoplanina
Uso em substituição a antibióticos betalactâmicos
Alergia, nefrotoxicidade, neutropenia e surdez
Vancomicina
Macrolídeos
Azitromicina
Ação contra estreptococos, sífilis, infecções respiratórias, infecções no estômago, micoplasma e doença de Lyme
Náuseas, vômitos, diarreia e icterícia
Claritromicina
Diritromicina
Eritromicina
Roxitromicina
Tilosina
Troleandomicina
Telitromicina
Pneumonia
doenças visuais e hepáticas
Espectinomicina
Antimetabólico e antineoplásico

Monobactamas
Aztreonam
Ação contra gram-negativas
Irritação da pele
Penicilinas
Amoxicilina
Infecções de média ou baixa gravidade e complexidade em geral, causadas por bactérias que não ofereçam resistência, e, em alguns casos, infecções mais graves, como sífilis, por exemplo
Náuseas, vômitos, diarreia e reações alérgicas
Ampicilina
Azlocilina
Carbenicilina
Cloxacilina
Dicloxacilina
Mezlocilina
Meticilina
Nafcilina
Oxacilina
Penicilina
Piperacilina
Ticarcilina
Polipeptídicos
Bacitracina
Infecções oculares, otológicas e urinárias
Eventual dano renal
Colistina
Polimixina B
Quinolonas
Ciprofloxacino
Infecções urinárias graves, prostatites, diarreias causada por bactérias, infecções por mycoplasma e gonorreia
Náuseas
Enoxacino
Enrofloxacina
Gatifloxacino
Levofloxacina
Lomefloxacino
Moxifloxacino
Norfloxacina
Ofloxacino
Trovafloxacino
Sulfonamidas
Mafenida
Ação contra infecções urinárias, samonelose e colibacilose
Náuseas, vômitos, diarreia, cristais na urina, insuficiência renal, redução da contagem de glóbulos brancos, reações alérgicas e hipersensibilidade à luz solar
Sulfadiazina
Sulfadimetoxina
Sulfamidocrisoidina
Sulfacetamida
Sulfametizol
Sulfanilamida
Sulfasalazina
Sulfisoxazol
Trimetoprim
Sulfametoxazol
Tetraciclinas
Demeclociclina
Ação contra sífilis, Chlamydia, Mycoplasma e Rickettsia
Náuseas, vômitos, diarreia, manchas dentárias em crianças. Não indicado para gestantes.
Doxiciclina
Minociclina
Oxitetraciclina
Tetraciclina
Glicilglicina
Trigeciclina


Lincosamidas
Clindamicina
Profilaxia pré-operatória
Colite, ocasionalmente com risco alto
Lincomicina
Outros
Arsfenamina
Contra espiroquetas
Infecção por arsênico
Cloranfenicol
Contra várias bactérias
Toxicidade
Etambutol
Ação contra tuberculose
Neurite ótica
Fosfomicina
Infecções urinárias
Boa tolerância
Ácido fusídico
Contra várias bactérias
Icterícia e urina escura
Furazolidona
Contra várias bactérias
Transt. gastrointestinais
Isoniasida
Ação contra turberculose
Vários
Linezolida
Contra várias bactérias
Boa tolerância
Metronitazol
Contra várias bactérias
Neuropatia periférica
Mupirocina
Infecções leves e moderadas

Nitrofurantoína
Infecções urinárias
Náuseas e vômitos
Pirazinamida
Ação contra turberculose
Artralgia
Dalfopristina
Estafilococos e enterococos
Artralgia e mialgia
Rifampicina
Contra várias bactérias
Alteração do suor e urina
Tinidazol
Uretrite e vaginite
Tontura e sonolência




De modo geral, mas não sempre, as doenças causadas por bactérias são tratadas com antibióticos e as doenças causadas por vírus são prevenidas (evitadas) com vacinas e tratadas com antirretrovirais, neste caso não significando, necessariamente, uma cura definitiva. O caso mais clássico de doença viral tratada com antirretrovirais é a Aids, cujo tratamento aqui no Brasil é gratuito, disponível na rede pública de saúde.

Mas, repetindo, não é sempre assim, há exceções, pois há casos de infecções causadas por bactérias que são prevenidas com vacinas, como, por exemplo, o tétano, e há casos de doenças tratadas com vacinas, como, por exemplo, o câncer.

De modo geral, os antibióticos são os grandes responsáveis por uma drástica redução do número de mortes por contaminação de bactérias em civis e militares desde a década de 1950. Se somarmos o número de vidas salvas pelos antibióticos, usados contra bactérias, e pelas vacinas, usadas contra vírus, certamente passa da casa de bilhões. Nunca antes a humanidade alcançou uma qualidade de vida como a proporcionada pelos antibióticos e pelas vacinas, principalmente em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O próximo passo é encontrar uma solução definitiva contra o câncer, o que elevará a um patamar altíssimo a qualidade de vida dos humanos.

De modo geral, o termo profilaxia é usado para designar uma prevenção a uma futura infecção, tornando o organismo humano e animal mais resistente e/ou preparado para enfrentar um risco futuro de infecção, enquanto o termo terapia é usado para designar um tratamento contra uma infecção já estabelecida. Portanto, os antibióticos artificiais (sintéticos) são usados no contexto das terapias.

RESISTÊNCIA ANTIBIÓTICA

A resistência antibiótica é a capacidade de uma bactéria resistir aos efeitos de um antibiótico ou “se adaptar” de alguma forma a sua fórmula, inclusive por meio de transformação, conjugação, transdução e mutação. No meio acadêmico e científico, acredita-se que o uso inadequado dos antibióticos ao longo das últimas décadas ocasionou a chamada resistência antibiótica. Entende-se por inadequado, por exemplo, o uso indiscriminado (sem critérios) de antibióticos, sem orientação médica e/ou sem a execução de um procedimento prévio de análise laboratorial do tipo de contaminação que se combate no paciente.

Além disso, segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, cerca de 50% das prescrições / orientações médicas ao uso de antibióticos é considerada inadequada, o que significa que cerca de metade dos médicos formados em todo o mundo, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento não estão sabendo direito ou, simplesmente, justiça seja feita, não estão tendo as condições técnicas necessárias e adequadas para prescrever com precisão o antibiótico mais adequado para determinado tipo de contaminação por bactérias, o que acaba tornando os tratamentos ineficazes ou, na melhor das hipóteses, com eficácia questionável.

Entre as possíveis explicações para esse problema pode estar a ausência, nos locais de atendimento médico ou na região em que os atendimentos são realizados, de laboratórios para identificar com precisão o tipo de bactéria que se combate no paciente, em cada caso. Não é raro aparecerem casos de pacientes “do interior” reclamando que tomaram “um monte” de medicamentos, mas apresentam pouca ou nenhuma melhora, se sentindo obrigados a procurar ajuda médica de outro especialista, na “cidade grande”, onde, finalmente, encontraram condições mais adequadas de atendimento.

ANTIBIÓTICOS NO BRASIL

Para evitar o uso indiscriminado de antibióticos pela população brasileira e conter o avanço dos casos de contaminação por superbactérias começaram a valer novas regras, a partir de 2010, para a venda de antibióticos nas farmácias e drogarias em território nacional, a resolução RDC 44 da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Os medicamentos só podem ser vendidos com a apresentação de duas vias da receita médica, sendo que a 2° via ficará com o estabelecimento comercial e a 1° via com o consumidor. A regra vale atualmente para 93 tipos de substâncias antimicrobianas que compõem todos os antibióticos registrados no Brasil. Estão de fora da lista os antibióticos usados exclusivamente em hospitais.

ANTIBIÓTICOS EM PORTUGAL

Em Portugal, os antibióticos são classificados como medicamentos sujeitos a receita médica. O órgão regulador e fiscalizador é o instituto público Infarmed. A legislação portuguesa prevê penalidades semelhantes às leis brasileiras, entre outras definidas no Decreto-Lei nº 48.547 de 1968, que regulamenta o exercício da atividade farmacêutica.

A direção geral de saúde do Ministério da Saúde de Portugal considera a resistência aos antibióticos uma das maiores ameaças à saúde pública atuais. Portugal é um dos países da Europa Ocidental com taxas elevadas de resistência aos antibióticos. O Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos, introduzido no âmbito do Plano Nacional de Saúde 2004-2010 e concretizado em 2009 prevê diminuir até 2015, a nível nacional, as resistências aos antimicrobianos, estimulando o uso racional dos antibióticos e monitorando as resistências através da implementação de um sistema informatizado de vigilância, entre outros.

HISTÓRIA DOS ANTIBIÓTICOS
O primeiro antibiótico artificial identificado pelo homem foi a penicilina. O inglês Alexander Fleming, médico microbiologista do St. Mary's Hospital, de Londres, já vinha há algum tempo pesquisando substâncias capazes de matar ou impedir o crescimento de bactérias nas feridas infectadas, pesquisa justificada pela experiência adquirida na Primeira Guerra Mundial, de 1914 até 1918, na qual muitos combatentes morreram em consequência da infecção em ferimentos sem tratamento adequado.

Em 1928 Fleming desenvolveu pesquisas sobre bactérias do tipo estafilococos, quando descobriu a penicilina. A descoberta da penicilina deu-se em condições muito peculiares, graças a uma sequência de acontecimentos imprevistos e surpreendentes.

No mês de agosto de 1928 Fleming tirou férias e, por esquecimento, deixou algumas placas com culturas de estafilococos sobre a mesa, ao invés de guardá-las na geladeira ou inutilizá-las, como seria natural. Ao retornar ao trabalho, em setembro do mesmo ano, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo, fato este relativamente frequente. Colocou-as então em uma bandeja para limpeza e esterilização com lisol.

Neste exato momento entrou no laboratório um colega de trabalho, Dr. Pryce, e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes ao seu colega sobre as culturas de estafilococos que estava realizando, quando notou que havia, em uma das placas, um halo transparente em torno do mofo contaminante, o que parecia indicar que aquele fungo produzia uma substância bactericida. O assunto foi discutido entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior.

O fungo foi identificado como pertencente ao gênero Penicillium, de onde deriva o nome da penicilina. Fleming passou a empregá-lo em seu laboratório para selecionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua ação.

Foi o primeiro teste de reação penicilínica realizado em laboratório. Por outro lado, a descoberta de Fleming não despertou inicialmente maior interesse e não houve a preocupação em utilizá-la para fins terapêuticos em casos de infecção humana até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Nesse ano e em decorrência do próprio conflito, a fim de evitarem-se baixas desnecessárias, foram então ampliadas as pesquisas a respeito da penicilina e seu uso humano.

Em 1940, Sir Howard Fleorey e Ernst Chain, da Universidade de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina denominada a era dos antibióticos.

Alguns anos mais tarde, Ronald Hare, colega de trabalho de Fleming, tentou, em vão, reproduzir em laboratório a penicilina em condições semelhantes às que envolveram a descoberta de Fleming, para entender melhor como se deu a descoberta. Após um grande número de experiências verificou-se que a descoberta da penicilina só tornou-se possível graças a uma série inacreditável de coincidências, que foram:
  • O cogumelo que contaminou a placa, como se demonstrou posteriormente, é um dos três melhores produtores de penicilina dentre todas as espécies do gênero Penicilium;
  • O cogumelo contaminante teria vindo pela escada do andar inferior, onde se realizavam pesquisas sobre fungos;
  • O crescimento do cogumelo e dos estratococos se fez rapidamente, condição para se evidenciar a lise bacteriana;
  • No mês de agosto daquele ano, em pleno verão, uma inesperada onda de calor em Londres, que proporcionou a temperatura ideal ao crescimento lento da cultura;
  • A providencial entrada do Dr. Pryce no Laboratório permitiu que Fleming reexaminasse as placas contaminadas e observasse o halo transparente em torno do fungo, antes de sua inutilização.
  • Apesar de todas essas felizes coincidências, se Fleming não tivesse a mente preparada, refinada e avançada não teria valorizado ou mesmo notado o halo transparente em torno do fungo e descoberto a penicilina.

A CONTAMINAÇÃO

De modo geral, a contaminação por bactérias ocorre quando elas invadem, de alguma forma, o corpo do hospedeiro (vítima humana ou animal) e utilizam os nutrientes do seu corpo para se manter e se reproduzir, dobrando em quantidade a cada ciclo de reprodução, que pode durar algumas horas ou alguns minutos.

A reação do sistema imunológico do hospedeiro pode variar, com os corpos mais jovens e sadios reagindo mais rápido e de forma contundente, com mais eficácia, enquanto os corpos mais velhos e/ou enfraquecidos levam algum tempo para “entender” o que está “acontecendo” e levam mais tempo reagir, na maioria das vezes não reagindo com eficácia. Quando a quantidade de bactérias no corpo do hospedeiro chega a um número muito alto, elas passam a danificar seriamente o corpo.

Por outro lado, quando o sistema imunológico do hospedeiro é ativado, os anticorpos travam, literalmente, uma batalha contra as bactérias, buscando eliminar a infecção. Quanto mais sadio o hospedeiro, mais bem preparado ele estará para enfrentar a presença de bactérias indesejáveis. Geralmente, os antibióticos entram em ação no momento em que o sistema imunológico dá sinais de que já está lutando contra a contaminação, dentre esses sinais estão as inflamações, as dores, o pus, as tosses, a febre, a dificuldade de respirar, as corizas e as diarreias, dentre outras.

A batalha contra a contaminação pode durar dias e sem o auxílio dos antibióticos é provável que o corpo mais velho e mais fraco não consiga vencer a doença. Quando isso acontece, as bactérias matam o hospedeiro.

Uma pessoa com um temperamento mais “sarcástico”, “observador” e “irônico” diria que as bactérias são “estúpidas”, pois destroem sua única fonte de nutrientes... Em última análise, não é muito diferente do que o próprio ser humano faz contra o planeta em que vive, quando joga esgoto sem tratamento nos rios, quando desrespeita as nascentes de água, quando desmata as florestas de forma desenfreada, quando coloca fogo em reservas naturais protegidas por lei, quando joga lixo nos bueiros, né?

TIPOS DE ANTIBIÓTICOS

Para facilitar o estudo sobre os antibióticos artificiais, por convenção eles foram divididos em dois tipos, dependendo de como eles desempenham seu papel no combate às contaminações:

ANTIBIÓTICOS BACTERICIDAS
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Os antibióticos bactericidas são todos aqueles que matam, literalmente, as bactérias. Eles conseguem fazer isso de diversas formas, como, por exemplo, destruindo a parede celular das bactérias e impedindo sua síntese, consequentemente matando-as. Outros inibem a produção de ácido fólico e, por consequência, a bactéria morre.

ANTIBIÓTICOS BACTERIOSTÁTICOS
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Os antibióticos bacteriostáticos são todos aqueles que impedem as bactérias de se reproduzir. Como, de modo geral, as bactérias têm vida muito curta, elas passam a morrer por envelhecimento. Esses antibióticos impedem a síntese de proteínas das células, o que inviabiliza sua divisão ou reprodução. Outras impem a duplicação do DNA da bactéria, o que faz com que parem de se multiplicar.

RECOMENDAÇÃO

A palavra chave para alcançar um tratamento bem sucedido com o uso de antibióticos é precisão, o que significa que somente um médico tem condições de identificar a origem do problema de saúde do paciente e escolher a solução mais adequada para o seu caso.

Por isso é importante que a pessoa doente evite a automedicação. Por exemplo: Uma pessoa que toma, por conta própria, uma simples nimesulida para resolver seu problema de garganta infeccionada não estará atingindo a raiz do problema, que é a infecção por bactérias, pois a solução definitiva é o uso de um antibiótico específico para o seu caso.

A nimesulida é apenas um anti-inflamatório, ela só ataca um dos sintomas, que é a inflamação, ela não ataca a raiz do problema, que é a infecção. Somente um médico tem condições de escolher o antibiótico mais adequado nesse caso.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Nova Enciclopédia Ilustrada Folha – Larousse / Cambridge / Oxford / Webster
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3tico
  • Ultrafarma (divulgação): Imagem
  • Eurofarma (divulgação): Imagem
  • Germed (divulgação): Imagem
  • Teuto (divulgação): Imagem
  • Zoetis (divulgação): Imagem
  • Medley (divulgação): Imagem
  • EMS (divulgação): Imagem
  • Wikimedia: Imagens

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