BOEING 787 DREAMLINER

BOEING 787-8 DREAMLINER
BOEING 787-9 DREAMLINER
BOEING 787-10 DREAMLINER
BOEING 7E7 (PROTÓTIPO)

INTRODUÇÃO

Logo acima, o bonito pássaro de plástico da Boeing nas cores da companhia aérea americana American Airlines, uma das maiores e mais tradicionais dos Estados Unidos. O material composto representa um novo salto qualitativo na criação, no desenvolvimento e na fabricação de aeronaves. O futuro da aviação está no material composto. Logo abaixo, o Boeing 787 nas cores da companhia aérea brasileira LATAM Airlines, uma subsidiária da LATAM Group, o maior grupo de aviação comercial da América Latina.

O Boeing 787 Dreamliner é uma sofisticada e eficiente aeronave comercial bimotor de grande porte, com motorização turbofan e com capacidade para transportar entre 240 passageiros e 440 passageiros em viagens internacionais e intercontinentais, dependendo da versão e da configuração de assentos adotada, criada e desenvolvida a partir da década de 2000 e fabricada em larga escala nos Estados Unidos, a partir de 2011, pela Boeing Company, que utilizou como base para sua criação alguns conceitos de construção e de sistemas do projeto de aeronave conceito Boeing Super Cruiser, que não chegou a ser fabricada em série.

Os seus principais concorrentes no mercado mundial de transporte aéreo internacional e intercontinental são os jatos comerciais bimotores widebody Airbus A330 e Airbus A330neo, Airbus A350XWB e o modelo binacional UAC COMAC 929, atualmente em desenvolvimento pela fabricante russa United Aircraft Company e a fabricante chinesa COMAC.

Algumas versões mais curtas do jato comercial bimotor Boeing 777 também estão faixa de capacidade do Boeing 787 Dreamliner.

A BOEING COMPANY

A gigante empresa centenária e multinacional Boeing Company é uma das maiores fabricantes de aviões comerciais de grande porte para transporte doméstico, internacional e intercontinental de passageiros no mundo, com mais de 760 unidades entregues em 2017. É uma das mais tradicionais e conhecidas fabricantes de aeronaves comerciais do planeta. Ela foi fundada nos Estados Unidos por Wilhelm Eduard Boing em 1916 e está atualmente sediada em Chicago, no estado de Illinois.

Considerando a receita bruta de mais de US$ 93 bilhões e mais de US$ 8 bilhões de lucro líquido em 2017, ela é uma das maiores fabricantes aeronáuticas e uma das maiores fabricantes aeroespaciais e espaciais do mundo. Ela fabrica aviões comerciais civis para transporte de passageiros, aviões militares, helicópteros militares, convertiplanos militares, satélites e foguetes.

A subsidiária da companhia americana focada na fabricação e lançamento de satélites é a Boeing Defense, Space & Security e a subsidiária focada na fabricação de aviões comerciais é a Boeing Commercial Airplanes.

Ela enfrenta, desde a década de 1990, uma dura concorrência no mercado aeroespacial, de transporte aéreo comercial e de defesa com a gigante europeia Airbus Group, conhecida anteriormente como EADS. A terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta é a brasileira Embraer, entretanto ela não concorre diretamente com a Boeing e com a Airbus.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima, um exemplo de configuração típica de classe executiva do Boeing 787, sofisticada e refinada, com até 2 metros de espaçamento entre fileiras de poltronas. Logo abaixo, um típico exemplo de configuração de assentos para a classe econômica do avião intercontinental da Boeing, com cerca de 80 centímetros de espaçamento entre fileiras. Algumas companhias oferecem cerca de 85 centímetros na classe econômica. 

O Boeing 787 Dreamliner é um novíssimo e avançado projeto de aeronave comercial bimotor de grande porte com fuselagem larga, de alcance internacional e intercontinental, com motorização turbofan com alta taxa de bypass, com capacidade para transportar entre 240 passageiros e 440 passageiros, dependendo da versão e da configuração de assentos adotada, com moderníssima construção das asas e fuselagem em material composto, titânio, alumínio e aço, mas com a predominância de material composto de fibra de carbono e resina em praticamente todas as partes principais do avião.

Ela já é uma das mais populares aeronaves de grande porte da história da aviação moderna, uma das mais revolucionárias e a grande aposta da Boeing para se manter no mercado mundial de aviação comercial com uma das mais longas produções em série pelas próximas décadas, com mais de 980 unidades já fabricadas e vendidas desde 2011 e mais de 500 encomendas firmes para os próximos cinco anos.

O jato comercial widebody Boeing 787 Dreamliner já está voando nos cinco continentes do planeta, inclusive no Brasil. O modelo original Boeing 787-8 e suas versões Boeing 787-9 e Boeing 787-10 já podem ser vistos nos principais aeroportos do mundo. Com um olhar atento, é possível identificá-los pelas suas asas de curioso aspecto levemente flexível na decolagem, quando lotados de passageiros e carga, combinadas com o formato convencional de fuselagem longa e larga, não muito diferente do Boeing 767, por exemplo, com cauda com fixação convencional dos estabilizadores horizontal e vertical. É possível identificá-los a alguma distância pelo grande diâmetro dos seus motores turbofan, com alta eficiência no consumo de combustível. Todos os modelos da família Boeing 787 são impulsionados pelos novos motores turbofan General Electric GEnx e Rolls Royce Trent 1000, fabricados nos Estados Unidos e na Inglaterra, respectivamente, à escolha da operadora.

O Boeing 787-8 Dreamliner, por exemplo, o modelo original da família Boeing 787, possui capacidade para transportar entre 240 passageiros e 350 passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, com a pragmática e prática opção de duas classes, por exemplo, com a econômica e a executiva, com alcance de até 13.000 quilômetros, também dependendo da configuração de assentos e do volume / peso da bagagem e/ou carga aérea em seus porões. Ele começou a ser fabricado em série a partir de 2011 e a sua primeira operadora foi a companhia aérea japonesa ANA - All Nippon Airways.

Já o Boeing 787-9 Dreamliner, uma das duas versões alongadas da família Boeing 787, tem capacidade para transportar entre 290 passageiros e 400 passageiros, neste caso com alcance de até 14.000 quilômetros, também dependendo do número de passageiros e carga a bordo.

Os motores turbofan com alta taxa de bypass são uma unanimidade na indústria aeronáutica civil da atualidade, eles movimentam grandes volumes de ar por meio de seus grandes ventiladores ou, mais precisamente, na linguagem técnica, por meio de seus fans de grande diâmetro. Os aviões a jato mais modernos tendem a possuir turbofans com diâmetro maior pois são mais eficientes, fazem menos ruído, consomem menos combustível e emitem menos poluentes que os motores com baixa taxa de bypass.

O Boeing 787 Dreamliner (pronuncia-se Bóing 787 Drimláinâr) é fabricado em Everett, no estado de Washington (não confundir com a cidade de Washington, a capital do país), e em North Charleston, no estado da Carolina do Sul,  ambas nos Estados Unidos. Ele reúne um impressionante número de inovações tecnológicas para as próximas décadas, incluindo pressurização aperfeiçoada, com pressão e umidade maiores que nos aviões de metal; fuselagem e asas mais leves e robustas; controles de voo fly-by-wire por fibra ótica e iluminação LED na cabine de passageiros. Ele é o primeiro avião comercial de grande porte do mundo com fuselagem e asas fabricadas intensivamente em material composto, um material mais leve e bem mais resistente que o alumínio e o aço, resultando em cerca de 10% de economia de combustível em relação a aviões do mesmo tamanho com construção convencional com predominância de metais.

O segundo avião comercial bimotor widebody com estrutura com predominância de materiais compostos é o Airbus A350XWB, da fabricante europeia Airbus, também um sucesso de vendas. 

Voltando ao Boeing 787 Dreamliner, somando a economia de peso da fuselagem e asas e a eficiência dos seus novos motores General Electric ou Rolls Royce é possível alcançar uma economia total de cerca de 20% no consumo de combustível em relação a aviões convencionais em metal. A eficiência total no consumo de combustível do Boeing 787 Dreamliner pode ser até maior, pois ele foi projetado com sistema elétrico que substitui várias funções do sistema hidráulico, com o consequente melhor aproveitamento da capacidade dos seus dois motores turbofans.

Na prática, o Boeing 787 Dreamliner é um projeto de aeronave comercial de grande porte completamente novo em relação aos seus antecessores do mesmo fabricante e concorrentes de construção convencional em metal. Em relação ao Boeing 767 e ao Airbus A330, por exemplo, construídos predominantemente em metais, foram economizados cerca de 1.500 chapas de alumínio, cerca de 40.000 rebites e inúmeras longarinas de ligas metálicas. O Boeing 787 Dreamliner representa a verdadeira revolução no modo de fabricar aviões comerciais e está entre os aviões comerciais mais modernos e sofisticados que existem. Ele possui um alto nível de automatização, com um sofisticado conjunto de aviônicos do tipo EFIS – Electronic Flight Instrument System, dentro do conceito glass cockpit, e sistema HUD – Head Up Display duplo de série para pousos ILS seguros CAT IIIb, ou seja, pousos com auxílio de instrumentos, com baixa visibilidade causada por neblina e/ou nevoeiro espessos.

Cerca de 50% do peso total do Boeing 787 Dreamliner é de materiais compostos, principalmente fibra de carbono e resinas; cerca de 20% do seu peso total é de alumínio e suas ligas; cerca de 15% é de titânio, um metal muito robusto e leve; cerca de 10% é de aço e cerca de 5% é de outros materiais. O alumínio é usado em várias partes, incluindo nas pontas das asas e da cauda, o titânio é usado em várias partes, principalmente nos motores, e o aço é usado em várias partes do avião. Pra quem não sabe, a tendência para o futuro é que os materiais compostos (fuselagem, asas e assentos) e as cerâmicas (algumas peças dos motores) ganhem ainda mais espaço na construção de aeronaves. Resumindo: No futuro, praticamente todos nós viajaremos dentro de aviões de plástico.

Todas as versões do Boeing 787 Dreamliner possuem um projeto de interior novo, com novos formatos de assentos, que também são fabricados em material composto, revestidos de tecidos e/ou  couro. O número de peças, partes e componentes em geral na fuselagem e asas da aeronave foi reduzido ao máximo, para facilitar a montagem e diminuir o máximo possível o tempo de fabricação de cada unidade. A Boeing optou por introduzir o sistema de controle de voo fly-by-wire (pronuncia-se flái-bái-uáir) para reduzir o peso do conjunto, reduzindo também o número de atuadores hidráulicos, alguns desses substituídos por atuadores elétricos, inclusive o sistema de freios.

O sistema elétrico do Boeing 787 Dreamliner é um dos mais potentes que existem dentro da indústria aeronáutica. Ele é composto por um total de seis geradores, dois em cada motor e dois geradores de APU – Auxiliary Power Unit, com um total de quase 1,5 megawatt de potência para suprir todos os sistemas que demandam energia, incluindo a iluminação interna e externa; os aviônicos do cockpit; e os freios com atuadores elétricos; entre outros

O projeto do Boeing 787 Dreamliner substitui várias partes de sistemas hidráulicos já conhecidos em aeronaves metálicas convencionais por um sistema elétrico mais completo, mais potente e mais sofisticado, incluindo o acionamento dos motores, o acionamento e a atuação dos freios e a pressurização da cabine. O sistema elétrico mais completo do 787 Dreamliner possibilita uma economia de cerca de 35% da capacidade dos motores, deixando assim de consumir potência / empuxo usada para impulsionar efetivamente a aeronave e possibilitando uma maior economia de combustível. A grosso modo, apenas para efeito didático, compare um sistema de direção elétrica que substitui um sistema convencional de direção hidráulica em um automóvel. A direção elétrica não drena potência do motor do automóvel para movimentar o sistema, assim sobra mais potência para tracionar o automóvel.

O Boeing 787 Dreamliner possui um sistema hidráulico com três subsistemas independentes, uma exigência das autoridades aeronáuticas para certificação de aviões que cumprem missões de voos intercontinentais transoceânicos ETOPS – Extented Operations, aquelas operações em que a aeronave deve se manter em voo por pelo menos uma ou várias horas caso um dos motores falhe sobre oceanos, desertos e florestas.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Logo acima, a sofistica cabine de comando do jato bimotor de grande porte Boeing 787, baseada na moderna cabine de comando do jato bimotor comercial Boeing 777, da mesma fabricante. É um dos mais avançados cockpits da indústria aeronáutica, completíssimo para voos por instrumentos, incluindo o HUD - Head Up Display. Logo abaixo, mais uma configuração de classe executiva para o Boeing 787, muito confortável.   

O Boeing 787 nasceu na década de 2000, a partir da percepção dos investidores, executivos e projetistas da Boeing Company sobre o mercado mundial de transporte aéreo comercial de longo curso, principalmente em rotas transoceânicas e/ou intercontinentais, e sobre as novas tecnologias estruturais, de sistemas e de propulsão disponíveis para a indústria aeronáutica mundial, principalmente o material composto de fibra de carbono, os motores turbofans com alta taxa de bypass e o uso intensivo do sistema elétrico para desempenhar uma parte das funções dos sistemas hidráulico e pneumático. 

O fabricante optou pelo uso intensivo de fibra de carbono e resina, introduzido durante o processo de construção em avançadas máquinas autoclave (grandes fornos elétricos com temperatura e pressão controladas), para tornar o material composto mais leve e resistente. Em geral, os materiais compostos desgastam menos que o alumínio, são mais resistentes que o alumínio, não sofrem corrosão e são bem mais leves.

Há décadas os materiais compostos são usados com sucesso na aviação militar. Já na aviação civil, a utilização dos materiais compostos foi iniciada em várias peças, partes e componentes, como flaps, hélices, estruturas de cauda e em estabilizadores verticais e horizontais. No entanto, no início da década de 2000, a Boeing Company decidiu ousar e inovar fortemente no mercado mundial de aviação comercial, fabricando o primeiro modelo de jato comercial de grande porte, para rotas internacionais e intercontinentais, com fuselagem e asas quase totalmente em materiais compostos. O sucesso dessa inovação da Boeing foi tão grande que outra grande fabricante, a Airbus Industrie, decidiu seguir o mesmo caminho, com o Airbus A350XWB, também em material composto de fibra de carbono.

O mundo é movido pela ousadia e pela inovação. O uso de materiais compostos na construção de aviões e helicópteros traz vários benefícios, pois eles são cerca de 30% mais leves que o alumínio, são três vezes mais resistentes a choques mecânicos (um pouso de emergência ou pouso forçado, por exemplo) e são 70% mais rígidos. Além disso, todo o processo produtivo em material composto possui várias diferenças em relação aos processos convencionais em alumínio e ligas metálicas, pois as fuselagens dos aviões comerciais de grande porte fabricados de material composto podem ter um número reduzido de reforços estruturais metálicos, como longarinas, por exemplo.

A Boeing obteve as certificações da FAA - Federal Aviation Administration, a Administração Federal de Aviação, e da EASA - European Aviation Safety Agency, a Agência Europeia de Aviação, em 2011 e o primeiro modelo da família Boeing 787, o Boeing 787-8 Dreamliner, foi entregue no mesmo ano. Ele entrou em serviço comercial desde então pela companhia aérea japonesa ANA - All Nippon Airways. Já o Boeing 787-9 Dreamliner, uma das duas versões alongadas Boeing 787,  é cerca de seis metros mais comprida e tem alcance maior que o primeiro modelo. As entregas do Boeing 787-9 foram iniciadas em 2014 e ele entrou em serviço no mesmo ano pela companhia aérea Air New Zealand, da Nova Zelândia. Posteriormente, em 2018, foi entregue a primeira unidade da versão alongada Boeing 787-10 Dreamliner para a companhia aérea Singapore Airlines, de Singapura.

De modo geral, quanto maior a capacidade de uma aeronave transportar passageiros maior é o aproveitamento dos slots ou autorizações de pousos e decolagens em aeroportos de grandes metrópoles, como o Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, por exemplo, que não é um aeroporto central, mas está entre os mais movimentados aeroportos do mundo. Então, em 2013, a Boeing Company anunciou a versão Boeing 787-10 Dreamliner, com capacidade de transporte aumentada para até 440 passageiros em classe única. Na prática, a capacidade dessa versão alongada é de 330 passageiros, pois as companhias aéreas costumam configurá-la em duas classes.

Assim, a família Boeing 787 é composta por três modelos principais. Eles possuem um grau de semelhança de até 95% do número total de peças, partes e componentes, o que significa que são semelhantes no aspecto externo, na construção e nos sistemas hidráulico, elétrico, mecânico, pneumático e eletrônico, mas diferentes na capacidade de transportar passageiros e carga.

FAMÍLIA BOEING 787

Logo acima, o primeiro protótipo do Boeing 787 usado em testes de voo, durante o seu roll-out em 2009, uma apresentação oficial às autoridades, jornalistas e empresários convidados. Logo abaixo, a aeronave fazendo a primeira decolagem de teste, em Everett, no estado norte-americano de Washington, também acompanhada de jornalistas.

O Projeto 787 foi um dos mais ousados e caros já realizados com sucesso pela Boeing Company. A aeronave se tornou um ícone de alta tecnologia no mercado mundial de aviação comercial. Ela foi lançada oficialmente em 2004, com a primeira encomenda assinada pela companhia aérea japonesa ANA – All Nippon Airways, que encomendou um total de 50 aviões, dos modelos Boeing 787-8 Dreamliner e Boeing 787-9 Dreamliner, com a primeira entrega realizada em 2011. Novos patamares de eficiência no consumo de combustível, robustez e longevidade estrutural, nível de conforto e segurança foram estabelecidos pelo Boeing 787 Dreamliner, um avião revolucionário.

O eficientíssimo Boeing 787 Dreamliner é uma inovadora aeronave comercial bimotor de grande porte com fuselagem larga com dois corredores, ou widebody, em inglês, com até 80% de sua estrutura (fuselagem e asas) em material composto de fibra de carbono, com desenho convencional de fuselagem e asas, de alcance internacional e intercontinental e com motorização turbofan com alta taxa de bypass, com capacidades que variam de acordo com o modelo, o Boeing 787-8 Dreamliner, o modelo original da família, com a fuselagem mais curta da família Boeing 787, do mesmo tamanho do Boeing 767-300, o seu antecessor, aliás substituído com vantagens; o Boeing 787-9 Dreamliner, uma das duas versões alongadas; e o Boeing 787-10 Dreamliner, o mais longo da família. Esses três modelos venderam e estão vendendo muito bem, são muito bem sucedidos tecnicamente e comercialmente.

O jato comercial bimotor de grande porte Boeing 787-9 Dreamliner é a mais bem sucedida versão da família Boeing 787, com fabricação seriada iniciada em 2014, com mais de 550 unidades fabricadas. Em seguida vem o seu irmão menor Boeing 787-8 Dreamliner, com fabricação seriada iniciada em 2011, com mais de 370 unidades fabricadas. No total, foram mais de 980 unidades fabricadas dessa família, de 2011 até 2020, incluindo 58 unidades da versão Boeing 787-10 Dreamliner, com centenas de unidades encomendadas para os próximos anos.

Para a criação, desenvolvimento e fabricação em larga escala do novíssimo jato comercial a Boeing  Company e seus parceiros de risco do projeto investiram pesadamente. A fabricante americana adotou pela primeira vez em sua história o inovador modelo de negócios com parceria de risco com vários fornecedores de peças, partes e componentes de alta qualidade espalhados pelo mundo, uma iniciativa que já tinha sido realizada com absoluto sucesso pela Embraer na década de 1990, com a criação, o desenvolvimento e a fabricação em larga escala do jato regional para transporte comercial de passageiros Embraer ERJ-145 Regional Jet.

A Boeing não diz ou pouco fala que usou como exemplo a Embraer quando adotou esse modelo de negócios, mas é quase unanimidade dentro da comunidade aeronáutica que as duas gigantes, Boeing e Airbus, seguiram mesmo o exemplo da fabricante brasileira em vários projetos de aviões comerciais. São mais de 40 parceiros detentores de alta tecnologia aeroespacial integrados ao Projeto 787, a maioria deles concentrada nos Estados Unidos, Europa Ocidental, CanadáCoreia do Sul e Japão.

A Boeing Company dividiu os riscos do Projeto 787 ou Programa 787 com seus parceiros nos Estados Unidos, na Europa Ocidental, na Coreia do Sul e no Japão. Assim eles conseguiram um feito extraordinário para a indústria aeronáutica da atualidade, em curto espaço de tempo lançar um avião inovador, moderno, de alta qualidade, muito eficiente e durável, confiável e razoavelmente confortável. Por outro lado, comenta-se no meio empresarial que o custo total de desenvolvimento do Projeto 787 foi muito alto, segundo algumas fontes chegando a até US$ 32 bilhões, o que só poderá ser coberto (break-even) com a venda de 1.200 unidades de Boeing 787 Dreamliner, o que certamente será alcançado em breve, já que a fabricante tem conseguido satisfazer exigentes operadoras intercontinentais em todos os continentes.

Entre os que acreditaram no sucesso do Boeing 787 Dreamliner esteve o Governo Federal do Japão, emprestando US$ 2 bilhões ao Projeto Boeing 787.

A Boeing Company gastou uma fortuna do próprio bolso para o desenvolvimento e para as etapas iniciais de fabricação do Boeing 787 Dreamliner, incluindo neste cálculo aproximado a aquisição pela própria Boeing da fabricante de peças, partes e componentes aeronáuticos americana Vough, no valor de cerca de US$ 1 bilhão.

Entre os fornecedores da Boeing estão a General Electric / motores (Estados Unidos), a Rolls Royce / motores (Inglaterra), a Rockwell Collins / aviônicos (Estados Unidos), a Alenia Aeronáutica / partes da fuselagem e estabilizadores (Itália), a Subaru Corporation, conhecida anteriormente como Fuji Heavy Industries (Japão), a Parker Aerospace, a Mitsubishi Heavy Industries / asas (Japão), a Global Aeronautica,  a Kawasaki Heavy Industries / partes da fuselagem (Japão), a Spirit AeroSystems / partes da fuselagem, a Latécoère / portas da cabine (França), a Saab AB / portas de carga (Suécia), a HCL Technologies /  softwares, a TAL Manufacturing Solutions / vigas estruturais do piso principal da cabine de passageiros, a Labinal / fiação, a Messier-Bugatti-Dowty (conhecida atualmente como Safran Landing) / trem de pouso (França), a Hamilton Sundstrand / APU e sistemas de distribuição de energia e ar condicionado (Estados Unidos), entre outras.

Para tornar viável e ágil a logística do fornecimento de peças, partes e componentes para a linha de produção / montagem do Boeing 787 Dreamliner nos Estados Unidos, a Boeing submeteu à conversão quatro unidades do grande quadrimotor a jato Boeing 747-400 em aviões para transporte exclusivo de carga,  denominado Boeing 747 Dreamlifter, para transportar a longas distâncias asas, fuselagens e outras peças menores.

Em 2006, a fabricante japonesa Toray Industries e a Boeing assinaram um contrato de fornecimento em larga escala de fibra de carbono.

Segundo o fabricante, o Boeing 787 Dreamliner terá vida útil de cerca de 35 anos em uso intensivo diário, que poderá ser estendida para até 50 anos, caso as companhias aéreas tenham interesse em mantê-lo na frota, submetendo-o a up-grades e retrofits, por exemplo. Ele tem a vantagem da fuselagem larga com dois corredores, conhecida também como widebody (pronuncia-se uáid-bóri), com fileiras de até nove assentos e, na média, cerca de 80 centímetros de espaço entre fileiras de poltronas na classe econômica, o que pode ser considerado razoável para os padrões atuais. Na classe executiva é claro que o espaço interno é bem maior, com fileiras de até sete assentos, entre 1,5 metro e 2 metros de espaço entre fileiras de poltronas, dependendo da companhia aérea, com assentos mais largos.

A versão Boeing 787-10 é a mais comprida dentre esses três irmãos introduzidos há uma década atrás, com capacidade para transportar cerca de 330 passageiros em duas classes. A comunalidade entre os três modelos, ou seja, a semelhança entre eles, é de cerca de 95% do número total de peças, partes e componentes. Isso tornou a introdução desses três modelos mais fácil para as companhias aéreas, pois há necessidade apenas de adaptações nos treinamentos dos pilotos, comissárias, mecânicos e outros funcionários para que eles entendam e compreendam suas poucas diferenças.

BOEING 787-8 DREAMLINER

Logo acima, um dos exemplares do Boeing 787-8 da companhia aérea Thai Airways, da Tailândia, uma das maiores e mais tradicionais operadoras de aviões comerciais do sudeste asiático. Logo abaixo, um dos exemplares do mesmo modelo da companhia aérea Air Canada, uma das maiores e mais tradicionais da América do Norte.

O Boeing 787-8 Dreamliner é um modelo de aeronave comercial bimotor de grande porte e de fuselagem larga, com dois corredores e até nove assentos por fileira (3+3+3), com 44 centímetros úteis de largura para cada assento da classe econômica, com alcance intercontinental e capacidade para transportar entre 240 passageiros e 350 passageiros, dependendo da configuração de assentos escolhida pela companhia aérea operadora do modelo. Ele foi o primeiro modelo de aeronave da família Boeing 787, o primeiro a entrar em linha produção seriada em 2011, com a companhia aérea japonesa ANA – All Nippon Airways sendo a operadora de lançamento.


Conhecido também, dentro do meio aeronáutico, como Boeing B788, ele foi o modelo utilizado como base para a criação e desenvolvimento dos demais modelos da família Boeing 787, o que significa que a grande maioria (cerca de 95%) de suas características estruturais e de sistemas foi estendida para os demais modelos da família Boeing 787, inclusive o modelos mais longo e de alcance maior, exceto por algumas diferenças.


Ele está em linha de produção seriada com duas opções de motores, o General Electric GEnx-1B, com 64.000 libras de empuxo / potência em cada motor, e o Rolls-Royce Trent 1000, também com 64.000 libras, o suficiente para que a aeronave possa alcançar a velocidade de cruzeiro de 900 km/h, com teto de serviço de 13.000 metros e alcance de até 13.000 quilômetros.

 

O Boeing 787-8 Dreamliner é um modelo de aeronave altamente redundante, o que significa que ele possui sistemas hidráulico, elétrico, eletrônico, pneumático e mecânico projetados de forma a reduzir o máximo possível o risco de incapacidade total de voo ou perda de controle de voo. Essa redundância lhe permitiu alcançar a certificação ETOPS – Extended Operations de 330 minutos, a mais rígida que existe, o que significa que ele pode sobrevoar tranquilamente o Oceano Atlântico, o Oceano Pacífico e o Oceano Índico, em rotas ligando a América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), a América do Sul (incluindo Brasil, Argentina e Chile), a Europa Ocidental, o sudeste asiático (incluindo Singapura, Indonésia e Tailândia) e a Oceania, por exemplo.


No caso específico do Boeing 787-8 e de seus irmãos, a partida dos motores e a atuação dos freios é elétrica; o sistema elétrico possui seis geradores, sendo dois em cada motor e mais dois que fazem parte da APU – Auxiliary Power Unit; o sistema hidráulico possui seis bombas no total, mas quatro delas são elétricas; os compressores de pressurização de cabine também são elétricos;


As baterias de lítio-cobalto são fornecidas pela fabricante japonesa GS Yuasa.


A cabine de comando do avião é altamente tecnológica, inclusive com um conjunto de aviônicos EFIS – Electronic Flight Instrument System, composto por telas PFD – Primary Flight Display, as telas primárias; pelas telas MFD – Multi Function Display, as telas multifuncionais; pela interface do FMS – Flight Management System, o sistema de gerenciamento de voo; e pelo EICAS – Engine Indicating and Crew Alerting System, este um sistema de monitoramento do funcionamento do sistema hidráulico, do sistema elétrico, do sistema pneumático e dos motores do avião.

 

Os motores das famílias General Electric GEnx e Rolls Royce Trent 1000 são turbofans de alta derivação ou alto bypass, assim seu diâmetro é maior do que os diâmetros de turbojatos e turbofans com baixa taxa de bypass. Dessa forma, a sua fixação foi feita através de um “pilão” abaixo e à frente do bordo de ataque das asas. Por se tratar de uma aeronave com trem de pouso bem alto, não houve problema de distância da parte inferior do motor em relação ao solo, lembrando que um motor turbofan não pode ficar muito próximo ao solo, pois haveria risco de aspirar objetos estranhos ou detritos sobre a pista.


O Boeing 787-8 Dreamliner possui controles de voo fly-by-wire de 2ª geração, predominantemente digital, tecnologia estreada em larga escala, no mercado civil, pelo aviões comerciais de grande porte para viagens domésticas e internacionais Airbus A320, introduzidos no mercado na década de 1990 pela gigante europeia Airbus Industrie. Nestes aviões, o sistema fly-by-wire consiste no uso de computadores que interpretam as intenções da tripulação na cabine de comando, quando movimentam os sidesticks, transmitindo comandos por meio de cabos com impulsos ou pulsos elétricos até os atuadores hidráulicos juntos às superfícies aerodinâmicas de controle, que são as responsáveis pelos movimentos de arfagem e inclinação lateral. No caso específico dos aviões da família Boeing 787, parte dos atuadores são elétricos e os comandos da cabine são realizados por meio de manches convencionais, em vez de sidesticks, mas o restante do sistema é semelhante ao dos aviões da Airbus, inclusive com o uso da RAT – Ram Air Turbine, um recurso extra de segurança do sistema.


O primeiro modelo da família Boeing 787 é operado por dezenas de companhias aéreas nos cinco continentes, entre elas as grandes e tradicionais companhias All Nippon Airways, do Japão, com 36 unidades; American Airlines, dos Estados Unidos, com 22 unidades; British Airways, da Inglaterra, com 12 unidades; Japan Airlines, do Japão, com 28 unidades; United Airlines, dos Estados Unidos, com 12 unidades; Air India, com 27 unidades; Avianca, da Colômbia, com 13 unidades; China Southern, da China, com 10 unidades; Ethiopian Airlines, da Etiópia, com 19 unidades; LATAM Airlines, do Chile e do Brasil, com 10 unidades; Scoot / Singapore, de Singapura, com 10 unidades; Qatar Airways, do Catar, com 30 unidades.


Desde o início de sua fabricação seriada, em 2011, o Boeing 787 Dreamliner já possuía as certificações ETOPS – Extended Twin Engine Operations das principais autoridades aeronáuticas mundiais. Por isso e por outros motivos as vendas deslancharam logo de início, com certificação conseguida após um intenso programa de testes e demonstrações de voo com apenas um motor em funcionamento.


BOEING 787-9 DREAMLINER
Logo acima, um dos exemplares da versão Boeing 787-9 da companhia aérea All Nippon Airways, uma das maiores operadoras de aviões comerciais do Japão. Logo abaixo, mais uma opção de configuração de assentos na classe econômica para o mesmo modelo de aeronave.

O Boeing 787-9 Dreamliner é um modelo de aeronave comercial bimotor de grande porte e de fuselagem larga, com dois corredores e até nove assentos por fileira (3+3+3), com 44 centímetros úteis de largura para cada assento da classe econômica, com alcance intercontinental e capacidade para transportar entre 290 passageiros e 400 passageiros, dependendo da configuração de assentos escolhida pela companhia aérea operadora do modelo. Ele foi o segundo modelo de aeronave da família Boeing 787, o segundo a entrar em linha produção seriada, em 2014, com a companhia aérea neozelandesa Air New Zealand sendo a operadora de lançamento.

 

Conhecido também, dentro do meio aeronáutico, como Boeing B789, ele é um modelo diretamente derivado do primeiro modelo de produção seriada, o Boeing 787-8, o que significa que uma parte de suas características estruturais e de sistemas tem semelhança ou é idêntica ao seu irmão original, mas com algumas diferenças, incluindo tanque de combustível de maior capacidade, fuselagem seis metros mais comprida, asas reformuladas, trem de pouso reforçado, peso máximo de decolagem aumentado e motores mais potentes.

 

Ele está em linha de produção seriada, disponível com duas opções de motores, o General Electric GEnx 1B, com 71.000 libras de empuxo / potência em cada motor, e o Rolls-Royce Trent 1000, também com 71.000 libras; o suficiente para que a aeronave possa alcançar a velocidade de cruzeiro de 900 km/h, com teto de serviço de 13.000 metros e alcance de até 14.000 quilômetros.


O segundo modelo da família Boeing 787 também é operado por dezenas de companhias aéreas nos cinco continentes, entre elas as grandes e tradicionais companhias Aeromexico, com 10 unidades; All Nippon Airways, do Japão, com 35 unidades; American Airlines, dos Estados Unidos, com 22 unidades; British Airways, da Inglaterra, com 18 unidades; Japan Airlines, do Japão, com 20 unidades; United Airlines, dos Estados Unidos, com 30 unidades; Air China, com 14 unidades; Air France, da França, com 10 unidades; China Southern, da China, com 13 unidades; El Al, de Israel, com 12 unidades; Air Canada, com 29 unidades; Etihad Airways, dos Emirados Árabes Unidos, com 28 unidades; Hainan Airlines, da China, com 28 unidades; KLM, da Holanda, com 13 unidades; LATAM Airlines, do Chile e do Brasil, com 16 unidades; Norwegian, da Irlanda, do Reino Unido e da Suécia, com 29 unidades; Qantas, da Austrália, com 11 unidades; Saudia, da Arábia Saudita, com 13 unidades; Scoot / Singapore, de Singapura, com 10 unidades; Turkish Airlines, da Turquia, com 11 unidades; Vietnam Airlines, com 11 unidades; Virgin Atlantic, do Reino Unido, com 17 unidades; e Air New Zealand, da Nova Zelândia, com 13 unidades.


BOEING 787-10 DREAMLINER
O Boeing 787-10 Dreamliner é um modelo de aeronave comercial bimotor de grande porte e de fuselagem larga, com dois corredores e até nove assentos por fileira (3+3+3), com 44 centímetros úteis de largura para cada assento da classe econômica, com alcance intercontinental e capacidade para transportar entre 330 passageiros e 440 passageiros, dependendo da configuração de assentos escolhida pela companhia aérea operadora do modelo. Ele foi o terceiro modelo de aeronave da família Boeing 787, o terceiro a entrar em linha produção seriada, em 2018, com a companhia aérea Singapore Airlines, de Singapura, sendo a operadora de lançamento.


Conhecido também, dentro do meio aeronáutico, como Boeing B78X, ele é um modelo diretamente derivado do primeiro modelo de produção seriada, o Boeing 787-8, o que significa que uma parte de suas características estruturais e de sistemas tem semelhança ou é idêntica ao seu irmão original, mas com algumas diferenças, incluindo tanque de combustível de maior capacidade, fuselagem 12 metros mais comprida, asas reformuladas, trem de pouso reforçado, peso máximo de decolagem aumentado e motores mais potentes.


Ele está em linha de produção seriada, disponível com duas opções de motores, o General Electric GEnx 1B, com 76.000 libras de empuxo / potência em cada motor, e o Rolls-Royce Trent 1000, também com 76.000 libras; o suficiente para que a aeronave possa alcançar a velocidade de cruzeiro de 900 km/h, com teto de serviço de 12.000 metros e alcance de até 12.000 quilômetros.


MERCADO
Logo acima, o Boeing 787 da companhia aérea brasileira LATAM Airlines, com voos internacionais partindo principalmente do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Logo abaixo, o mesmo modelo nas cores da companhia aérea chinesa China Southern, uma das maiores da China.

O Boeing 787 Dreamliner já é um sucesso de vendas da Boeing, ele já pode ser considerado um best-seller da indústria aeronáutica mundial, com vários fornecedores parceiros em várias partes do mundo, principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, sudeste asiático, Oriente Médio, China e Japão. Mais de 60 clientes empresariais, principalmente companhias aéreas nos cinco continentes do planeta, já adquiriram, contrataram leasing ou fizeram encomendas do avião americano.

Há alguns anos atrás, a Boeing passou a enfrentar uma dura concorrência nesse segmento de grandes aviões de altíssima tecnologia com a Airbus Industrie, que estava desenvolvendo o moderníssimo Airbus A350XWB e já está oferendo-o, fabricando-o e entregando-o a grandes companhias aéreas nos cinco continentes. O Airbus A350XWB é uma aeronave comercial bimotor widebody de grande porte, com motorização turbofan, para viagens internacionais e intercontinentais. Sua fuselagem e asas também são construídas com predominância de materiais compostos. A fuselagem do Airbus A350XWB é um pouco mais larga que a fuselagem do Boeing 787, cerca de 13 centímetros a mais que o avião americano, o que se traduz em um pouco mais de espaço para a instalação de um conjunto de assentos mais largos em cada fileira, inclusive na classe econômica.

Se não fosse o Boeing 767 provavelmente a empresa americana Boeing não seria a gigante da indústria aeronáutica e aeroespacial que é hoje. O Boeing 787 Dreamliner é o sucessor natural do Boeing 767 nas linhas de montagem da gigante norte-americana fabricante de aviões comerciais para transporte de passageiros e cargas.

A multinacional Boeing Company é a holding do grupo que controla várias divisões de negócios aeroespaciais civis e militares, incluindo aviões, satélites e lançadores de satélites, mapas para navegação aérea e serviços financeiros, entre outras. A Boeing Commercial Airplanes é a subsidiária que fabrica várias aeronaves comerciais de grande porte, principalmente o Boeing 787 Dreamliner, o Boeing 737 e o Boeing 777, os principais modelos de aviões da fabricante. A Boeing Defense, Space & Security é a subsidiária que fabrica equipamentos militares, satélites e lançadores de satélites, ou seja, foguetes.

O principal concorrente do Boeing 787 é o também avançado Airbus A350XWB, em várias versões, fabricadas pela europeia Airbus Industrie, uma subsidiária da Airbus Group, esta uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, considerando receita bruta e unidades vendidas. A família Airbus A350XWB também já vendeu centenas de unidades desde sua introdução alguns anos atrás, com muitas unidades já fabricadas e entregues aos seus operadores. Também já pode ser considerado um sucesso de vendas, dotado de alta tecnologia fly-by-wire nos comandos de voo.

O moderníssimo jato bimotor comercial para transporte internacional e intercontinental Boeing 787 Dreamliner já é o ponto de referência para os futuros programas de novas aeronaves e melhorias dos modelos de aeronaves já fabricados pela Boeing. O grande e clássico quadrimotor a jato Boeing 747, por exemplo, é um dos modelos de aeronaves fabricados pela Boeing que já recebeu melhorias e modernizações baseadas no Boeing 787 Dreamliner. Os motores General Electric dos dois aviões, por exemplo, são da mesma família.

SEGURANÇA DE VOO

Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Porém, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas.

Desde o início de sua fabricação em larga escala, não há registro de acidentes graves com vítimas fatais em que o Boeing 787 Dreamliner se envolveu ou foi envolvido.

Em 2012, o Boeing 787 Dreamliner apresentou algumas falhas técnicas que resultaram na suspensão temporária, por autoridades aeronáuticas, das operações das unidades que já tinham sido fabricadas e entregues aos seus operadores, incluindo superaquecimento das suas baterias de íon-lítio, vazamento de combustível e pelo menos uma rachadura / trinca em uma das janelas da cabine de passageiros.

Felizmente, nenhum passageiro ou tripulante ficou gravemente ferido e, segundo o fabricante, todos esses problemas técnicos já foram resolvidos.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

BOEING 787-8
  • Capacidade: Aprox. 350 passageiros (classe única / alta densidade);
  • Capacidade: Aprox. 240 passageiros (duas classes / média densidade);
  • Tripulação: 1 piloto, 2 co-piloto (revezamento) e 6 ou 8 comissárias;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 900 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 57 metros;
  • Envergadura: Aprox. 60 metros;
  • Altura: Aprox. 17 metros;
  • Largura da cabine de passageiros: Aprox. 5,5 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): 2 X GE GEnx ou Rolls Trent (64.000 libras / cada);
  • Certificação: FAR Part 25, ETOPS 330 minutos;
  • Teto de serviço: Aprox. 13.000 metros;
  • Alcance: Até 13.000 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Consumo médio (QAV): Aprox.
  • Consumo médio (QAV): Aprox.
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 227.000 kg;
  • Pista de pouso: Aprox. 3.000 metros (lodato / dias quentes);
  • Preço: Aprox. US$ 235 milhões (novo / padrão / sem desconto);

BOEING 787-9
  • Capacidade: Aprox. 400 passageiros (classe única / alta densidade);
  • Capacidade: Aprox. 290 passageiros (duas classes / média densidade);
  • Tripulação: 1 piloto, 2 co-pilotos (revezamento) e 8 ou 10 comissárias;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 900 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 63 metros;
  • Envergadura: Aprox. 60 metros;
  • Altura: Aprox. 17 metros;
  • Largura da cabine de passageiros: Aprox. 5,5 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): 2 X GE GEnx ou Rolls Trent (71.000 libras / cada);
  • Certificação: FAR Part 25, ETOPS 330 minutos;
  • Teto de serviço: Aprox. 13.000 metros;
  • Alcance: Até 14.000 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Consumo médio (QAV): Aprox.
  • Consumo médio (QAV): Aprox.
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 250.000 kg;
  • Pista de pouso: Aprox. 3.200 quilômetros (lotado / dias quentes);
  • Preço: Aprox. US$ 265 milhões (novo / padrão / sem desconto);

TRÊS VISTAS

COMPARAÇÃO

GALERIA DE IMAGENS
Logo acima, uma das duas linhas de montagem do Boeing 787 Dreamliner, esta em Charleston, no estado americano da Carolina do Sul. Logo abaixo, um dos protótipos na fase de testes de voo para alcançar a certificação de autoridades aeronáuticas, durante a década de 2000. Foi um dos programas mais intensos da história da indústria aeronáutica, em função de suas inovações tecnológicas. 


Logo acima, um dos exemplares do Boeing 787 Dreamliner da companhia aérea americana United Airlines, uma das maiores dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo. Logo abaixo, os grandes motores turbofans do avião americano. Com um olhar atento, percebe-se os reversores de empuxo acionados no pouso.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Boeing_787_Dreamliner
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Boeing_787
  • Boeing (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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