FOKKER 100

FOKKER F-100 (NOME COMERCIAL)
FOKKER MK-28 (NOME TÉCNICO)
FOKKER 100 (NOME COMERCIAL)
FOKKER F-28-100 (NOME TÉCNICO)
FOKKER 100 QC (QUICK CHANGE)
FOKKER 100 CARGO (VERSÃO CARGUEIRA)
FOKKER 100 EXECUTIVE JET (VERSÃO EXECUTIVA)
FOKKER F-28 MARK 0100 (NOME TÉCNICO)

INTRODUÇÃO
Logo acima, um dos exemplares de Fokker 100 operados pela companhias aérea australiana Alliance Airlines, que conta com mais de vinte unidades em sua frota. Logo abaixo, o Fokker 100 da então companhia aérea US Airways, conhecida atualmente como American Airlines, que, por sua vez, vendeu todas as suas unidades desse modelo para outras operadoras. 
Fokker F-100 é uma moderna e econômica aeronave bimotor de médio porte, com motorização turbofan e capacidade para transportar entre 98 e 118 passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, em viagens interestaduais e internacionais, criada, desenvolvida e fabricada em larga escala na Holanda a partir da década de 1980 pela Fokker Aircraft, que utilizou como base para sua criação o antigo jato bimotor a jato Fokker F-28, porém com uma quantidade significativa de mudanças, melhorias, modernizações, refinamentos e inovações que tornou o Fokker F-100 um projeto de aeronave para uso comercial quase completamente novo.

Durante as décadas de 1990 e 2000, a aeronave se tornou uma peça importante do transporte aéreo comercial no Brasil, se tornando uma presença marcante na maioria dos aeroportos de grandes metrópoles e aeroportos regionais de cidades do interior, com flexibilidade operacional, modernidade e eficiência. Durante essas duas décadas, a sua principal operadora no Brasil foi a TAM Transportes Aéreos, conhecida atualmente como LATAM Airlines, uma das maiores companhias aéreas do Brasil. Posteriormente, anos depois, ele foi operado intensivamente também pela Ocean Air / Avianca Brasil, que não existe mais.

Os seus principais concorrentes nas décadas de 1990 e 2000 foram os jatos regionais Embraer E-190, British Aerospace 146-200 / Avro RJ85, McDonnell Douglas MD-95 / Boeing 717, Bombardier CRJ1000, Embraer E-195, British Aerospace 146-300 / Avro RJ100 e Sukhoi SuperJet 100. Uma parte desses modelos concorrentes não é mais fabricada.

A FOKKER AIRCRAFT

A Fokker Aircraft foi uma das maiores e mais tradicionais fabricantes de aeronaves civis e militares do planeta. Ela foi fundada na Holanda em 1919 pelo empresário Anthony Fokker, após a Primeira Guerra Mundial, e se tornou uma grande fabricante de aeronaves militares e civis, neste caso para uso comercial no transporte de passageiros e cargas, tornando-se a maior fabricante mundial de aeronaves comerciais na década de 1920, com uma subsidiária fabricante de aviões comerciais nos Estados Unidos, inclusive.

Ela se manteve como uma grande fabricante de aeronaves civis e militares nas décadas seguintes, até a década de 1990, embora tenha sofrido durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido tomada à força pelos militares alemães e, antes do final da guerra, praticamente destruída pelos aliados Estados Unidos, União Soviética e Inglaterra. Mesmo assim, a empresa se reergueu durante as décadas de 1950 e 1960, com a fabricação seriada do seu maior sucesso na época, o turboélice regional Fokker F27, e tornou-se também uma respeitada e conceituada fabricante de satélites e de componentes para satélites, por meio de sua subsidiária Fokker Space, que, aliás, ainda existe, mas agora com o nome Airbus Defense and Space Netherlands.

Mesmo fabricando produtos de boa qualidade, a Fokker Aircraft não resistiu às várias recessões econômicas mundiais da década de 1990, ela faliu em 1996, após tentativas fracassadas de salvamento por corporações europeias, entre elas a alemã Daimler Chrysler / DASA Aviation, entretanto a divisão de fabricação de satélites e a divisão de manutenção de aeronaves, de pesquisa e desenvolvimento aeroespacial e aeronáutico e manutenção de aviões, a Fokker Space / Dutch Space, a Stork Aerospace / Fokker Technologies Fokker Services, respectivamente, foram separadas e sobreviveram à crise da Fokker Aircraft.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, uma das unidades de Fokker 100 operadas pela companhia aérea brasileira TAM Transportes Aéreos Regionais, conhecida atualmente como LATAM Ailines. Essa companhia foi uma das maiores operadores desse modelo nas décadas de 1990 e 2000, chegando a operar 50 unidades. Logo abaixo, um exemplar de Fokker 100 da companhia aérea holandesa KLM.
O Fokker F-100 é uma moderna e econômica aeronave bimotor de médio porte, pressurizada e com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com motorização turbofan com alta taxa de bypass, com asas baixas e trem de pouso triciclo retrátil, com capacidade para transportar entre 98 e 118 passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, em viagens interestaduais e internacionais, criada, desenvolvida e fabricada em larga escala na Holanda a partir da década de 1980 pela Fokker Aircraft, na época uma grande e tradicional fabricante de aeronaves comerciais.

Conhecido também como Fokker F-28 Mark 0100, Fokker F-28-100, Fokker MK-28 ou simplesmente Fokker 100 (aliás, este o nome fantasia mais utilizado em todo o mundo) pelos seus operadores e usuários, ele foi um dos principais modelos de aeronaves comerciais das décadas de 1990 e 2000, principalmente para companhias aéreas regionais.

Ele é impulsionado por dois motores turbofan Rolls-Royce Tay 620, menos potentes, ou Rolls Royce Tay 650, mais potentes, fixados no cone de cauda, o que resulta em velocidades de cruzeiro de aproximadamente 800 km/h e alcances entre 2.400 quilômetros e 3.100 quilômetros, dependendo da versão, com cabine lotada de passageiros e reservas de combustível.

Ele ainda é considerado um avião moderno no meio aeronáutico, desde o início, na década de 1980, fabricado já com uma das primeiras versões do sistema EFIS – Electronic Flight Instrument System, o sistema de voo por instrumentos, com interfaces digitais em tubos de raios catódicos, e com o FMC - Flight Management Computer, o computador de gerenciamento de voo, que, mais tarde, por sua vez, passou a integrar o FMS - Flight Management System, o sistema de gerenciamento de voo, dentro de um contexto de glass cockpit ou cockpit de vidro, como também é conhecido no meio aeronáutico.

O Fokker F-100 é considerado no meio aeronáutico um avião de porte médio, porém a sua capacidade de transportar até 118 passageiros na configuração de alta densidade o coloca na linha divisória entre aviões de médio porte e aviões de grande porte. Um pouco acima dessa linha estão os modelos de aeronaves de grande porte Boeing 737 Max 7, Airbus A319 e Boeing 737-700, por exemplo.

O avião regional holandês foi projetado na década de 1980 pela Fokker Aircraft com o seu foco principal no passageiro de linhas aéreas regionais, ligando grandes hubs de grandes metrópoles aos aeroportos regionais, geralmente com infraestrutura menos sofisticada que os aeroportos internacionais das grandes metrópoles. Ele foi projetado para operar voos curtos, típicos da aviação regional.

Um exemplo dessa flexibilidade é o eficiente conjunto formado por asas semi-retas com flaps do tipo fowler, que melhoram bem a operação em pistas de pouso com 2.000 metros de comprimento. Em pistas de pouso mais curtas há limitações de peso de decolagem. Para completar esse conjunto, a Fokker Aircraft optou por introduzir já na década de 1990 o sistema de frenagem com freios de carbono, mais eficientes que os freios comuns de metal.

Quando foi lançado, na década de 1980, ele foi considerado um dos mais modernos modelos de aviões comerciais disponíveis no mercado, com motores turbofan com alta taxa de bypass, mais econômicos e com menor nível de ruído que motores turbojato; painel digital moderno e preciso, equipado com speed brakes de cauda e spoilers de asa para tornar mais dóceis as aproximações e os pousos; equipado com ILS Categoria III, para permitir pousos com neblina / nevoeiros espessos; e equipado com auto-throttle, uma espécie de acelerador eletrônico, que controla a potência do motor para cada fase do voo; entre outros itens de segurança, conforto e desempenho.

A Fokker Aircraft escolheu os econômicos e modernos turbofans britânicos Rolls-Royce Tay 620 e Rolls-Royce Tay 650 para impulsionar o Fokker F-100, o primeiro com 13.850 libras de potência / empuxo e o segundo com 15.100 libras de potência / empuxo, ambas na decolagem. Assim, no momento da encomenda, o comprador e/ou operador da aeronave podia escolher entre os dois motores para impulsionar os seus aviões. É claro que a grande maioria dos operadores preferiu o motor mais potente, já que se trata de um avião dedicado a operações em aeroportos regionais, com pistas de pouso de comprimento limitado. Com a motorização Rolls-Royce Tay 650, o Fokker F-100 pode chegar a cerca de 800 km/h de velocidade de cruzeiro.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Logo acima, uma típica configuração de assentos do Fokker F-100, com capacidade para até 108 passageiros, em média densidade. Mas, na época, o operador do avião podia optar pelas configurações de 98 assentos, em baixa densidade, com classe econômica e classe executiva, e de 118 assentos, em alta densidade. Logo abaixo, mais uma opção de configuração de assentos.

Durante a década de 1980, os investidores, executivos e projetistas da Fokker Aircraft acreditavam que havia espaço suficiente no mercado aeronáutico mundial para mais um competidor na faixa de 80 até 120 passageiros, ocupada por pouquíssimos modelos de aviões regionais, dentre eles os aviões da família BAe 146, conhecidos posteriormente como Avro RJ.

Em vez de criar uma aeronave completamente nova, eles partiram do pressuposto de que já havia um bom projeto de jato regional, o Fokker F-28, para 85 passageiros, que poderia ser utilizado como base para dar origem a um novo modelo de avião, com suas dimensões ampliadas e amplamente modernizado, para dar origem a um modelo de avião regional moderno, confortável e com boa performance.

Surgiu então o projeto Fokker MK-100, um jato regional com 5,8 metros a mais de comprimento de fuselagem; envergadura (comprimento total entre uma ponta de asa e outra ponta) com 3 metros a mais; novos flaps; ailerons maiores; estabilizador horizontal 1,4 metro maior; trem de pouso reforçado; novos freios; e aviônicos totalmente novos, dentro do conceito glass cockpit, ou seja, digitais.

Dentre os fornecedores escolhidos estavam a empresa britânica Rolls-Royce (motores turbofans), a americana Rockwell Collins (aviônicos), a americana Honeywell (sistema de pressurização, incluindo válvulas e ar condicionado), e a americana Hamilton Standard (geradores elétricos).

O jato comercial de médio porte para transporte regional de passageiros Fokker F-100 foi a maior aeronave fabricada pela Fokker Aircraft,  o maior avião de sua linha de montagem na Holanda. Ele foi projetado, desde o início, com fuselagem próxima do solo para facilitar o embarque e desembarque de passageiros em aeroportos regionais, com infraestrutura menos sofisticada que a infraestrutura oferecida pelos grandes aeroportos metropolitanos. Além disso, a introdução e retirada de bagagens dos passageiros do porão de carga também é relativamente fácil e a checagem diária de parte dos sistemas é facilitada por meio de painéis acessíveis no solo, sem necessidade de escadas.

O jato bimotor para transporte regional, doméstico e internacional de passageiros Fokker F-100, conhecido também como Fokker MK-28, foi projetado, desenvolvido e fabricado pela Fokker Aircraft a partir da década de 1980 para atender pedidos de companhias aéreas que atuavam no mercado de transporte aéreo doméstico e regional. Ele foi projetado e fabricado pela Fokker para competir com outras grandes e tradicionais fabricantes de aeronaves comerciais da época, como a americana McDonnell Douglas, por exemplo, no transporte regional e doméstico de passageiros, numa faixa estreita de capacidade entre 80 e 120 assentos, servida por apenas alguns produtos, entre eles o antigo bimotor Douglas DC-9 e, posteriormente, na década de 1990, o moderno bimotor Boeing 717, este com mais de 150 unidades fabricadas.

A FAMÍLIA FOKKER 100

A família Fokker F-100 é formada por pelo menos quatro modelos de aeronaves regionais a jato semelhantes, o Fokker F-100, conhecido também como Fokker 100, o modelo original, a partir do qual todos os demais modelos foram criados e desenvolvidos; o Fokker F-100 QC ou Fokker F-100 Quick Change, uma versão para transporte regional de passageiros que pode ser rapidamente convertida para transporte de cargas; o Fokker F-100 Cargo, uma versão cargueira, convertida por meio de retrofit; e Fokker F-100 Executive Jet, uma versão executiva, para até 50 passageiros, com inúmeros itens de conforto, incluindo uma galley completa com refeições e bebidas, telefone por satélite e toaletes para tripulação e passageiros.

Em relação ao modelo de aeronave que lhe deu origem, o antigo jato regional bimotor Fokker F-28, o então novo Fokker F-100 era bem superior em termos tecnológicos. De forma resumida, considerando dimensões, capacidades e modernidade tecnológica do projeto e tecnologia embarcada, ele tem fuselagem quase 5,8 metros mais comprida, com a capacidade de passageiros aumentada de 85 assentos para 108 assentos, em média densidade; tem asas maiores, com 3 metros a mais de envergadura; tem estabilizador horizontal maior; tem cabine digital, ao contrário de seu predecessor, que possui cabine analógica, formada basicamente por instrumentos eletromecânicos; possui trem de pouso mais robusto; dentre outras mudanças, melhorias e modernizações. Na prática, considerando todas as diferenças, trata-se de um modelo de aeronave quase completamente novo em relação ao seu antecessor.

Vale ressaltar ou lembrar que quando a Fokker Aircraft lançou o Fokker F-100 a empresa brasileira Embraer e a empresa russa Sukhoi ainda não fabricavam o Embraer E-190 e o Sukhoi SuperJet 100, respectivamente. Restava assim aos operadores de linhas aéreas regionais poucas opções de aeronaves nessa faixa de assentos. Além disso, quando foi introduzido nos mercados regionais e domésticos americanos, europeus, australianos e brasileiros, o Fokker F-100 realmente surpreendeu o meio aeronáutico mundial com o seu alto nível de automatismo e flexibilidade operacional. Sem exageros, ele era uma das mais modernas aeronaves regionais na faixa entre 80 assentos e 120 assentos na época, talvez o mais moderno.

Na década de 1990, uma parte importante do treinamento de pilotos do jato Fokker F-100 de vários operadores, entre eles a TAM Transportes Aéreos, era realizada nos Estados Unidos, no centro de treinamento da American Airlines, o maior centro de treinamento de pilotos do mundo, localizado em Dallas, no estado do Texas.

Após a falência da Fokker Aircraft, em 1997, uma empresa foi criada para atender os operadores do modelo Fokker F-100, a Stork BV / Fokker Aviation, que passou a prestar serviços de manutenção nos modelos fabricados pela Fokker.

ALTA TECNOLOGIA

Apesar de ter sido considerado um avião polêmico no Brasil, com quatro ocorrências que prejudicaram sua reputação, uma em 1996, outra em 1997 e mais duas em 2002, curiosamente no mesmo dia, o jato comercial Fokker F-100 ainda hoje é considerado no meio aeronáutico um dos mais modernos e eficientes aviões comerciais fabricados em série na década de 1990, um avião com diversas qualidades positivas, inclusive dócil, obediente aos comandos.

O seu sistema elétrico é alimentado por 115 volts de energia alternada de dois geradores principais nos motores, um gerador em cada motor, e mais um gerador secundário, a APU – Auxiliary Power Unit, totalizando 3 geradores. Ou seja, é quase impossível uma falha simultânea nos três geradores, portanto é baixíssimo o risco de uma pane elétrica total em pleno voo. Em aviação, esta precaução ou preocupação toda pode ser resumida em uma palavra: Redundância...

O sistema hidráulico do Fokker F-100 também é redundante. Ele é duplo, com o controle primário de voo, ou seja, aquele que é imprescindível para manter a aeronave na sua trajetória em voo e pousá-la em segurança, composto pelo leme, profundor e ailerons. O leme tem efeito direcional, o aileron tem efeito de inclinação lateral e o profundor tem efeito sobre a atitude (não confundir com altitude) da aeronave em relação ao horizonte. Essas três superfícies de controle são atuadas hidraulicamente por duas unidades independentes, ou seja, o sistema hidráulico é duplo, se uma linha hidráulica falhar em voo a remanescente pode, se estiver ativa, manter o controle.

Já na década de 1980, a Fokker projetou o Fokker F-100 com moderno cockpit ou cabine de comando com seis telas digitais, sendo duas unidades de PFD – Primary Flight Display, uma do lado esquerdo, para o comandante da aeronave, e outra do lado direito, para o co-piloto, complementadas com duas unidades de ND – Navigation Display, também uma de cada lado. No centro do painel de comando, há duas unidades de MFD – Multi Function Display.

Quando o Fokker F-100 foi projetado a moderna e recém-lançada tecnologia glass cockpit estava disponível ainda nos tubos de raios catódicos. Posteriormente, anos depois, os tubos foram substituídos pelas telas de cristal líquido. Já o console central do cockpit do Fokker F-100 possui a interface de outra tecnologia importante, o FMS – Flight Management System, o sistema de gerenciamento de voo.

Na década de 1990, a Fokker Aircraft já incluía no projeto e na fabricação do Fokker F-100 uma boa variedade e quantidade de partes e componentes em material composto, utilizados na montagem da aeronave, como partes e componentes integrantes da aeronave. Entretanto, as partes principais que formam a estrutura da aeronave (fuselagem e asas) sempre foram construídas em alumínio e ligas metálicas.

MERCADO
As aeronaves comerciais com motorização turbofan são economicamente e tecnicamente mais vantajosas no transporte de passageiros em viagens com mais de 750 quilômetros de distância, enquanto os turboélices apresentam mais vantagens em viagens com menos de 500 quilômetros de distância e operando em aeroportos menores e menos sofisticados que os aeroportos internacionais das grandes cidades, com pistas de pouso com menos de 1.850 metros de comprimento e com obstáculos próximos das cabeceiras e prolongamentos, com até 6 graus de inclinação na rampa de aproximação.

A principal vantagem do jato é a produtividade maior, em função justamente da velocidade de cruzeiro maior. Considerando apenas o aspecto tempo, apenas para efeito de comparação, desconsiderando outros aspectos técnicos, como, por exemplo, o comprimento da pista de pouso, o jato pode ser até duas vezes mais produtivo que um turboélice, viajando até duas vezes mais quilômetros que um turboélice em um mesmo dia. Por outro lado, em viagens de menos de 500 quilômetros de distância o turboélice pode ser até 15% mais econômico, consumindo menos combustível.

Embora tenha sido retirado precocemente de linha de produção seriada, o Fokker F-100 foi um dos mais eficientes modelos de aeronaves comerciais da história da aviação comercial. Com mais de 280 unidades fabricadas entre 1986 e 1997, ele só não foi mantido em linha de produção seriada porque a Fokker Aircraft, uma empresa privada, enfrentava dificuldades financeiras na época. A sua holding DASA / Deutsche Aerospace, conhecida atualmente como Airbus Group, tentou salvá-la, injetando capital nela, mas não conseguiu evitar a falência da empresa holandesa, que foi divida em quatro partes, com três sendo aproveitadas e uma fechando as portas.

A companhia americana American Airlines, com 75 unidades; a então companhia regional brasileira TAM Transportes Aéreos, conhecida atualmente como LATAM Airlines, com 50 unidades; a companhia americana US Airways, com 40 unidades; a companhia holandesa KLM, com 22 unidades; a companhia mexicana Mexicana de Aviación; a companhia suíça Swissair; a companhia austríaca Austrian Airlines, com 15 unidades; e a companhia chinesa Mandarin Airlines foram algumas das maiores operadoras do jato Fokker F-100 e, dizem, o jato holandês foi um dos principais responsáveis por tornar a então companhia TAM uma das maiores companhias aéreas do mundo.

Aqui no Brasil, a companhia regional TABA - Transportes Aéreos da Bacia Amazônica também operou o Fokker F-100, mas neste caso por pouco tempo, apenas um ano.

Atualmente, a companhia regional autraliana Qantas Link (Network), com 16 unidades; a companhia iraniana Iran Aseman Airlines, com 7 unidades; a companhia australiana Alliance Airlines, com 25 unidades; a companhia iraniana Karun Airlines, com 5 unidades; e a companhia australiana Virgin Australia / Skywest Australia, com 4 unidades,  estão entre as principais operadoras do Fokker F-100.

Mais de 280 unidades de Fokker F-100 foram fabricadas pela Fokker Aircraft e vendidas para várias grandes e tradicionais operadoras. Uma parte dessas aeronaves fabricadas pela Fokker foi vendida por meio de financiamento do próprio fabricante. Mais de 100 unidades desse modelo de aeronave ainda estão voando, transportando passageiros em viagens interestaduais e internacionais, principalmente na Austrália e no Irã.

Cerca de 12 companhias aéreas regionais ainda estão operando o jato Fokker F-100, tanto em países desenvolvidos, quanto em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

A empresa de voos charter Air Charter Service, sediada nos Estados Unidos, é uma das operadoras do Fokker F-100, em sua versão de média densidade. Os seus serviços de fretamento (aluguel) também estão disponíveis para o mercado brasileiro, por meio de sua filial brasileira.

SEGURANÇA DE VOO

Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de decolagens realizadas, considerando a média mundial. Porém, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul, a Austrália e a Nova Zelândia, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de decolagens realizadas.

Porém, infelizmente em 1996, na cidade de São Paulo, entre os acidentes mais graves e de maior repercussão na imprensa e no mercado de transporte aéreo, um jato Fokker F-100 da TAM Transportes Aéreos teve uma falha grave de acionamento do reversor de empuxo, ou, mais precisamente, uma disfunção de funcionamento de dispositivo eletrônico, que causou durante a sua operação de decolagem um acionamento não comandado do reversor, o sistema que, nas operações de pouso, inverte quase totalmente a direção do fluxo de ar que sai do bocal de exaustão do motor turbofan. Esse acidente causou a morte de quase 100 pessoas, entre passageiros, tripulantes da aeronave e moradores das residências vizinhas ao Aeroporto de Congonhas.

A grosso modo, apenas para efeito de comparação, a média estatística mundial de envolvimento em acidentes graves com vítimas fatais de aeronaves comerciais fabricadas por grandes e tradicionais empresas ocidentais, incluindo Boeing, Airbus / ATR, Embraer Bombardier, é de aproximadamente 2% do número total de aeronaves fabricadas. Não é o ideal, é claro, porque o ideal é que não haja acidentes, mas sabe-se que a indústria aeronáutica e as companhias aéreas fazem esforços para reduzir ainda mais este número, que, aliás, é apenas tolerado pelas autoridades aeronáuticas dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

No total, desde o início da operação comercial do Fokker F-100 na década de 1980, foram registrados oito ocorrências / acidentes graves com vítimas fatais. Entretanto, justiça seja feita, duas dessas ocorrências / acidentes graves com vítimas fatais foram ocasionadas por fatores que não têm absolutamente nenhuma relação com a qualidade do projeto do Fokker F-100.

Uma delas aconteceu no Brasil, em 1997, quando o jato da TAM foi vítima de sabotagem, e o outro, em 2007, quando o jato do Governo da Costa do Marfim foi vítima de ataque terrorista. Portanto, do ponto de vista puramente estatístico, aproximadamente 3% do número total de jatos Fokker F-100 fabricados se envolveu em acidentes graves com vítimas fatais, excluindo deste número os dois casos citados acima.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
  • Capacidade: 98 passageiros (baixa densidade)
  • Capacidade: 108 passageiros (média densidade)
  • Capacidade: 118 passageiros (alta densidade)
  • Tripulação: 1 piloto (comandante), 1 co-piloto e 3 ou 4 comissárias;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 800 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 36 metros;
  • Envergadura: Aprox. 28 metros;
  • Altura: Aprox. 9 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): 2 X Rolls-Royce Tay 650 (15.100 libras / cada);
  • Motorização (potência / empuxo): 2 X Rolls-Royce Tay 620 (13.850 libras / cada);
  • Consumo médio (QAV): Aprox.
  • Consumo médio (QAV): Aprox.
  • Aviônicos: EFIS Rockwell Collins 700 (de série);
  • Upgrades: TCAS III (obrigatório a partir de 2003), EGPWS e EICAS;
  • V1/VR (decolagem): Aprox. 260 km/h (condições normais);
  • VREF (aproximação final): Aprox. 240 km/h (condições normais);
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 44.450 kg;
  • Pista de pouso: Aprox. 1.999 metros (lotado / dias quentes);
  • Teto de serviço: Aprox. 11.000 metros;
  • Alcance: Aprox. 2.800 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Preço: Aprox. US$ 5 milhões (usado / bom estado de conservação);
TRÊS VISTAS

GALERIA DE IMAGENS

Logo acima, uma ilustração simplificada que relaciona as empresas que foram as principais fornecedoras de peças, partes e componentes da fabricante Fokker Aircraft, em seu processo produtivo do Fokker F-100 na Holanda, onde a montagem final era realizada. Logo abaixo, uma ilustração da seção circular da cabine de passageiros da aeronave, com cinco assentos (dois mais três) dispostos em cada fileira, separados por um corredor.



Logo acima, o Fokker F-100 nas cores da companhia aérea americana American Airlines, que foi a maior operadora desse modelo durante as décadas de 1990 e 2000, utilizando-o principalmente para atender o mercado doméstico americano. Logo abaixo, o mesmo modelo nas cores de outra tradicional companhia aérea americana, a US Airways, conhecida também como US Air, que, posteriormente, em 2015, foi fundida com a American Airlines, dando origem a maior companhia aérea do mundo, considerando número de aeronaves comerciais operadas, receita bruta e número de passageiros transportados.



Logo acima, para quem não cansa de apreciar o que é bonito, o pássaro de prata Fokker F-100 nas cores da American Airlines. Logo abaixo, o mesmo modelo de aeronave nas cores da companhia aérea brasileira Ocean Air / Avianca Brasil. Em 2006, essa companhia brasileira rebatizou todas as 15 unidades usadas de Fokker F-100 compradas da American Airlines, para Fokker MK-28. Comenta-se nos bastidores do meio aeronáutico que a compra por US$ 5 milhões por unidade, em valores da época, teria sido uma pechincha”, pois os aviões estavam em ótimo estado de conservação, com apenas 1/3 (um terço) de suas vidas úteis consumidas.


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Atenção: As informações, conceitos e valores (preços) emitidos neste artigo ou página são apenas de caráter informativo e podem não estar absolutamente precisos e rigorosos, pois esse não é o objetivo do blog. Para informações, conceitos e valores mais precisos e rigorosos entre em contato com o fabricante e/ou com seu representante de vendas.


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fokker_100
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fokker
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Fokker_100
  • Fokker (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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