LOCKHEED MARTIN F-16 FALCON

GENERAL DYNAMICS F-16 FALCON (A PARTIR DE 1978)
GENERAL DYNAMICS F-16 FIGHTING FALCON
LOCKHEED MARTIN F-16 FALCON (A PARTIR DE 1993)
LOCKHEED MARTIN F-16 FIGHTING FALCON
MITSUBISHI F-2 (A PARTIR DE 1996)
SAMSUNG F-16 FALCON (COREIA DO SUL)
FOKKER F-16 FALCON (HOLANDA)
SONACA / SABCA F-16 FALCON (BÉLGICA)
F-16 VIPER (APELIDO)


INTRODUÇÃO

Logo acima, o F-16 Falcon C/D, uma das mais modernas versões da família F-16 Falcon, uma aeronave ágil e sofisticada, um avião militar de primeiro mundo, um dos mais eficientes membros de uma das mais bem sucedidas famílias de caças-bombardeiros militares da história da indústria aeronáutica mundial, com mais de 45 anos de produção seriada e ininterrupta. Ele é um caça de quarta geração, desenvolvido para ser uma plataforma versátil e multiuso de proteção de espaços aéreos e de territórios, com alta tecnologia embarcada. Logo abaixo, o F-16 Falcon A/B, o antecessor do atual caça bombardeiro F-16 Falcon V Block 70, em produção seriada.

O novo Lockheed F-16 Fighting Falcon V Block 70/72 ou, simplesmente, Lockheed F-16 Falcon V, é uma aeronave ágil e econômica, monomotor de altíssima performance para emprego exclusivamente militar, fabricada a partir da década de 2010 pela tradicional fabricante Lockheed Martin, dos Estados Unidos, criada e desenvolvida a partir de versões anteriores do mesmo projeto F-16 Falcon, da própria Lockheed Martin e da General Dynamics, também dos Estados Unidos, com os primeiros modelos para atender pedidos da Força Aérea dos Estados Unidos, a partir da década de 1970, e, posteriormente, para exportação para mais de 25 países amigos dos Estados Unidos, com entrada em serviço em 1978, totalizando mais de 4.600 unidades fabricadas até o momento.


Nas décadas de 1980, 1990, 2000 e 2010, os seus principais concorrentes no mercado militar internacional de aeronaves de superioridade aérea foram os suecos Saab JAS 39 Gripen NG e Saab JAS 39 Gripen, o europeu Eurofighter Typhoon, os franceses Dassault Rafale e Dassault Mirage 2000, os russos Sukhoi Su-30/33/35/37 e Sukhoi Su-34, os chineses Chengdu J-10 e Shenyang J-11, e os americanos McDonnell Douglas F/A 18 A/B Hornet Boeing F/A 18 E/F Super Hornet, todos esses antecessores da novíssima quinta geração de caças supersônicos semi-stealth.


A GENERAL DYNAMICS

A centenária gigante americana General Dynamics (pronuncia-se Djéneral Dáinémics) é uma das maiores e mais tradicionais fabricantes e desenvolvedoras de produtos aeronáuticos, aeroespaciais, espaciais e de defesa do planeta. Ela foi fundada em 1899 pelo empresário judeu e americano Issac Rice, inicialmente com o nome Electric Boat Company, o fabricante do primeiro submarino comissionado da US Navy, a Marinha dos Estados Unidos, posteriormente, décadas depois, tornando-se um dos maiores fornecedores de veículos e armas para as Forças Armadas dos Estados Unidos.


Ela foi renomeada posteriormente para Submarine Boat Corporation, em 1917, e para General Dynamics, em 1952. Atualmente, ela é um dos maiores e mais importantes grupos industriais de alta tecnologia aeroespacial, espacial, aeronáutica e de defesa do planeta, especializada na criação, no desenvolvimento e na fabricação de aeronaves civis e militares, embarcações militares, mísseis, tanques de guerra e outros veículos terrestres para uso militar, softwares e hardwares para uso militar e componentes para lançadores de satélites. Em 2019, ela foi a quinta maior empresa de defesa dos Estados Unidos e a sexta maior do mundo, considerando receita bruta.


Gulfstream Aerospace, por exemplo, é uma das principais subsidiárias da General Dynamics, uma maiores, mais respeitadas, mais conceituadas e mais bem sucedidas fabricantes de aeronaves executivas do mundo, especializada na fabricação de jatos executivos de médio porte. Ela é uma das mais rentáveis subsidiárias da General Dynamics, com mais de 13.300 empregados, a grande maioria deles nos Estados Unidos.


A LOCKHEED MARTIN

A também tradicional Lockheed Martin (pronuncia-se Lócrríd Mórtin) é uma gigante americana dos ramos aeroespacial, espacial, aeronáutico, de defesa, de equipamentos médicos, de sistemas de energia solar e de sistemas nucleares, criada em 1995 partir da fusão de duas grandes empresas dos ramos aeroespacial, espacial, aeronáutico e de defesa, a Lockheed Corporation e a Martin Marietta, se tornando a partir de então a maior contratante de defesa do mundo, com receita bruta de cerca de US$ 53 bilhões em 2018, graças, em grande parte, a contratos militares com o Governo dos Estados Unidos e com nações amigas, com mais de 105.000 empregados em várias partes do mundo, principalmente nos Estados Unidos.


Entre os seus principais produtos e empreendimentos estão o míssil Lockheed Trident, lançado a partir de submarinos; o avião de patrulha militar Lockheed P-3 Orion, ainda em operação em várias forças armadas, incluindo a FAB - Força Aérea Brasileira; o caça Lockheed F-16 Falcon, um grande sucesso operacional e de vendas; o caça Lockheed F-35 Lightning II, um dos aviões militares mais avançados do mundo; o turboélice militar Lockheed C-130 Hercules, também um sucesso operacional e de vendas; a empresa de lançamentos de satélites ULA – United Launch Alliance, em parceria com a Boeing Company; e a fabricante de helicópteros Sikorsky Aircraft, uma das maiores do mundo; entre outros.


Além disso, a empresa foi a fabricante de alguns dos mais tecnológicos produtos militares de suas respectivas épocas, entre eles o bombardeiro stealth Lockheed F-117 Nighthawk e o caça semi-stealth Lockheed F-22 Raptor, entre outros.


Já a Lockheed Corporation foi uma das duas grandes empresas antecessoras da Lockheed Martin, fundada em 1932, a partir da Alco Company, da Loughead Aircraft e da Detroit Aircraft. Entre seus produtos civis e militares mais tecnológicos de suas respectivas épocas estiveram os aviões de reconhecimento (espionagem, na verdade) Lockheed U-2 Utility e Lockheed SR-71 Blackbird, o caça a jato Lockheed P-180 Shooting Star, o cargueiro militar Lockheed C-5 Galaxy e o avião comercial de grande porte Lockheed L-1011 Tristar, um dos wide-bodies intercontinentais mais icônicos de sua época.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

De modo geral, o General Dynamics F-16 Fighting Falcon (pronuncia-se Fáitin Fócon) é uma aeronave militar monomotor de altíssima performance, com construção convencional em alumínio, aço e titânio e com partes menores em material composto, criada, desenvolvida e fabricada a partir da década de 1970 pela gigante americana do setor de defesa General Dynamics, após vencer uma importante concorrência da US Air Force, a Força Aérea dos Estados Unidos, para um caça leve ar-terra / dia que serviria de complemento para o caça-bombardeiro bimotor de altíssima performance McDonnell Douglas F-15 Eagle, da mesma época, tornando-se então a principal operadora de ambos os modelos, obtendo amplo sucesso com a utilização intensiva deles em uma variedade de cenários reais de combate, incluindo a Guerra do Golfo, no Oriente Médio, com as operações Tempestade no Deserto e Escudo no Deserto, em 1990 e 1991.


Com o passar dos anos, o General Dynamics F-16 Falcon passou a ter importância própria, passando inclusive a desempenhar funções de caça-bombardeiro multifunção supersônico para missões ar-ar / ar-terra / dia-noite, não sendo mais considerado apenas um complemento ao caça de superioridade aérea McDonnell Douglas F-15 Eagle na frota ou esquadra da Força Aérea dos Estados Unidos, ultrapassando em vendas, inclusive, este bimotor americano, com exportação e/ou fabricação licenciada para mais de 25 nações amigas dos Estados Unidos, incluindo Bélgica, Dinamarca, Israel, Holanda, Noruega, Portugal e Coreia do Sul.


Trata-se de uma família de aviões militares que possui asas do tipo semi-delta, com estrutura alar de múltiplas longarinas, e superfícies aerodinâmicas de controle dentro do conceito de instabilidade projetada, para permitir uma agilidade fora do comum durante as missões. Inicialmente, com capacidade para transportar até 6.300 kg de carga bélica, dezenas de versões e sub-versões melhoradas e modernizadas foram lançadas, com uma nomenclatura meio confusa, aliás, que utiliza os nomes F-16 Falcon A/B para os primeiros modelos fabricados, a partir de 1978, e F-16 Falcon C/D para os modelos fabricados posteriormente, a partir de 1984, dentre outros. Foi utilizada nessa nomenclatura uma subdivisão chamada Block para designar modelos específicos para participar de concorrências de potenciais nações compradoras, alcançando sucesso em parte delas.


O modelo atual, em produção seriada, foi nomeado Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon V Block 70/72, com o “V” significando Viper ou, traduzindo, Víbora, e com o Block 70/72 significando a mais recente e atualizada versão da família, oferecida para Taiwan, para a Índia, para a Eslováquia e para o Bahrein, dentre outras nações potenciais compradoras.


Ele foi o primeiro caça monomotor supersônico da história da indústria aeronáutica mundial em que houve amplo sucesso na implementação do sistema de controle de voo fly-by-wire, inicialmente analógico e posteriormente digital, para reduzir o peso da aeronave e aumentar a sua agilidade e precisão em manobras de ataque e evasivas, o que representou um salto tecnológico e operacional para a Força Aérea dos Estados Unidos, ajudando a consolidar a posição dela como a mais poderosa e respeitada força aérea do mundo, com superioridade tecnológica militar.


Basicamente, em linhas gerais, o Lockheed F-16 Fighting Falcon V Block 70/72 é a mais recente versão da família F-16 Falcon, mas com um número de mudanças, modernizações, melhorias e refinamentos realmente significativo em relação aos primeiros modelos das décadas de 1970 e 1980, inclusive com motores melhorados da marca General Electric, mais eficientes, ao ponto da própria fabricante Lockheed Martin considerá-lo um modelo de avião quase completamente novo, embora conserve o conceito de avião monomotor supersônico multifunção para emprego em um contexto de superioridade aérea para proteção de territórios.


Entre as principais características da aeronave estão a compacidade, a leveza, a agilidade, a velocidade, a praticidade e a rapidez na execução das missões, com eficiência, sem abrir mão do custo de manutenção e consumo de combustível abaixo da maioria de seus principais concorrentes e sem abrir mão da superioridade aérea de um caça típico de quarta geração, projetado e desenvolvido para atender as necessidades de países de primeiro mundo, inclusive dos Estados Unidos e vários países signatários da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma importante aliança intergovernamental de defesa.


O seus antecessores General Dynamics F-16 Fighting Falcon A/B Block 1 / 5 / 10 / 15 / 20 foram projetados e desenvolvidos na década de 1970 e fabricados a partir das décadas de 1970 e 1980 para atender os requisitos das forças aéreas dos Estados Unidos, com 650 unidades encomendadas, e da Bélgica, da Noruega, da Holanda e da Dinamarca, com 350 unidades encomendadas, inclusive com a possibilidade de utilizá-lo a partir de porta-aviões, embora pouquíssimos países no mundo tenham utilizado o avião desta forma.


Há um ditado que diz que armas existem para não serem usadas, mas ao longo de mais de quatro décadas há poucos relatos de utilização inadequada desse modelo de aeronave, o que significa que uma porcentagem muito baixa das mais de 4.600 unidades fabricadas caiu em mãos erradas, como no caso da Venezuela, por exemplo, embora não se saiba ao certo qual o estado de conservação dessas unidades e se estão plenamente operacionais, já que o suporte técnico, incluindo fornecimento de peças de reposição, da Lockheed Martin foi interrompido em 2007, a mando do Governo dos Estados Unidos.


Há décadas a Turquia tem causado preocupação e apreensão na comunidade internacional, mas não houve até o momento, ao que parece, uma decisão de interromper por completo a relação diplomática entre os Estados Unidos e esse país euro-asiático.


CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Logo acima, o sofisticado General Dynamics F-16 Falcon, o antecessor do Lockheed Martin F-16 Falcon. Uma aeronave militar considerada avançada para sua época, tecnologicamente superior a qualquer outro caça militar monomotor de quarta geração na década de 1980. Esse avião atendeu aos rígidos critérios de seleção da US Air Force, a Força Aérea dos Estados Unidos, dentro da concorrência LWF / ACF, na qual também esteve competindo o protótipo de bimotor Northrop YF-17, logo abaixo, que, aliás, foi usado, posteriormente, como base para dar origem ao bimotor McDonnell Douglas F/A-18 Hornet, também um sucesso operacional e de vendas.

Historicamente, os Estados Unidos mantêm uma longa tradição de criar, desenvolver e fabricar seus próprios equipamentos militares, mantendo também uma posição firme de fornecimento de materiais bélicos somente para nações amigas e interrompendo a assistência técnica e o fornecimento de peças de reposição em caso de problemas diplomáticos de relacionamento, com consequentes tensões militares e/ou conflitos armados...


O jato militar General Dynamics F-16 Falcon foi criado na década de 1970, a partir da percepção dos projetistas, executivos e investidores da General Dynamics sobre o mercado mundial, principalmente o mercado americano, de caças militares da então nova quarta geração, então vindoura, em substituição à terceira geração usada intensivamente naquele momento.


Então, após a Guerra do Vietnã, a US Air Force ou Força Aérea dos Unidos entendeu que havia necessidade de preencher uma lacuna aberta entre os aviões treinadores e de ataque leve e os sofisticados caças bimotores de altíssimo desempenho, como o então novíssimo e respeitado McDonnell Douglas F-4 Phantom II, por exemplo.


Surgia então o Programa LWF / Programa ACF, apoiado pelo então secretário de defesa David Packard e liderado pelo coronel John Boyd, com foco principal em selecionar um projeto de caça militar que serviria de complemento para o caça-bombardeiro bimotor de quarta geração McDonnell Douglas F-15 Eagle, que, por sua, vez estava sendo preparado para substituir o caça bombardeiro bimotor de terceira geração McDonnell Douglas F-4 Phantom II, um poderoso e respeitado clássico do pós-guerra.


Na verdade, havia alguma resistência inicial dentro da Força Aérea dos Estados Unidos em relação ao Programa LWF / Programa ACF, pois na época grande parte dos recursos dela estava sendo gasta no desenvolvimento e na aquisição do caça bombardeiro bimotor McDonnell Douglas F-15 Eagle, mas a argumentação utilizada pelos servidores que conduziam o programa era de que esse modelo de caça bimotor da McDonnell Douglas poderia compartilhar tarefas com uma aeronave menor, mais leve e mais econômica, portanto, a lógica era que, posteriormente, no longo prazo, o Governo dos Estados Unidos estaria economizando dinheiro, pois as missões menos exigentes de poder de fogo poderiam ser plenamente atendidas por um caça menor, o que, de fato, se concretizou. Além disso, os dois motores utilizados no F-15 Eagle eram da mesma família que o motor do F-16 Falcon, um fator de economia na manutenção de ambos os modelos.


GERAÇÕES DE CAÇAS

Dentro do meio aeronáutico mundial, entre forças armadas e agências de inteligência, há uma convenção criada décadas atrás para facilitar a compreensão dos avanços tecnológicos sucessivos sobre a criação, desenvolvimento e fabricação de aviões de caça a jato e caça-bombardeiros a jato pelos principais fabricantes do planeta.


Assim, passou-se a utilizar o termo "geração" também para designar cada avanço sucessivo de tecnologia empregada nesses aviões, portanto não tendo relação direta com o termo "geração" utilizado para designar as fases internas de cada família de aviões. Por exemplo: Os aviões da família F-16 Falcon são de 4ª geração, mas dentro da família F-16 Falcon há uma outra separação criada para diferenciar cada uma das três gerações dessa família.


GERAÇÕES DE CAÇAS E CAÇAS-BOMBARDEIROS

GERAÇÃO

DÉCADA

EXEMPLOS

1940 e 1950

Messerschmitt Me 262 e Gloster Meteor (os primeiros caças a jato da história)

1950 e 1960

Dassult Mirage III, Saab 35 Draken e North American F-100 Super Sabre e Convair F-102 Delta Dagger (novas ligas de alumínio, asas enflechadas ou em delta e já apresentando a velocidade supersônica)

 1960 e 1970

Saab 37 Viggen, McDonnell F-4 Phantom II, Northrop F-5E Tiger II, MIG 23 e MIG 25 (modernizações em relação à geração anterior, incluindo aumento da manobrabilidade no ar e ataque ao solo)

 

 1980 e 1990

Saab Gripen, Mirage 2000, MIG 29, MIG 31, Sukhoi Su-27, Grumman F-14 Tomcat, McDonnell F-15 Eagle, Panavia Tornado, General F-16 Falcon e General F/A-18 Hornet (inúmeras melhorias, incluindo a introdução gradativa de materiais compostos, mísseis ar-ar de longo alcance e aviônicos digitais)

 

2000 e 2010Chengdu J-20, Lockheed F-22 Raptor, Lockheed F-35 Lightining e Sukhoi Su-57 (os mais avançados da atualidade, com capacidade de furtividade e ampla integração de sensores, sistemas e aviônicos
2020Em desenvolvimento



Observe atentamente no quadro acima o resumo da sequência de avanços tecnológicos introduzidos nos modelos de caças a jato e caças-bombardeiros a jato na história da indústria aeronáutica mundial. As primeiras versões da família F-16 Falcon, como a General Dynamics F-16 A Fighting Falcon, por exemplo, foram encaixadas no contexto da 4ª geração de caças a jato, mas a atual 3ª geração dessa mesma família F-16 Falcon é considerada quase completamente nova em relação às primeiras versões.

Inúmeros conceitos, sistemas, mecanismos, dispositivos e aviônicos típicos de aviões de 5ª geração estão presentes na 3ª geração da família F-16 Falcon, que é um avião de 4ª geração.

A América Latina é uma região relativamente pacífica, com poucos conflitos armados ou tensões entre suas nações integrantes, portanto não há necessidade do Chile, por exemplo, possuir um caça de 5ª geração, que, por sua vez, possui entre suas principais características a furtividade aos radares.


A FAMÍLIA F-16

De modo geral, o General Dynamics F-16 Fighting Falcon é um caça monomotor de multiemprego de quarta geração, ele foi criado pela General Dynamics na década de 1970 para inicialmente renovar a frota de aeronaves militares de altíssima performance da Força Aérea dos Estados Unidos, principalmente em substituição aos caças leves Lockheed F-104 Starfighter e Republic F-105 Thunderchief, e, posteriormente, para exportação para nações amigas.


É uma aeronave ágil, veloz e eficiente nos requisitos de proteção a espaços aéreos e territórios. Ele foi criado e desenvolvido pela equipe de projetistas da General Dynamics, liderada pelo conceituado engenheiro aeronáutico americano Robert Henry Widmer, inicialmente como um caça de combate ar-terra, sendo, posteriormente, alguns anos depois, seu projeto modificado para desempenhar missões de ataque ar-ar, ataque ar-solo e reconhecimento, tornando-se então um caça multimissão, sem perda de eficiência, o que resultou em redução de custos operacionais para a Força Aérea dos Estados Unidos.


O nome General Dynamics F-16 Fighting Falcon significa “Falcão Guerreiro” e, dentro da nomenclatura da família F-16 Falcon, uma “sopa confusa” de letras e números, todas as versões são agrupadas pelas letras A/B, para os primeiros modelos, e C/D, para os modelos fabricados a partir de 1984, dentre outras letras subsequentes. Além disso, essas versões e sub-versões foram agrupadas em blocos menores.


Por exemplo, o modelo original F-16 Falcon e as primeiras versões e sub-versões receberam os nomes General Dynamics F-16 Fighting Falcon A Block 1, General Dynamics F-16 Fighting Falcon B Block 1, General Dynamics F-16 Fighting Falcon A Block 5, General Dynamics F-16 Fighting Falcon B Block 5, e assim por diante, com os modelos monoplace (de um lugar, apenas o piloto) recebendo a letra A ou C e os modelos biplace (com dois lugares, para instrutor e aprendiz) recebendo a letra B ou D, e assim por diante.


Além da capacidade de combate ar-ar, típica de modelos de caças de superioridade, o General Dynamics F-16 Falcon também é capaz de fazer ataques ao solo, contra tanques de guerra e instalações militares, por exemplo, e ataques contra embarcações militares, embora esta última não seja sua principal especialidade. A aeronave possui também um canhão interno General Electric M61 Vulcan de 20 milímetros, com mais de 500 projéteis, com sistemas eletro-óticos e infravermelho, para missões noturnas e diurnas.


Esse avião militar é um dos mais avançados caças bombardeiros monomotores do mundo e combina agilidade com capacidades de pouso e decolagem em pistas de pouso pavimentadas de comprimento limitado. Embora não seja sua principal especialidade, ele foi projetado para pousar e decolar, eventualmente, em porta-aviões, inclusive com gancho traseiro para pousos curtos, embora pouquíssimas forças armadas no mundo tenham feito essa opção, a grande maioria preferindo operá-lo a partir de bases aéreas em terra firme.


Embora não possua superfícies aerodinâmicas de controle do tipo canards, o General Dynamics F-16 Falcon foi o primeiro caça bombardeiro totalmente original do mundo criado dentro do conceito de instabilidade aerodinâmica, o primeiro com comandos de voo fly-by-wire, inicialmente, a partir de 1978, analógico, e, posteriormente, a partir de 1984, digital, tornando-se, a partir de então, um avião dentro do conceito de estabilidade digital, com configuração de aerofólios (asas e empenagem traseira) convencional, com asas do tipo semi delta, e estabilizador horizontal em peça única, do tipo stabilator, fixado nas duas laterais traseiras da fuselagem, com asas com flaperons ocupando praticamente todo o bordo de fuga, controlado a partir de um sofisticado sistema baseado no uso da chamada aerodinâmica de instabilidade intrínseca, controlada por avançado sistema que utiliza fios com impulsos ou pulsos elétricos para transmissão de comandos às suas superfícies aerodinâmicas de controle.


A introdução simultânea do conceito de instabilidade aerodinâmica e do conceito de controle de voo fly-by-wire permitiu uma redução total de quase 500 kg no peso do General Dynamics F-16 Falcon, em relação aos modelos de aviões da mesma categoria de multifunção monomotor supersônica da década de 1980, inclusive com a possibilidade de até 6.300 kg de carga bélica, sem restrições de manobras, ou até 9.200 kg, com restrições de manobras, de até 5 g, neste caso somente para missões específicas.


Os aviões projetados dentro do conceito de instabilidade aerodinâmica, como o F-16 Falcon e o Saab Gripen, por exemplo, são aqueles que não voltariam ou dificilmente voltariam ao comportamento normal (docilidade) em voo quando o piloto faz algum movimento em seus comandos, como no manche, por exemplo.


A princípio, o que seria um problema de comportamento arredio e mal adaptado dessas aeronaves torna-se um trunfo no campo de batalha, pois o controle delas é intermediado por um sistema fly-by-wire computadorizado que aproveita a instabilidade natural para torná-las mais ágeis em manobras, tanto de ataque quanto evasivas, tornando-as tecnologicamente superiores no campo de batalha, no chamado dogfight, ou, traduzindo, no combate aéreo de curta distância...


Todas as grandes e tecnologicamente avançadas forças armadas do mundo sabem que não basta apenas ter o melhor equipamento militar, o mais avançado de todos. Há uma variedade de fatores que pode resultar no sucesso ou no fracasso de uma missão, ou, até mesmo, de uma guerra, incluindo um bom planejamento estratégico, geralmente antecipado, o que inclui boas informações sobre o campo de batalha, consciência sobre a real capacidade do inimigo de reagir a um eventual ataque; além, é claro, de uma tripulação disciplinada e bem treinada; dentre outros fatores. Mas não há dúvida de que um equipamento tecnologicamente superior pode ser decisivo, pode fazer a diferença entre ter ou não ter sucesso em uma missão.


F-16 FALCON A/B

O ousado General Dynamics F-16 Fighting Falcon A/B é um típico caça multifunção monomotor avançado de quarta geração, da década de 1980, com construção convencional em alumínio, aço e titânio e partes menores em material composto, com propulsão turbofan militar com baixa taxa de bypass da marca americana Pratt & Whitney, modelo Pratt & Whitney F100-PW-200, com pós-combustor, trem de pouso triciclo, sistema de controle de voo redundante, do tipo fly-by-wire quadruplex, com quatro canais, inicialmente concebido como um caça leve de superioridade, principalmente para combates ar-terra, incluindo apoio aéreo imediato e ataque tático.


Na época de seu lançamento, desenvolvimento e início da produção em série, na década de 1970, ele era um caça à frente de seu tempo, representando um grande avanço tecnológico na área de defesa, com tecnologias inovadoras e um nível de sofisticação elevado, inédito na época, embora o foco principal do projeto, segundo a fabricante General Dynamics, fosse eficiência e simplicidade de operação. 


Inicialmente, ele foi apresentado como um caça monomotor econômico, mais eficiente que caças bimotores, mas com o passar dos anos provou-se que seu leque de operações poderia ser bem mais amplo que o originalmente previsto, passando, de fato, a desempenhar funções de ataque ar-ar, ar-solo e de reconhecimento, tornando-se um caça multifunção.


A beleza não é uma característica relevante na aviação militar, mas não há dúvida de que os designers da General Dynamics foram felizes na criação do avião. 


A fabricação em série do General Dynamics F-16 Falcon foi iniciada em 1978, inicialmente para atender cinco encomendas, para a Força Aérea dos Estados Unidos, para a Força Aérea da Bélgica, para a Força Aérea Real da Dinamarca, para a Força Aérea Real da Holanda e para a Força Aérea Real da Noruega, inicialmente fabricado em três instalações industriais, uma nos Estados Unidos, em Fort Worth, no estado do Texas, pela própria General Dynamics, e em duas instalações europeias, uma da Fokker Aircraft, na Holanda, em Schiphol-Oost, sob licença, e uma da SABCA / SONACA, na Bélgica, em Gosselies, também sob licença.


Já nos primeiro modelos, o General Dynamics F-16 Falcon apresentava um design realmente impressionante, inovador, muito ousado e muito refinado, com aspecto futurista, focado em eficiência aerodinâmica e altíssima performance. Durante a década de 1980, ele apresentava o menor custo operacional, o maior alcance e o melhor desempenho que quase todos os seus principais concorrentes da época.


Para alcançar essas vantagens, optou-se por uma fuselagem esguia, com asas semidelta, com estrutura composta de 80% de partes em ligas de alumínio, 8% de aço, 3% de materiais compostos e 2% de titânio, o que, junto com um eficiente motor turbofan Pratt & Whitney F100-PW-200, com pós-combustor, com potência / empuxo máxima de 23.800 libras, deu a ele a velocidade máxima supersônica de 2.100 km/h, no seu teto de serviço de 15.000 metros, ou também supersônica de 1.300 km/h, ao nível do mar.


Desde o início da fabricação seriada, o seu projeto estava focado em praticidade e funcionalidade. Por exemplo, cerca de 80% dos seus painéis externos de manutenção e operação podem ser acessados pelo pessoal de manutenção e de reabastecimento sem necessidade do uso de escadas, suportes ou andaimes, o que facilita e agiliza a operação da aeronave, reduzindo o tempo que se gasta com o avião no solo para a realização segura dos procedimentos de preparação para as missões, entre uma missão e outra.


Durante a década de 1970, o Programa LWF / Programa ACS previa requisitos mínimos de 4.000 horas de vida útil, robustez suficiente para uma carga 7 g estrutural máxima e 80% do combustível em tanques internos. No entanto, quando foi iniciada a fabricação em série, em 1978, o avião já tinha superado essas especificações, com a possibilidade de até 8.000 horas de vida útil, carga 9 g estrutural e combustível suficiente para um alcance de translado de até 3.800 quilômetros, sem carga bélica. O raio de ação ou área protegida é de 1.000 quilômetros, a partir da base, com armamentos.


Os primeiros modelos da família F-16 Falcon, com o nomes General Dynamics F-16 Fighting Falcon A/B Block 1 / 10 / 15 e 20, foram equipados com o radar compacto Westinghouse APG-66, embora fosse incapaz de lançar mísseis guiados por radar, o que só mudou após o lançamento, já na década de 1980, por meio de um programa de retrofits upgrades da própria General Dynamics, de modo a tornar a aeronave também capaz de executar missões ar-ar, incluindo o lançamento do AIM-7F Sparrow, complementado pelo míssil AIM-9 Sidewinder, guiado por calor.


Em um contexto estrito de aviação militar avançada, os modelos General Dynamics F-16 Falcon A/B Block 1 / 10 / 15 / 20 foram criados para serem aeronaves relativamente fáceis e simples de serem mantidas, de serem operadas, com rotinas rápidas e simples de rearmamento, reaparelhamento, reprogramação e reabastecimento de combustível em solo, após a execução de cada etapa de missão, para retornar imediatamente ao combate.


Já na década de 1980, a cabine de comando ou cockpit do General Dynamics F-16 Falcon A, o modelo monoposto ou monoplace, que faz parte da 1ª geração da família F-16 Falcon, apresentava um conjunto de inovações para a época, incluindo o manche lateral ou sidestick localizado do lado direito do piloto, enquanto a ou o manete (acelerador de mão) está localizada no lado esquerdo. Naquela época esses dois controles de voo já estavam dentro da filosofia HOTAS – Hands on Throttle and Sidestick, em que há pouca ou nenhuma necessidade de tirar as mãos deles enquanto a missão é executada. Além disso, o canopi (para-brisa) da aeronave já era todo fabricado em policarbonato e em peça única, o que, segundo o fabricante, possibilita ampla visão sobre o que se passa ao redor da aeronave.


O assento ACES II é ejetável, os pedais de direção são convencionais e aeronave foi projetada com paraquedas de arrasto, embora pouquíssimas forças armadas tenham optado pela utilização intensiva deste sistema de freio aerodinâmico, já que, de modo geral, os pousos dos aviões da família F-16 Falcon são tranquilos em pistas de comprimento limitado.


Em 1981, foi registrada a primeira missão real e relevante de sucesso da 1ª geração da família F-16 Falcon, com o bombardeio de um complexo nuclear no Iraque, na época um inimigo de longa data de Israel, um dos primeiros operadores do avião.


Em 1983, a Venezuela recebeu as primeiras unidades de sua encomenda.


Em 1998, o Governo de Portugal negociou diretamente com o Governo dos Estados Unidos a aquisição de 25 unidades de modelos de 1ª geração da família F-16 Falcon, da frota da Força Aérea dos Estados Unidos, por cerca de US$ 268 milhões, em valores da época. Os aviões foram levados para Portugal para, a partir de então, serem modernizados por meio de retrofits e upgrades e torná-los equivalentes às versões de 2ª geração da família F-16 Falcon, incluindo radar Westinghouse APG-68, GPS – Global Positioning System, sistema de acompanhamento do terreno sobrevoado, sistemas IFF, modem mais moderno de integração de dados, sistema eletrônico de direção de combate e lançadores de iscas luminosas e metalizadas, motores mais potentes e reforços estruturais, dentre outros equipamentos e melhorias.


Quem disse que rico não compra sobra de rico?


Outro país que optou por aviões usados foi a Jordânia.


F-16 FALCON C/D

O projeto F-16 Falcon, da década de 1980, um dos mais avançados programas militares desenvolvidos em território americano, um projeto criado e desenvolvido pela General Dynamics para atender os requisitos da Força Aérea dos Unidos, que foi a operadora governamental de lançamento da aeronave, resultou em um avião militar monomotor a jato com um alto nível de sofisticação, nunca antes encontrado em um modelo monomotor de aeronave militar equivalente, nem mesmo pelo Dassault Mirage 2000.


Só para se ter uma ideia, o avião era tão avançado que só foi ultrapassado, em termos de avanço tecnológico, mais de uma década depois, em 1996, com a entrada em serviço do Saab JAS 39 Gripen, da Força Aérea da Suécia, e, ainda assim, com algumas ressalvas, como, por exemplo, o alcance, o que só foi resolvido nos anos mais recentes, com o desenvolvimento da mais nova versão Saab JAS 39 Gripen E/F, conhecida também como Saab Gripen NG, da FAB - Força Aérea Brasileira, com até 4.000 quilômetros de alcance em translado.


A partir de 1984 e nos anos seguintes, novas tecnologias aeronáuticas e aeroespaciais que ainda não estavam plenamente operacionais em 1978 foram incorporadas gradativamente à linha de produção seriada dos aviões da família F-16 Falcon, dando origem assim à 2ª geração dessa família, composta pelos modelos General Dynamics F-16 Falcon C/D Block 25 / 30 / 32 / 40 / 42 / 50 / 52, com os modelos com os finais 30, 40 e 50 impulsionados por motores da marca General Electric e os modelos com o finais 32, 42 e 52 impulsionados por motores da marca Pratt & Whitney.


A partir da década de 1980, uma variedade de inovações foram incorporadas aos aviões da família F-16 Falcon, dentro do pacote de atualizações de projeto MSIP, da própria General Dynamics, incluindo a integração de uma variedade de sistemas de alta tecnologia, inéditos na época, entre eles o cockpit digital, também conhecido como glass cockpit, com aviônicos do tipo EFIS – Electronic Flight Instrument System, com duas telas multifuncionais, inicialmente em tubos de raios catódicos, uma do lado esquerdo, com apresentação de informações de radar e mapas móveis, e uma do lado direito, com apresentação de dados do motor, do trem de pouso e dos flaps. Alguns anos depois, as telas de tubos foram trocas por telas equivalentes em LCD – Liquid Crystal Display, mais leves, mais compactas, com melhor resolução (imagens mais nítidas) e com menos emissão de calor no cockpit.


Essas telas são complementadas pelo HUD – Head Up Display, também uma inovação tecnológica na época. Ele é uma tela semi-transparente fixada na altura dos olhos do piloto. É um aviônico que aumenta a precisão e a consciência situacional do piloto da aeronave em relação ao horizonte, ao rumo e em relação ao terreno sobrevoado;


Durante as décadas de 1980 e 1990, os monomotores a jato americanos General Dynamics F-16 Falcon de 2ª geração podiam ser armados com canhão, mísseis e bombas, todos esses de baixo, médio e alto poder de fogo, dependendo de cada caso. Eles possuem uma variedade de sistemas de alta tecnologia embarcada para melhorar a eficiência e aumentar a precisão das missões programadas, incluindo pods de ECM, para ter a capacidade de prejudicar o funcionamento de radares inimigos.


Normalmente, nas décadas de 1980 e 1990, eles podiam, por exemplo, ser armados com o canhão interno rotativo General Electric M61 Vulcan, de 20 milímetros; com os mísseis AIM-9L Sidewinder defensivos, de curto alcance; com os mísseis AIM-7 Sparrow, de médio alcance; com as bombas de queda livre MK83, de 450 kg, fixadas nos cabides centrais; com as bombas retardadas MK82 Snakeye, de 230 kg; com os mísseis anti-radar AGM-78 Standard; e com as bombas Paveway, guiadas por laser; lembrando que quanto maior o número, a variedade e o peso total dessas armas, menor era o alcance, a velocidade e a capacidade de manobras. Isso é e sempre foi normal, em todos os aviões militares é e sempre foi assim, sem exceção. Com o passar dos anos, o mix de bombas e mísseis foi melhorado em vários aspectos, incluindo redução de peso, aumento de velocidade, aumento do poder de fogo e aumento de alcance. 


Na configuração de ataque ar-terra, eles possuíam capacidade para até 6.900 kg de armamentos em nove hard points ou pontos de acoplamento de armamentos, embora com capacidade limitada de combustível. Já com os tanques de combustível cheios, a capacidade era reduzida para 4.600 kg de armamentos, mas ainda assim considerada uma boa capacidade. Além disso, para melhorar a manobrabilidade em baixa velocidade da 2ª geração da família F-16 Falcon, mesmo totalmente armada, mudanças estruturais foram incorporadas ao projeto, incluindo um estabilizador horizontal de maior dimensão.


O radar foi trocado para o Westinghouse APG-68, de maior amplitude de varredura, capacidade de TWS e função de mapeamento de solo de alta resolução. A partir de 1987, foi introduzido pod de sistema noturno de navegação e ataque Lantirn, de aquisição de alvos, mas o sistema só se tornou totalmente operacional alguns anos depois. Quando configurado para ataque ar-terra, a aeronave já possuía nove hard points para armamentos, incluindo o míssil ar-terra Maverick, guiado de forma eletro-optica.


Todos os modelos da 2ª geração do F-16 Falcon foram projetados com sistema de reabastecimento em voo, com bocal de receptáculo universal, padrão da Força Aérea dos Estados Unidos. As versões agrupadas na sub-divisão Block 40 / 42 e Block 50 / 52 são as mais avançadas da 2ª geração, incluindo a implementação de OVN – Óculos de Visão Noturna, HMD – Helmet Mounted Display, um sistema de apresentação instalado no capacete do piloto, e DEEC – Digital Electronic Engine Control, um sistema computadorizado de controle do funcionamento do motor, impedindo que o piloto exceda os seus limites de segurança, de forma semelhante ao atual FADEC – Full Authority Digital Engine Control.


Eles estão equipados com um sistema de aviso de aproximação de mísseis inimigos, inclusive com o lançamento automático de iscas luminosas e de radar para enganar o sistema de busca do míssil agressor.


A grande maioria das modernizações, das melhorias e dos refinamentos implementados na 2ª geração dos aviões da família F-16 Falcon foi disponibilizada também para os aviões da 1ª geração dessa mesma família, por meio de upgrades e retrofits disponibilizados pela própria General Dynamics e/ou pela britânica BAE Systems, esta também uma gigante do setor de defesa.


Em 1987, foi iniciada a fabricação seriada das 160 unidades de General Dynamics F-16 Falcon de 2ª geração da Turquia, fabricadas sob licença da General Dynamics, em território turco. No total, foram fabricadas 278 unidades dos aviões da família F-16 Falcon em território turco.


Em 1989, a Indonésia recebeu a primeira unidade de sua encomenda de aviões da família F-16 Falcon. Em 1990, o Bahrein recebeu a primeira unidade de sua encomenda de aviões da família F-16 Falcon.


As forças armadas da Coreia do Sul, por meio do grupo empresarial sul-coreano Samsung Group, também fabricou os aviões da 2ª geração da família F-16 Falcon, sob licença da General Dynamics, com autorização do Governo dos Estados Unidos.


F-16 FALCON E/F

Versões específicas Block 60 do General Dynamics F-16 Fighting Falcon, foram solicitadas pelos Emirados Árabes Unidos em 1989, com algumas melhorias em relação aos modelos de 2ª geração da família F-16 Falcon, incluindo radar AN APG-80 / AESA, de varredura eletrônica; canhão de 30 milímetros; com capacidade adicional de combustível; aviônicos mais avançados e motor General Electric GE F110-GE-132, com 32.000 libras de potência / empuxo na decolagem, com pós-combustor.


No total, foram fabricadas 80 unidades das versões General Dynamics F-16 E Fighting Falcon, monoposta, para apenas um piloto, e General Dynamics F-16 F Fighting Falcon, biposta, para treinamento, para piloto / instrutor e piloto / aprendiz, entregues para a Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos, entre 2004 e 2007.


F-16 FALCON V

Versão atual de produção seriada, da gigante americana Lockheed Martin, com fabricação seriada iniciada em 2019 em Greenville, no estado norte-americano da Carolina do Sul, com radar AN APG-83 SABR / AESA, vida útil da célula (fuselagem e asas) melhorada para 12.000 horas, novo computador de missão, sistema automatizado de prevenção de colisão contra o solo.


O radar Northrop AN APG-83 AESA – Active Electronically Scanned Array, de 5ª geração, é um novo recurso de bordo para aumentar a precisão das missões, com melhor consciência situacional, inclusive com o fornecimento de mapas do terreno sobrevoado. Um sistema de datalink avançado melhorou a comunicação entre os aviões amigos no cenário de combate. Um sistema Auto GCAS ou sistema avançado de prevenção de colisões foi instalado para evitar colisões contra o solo, lembrando que parte das missões é realizada a baixa altura.


A aeronave possui funções de busca e rastreamento de alvos múltiplos, navegação, mapeamento do terreno, com grande resolução, e ataque ao solo, com alto poder de processamento de dados, considerando os padrões atuais. Só pra se ter uma ideia de sua capacidade, ele consegue detectar alvos pequenos, como um automóvel clandestino, a até 60 quilômetros de distância (algumas fontes falam em até 120 quilômetros).


Também possui um moderno computador de bordo para o controle de tiro, telas multifuncionais de cristal líquido coloridas e um HUD - Head Up Display de amplo campo visual. O cockpit do Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon V Block 70 / 72 é um dos mais modernos entre caças monomotores de quarta geração em operação no mundo.


O sistema datalink permite o recebimento e envio em tempo real, em voo, de dados relacionados à missão, como, por exemplo, posição de alvos aéreos, terrestres e marítimos; imagens de radar e de satélite; dados sobre disponibilidade de combustível, a configuração, a situação e a condição de voo de aeronaves amigas no teatro de operações; entre outros.


Os aviões dessa 3ª geração da família F-16 Falcon, praticamente todos destinados à exportação, estão disponíveis com vários equipamentos, como, por exemplo, sonda para reabastecimento em voo; sistema Obogs, para geração de oxigênio no cockpit; ar condicionado no cockpit; pilones ou pontos de acoplamento padrão OTAN; sistema passivo de busca e rastreamento por infravermelho / eletro-ótico e engajamento de alvos HMS. Além disso, a aeronave possui sistema de contramedidas, incluindo chaffs e jammings, contra mísseis guiados por radar, e flares, contra mísseis guiados por infravermelho.


Os compradores efetivos são Taiwan, Bahrein e Eslováquia, além de potenciais interessados em várias partes do mundo.


MERCADO

Logo acima, a configuração de instrumentos no cockpit da primeira geração da família F-16 Falcon, da década de 1980, predominantemente analógica. Logo abaixo, a configuração, mais sofisticada, de instrumentos digitais no cockpit, dos aviões da família F-16 Falcon, também a partir da década de 1980, com duas telas multifuncionais, complementadas por um HUD - Head Up Display, disponível na versão mais recente Lockheed Martin F-16 Falcon V Block 70, com equipamentos de última geração.

O projeto F-16 Falcon é um grande sucesso de vendas, com os modelos de produção seriada fabricados a partir de 1978, pela General Dynamics, e, a partir de 1993, pela Lockheed Martin, que comprou os direitos de desenvolvimento e fabricação dos modelos dessa família de aviões militares. No total, foram mais de 30 versões e sub-versões criadas, desenvolvidas e fabricadas em série a partir do modelo original, incluindo versões monopostas e bipostas, neste caso para treinamento de novos pilotos.


Até o momento foram fabricadas mais de 4.600 unidades da família F-16 Falcon, com a expectativa de aumentar esse número para mais centenas de unidades, caso as encomendas de novos lotes de longo prazo por parte dos governos da Índia, de Taiwan, do Bahrein e da Eslováquia se confirmem.


Atualmente, a Força Aérea dos Estados Unidos é a principal operadora do avião, com cerca de 1.000 unidades em sua esquadra ou frota. Está programada a substituição gradativa dos aviões da família F-16 Falcon dessa força aérea pelos avançadíssimos jatos militares de quinta geração Lockheed Martin F-35 Lighting II, com tecnologia semi-steath, com um encomenda de 1.530 unidades, das quais 230 já estão em operação.


Atualmente, cerca de 3.000 unidades de aviões da família F-16 Falcon estão em operação no mundo, em mais de 25 países. Segundo o fabricante, centenas de empregos foram gerados, a partir de 2019, nas suas instalações em Greenville, no estado norte-americano da Carolina do Sul, para a fabricação do Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon V Block 70/72, com fornecedores de peças, partes e componentes em mais de 40 estados nos Estados Unidos.


É consenso no meio aeronáutico de que o projeto do Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon V Block 70 / 72 é quase novo em relação ao seus antecessores General Dynamics F-16 Fighting Falcon A/B Block 1 / 10 / 15 / 20, com um número considerável de mudanças, inovações e aprimoramentos, embora os aspectos externos desses modelos de aeronaves sejam semelhantes, com poucas diferenças.


Anteriormente, a General Dynamics e a Lockheed Martin fizeram estudos sobre versões navais da família F-16 Falcon, baseadas em porta-aviões, mas parece não ter havido interesse concreto de potenciais operadores governamentais.


Aqui no Brasil, o Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon esteve presente na concorrência Projeto FX e Projeto FX2, das décadas de 1990, 2000 e 2010, da FAB – Força Aérea Brasileira, mas, após a reformulação completa da concorrência, com o acréscimo de novas exigências ou requisitos, inclusive transferência irrestrita de tecnologia, com a possibilidade de fabricação no Brasil do avião escolhido e sua exportação, o avião americano foi excluído da lista de finalistas, restando na parte final da disputa apenas os avançadíssimos Dassault Rafale, francês, Saab Gripen NG, sueco, e o poderoso Boeing F/A 18 E/F Super Hornet, americano.


O Japão produziu 100 unidades de um derivado direto do F-16 Falcon de 2ª geração, a partir de 1996, sob licença da General Dynamics, por meio da fabricante japonesa Mitsubishi Heavy Industries, mas renomeado para Mitsubishi F-2, com várias melhorias, incluindo um número maior de peças e partes em material composto, para reduzir o peso, asas maiores, radar AESA, estabilizador horizontal maior, tanques de combustível de maior capacidade e mísseis antinavio.


Aqui na América do Sul, o principal operador dos aviões da família F-16 Falcon é a Força Aérea do Chile, com 40 unidades em sua frota ou esquadra.


O F-16 EM AÇÃO

Ao longo das décadas de 1980, 1990, 2000 e 2010, os aviões militares da família F-16 Falcon estiveram envolvidos em mais de 20 conflitos militares reais em que a capacidade deles foi colocada à prova, com um índice de sucesso e/ou sucesso relativo de mais de 85% das missões programadas, dentre as principais as descritas resumidamente abaixo: 

  • Israel versus Iraque, em 1981: Ataque contra a instalação nuclear Osirak, do Iraque;
  • Israel versus Síria, em 1982: Ataque contra aeronaves da Síria;
  • Paquistão versus Afeganistão e União Soviética, entre 1986 e 1988: Autodefesa do espaço aéreo do Paquistão contra aviões do Afeganistão e da União Soviética;
  • Coalizão Internacional versus Iraque, em 1990 e 1991: Defesa dos territórios do Kuwait e da Arábia Saudita contra os invasores iraquianos. Na Guerra do Golfo, durante a década de 1990, foram utilizados, no total, 250 unidades de F-16 Falcon, com 13.500 saídas (decolagens) e cerca de 20.000 toneladas de bombas lançadas, somando cerca de 40% do total de saídas realizadas, com quatro aeronaves F-16 Falcon perdidas durante a realização das missões;
  • Coalizão Internacional versus Iraque, entre 1991 e 2003: Zona de exclusão aérea imposta pela ONU, em território iraquiano;
  • Coalizão Internacional contra a Iugoslavia, em 1999: Intervenção militar na região, por meio da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte;
  • Paquistão versus Índia, em 1999: Disputa de território (Caxemira) entre os dois países;
  • Israel versus Palestina, a partir do ano 2000: Disputa de território;
  • Estados Unidos, a partir de 2001: Após os ataques de 11 de Setembro, o sistema de controle do espaço aéreo do território americano passou por algumas mudanças;
  • Grécia versus Turquia: Desde a década de 1990, ambos os países mantêm disputa territorial;
  • Israel versus Síria, em 2007: Ataque israelense contra instalações nucleares da Síria;


FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS


F-16 FALCON A (1ª GERAÇÃO)

  • Tripulação: 1 piloto;
  • Comprimento: Aprox. 15 metros;
  • Envergadura: Aprox. 10 metros;
  • Altura: Aprox. 5 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): Pratt & Whitney F100-PW-200 (23.800 libras);
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 16.000 kg;
  • Peso vazio: Aprox. 7.100 kg;
  • Velocidade máxima (em altitude elevada): Aprox. 2.100 km / h;
  • Velocidade máxima (a baixa altitude): Aprox. 1.300 km / h;
  • Alcance máximo para translado: Aprox. 3.800 quilômetros;
  • Raio de ação (área protegida): Aprox. 1.000 quilômetros;


F-16 FALCON C (2ª GERAÇÃO)

  • Tripulação: 1 piloto;
  • Comprimento: Aprox. 15 metros;
  • Envergadura: Aprox. 10 metros;
  • Altura: Aprox. 5 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): Pratt & Whitney F100-PW-229 (29.000 libras);
  • Motorização (potência / empuxo): General Electric F110-GE-129 (29.500 libras);
  • Peso máximo de decolagem: Aprox. 19.100 kg;
  • Peso vazio: Aprox. 8.600 kg;
  • Velocidade máxima (em altitude elevada): Aprox. 2.100 km / h;
  • Velocidade máxima (a baixa altitude): Aprox. 1.300 km / h;
  • Alcance máximo para translado: Aprox. 4.000 quilômetros;
  • Raio de ação (área protegida): Aprox. 1.000 quilômetros;


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Atenção: As informações, conceitos e valores (preços) emitidos neste artigo ou página são apenas de caráter informativo e podem não estar absolutamente precisos e rigorosos, pois esse não é o objetivo do blog. Para informações, conceitos e valores mais precisos e rigorosos entre em contato com o fabricante e/ou com seu representante de vendas.


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/General_Dynamics_F-16
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/General_Dynamics_F-16_Fighting_Falcon
  • General Dynamics (divulgação): Imagem
  • Lockheed Martin (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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