AIRBUS ARIANE
AEROSPATIALE ARIANE
ARIANESPACE S.A. (SUBSIDIÁRIA)
AGÊNCIA ESPACIAL EUROPEIA
ARIANEGROUP (MATRIZ)
ARIANE 1 (A PARTIR DE 1981)
ARIANE 2 (A PARTIR DE 1987)
ARIANE 3 (A PARTIR DE 1984)
ARIANE 4 (A PARTIR DE 1988)
ARIANE 5 (A PARTIR DE 1998)
ARIANE 6 (EM DESENVOLVIMENTO)
INTRODUÇÃO
Logo acima, o grande lançador de satélites Ariane 5, um dos integrantes da família de lançadores Airbus Ariane, por sua vez formada por seis modelos. Logo abaixo, o primeiro modelo de lançador da família Airbus Ariane, o Ariane 1, da década de 1980, com oito lançamentos comerciais bem sucedidos.
Os foguetes Airbus Ariane, conhecidos anteriormente
como EADS Ariane e Aerospatiale Ariane, são grandes e potentes lançadores
descartáveis de satélites, sondas espaciais e telescópios espaciais, criados, desenvolvidos
e fabricados desde a década de 1970 por um grande consórcio de empresas
europeias fornecedoras de peças, partes e componentes, entre elas a então indústria aeronáutica e aeroespacial francesa
Aérospatiale, conhecida posteriormente como EADS e, atualmente, como Airbus
Group, em parceria com a ESA - European Space Agency ou Agência Espacial Europeia, esta uma organização
intergovernamental formada inicialmente por 10 países europeus para exploração comercial, militar e científica do espaço e, atualmente, com 22 países europeus associados.
Atualmente, o único modelo de foguete em operação da
família Airbus Ariane é o Ariane 5, o mais potente da
família, operado pela empresa multinacional europeia Arianespace, formada pela
parceria entre 17 empresas europeias, entre elas a Airbus Group e a Safran S.A. / Snecma, ambas
tradicionais gigantes do setor aeronáutico e aeroespacial.
Essa parceria tem conseguido bons resultados desde sua
criação em 1980, com cerca de 95% de aproveitamento das missões de lançamentos
de satélites programadas, lembrando que essa porcentagem de acerto é uma das
maiores do mercado aeroespacial mundial. No total, desde o início do programa Ariane,
na década de 1980, foram mais de 236 missões de lançamento contratadas, com êxito em mais de 95% delas, o equivalente a cerca de 1 / 3 (um terço) do mercado mundial de lançamentos de naves espaciais das últimas quatro décadas.
Atualmente, as principais concorrentes da Arianespace no mercado
mundial de lançamentos de satélites, sondas espaciais e telescópios espaciais
são a SpaceX, do bilionário americano Elon Musk e da Alphabet / Google; a americana
ULA - United Launch Alliance (pronuncia-se Iunáitéd Lónt Aláians), das gigantes
americanas Boeing e Lockheed Martin; a empresa russo-americana ILS –
International Launch Services, que utiliza os foguetes russos Proton; a
americana Orbital ATK / Orbital Sciences, com diversos modelos de lançadores; a
japonesa Mitsubishi Heavy Industries, com o grande lançador Mitsubishi H-II; e
a Yuzhnoye Design Bureau, que comercializa serviços baseados no lançador
ucraniano Zenit;
Além dessas opções citadas acima, também é possível
contratar serviços de lançamentos do Governo da Índia, por meio dos lançadores
Polar Launch Vehicle e Launch Mark II; do Governo da Rússia, por meio do grande
lançador Soyuz; e do Governo da China, por meio do grande lançador Long March
ou, em português, Longa Marcha.
A AIRBUS GROUP
A gigante empresa multinacional Airbus Group, conhecida anteriormente como EADS, é um das maiores fabricante de aviões comerciais de grande porte para transporte doméstico, internacional e intercontinental de passageiros no mundo, com mais de 720 unidades entregues em 2017, por exemplo. É uma das mais tradicionais e conhecidas fabricantes de aeronaves comerciais do planeta. Ela foi fundada na década de 1970, inicialmente como Aerospatiale, posteriormente, a partir do ano 2000, como EADS, e, a partir de 2014, como Airbus Group, que, atualmente, está sediada na Holanda.
Considerando a receita bruta de mais de € 66 bilhões e mais de € 2,8 bilhões de lucro líquido em 2017, ela foi segunda maior fabricante aeronáutica e uma das maiores fabricantes aeroespaciais e espaciais do mundo. Ela fabrica aviões comerciais civis para transporte de passageiros, aviões militares, helicópteros militares, satélites e foguetes.
A gigante fabricante europeia Airbus S.A.S. está atualmente sediada em Blaignac, na França. Comparando unidades fabricadas e entregues, ela é uma das maiores fabricantes de jatos comerciais de grande porte para transporte doméstico, internacional e intercontinental de passageiros no mundo, disputando ano após ano a liderança do mercado mundial com a gigante norte americana Boeing, também uma das maiores do mundo por décadas seguidas.
Com mais de 50 anos de vida, a Airbus S.A.S. é uma subsidiária da Airbus Group. Ela é uma das mais tradicionais e mais conhecidas fabricantes de aeronaves comerciais do planeta. Ela foi fundada no início da década de 1970, inicialmente como Airbus Industrie na França pelas empresas aeroespaciais Aerospatiale e Sud Aviation, ambas da França e pela Deutsche Airbus, da Alemanha. Posteriormente, anos depois, ainda na década de 1970, outras empresas passaram a fazer parte do consórcio Airbus Industrie, incluindo a fabricante espanhola de aeronaves CASA – Construcciones Aeronauticas e a fabricante inglesa de aeronaves British Aerospace.
Atualmente, ela é uma das mais respeitadas fabricantes de aviões comerciais para transporte de passageiros no mundo. Ela é propriedade da corporação europeia Airbus Group, sediada na Holanda, que controla também uma das maiores fabricantes de helicópteros do mundo, a Airbus Helicopters. A Airbus Group, a holding do grupo, controla também a Airbus Defense and Space, que fabrica o lançador de satélites Ariane, um dos maiores e mais potentes do mundo. Ela é uma corporação europeia de capital aberto que controla também a Astrium, uma fabricantes de satélites.
A Airbus Military é outra subsidiária da Airbus Defense e Space, que fabrica vários produtos para uso militar, entre eles o quadrimotor turboélice de grande porte Airbus A400M, para transporte logístico militar de soldados, cargas militares e reabastecimento em voo. A Airbus Group possui uma importante participação societária na ATR, a fabricante do turboélice bimotor regional ATR-72, usado intensivamente no Brasil pela Azul Linhas Aéreas e pela Passaredo Linhas Aéreas.
O CASA C295, um bimotor turboélice para uso militar de logística, usado pela FAB – Força Aérea Brasileira, é mais um exemplo de produto fabricado em larga escala pela Airbus Military. A Airbus Group possui também uma participação societária importante na Dassault Aviation, que fabrica na França os jatos executivos Dassault Falcon e o caça militar Dassault Rafale.
A Aerospatiale / Matra da França, a Daimler / DASA da Alemanha e a CASA da Espanha formaram no início da década de 2000 o consórcio aeroespacial EADS, que, posteriormente, em 2014, após uma variedade de fusões e aquisições, se tornou a Airbus Group, a corporação proprietária da Airbus Industrie ou Airbus S.A.S. Atualmente, a Airbus Group, a holding do grupo, é propriedade do Governo da França, do Governo da Alemanha e do Governo da Espanha, entre muitos outros acionistas privados.
A Airbus Group, conhecida anteriormente como EADS, concorre diretamente com a Boeing Company no mercado aeroespacial, de transporte aéreo comercial e de defesa. A terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta é a brasileira Embraer S.A., que fabrica jatos regionais de médio porte.
Além da família de jatos comerciais Airbus A320 a Airbus S.A.S. fabrica também a família de jatos comerciais Airbus A220, com fuselagens fabricadas em material composto.
A subsidiária da Airbus Group focada na fabricação e
lançamento de satélites é a Airbus Defense and Space.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima, a família Airbus Ariane reunida, da esquerda para a direita o Ariane 1, o Ariane 2, o Ariane 3, o Ariane 4 e o Ariane 5. Com um olhar atento percebe-se uma ilustração simplificada da Europa Ocidental ao fundo, mas vale ressaltar que os lançamentos sempre foram feitos a partir da Guiana Francesa, no continente sul-americano. Logo abaixo, o mais recente integrante da família Airbus Ariane, o novíssimo Ariane 6, em duas versões, em fase de desenvolvimento. A família de foguetes Airbus Ariane, conhecida anteriormente como Aerospatiale
Ariane e EADS Ariane, é formada por modelos de lançadores de naves espaciais (satélites,
sondas espaciais e telescópios espaciais) para alguns tipos de órbitas
possíveis, entre elas as órbitas polares e as órbitas geoestacionárias, estas
mais altas e, portanto, mais difíceis de serem alcançadas. Essa família é
composta por vários modelos modulares de foguetes de vários estágios, pelo
menos dois estágios, e com várias configurações possíveis, inclusive com a possibilidade
de uso de boosters externos de combustível sólido e/ou líquido, inclusive.
A lógica dos lançadores Airbus Ariane é semelhante à lógica de outros lançadores de satélites de outros
fabricantes e consiste no uso de propulsores / motores que impulsionam o
veículo fazendo uso de gases expelidos pelos queimadores de combustível sólido
ou combustível líquido, dependo do estágio. Os foguetes transportam seu próprio
oxidante, o que lhes permite manter a sua potência / empuxo mesmo no vácuo, ou
seja, no espaço. No caso dos estágios de combustível sólido, o oxidante
(comburente) já está misturado com o combustível e no caso dos estágios de
combustível líquido o oxidante está armazenado em um tanque separado do tanque
de combustível.
A potência / empuxo do foguete é gerada a partir do
momento da queima de combustível na câmara ou nas câmaras de combustão e do
direcionamento dos seus gases resultantes para baixo, o que resulta numa força
no sentido contrário, isto é, para cima. Esse fenômeno está diretamente
relacionado à 3ª Lei de Newton, a Lei da Ação e Reação, que diz que toda ação
corresponde a uma reação de igual intensidade, mas sempre no sentido oposto.
De modo geral, o booster
é um propulsor / motor de foguete muito potente, que pode ser de combustível
sólido e de combustível líquido, usado para dar o impulso necessário ao
conjunto nos primeiros minutos de funcionamento, quando a força da gravidade do
planeta Terra ainda exerce uma forte influência sobre o conjunto. No foguete Ariane
5, por exemplo, o principal da família e o único em atividade, os dois boosters de propulsão sólida são usados de forma mais intensiva nos
primeiros minutos do lançamento.
De modo geral, os estágios de propulsão líquida são
mais sofisticados e, portanto, mais caros que os estágios de propulsão sólida.
O problema é que é praticamente impossível interromper o funcionamento dos
estágios de propulsão sólida após o início da queima pela ignição, o que
significa que após o início da missão de lançamento é quase impossível
interrompê-la, o que tem implicações de segurança para missões tripuladas, com
humanos a bordo.
Por esse motivo, de modo geral, nas últimas décadas os
fabricantes têm feito um esforço para se concentrar em pesquisa e
desenvolvimento de foguetes de propulsão líquida, como é o caso do SpaceX
Falcon Heavy, por exemplo, um dos principais concorrentes do Airbus Ariane 5.
Atualmente, a família Airbus Ariane é composta por cinco versões desenvolvidas de foguetes e mais uma em
fase de desenvolvimento, totalizando seis versões, o Aerospatiale Ariane 1, o
Aerospatiale Ariane 2, o Aerospatiale Ariane 3, o Aerospatiale Ariane 4 e o
EADS Ariane 5, anos mais tarde renomeado para Airbus Ariane 5. Em breve, daqui
a dois ou três anos, será introduzido o Airbus Ariane 6, um foguete descartável formado por dois ou quatro boosters de combustível sólido
no primeiro estágio.
A versão Ariane 5 é a mais bem sucedida da
família, com capacidade para colocar em órbita geoestacionária satélites com
até 11.000 kg. Nos
anos mais recentes os satélites geoestacionários das empresas de
telecomunicações em geral ficaram mais pesados, a maioria deles com algo
entre 5.000 kg e 10.000 kg, o que tornou essa versão uma das mais bem sucedidas
comercialmente em todo o planeta.
De modo geral, o Ariane 5 inicia sua decolagem de altíssima performance totalmente na posição vertical, apenas algumas dezenas de segundos depois inicia um inclinação para o leste, praticamente alinhado com a Linha do Equador, descarta os boosters externos após 2,5 minutos de missão, numa altitude de cerca de 40 quilômetros, e o estágio principal ou estágio inferior alguns minutos depois, a cerca de 170 quilômetros de altitude sobre o Oceano Atlântico, próximo ao continente africano, continua sua trajetória na mesma direção, sempre alinhado e ganhando altitude, e, finalmente, após mais alguns minutos de missão, libera o satélite na incrível velocidade de 28.000 km/h. A partir daí o satélite segue seu caminho por conta própria.
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Logo acima, o Ariane 5 na base de lançamentos de Kourou, na Guiana Francesa, aqui na América do Sul, pronto para o lançamento de satélites. Logo abaixo, o logotipo da Arianespace, a subsidiária para serviços de lançamento de naves espaciais da ArianeGroup, por sua vez a matriz ou holding criada em 2015 pela Airbus Group e pela Safran para reunir vários ativos aeroespaciais.
O primeiro modelo de foguete da família Airbus Ariane, o Ariane 1, surgiu na década de 1970, ele
foi criado a partir de uma folha de papel em branco, é totalmente original. Ele foi projetado para ser o substituto natural de outro modelo de foguete europeu, o foguete Europa, da década de 1960, por sua vez desenvolvido pela então ELDO - European Launcher Development Organisation, a organização intergovernamental antecessora da ESA - European Space Agency ou Agência Espacial Europeia, em português.
Por algum tempo, durante a década de 1980,
acreditava-se que a tecnologia de lançadores descartáveis de naves espaciais
(satélites, sondas espaciais e telescópios espaciais) estava ultrapassada, já
que o ônibus espacial americano, aparentemente, dali pra frente conseguiria
cumprir todas as missões de lançamentos com êxito e por um custo mais baixo.
Com o passar do tempo, verificou-se que a tecnologia dos ônibus espaciais não
era infalível, já que dois acidentes graves foram registrados, o primeiro com o
Challenger e o segundo com o Columbia, e os custos de lançamento não baixavam.
Aproveitando então o “vácuo” deixado pelo ônibus espacial americano, praticamente todos os países do mundo que já possuíam algo prático de tecnologia aeroespacial decidiram dar continuidade aos seus projetos de lançadores descartáveis de naves espaciais, entre eles os países da Europa Ocidental, por meio do Programa Ariane ou Programa L3S.
AEROSPATIALE ARIANE 1
O foguete Ariane 1 foi um veículo
lançador de naves espaciais (satélites, sondas espaciais e telescópios
espaciais) fabricado por um consórcio de empresas aeroespaciais europeias,
entre elas a Aérospatiale ou Aerospatiale (sem acento), a integradora / montadora francesa das peças, partes
e componentes fornecidas por outras empresas europeias, e a ESA – European
Space Agency, em português Agência Espacial Europeia, criado e desenvolvido a
partir da década de 1970 e fabricado em série a partir do início da década de
1980, cujo primeiro lançamento experimental bem sucedido foi realizado em 1979,
quando conseguiu colocar em órbita geoestacionária o satélite experimental de
telemetria CAT-1, da própria Agência Espacial Europeia, usado apenas para
testar a capacidade do lançador.
Ele foi o resultado de um esforço conjunto de vários países da Europa Ocidental, incluindo a França (Aérospatiale, Matra, Air Liquide e Snecma / Safran), a Alemanha (MBB Messerchmitt e Dornier), a Suécia (Volvo) e a Inglaterra (British Aerospace e Ferranti), entre outras. A partir da década de 1980, o foguete Ariane 1 marcou o fim do duopólio americano e russo no lançamento de naves espaciais, principalmente o lançamento de satélites de telecomunicações por empresas americanas.
O programa de desenvolvimento do Ariane 1
custou aos cofres públicos e privados de 10 países europeus o equivalente hoje
a cerca de € 2,8 bilhões, mas valeu a pena, pois com o passar dos anos a Europa
Ocidental tornou-se uma das protagonistas do mercado aeroespacial mundial,
ocupando um lugar de destaque e uma posição de referência no mundo das
telecomunicações. Então, a partir da década de 1980 o duopólio americano e
russo na área aeroespacial foi quebrado, com a realização de 9 missões de
lançamentos do Ariane 1 em um total de 11 tentativas, com um
aproveitamento de cerca de 85%, um número razoável para a época.
O Ariane 1 foi o menor membro da família
de foguetes Ariane, com cerca de 207 toneladas de peso máximo de decolagem, com
características de montagem e operação modular que permitia assumir diversas
configurações, em várias sub-versões. Ele podia ter até quatro estágios, dependendo de cada caso, o
primeiro movido a hidrazina UDMH (combustível) e tetróxido de dinitrogênio (oxidante), o segundo também movido a hidrazina UDMH e tetróxido de dinitrogênio, o
terceiro a hidrogênio líquido (criogênico) e oxigênio líquido ou LOX, e o quarto estágio movido a polibutadieno, em estado
sólido.
O foguete Ariane 1 tinha cerca de 50 metros
de altura e colocava cargas de até 1.800 kg em órbitas geoestacionárias de
transição, as GTO - Geosynchronous Transfer Orbit, o que na época poderia ser
considerada uma capacidade razoável.
Ele foi um modelo de foguete descartável, o que
significa que cada unidade fabricada só podia realizar uma missão de
lançamento. De modo geral, o foguete Ariane 1 era composto por
quatro motores Viking 2 no primeiro estágio, por um motor Viking 4 no segundo
estágio, pelo motor HM7-A no terceiro estágio e pelo propulsor Mago 1 ou Mage 1 no quarto
estágio, lembrando que este é de combustível sólido.
O foguete Ariane 1 não possuía boosters externos de combustível sólido.
De modo geral, o chamado invólucro, conhecido também como coifa ou carenagem, é um
cone de duas partes simétricas, bipartido, fabricado em metal ou material
composto, delgado e com propriedades de isolamento térmico e mecânico, que
protege a nave espacial durante o lançamento e ainda na atmosfera terrestre
mais densa. Ele é descartado durante o funcionamento do segundo estágio, para
reduzir o peso do conjunto, quando a nave espacial já está fora da atmosfera
terrestre.
Os principais produtos lançados pelo Ariane 1 foram o Intelsat 507 e Intelsat 508, ambos fabricados pela Ford Aerospace e operados pela gigante americana e europeia de telecomunicações Intelsat.
PRINCIPAIS MISSÕES REALIZADAS
PELO FOGUETE ARIANE 1
|
ANO
|
NAVES ESPACIAIS
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DETALHES
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1981
|
Meteosat
1 e Apple
|
Meteorologia
e telecomunicações
|
1981
|
Marecs
1 e Cat 4
|
|
1983
|
Ecs
1 e Amsat P3B
|
|
1983
|
Intelsat
507
|
Telecomunicações
|
1984
|
Intelsat
508
|
Telecomunicações
|
1984
|
Spacenet
1
|
|
1985
|
Giotto
|
Sonda
espacial usada para pesquisar o Cometa Halley
|
1986
|
Spot
1 e Viking
|
Sensoriamento
e pesquisa
|
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|
|
AEROSPATIALE ARIANE 2
O foguete Ariane 2 foi um veículo
lançador de naves espaciais (satélites, sondas espaciais e telescópios
espaciais) criado, desenvolvido e fabricado em série na década de 1980 para
cumprir missões de lançamentos de satélites mais pesados que os satélites lançados
pelo seu antecessor, o foguete Ariane 1, o primeiro membro da
família Airbus Ariane.
As suas operações foram iniciadas em 1986, com
capacidade para lançar satélites de até 2.175 kg para órbitas geoestacionárias,
cerca de 375 kg a mais de carga útil em relação ao seu antecessor. Ele foi o
segundo membro da família Airbus Ariane, fabricado em série de 1986 até 1989, com 6
missões programadas e 5 delas realizadas com sucesso, mantendo um nível
razoável de aproveitamento de cerca de 85% das missões programadas.
Conceitualmente, o Ariane 2 é semelhante
ao seu antecessor Ariane 1 em vários aspectos, mas com algumas
diferenças importantes, entre elas a redução no número de estágios necessários
para a nave espacial ser lançada para a órbita geoestacionária, de quatro
estágios para três estágios. Houve então uma melhoria geral do projeto, com
menor risco de erros, consequência natural da simplificação do projeto e com a
introdução do UH 25, uma então nova mistura ou proporção de combustível a base de hidrazina
para o primeiro e o segundo estágios, UDMH com N2H4, para aumentar o nível de
confiabilidade das missões, com menor risco de perdas por instabilidade do
combustível.
O peso máximo de decolagem do segundo membro da
família Ariane foi então aumentado para 215 toneladas, com características de
montagem com até três estágios.
O foguete Ariane 2 tinha cerca de 50 metros
de altura e colocava cargas de até 2.175 kg em órbitas geoestacionárias de
transição, as GTO - Geosynchronous Transfer Orbit, o que na época poderia ser
considerada uma capacidade razoável.
Ele foi um modelo de foguete descartável, o que
significa que cada unidade fabricada só podia realizar uma missão de
lançamento. De modo geral, o foguete Ariane 2 era composto por
quatro motores Viking 2B no primeiro estágio, por um motor Viking 4B no segundo estágio
e pelo motor HM7B no terceiro estágio.
O foguete Ariane 2 não possuía boosters externos de combustível sólido
e, é óbvio, possuía coifa, uma espécie de carenagem dianteira, necessária
para proteger no lançamento a carga útil a bordo.
Os principais produtos lançados pelo Ariane 2 foram o Intelsat VA F-13 (NSS 513) e Intelsat VA F-15 (Columbia 515), ambos fabricados pela Ford Aerospace e operados pela Intelsat.
PRINCIPAIS MISSÕES REALIZADAS
PELO FOGUETE ARIANE 2
|
ANO
|
NAVES ESPACIAIS
|
DETALHES
|
1988
|
Intelsat
3AF13
|
Telecomunicações
|
1988
|
TDF-1
|
|
1989
|
Telex
|
|
|
|
|
|
|
|
AEROSPATIALE ARIANE 3
O foguete Ariane 3 foi um veículo
lançador de naves espaciais (satélites, sondas espaciais e telescópios
espaciais) criado, desenvolvido e fabricado em série na década de 1980 para
cumprir missões de lançamentos de satélites mais pesados que os satélites lançados
pelo seu irmão menos potente, o foguete Ariane 2, este o segundo membro da
família Ariane.
Curiosamente, as operações do foguete Ariane 3 foram iniciadas em 1984, dois anos antes do seu irmão menos potente Ariane 2. O terceiro
membro (ou segundo membro, se você preferir) da família Ariane possui capacidade para lançar satélites de até 2.700
kg para órbitas geoestacionárias, cerca de 525 kg a mais de carga útil em
relação ao Ariane 2. Ele foi fabricado em série de 1984 até 1989, com 11
missões programadas e 10 delas realizadas com sucesso, mantendo um nível bem razoável,
para a época, de aproveitamento de mais de 90% das missões programadas.
Conceitualmente, o Ariane 3 é bem semelhante
ao seu irmão Ariane 2 em quase todos os aspectos, exceto
pelos dois boosters externos de
combustível sólido que foram acrescentados ao projeto para aumentar a
capacidade de levar cargas úteis ao espaço. Neste aspecto, neste ponto em
particular, pode-se considerar então que houve uma melhoria do projeto, atraindo
o interesse de um número maior de clientes com necessidade de lançar satélites
geoestacionários de telecomunicações um pouco mais pesados que os lançados até
então pelo Ariane 1.
Também no Ariane 3 optou-se pela
introdução de uma nova mistura ou proporção de combustível a base de hidrazina
para o primeiro e o segundo estágios, UDMH com N2H4, para aumentar o nível de
confiabilidade das missões, com menor risco de perdas por instabilidade do
combustível. O peso máximo de decolagem do terceiro membro da família Ariane foi então aumentado para 234 toneladas, com
características de montagem com até três estágios.
O foguete Ariane 3 tinha cerca de 50 metros
de altura e colocava cargas de até 2.700 kg em órbitas geoestacionárias de
transição, as GTO - Geosynchronous Transfer Orbit, o que na época poderia ser
considerada uma capacidade razoável.
Ele era um modelo de foguete descartável, o que
significa que cada unidade fabricada só podia realizar uma missão de
lançamento. De modo geral, o foguete Ariane 3 era composto por
quatro motores Viking 2B no primeiro estágio, por um motor Viking 4B no segundo estágio
e pelo motor HM7-B no terceiro estágio.
Os principais produtos lançados pelo Ariane 3 foram o Brasilsat A1 e o Brasilsat A2, ambos fabricados pela canadense SPAR Aerospace e operados pela empresa brasileira de telecomunicações Embratel.
PRINCIPAIS MISSÕES REALIZADAS
PELO FOGUETE ARIANE 3
|
ANO
|
NAVES ESPACIAIS
|
DETALHES
|
1984
|
Eutelsat
2 e Telecom 1A
|
Telecomunicações
|
1984
|
Spacenet
F2 e Marces-2
|
|
1985
|
Brasilsat
A1 e Arabsat 1A
|
Telecomunicações
no Brasil e no Oriente Médio
|
1985
|
GStar
1 e Telecom 1B
|
|
1986
|
Brasilsat
A2 e GStar 2
|
Telecomunicações
no Brasil
|
1987
|
Aussat
A3 e Eutelsat 1F4
|
Telecomunicações
|
1988
|
Spacenet
F3R e Telecom 1C
|
|
1988
|
Insat
1C e Eutelsat 1F5
|
Telecomunicações
|
1988
|
GStar
5 e SBS-5
|
|
1989
|
Olympus
1
|
Telecomunicações
|
|
|
|
AEROSPATIALE ARIANE 4
Logo acima, uma ilustração simplificada das cinco versões do foguete Ariane 4, operadas entre 1988 e 2003 pela Arianespace, usadas para realizar 113 lançamentos bem sucedidos. Logo abaixo, uma imagem da década de 1990, com o lançador Ariane 4 pronto para lançamento, na sua base de lançamentos na Guina Francesa.
O foguete Ariane 4 foi um grande e bem
sucedido veículo lançador de naves espaciais (satélites, sondas espaciais e
telescópios espaciais), criado e desenvolvido na década de 1980 e fabricado em
série nas décadas de 1980, 1990 e 2000 para cumprir missões de lançamentos de
satélites mais pesados que os satélites lançados pelo seu antecessor, o foguete Ariane 3, este o terceiro ou segundo membro da família Ariane.
Ele foi um dos mais bem sucedidos modelos de foguetes
da família Ariane, com uma alta porcentagem de sucesso de cerca de 97% das
missões programadas, o que até hoje pode ser considerado um bom número. O Ariane 4 contribuiu decisivamente para que a
Europa Ocidental consolidasse sua posição de grande fornecedor de serviços
aeroespaciais em nível mundial, competindo diretamente com Estados Unidos e União Soviética / Rússia pela preferência de clientes governamentais, militares e científicos, e clientes
privados de telecomunicações de todo o mundo.
As operações do foguete Ariane 4 foram
iniciadas em 1988, dois anos depois de um de seus antecessores, o Ariane 2. O quarto membro da família Ariane possuía capacidade para lançar
satélites de até 4.200 kg para órbitas geoestacionárias, cerca de 1.500 kg a
mais de carga útil em relação ao seu antecessor Ariane 3. Ele foi fabricado
em série de 1988 até 2003, com 116 missões programadas e apenas 3 falhas de
lançamento, uma alta porcentagem de acerto, tão boa que até hoje vários lançadores concorrentes
em atividade não conseguem alcançar.
Várias modificações de projeto foram implementadas no Ariane 4 em relação aos seus irmãos mais velhos, a grande maioria concentrada
no primeiro estágio, entre elas a opção de combinação de dois ou quatro boosters externos de combustível sólido
e/ou de combustível líquido, acrescentados ao projeto para aumentar a
capacidade de levar cargas úteis ao espaço, dependendo das necessidades dos clientes. Neste aspecto, neste ponto em particular, pode-se considerar então que
também houve uma melhoria do projeto, atraindo o interesse de um número maior
de clientes com necessidades de lançar satélites geoestacionários de
telecomunicações mais pesados que os lançados até então pelo Ariane 3.
No Ariane 4 optou-se pela introdução de
uma nova mistura ou proporção de combustível a base de dinitrogênio e hidrazina
para o primeiro e o segundo estágios, N2O4 com UDMH, respectivamente, para
aumentar ainda mais o nível de confiabilidade das missões, com menor risco de
perdas por instabilidade do combustível. O peso máximo de decolagem do quarto
membro da família Ariane foi então aumentado para 470 toneladas, com
características de montagem com até três estágios.
O foguete Ariane 4 tinha cerca de 60 metros
de altura e colocava cargas de até 4.200 kg em órbitas geoestacionárias de
transição, as GTO - Geosynchronous Transfer Orbit, o que na época poderia ser
considerada uma boa capacidade.
Ele esteve disponível em quatro versões, todas
elas descartáveis, o que significa que cada unidade fabricada só podia realizar
uma missão de lançamento. De modo geral, o foguete Ariane 4 era
composto por quatro motores Viking 5C no primeiro estágio, por um motor Viking
4B no segundo estágio e pelo motor HM7-B no terceiro estágio.
Estiveram envolvidos no desenvolvimento do Ariane 4 empresas privadas e estatais da França (Aérospatiale, Matra, Air Liquide e Snecma / Safran), da Alemanha (MBB Messerchmitt e Dornier), da Suécia (Volvo), da Inglaterra (British Aerospace e Ferranti), da Bélgica, da Dinamarca, da Espanha, da Irlanda, da Itália (SNIA), da Holanda e da Suíça.
PRINCIPAIS SATÉLITES LANÇADOS
PELO FOGUETE ARIANE 4
|
ANOS
|
SATÉLITES
|
PROP. / OPER.
|
99
|
Panamsat 1 e Panamsat 6B
|
Panamsat / Intelsat
|
88, 91 e 93
|
Astra 1A, o Astra 1B e
Astra 1C
|
SES (Luxemburgo)
|
94, 95 e 2002
|
Astra 1D, Astra 1E e Astra
3A
|
SES (Luxemburgo)
|
89 e 97
|
JCSAT-1 e JCSAT-5
|
JSAT (Japão)
|
90
|
SBS-6,
|
Hughes (EUA)
|
91 e 2000
|
Anik E1, Anik E2 e Anik F1
|
Telesat
Canada
|
91, 93 e 94
|
Intelsat 605, Intelsat 701
e Intelsat 702
|
Intelsat (EUA)
|
95, 96 e 96
|
Intelsat 706, Intelsat 707
e Intelsat 709
|
Intelsat (EUA)
|
97, 97 e 97
|
Intelsat 802, Intelsat 803
e Intelsat 804
|
Intelsat (EUA)
|
99 e 91
|
Telstar 7 / Galaxy 27 e
Intelsat 601
|
Intelsat (EUA)
|
|
Atlantic Bird 2 / Telecom
2A
|
Eutelsat (França)
|
95, 97 e 98
|
HotBird 1, HotBird 3 e HotBird 4
|
Eutelsat (França)
|
98, 91 e 92
|
Eutelsat W2, Eutelsat 2F2
e 2F4
|
Eultelsat (França)
|
92, 96 e 96
|
Arabsat 1C, Arabsat 2A e
Arabsat 2B
|
Arabsat
|
99
|
Arabsat 3A
|
Arabsat
|
92 e 93
|
Hispasat 1A e Hispasat 1B
|
Hispasat (Espanha)
|
94 e 95
|
Brasilsat B1 e Brasilsat
B2
|
Embratel (Brasil)
|
98 e 2000
|
Brasilsat B3 e Brasilsat
B4
|
Embratel (Brasil)
|
94 e 95
|
Telstar 402 e Telstar 402R
|
AT&T (EUA)
|
96
|
Echostar
II
|
Echostar
/ Dish
|
98
|
Satmex 5
|
Satmex (México)
|
92 e 97
|
Inmarsat 2F4, Inmarsat 3F4
e 3F5
|
Inmarsat (Inglaterra)
|
92, 90 e 92
|
Superbird
A1, Superbird B e B1
|
JSAT (Japão)
|
94 e 2000
|
Eutelsat
2F5 e Eurobird 4A
|
Eutelsat (França)
|
94, 94 e 95
|
Panamsat
2, Panamsat 3 e 4
|
Panamsat / Intelsat
|
95
|
Atlantic
Bird 3 / Telecom 2C
|
Eutelsat (França)
|
97, 2000 e 2001
|
Intelsat
801, Intelsat 901 e Intelsat 902
|
Intelsat (EUA)
|
97 e 98
|
Panamsat
6 e Panamsat 7
|
Panamsat / Intelsat
|
2000 e 2000
|
Galaxy
10R e Galaxy 4R
|
Panamsat / Intelsat
|
2000
|
Superbird
4
|
JSAT (Japão)
|
2002, 2002 e 2002
|
Intelsat
904, Intelsat 905 e Intelsat 906
|
Intelsat (EUA)
|
2003
|
Intelsat
907
|
Intelsat (EUA)
|
|
|
|
EADS ARIANE 5
AIRBUS ARIANE 5
Logo acima, o foguete Ariane 5 partindo da base de lançamentos na Guiana Francesa para mais uma missão de lançamento de satélite (s), com carga útil de até 11.000 kg, uma das maiores do mundo. Logo abaixo, uma imagem mais detalhada do momento do lançamento, com os dois boosters laterais de combustível sólido e o primeiro estágio central, de combustível liquido.
O foguete Ariane 5 é um grande e muito potente
veículo de lançamento descartável de origem europeia. Ele usa motores Vulcain fabricados
pela Safran S.A., montados na fábrica da Airbus Defence and Space, na França. A
montagem final é executada nas instalações do centro de lançamento de Kourou,
na Guiana Francesa.
Ele é um bem sucedido veículo lançador de naves espaciais (satélites, sondas espaciais e telescópios espaciais), criado e desenvolvido na década de 1990 e fabricado em série nas décadas de 1990, 2000, 2010 e na década atual para cumprir missões de lançamentos de satélites mais pesados que os satélites lançados pelo seu antecessor, o foguete Ariane 4, este o quarto membro da família Ariane.
Conhecido anteriormente como EADS Ariane 5, o lançador é
formado por dois estágios principais, o primeiro deles com combustível líquido criogênico, o
hidrogênio, no EPC H158 / EPC H173; e o segundo estágio com uma combinação de hidrazina e tetróxido de nitrogênio ou hidrogênio líquido e oxigênio líquido, no EPS L9.7 / EPS L10 / ESC-A, dependendo da versão, além,
obviamente, da coifa protetora da carga útil em material composto na parte de
cima do conjunto.
Ele é um modelo de foguete totalmente
original e pode ser considerado o principal produto da Arianespace, que, aliás,
também comercializa, por meio de parceria, lançamentos do bem sucedido
foguete russo Soyuz.
O Ariane 5 é o mais bem sucedido modelo de foguete da família Ariane, com uma alta porcentagem de sucesso de cerca de 97% das missões programadas, o que atualmente pode ser considerado um número impressionante. O Ariane 5 é o principal responsável por manter a Europa Ocidental na liderança do mercado mundial de lançamento de satélites de telecomunicações, ao lado de grandes competidores, principalmente dos Estados Unidos, da Rússia e da China.
Foram criadas 5 versões do foguete Ariane 5, mas
atualmente somente a versão Ariane 5 ECA, a mais potente, está em
operação, com dois grandes propulsores auxiliares ou boosters externos de combustível sólido acoplados ao primeiro
estágio, com capacidade para colocar cargas úteis de até 11.000 kg para órbitas
geoestacionárias. Atualmente, ele é o maior, o mais pesado, o mais potente, o mais confiável e o mais moderno modelo da família de foguetes Ariane e, curiosamente, é um dos mais simples, já que possui
apenas dois estágios no segmento principal e mais dois boosters laterais.
É um modelo totalmente original de foguete, totalmente
novo, embora a então EADS e a Arianespace tenha optado por manter a sequência de nomes Ariane,
neste caso Ariane 5, provavelmente para aproveitar a boa reputação alcançada
pelos modelos anteriores, principalmente pelo Ariane 4, este também com alto índice de
aproveitamento das missões.
O custo total ao cliente para lançamento de cargas
úteis a bordo do foguete Ariane 5 ECA é um dos mais altos do mercado
aeroespacial mundial, entre US$ 10 mil e US$ 18 mil por quilograma, já que a sua alta
porcentagem de sucesso das missões programadas e contratadas tem chegado, nos
últimos 22 anos, a até 97%, o que o coloca entre os melhores e mais bem sucedidos
do mercado, competindo em pé de igualdade, neste aspecto, com as americanas ULA
– United Launch Alliance e SpaceX, por exemplo, embora esta última tenha preços
mais baixos.
A Airbus Group afirma que em breve, com a entrada em operação do foguete Ariane 6, terá condições de oferecer serviços de lançamento com preços mais competitivos, mantendo a mesma porcentagem atual de acertos nos lançamentos.
As operações do foguete Ariane 5 foram iniciadas em 1996, já na fase de preparação para retirada de serviço do seu antecessor Ariane 4. O quinto e único membro em atividade da família Ariane, o Ariane 5, na sua versão Ariane 5 ECA, possui capacidade para lançar satélites de até 11.000 kg para órbitas geoestacionárias, uma grande diferença de 6.800 kg a mais de carga útil em relação ao seu antecessor Ariane 4. Desde o início da fabricação em série do Ariane 5, em 1996, ele conseguiu realizar mais de 100 lançamentos, com apenas 4 falhas registradas até o momento.
Desde 1996, o peso máximo de decolagem do quinto membro da família Ariane foi então aumentado gradativamente, versão após versão, para impressionantes 777 toneladas na sua versão mais recente, a Airbus Ariane 5 ECA, com características de montagem com dois estágios principais e mais dois boosters externos. O foguete Ariane 5 tem cerca de 52 metros de altura e coloca cargas de 11.000 kg em órbitas geoestacionárias de transição, as GTO - Geosynchronous Transfer Orbit, o que pode ser considerado uma ótima capacidade para os padrões atuais.
No momento do lançamento, a potência / empuxo total é de cerca de 3.500.000 libras. Usando uma linguagem mais simples, apenas para efeito de comparação, seria o equivalente à potência somada de cerca de 12 aviões intercontinentais Airbus A380 no momento da decolagem.
Também é possível realizar o lançamento de dois satélites simultaneamente pelo foguete Ariane 5 ECA, desde que o peso máximo de payload de 11.000 kg não seja ultrapassado.
PRINCIPAIS SATÉLITES LANÇADOS
PELO FOGUETE ARIANE 5
|
ANOS
|
SATÉLITES
|
PROP. / OPER.
|
2000, 2000 e 2000
|
Astra 2B, AMC-7 / GE-7 e
Astra 2D
|
SES (Luxemburgo)
|
2000 e 2006
|
AMC-8 / GE-8 e AMC-18 /
GE-18
|
SES (Luxemburgo)
|
2007
|
Astra 1L, AMC-21 e NSS-9
|
SES (Luxemburgo)
|
2010 e 2011
|
Astra 3B, NSS-12 e Astra
1N
|
SES (Luxemburgo)
|
2012, 2013 e 2008
|
SES 2, Astra 5B e AMC-21 /
GE-21
|
SES (Luxemburgo)
|
2000, 2003
|
Panamsat 1R / Intelsat 1R
e Galaxy 12
|
Panamsat
/ Intelsat
|
2005 e 2007
|
Galaxy
15, Galaxy 17,
|
Panamsat
/ Intelsat
|
2006 e 2010
|
Eutelsat 28A, HotBird 7A, Eutelsat
W3B
|
Eutelsat (França)
|
2002 e 2008
|
Atlantic Bird 1 / Eutelsat
36 e Hotbird 10
|
Eutelsat (França)
|
2008
|
Eutelsat 31A / Eurobird 3,
Eutelsat W2M
|
Eutelsat
(França)
|
2015, 2016 e 2013
|
Eutelsat 8WB, Eutelsat
65WA e 25B
|
Eutelsat
(França)
|
2001, 2001 e 2003
|
BSAT-2A, BSAT-2B e BSAT-2C
|
Broadcasting
|
2007, 2010 e 2011
|
BSAT-3A, BSAT-3B e BSAT-3C
|
Broadcasting
|
2004
|
Anik F2
|
Telesat
Canada
|
2004
|
Xtar Eur
|
Xtar
|
2006
|
Satmex 6
|
Satmex
(México)
|
2006, 2013 e 2017
|
DirecTV 9S, DirecTV 14 e
Sky Brasil
|
DirecTV
/ AT&T
|
2007 e 2010
|
Intelsat 11, Thor 6 e Intelsat
17
|
Intelsat (EUA)
|
2013, 2015 e 2012
|
Intelsat 30, Intelsat 34 e
Intelsat 20
|
Intelsat (EUA)
|
2015 e 2016
|
Intelsat 29e, Intelsat 33e
e Intelsat 33
|
Intelsat (EUA)
|
2007, 2008 e 2012
|
Star One C1, Star One C2 e
Star One C3
|
Embratel / Star One
|
2015 e 2016
|
Star One C4 e Star One D1
|
Embratel / Star One
|
2008 e 2013
|
Amazonas 2 e Amazonas 3
|
Hispasat
(Espanha)
|
2013 e 2010
|
Amazonas 4A e Hispasat 1E
|
Hispasat
(Espanha)
|
2012 e 2016
|
Echostar XVII, Echostar
XIII e XVIII
|
Echostar
/ Dish
|
2005, 2015 e 2015
|
Spaceway 2, DirecTV 15 e
Sky México
|
AT&T
(EUA)
|
2006 e 2008
|
JCSAT-10
/ JCSAT-3A e JCSAT-12
|
JSAT
(Japão)
|
2007
|
Spaceway
3
|
Hughes
(EUA)
|
2007, 2016 e 2018
|
Horizons
2, JCSAT 15 e Superbird 8
|
JSAT
(Japão)
|
2008 e 2017
|
Hotbird-9 / Hotbird 13C e
Eutelsat 172B
|
Eutelsat
(França)
|
2010, 2015 e 2011
|
Arabsat
5A, Arabsat 6B e Arabsat 5C
|
Arab
|
2010 e 2017
|
Koreasat
6 e Koreasat 7
|
KT
(Coreia do Sul)
|
2011 e 2018
|
Yahsat
1A e Yahsat 3
|
Al
Yah (Emirados)
|
2011 e 2016
|
Intelsat 28 / New Dawn e
Intelsat 36
|
Intelsat (EUA)
|
2012 e 2020
|
JCSAT-13
e JCSAT 17
|
JSAT
(Japão)
|
2012 e 2018
|
Astra
2F e SES 14
|
SES (Luxemburgo)
|
2012 e 2019
|
Eutelsat
21B / Eutelsat W6A e 7C
|
Eutelsat
(França)
|
2013, 2017, 2019
|
Alphasat I-XL, Europasat,
Inmarsat 5 F5
|
Inmarsat
(Inglaterra)
|
2017
|
SGDC
|
Governo
do Brasil
|
2017, 2018 e 2019
|
Intelsat
37e, Intelsat 3e e Intelsat 39
|
Intelsat (EUA)
|
2017
|
BSAT
4A e BSAT 4B
|
Broadcasting
|
2019
|
DirecTV
16
|
AT&T
|
2020
|
Eutelsat
Konnect
|
Eutelsat
(França)
|
2020
|
Galaxy
30
|
Intelsat (EUA)
|
|
|
|
|
|
|
MERCADO
Logo acima, uma ilustração simplificada com o esquema de funcionamento do foguete Ariane 5, com os dois boosters laterais de combustível sólido e com os dois estágios principais de combustível líquido, em estado criogênico, ou seja, em baixíssima temperatura. Logo abaixo, uma comparação simplificada do atual lançador da família Ariane, o Ariane 5, com 52 metros de comprimento ou altura, e o seu sucessor, atualmente em fase de desenvolvimento, o Ariane 6, ainda maior, com 63 metros de altura.
O mercado aeroespacial e espacial mundial, que compreende a criação, o desenvolvimento e a fabricação em série de lançadores e de naves espaciais fatura mais de US$ 100 bilhões todos os anos, incluindo os custos de seguros. Na década de 1980 foram colocadas em órbita cerca de 70 naves espaciais, na década de 1990 houve um salto para cerca de 250 naves, e assim por diante, com números cada vez maiores, com mais de 300 naves lançadas na década de 2000, com os satélites geoestacionários de telecomunicações ocupando grande parte do mercado.
Há também novos projetos da Airbus Group, da ArianeGroup e da Arianespace, como o foguete Ariane 6, por exemplo, atualmente em fase de criação e desenvolvimento, objetivando a redução do custo atual de lançamento de naves espaciais. Por outro lado, há uma nova e
forte tendência de mercado, iniciada na década de 2010, o reaproveitamento dos lançadores, com a
consequente redução dos custos de lançamentos, como no caso da SpaceX, por exemplo, atualmente entre US$ 8 mil e US$ 12 mil por quilograma de nave espacial lançada ou carga útil, como se
costuma dizer, para órbitas geoestacionárias, por exemplo.
Desde a década de 1980, o consórcio de empresas europeias e governos europeus
em torno do projeto Ariane, incluindo a Aerospatiale / EADS / Airbus Group, a Snecma / Safran S.A. e a Agência
Espacial Europeia tem demonstrado algum interesse moderado em alugar a Base de
Lançamentos de Alcântara, no estado do Maranhão, para aumentar ainda mais o
número de lançamentos próximos da Linha do Equador, já que esse mesmo consórcio
multinacional já possui a Base de Lançamentos de Kourou (pronuncia-se Currú) na
Guiana Francesa, que, como o próprio nome diz, é território francês, e também
muito próximo da Linha do Equador.
Esse interesse europeu causou alguma surpresa aqui no
Brasil (uma surpresa agradável, é claro, mas não deixa de ser uma surpresa), primeiro
porque os europeus já são muito bem sucedidos em seus lançamentos a partir da
Base de Lançamentos de Kourou, e depois porque um eventual acordo desse tipo
talvez não vá adiante, da parte do Governo Brasileiro, se não houver algum grau
de transferência, maior ou menor, de tecnologia aeroespacial europeia para o Brasil.
O mercado de fabricação e lançamento de naves
espaciais é riquíssimo, somente uma pequena elite no mundo consegue dominar a
tecnologia aeroespacial e espacial, uma espécie de “clube quase totalmente
fechado”, “quase totalmente hermético”, restrito a poucos países que investiram
recursos materiais e humanos ao longo de décadas para alcançar o sucesso.
O Brasil e a Coreia do Sul, por exemplo, são dois
países que têm feito esforços governamentais e privados para entrar nesse
“seleto grupo” de países que dominam a avançada tecnologia de fabricação e
lançamento de satélites. Entre os exemplos estão (ou estavam) o VLS – Veículo
Lançador de Satélites, projeto brasileiro na área aeroespacial, e o CBERS –
Satélite Sino Brasileiro de Recursos Terrestres, projeto brasileiro e chinês na
área espacial.
OS POSSANTES NO YOUTUBE
REFERÊNCIA E SUGESTÃO DE LEITURA
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ariane
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ag%C3%AAncia_Espacial_Europeia
- Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Arianespace
- Airbus Group (divulgação): Imagens
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