NEIVA (INDÚSTRIA AERONÁUTICA)

maio 17, 2015

INDÚSTRIA AERONÁUTICA NEIVA

UNIDADE EMBRAER BOTUCATU
JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA

INTRODUÇÃO

A Unidade Embraer Botucatu é uma empresa brasileira fabricante de aeronaves e componentes para aeronaves, localizada na cidade de Botucatu, interior do Estado de São Paulo. Atualmente é uma subsidiária integral da empresa brasileira Embraer S.A., a matriz do grupo, com a qual firmou importantes contratos para fabricação de peças e partes de aeronaves comerciais de médio porte criadas, desenvolvidas e fabricadas pela Embraer, entre elas os modelos de jatos regionais da família Embraer ERJ-145, dos jatos regionais da família Embraer E-Jet, dos jatos executivos da família Embraer Phenom, da aeronave militar de ataque leve Embraer EMB-314 Super Tucano e do jato de transporte militar Embraer KC-390.

Conhecida anteriormente como Indústria Aeronáutica Neiva, a sua fábrica está localizada no Complexo Industrial do Aeroporto Tancredo Neves, em Botucatu, um promissor município com mais de 140.000 habitantes, distante cerca de 230 quilômetros de São Paulo, a capital do estado.

HISTÓRIA

A fabricante de aeronaves Neiva foi fundada no Rio de Janeiro, na década de 1950, por José Carlos Neiva, que fabricou inicialmente planadores e alguns anos depois a empresa foi transferida definitivamente para Botucatu, no interior do Estado de São Paulo, e começou a fabricar os aviões leves para treinamento, como, por exemplo, o Neiva P-56 Paulistinha, ainda presente em aeroclubes brasileiros. A partir de 1974, a Indústria Aeronáutica Neiva firmou um acordo de licenciamento com a fabricante americana de aeronave Piper Aircraft, passando assim a produzir no Brasil os seus modelos de aviões sob licença, mudando, inclusive, os seus nomes.

A partir da década de 1980, a Indústria Aeronáutica Neiva foi comprada pela Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica. A partir de 1999, a fabricação do turboélice regional para transporte de passageiros Embraer EMB-120 Brasilia foi transferida para a Neiva, que chegou a produzir algumas unidades desse avião.

No início da década de 2000, a Neiva possuía aproximadamente 1.000 empregados diretos, a maioria com especialização e muitos deles treinados pela própria empresa. A Neiva passou por uma ampliação de suas instalações produtivas em 2006, 2007 e 2008 e, atualmente, tem 90.000 m² de área construída e emprega mais de 1.800 pessoas. Atualmente, a Unidade Embraer Botucatu, o seu novo nome, fabrica o avião agrícola Embraer EMB-203 Ipanema, conhecido anteriormente como Embraer EMB-200 Ipanema, o primeiro modelo seriado de avião do mundo movido a etanol.

No início da década de 2000, o senhor Paulo Urbanavicius era o diretor da empresa. Posteriormente, em 2007, a empresa era administrada pelo senhor Almir Borges. Atualmente, o diretor da empresa é o executivo brasileiro Alexandre Solis.

TECNOLOGIAS

A subsidiária Unidade Embraer Botucatu possui atualmente a Certificação SAE AS9100 da American Bureau of Shipping, considerado um reconhecimento da qualidade dos produtos fabricados pela empresa.

Essa empresa domina importantes tecnologias de alta precisão como, por exemplo, processos e métodos que envolvem a solda em titânio (metal leve e muito resistente) e outras ligas resistentes, soldagem a ponto em alumínio, têmpera de alumínio por um processo térmico chamado solubilização, a anodização ou oxidação controlada de superfícies, entre outras.

Atualmente, a aeronave agrícola Embraer EMB-203 Ipanema, uma versão melhorada do pioneiro Embraer EMB-200 Ipanema, é um dos principais produtos da Unidade Embraer Botucatu, que em 2005 conseguiu a certificação da sua versão movida a álcool combustível, considerada a primeira aeronave do mundo movida 100% com álcool combustível.

Desde sua origem, a Indústria Aeronáutica Neiva fabricou vários modelos de aeronaves executivas, utilitárias e de treinamento, entre elas o treinador militar leve Neiva T-25 Universal, na década de 1960, com mais de 150 unidades fabricadas para a FAB – Força Aérea Brasileira; o monomotor executivo Embraer EMB-720 Minuano, o antigo monomotor a pistão Neiva Regente, e os antigos planadores Neiva BN1 e Neiva BN2.

MERCADO

Logo acima, o logotipo da Indústria Aeronáutica Neiva, a empresa antecessora da Unidade Embraer Botucatu. Logo abaixo, o fundador da empresa, José Carlos de Barros Neiva, um dos pioneiros da indústria aeronáutica brasileira.

Segundo a imprensa, a Unidade Embraer Botucatu continuará fornecendo normalmente peças e partes usadas na montagem de aviões regionais para a Boeing Brasil Commercial, o novo nome da Embraer Commercial Aviation, após sua aquisição pela gigante americana Boeing Company; e para a Embraer Executive Jets, a atual subsidiária da atual Embraer S.A., a holding brasileira proprietária também da Unidade Embraer Botucatu e Unidade Embraer Gavião Peixoto, entre outras.

A Indústria Aeronáutica Neiva e sua sucessora, a Unidade Embraer Botucatu, estão entre as mais importantes empresas da indústria aeronáutica brasileira, com mais de 3.600 unidades fabricadas desde sua fundação, em 1954.

AERONAVES FABRICADAS

O Embraer EMB-200 Ipanema é uma moderna aeronave utilitária a pistão para uso exclusivo na aviação agrícola, incluindo a pulverização de lavouras com produtos químicos, distribuição de sementes e combate a incêndios florestais. A Indústria Aeronáutica Neiva começou a fabricar o Ipanema a partir da década de 1980. É a única aeronave no mundo certificada para operar com etanol. Mais de 1.400 unidades de Ipanema foram produzidas. É um dos aviões agrícolas mais vendidos do mundo e líder no mercado brasileiro de aviação agrícola, com mais de 60% da frota agrícola brasileira.

O Neiva P-56 Paulistinha é uma antiga aeronave monomotor para treinamento primário de novos pilotos, com fuselagem construída com tubos de aço revestidos em tela. É um avião simples e leve, muito dócil e fácil de pilotar. O Paulistinha começou a ser produzido, originalmente, na década de 1940 pela Companhia Aeronáutica Paulista, sob a denominação CAP-4 Paulistinha e, posteriormente, passou a ser fabricado pela Indústria Aeronáutica Neiva até a década de 1960, quando parou de ser fabricado. Ele ainda é usado por aeroclubes brasileiros para treinamento de seus novos alunos.

O Embraer EMB-821 Carajá é uma aeronave bimotor executiva com motorização turboélice, com capacidade para transportar seis ou sete passageiros. É um avião derivado direto do projeto Embraer EMB-920 Navajo, por sua vez o avião nacional fabricado sob licença da Piper Aircraft americana. Na verdade, é um avião retrofitado, com a troca dos motores. A principal diferença entre os dois modelos de aeronaves é a motorização, que no Navajo é pistão e no Carajá é turboélice. O Carajá foi produzido até a década de 1990.

O Embraer EMB-721 Sertanejo é uma econômica aeronave monomotor executiva a pistão, com capacidade para transportar um piloto e cinco passageiros. É uma versão ou derivado direto, bem parecido, do projeto Piper PA-32R Saratoga, fabricado em série pela Piper Aircraft, dos Estados Unidos. O Sertanejo foi fabricado inicialmente pela Embraer, que posteriormente transferiu a sua fabricação para a Indústria Aeronáutica Neiva, totalizando mais de 200 unidades fabricadas. O Sertanejo foi produzido pela Neiva sob licença da Piper até a década de 1990.

O Embraer EMB-810 Seneca é uma aeronave bimotor executiva a pistão, com capacidade para transportar um piloto e cinco passageiros. É uma versão ou derivado, bem parecido, do projeto Piper PA-34 Seneca, fabriado em série pela Piper Aircraft americana. O Seneca foi fabricado inicialmente pela Embraer nas versões Seneca II e Seneca III, que posteriormente transferiu a sua fabricação para a Indústria Aeronáutica Neiva, totalizando mais de 870 unidades fabricadas, um grande sucesso de vendas no Brasil. Ele foi produzido sob licença da Piper pela Neiva até a década de 1990. Grande parte desses aviões ainda está voando no Brasil, transportando passageiros em viagens intermunicipais e interestaduais.

O pequeno Embraer EMB-711 Corisco é uma econômica aeronave monomotor executiva a pistão, com capacidade para transportar um piloto e três passageiros. É uma versão ou derivado direto, bem parecido, do Piper PA-28 Arrow da Piper Aircraft americana. O Corisco foi fabricado inicialmente pela Embraer, que posteriormente transferiu a sua fabricação para a Neiva, totalizando mais de 470 unidades fabricadas. Ele foi produzido sob licença da Piper pela Neiva até a década de 1990.