PIAGGIO P-180 AVANTI

PIAGGIO P-180 AVANTI (EXECUTIVO)

PIAGGIO P-180 M AVANTI (QUICK CHANGE)

PIAGGIO P-180 II AVANTI (EXECUTIVO)

PIAGGIO P-180 AMB AVANTI (AEROMÉDICO)

PIAGGIO P-180 MPA AVANTI (MILITAR)

PIAGGIO AVANTI EVO (EXECUTIVO)

PIAGGIO P.1HH HAMMERHEAD (DRONE)

INTRODUÇÃO

Logo acima, imagem publicitária do turboélice bimotor executivo de alto desempenho Piaggio P-180 Avanti, com velocidade de cruzeiro próxima a de jatos executivos. Logo abaixo, um ousado projeto italiano de aeronave civil com canards e configuração push de propulsão turboélice, algo até então incomum no mercado aeronáutico civil.

O Piaggio P-180 Avanti é uma aeronave bimotor de pequeno porte e alta performance para uso executivo, com motorização turboélice e cabine pressurizada, com capacidade para transportar confortavelmente seis ou sete passageiros em viagens interestaduais e internacionais, criada e desenvolvida na década de 1980 pela Rinaldo Piaggio SpA, com o auxílio da Boeing, da então Aermacchi, da Universidade de Wichita, da Learjet e da Universidade de Ohio, e fabricada em larga escala na Itália pela Piaggio Aero Industries a partir de 1998.

Os principais concorrentes do turboélice bimotor para uso executivo Piaggio P-180 Avanti são os aviões turboélices da família Beechcraft King Air, um grande sucesso de vendas da Textron Aviation, anteriormente fabricados pela Beechcraft Corporation.

A PIAGGIO AEROSPACE

Atualmente, a Piaggio Aerospace é uma fabricante italiana de aeronaves executivas cujo principal produto de exportação é o Piaggio P-180 EVO, um sucesso de vendas, o mais recente membro da família Piaggio Avanti. Essa indústria aeronáutica italiana é a sucessora da Piaggio Aero Industries, fundada em 1998, que por sua vez é a sucessora da tradicionalíssima fabricante Rinaldo Piaggio SpA, um conglomerado fabricante de veículos, incluindo as motocicletas italianas Vespa, aviões e motores de aviões com a marca Piaggio, motores a jato Rolls Royce Viper, fabricados sob licença da inglesa Rolls-Royce, equipamentos para navios, materiais para infraestrutura ferroviária, entre outros produtos.

Os ativos de indústria aeronáutica do grupo Rinaldo Piaggio SpA foram comprados em 1998 por um grupo de investidores, entre eles Piero Ferrari e a Família Di Mase, criando assim uma nova empresa, a Piaggio Aero Industries, que deu continuidade à longa tradição aeronáutica da marca Piaggio. Anos depois, em 2006 e 2008, respectivamente, novos investidores se uniram aos investidores italianos na fabricação de aeronaves, os grupos indiano Tata e árabe Mubadala.

Atualmente, a empresa de investimentos Mubadala Company, dos Emirados Árabes Unidos, é a única proprietária da Piaggio Aerospace.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, um dos modelos de aviões da família Piaggio Avanti, o Piaggio P-180 II Avanti, uma versão melhorada da família. O design incomum e inusitado até alguns anos atrás chama a atenção por onde passa. Apesar das dificuldades iniciais em vencer a resistência do conservador mercado aeronáutico mundial nos primeiros anos de desenvolvimento e fabricação, a aeronave conseguiu se firmar a partir da década de 2000, com mais de 240 unidades vendidas.

O ousado turboélice Piaggio P-180 Avanti é uma aeronave bimotor de pequeno porte e alta performance para uso executivo, aeromédico, de transporte militar e governamental, de turismo e de passeio, com motorização turboélice e cabine pressurizada, com capacidade para transportar confortavelmente seis ou sete passageiros em viagens interestaduais e internacionais, com trem de pouso retrátil e com construção convencional semimonocoque da fuselagem e das asas retas em alumínio e ligas metálicas, com alta velocidade de cruzeiro, algo incomum em turboélices, com bom alcance e baixo nível de ruído interno.

O ponto forte dessa família de aeronaves é o alto desempenho proporcionado pelo seu design futurista, com a aerodinâmica extremamente refinada, com canards fixados na parte da frente da aeronave, com asas retas de fluxo laminar fixadas pouco atrás da cabine de passageiros e uma cauda em T, com dois motores turboélices Pratt & Whitney PT6-A, com 850 shp de potência em cada motor, fixados de forma que suas hélices de alto desempenho de cinco pás cada gerem impulso em vez de tração, ou seja, as hélices estão fixadas na parte de trás dos motores, elas sopram de trás e para trás.

A resistência do ar é vencida por meio de um desenho ousado de fuselagem com seção com diâmetro variável, no nariz até a cauda, com perfil que lembra vagamente uma bola de futebol americano, resultando num excelente coeficiente de penetração aerodinâmica, com consequente alto desempenho, com até 730 km/h de velocidade máxima de cruzeiro, com 85% de potência. É isso mesmo que você está lendo, 730 km/h de velocidade. Não existe nada no mundo, em escala de produção, parecido com esse projeto, com esse desempenho. O monomotor turboélice francês Daher Socata TBM, por exemplo, chega a 650 km/h.

A introdução de uma nova configuração dos motores com hélices fixadas na parte de trás de todo o conjunto de compressor e turbina resulta em vantagens como um menor nível de vibração na cabine de passageiros, em função dessa nova localização mais conveniente das hélices, livrando as asas das esteiras de vórtices e perturbações nos escoamentos de ar gerados pelas hélices ou, numa linguagem mais simples, fora da zona de turbulência gerada pelas hélices.

O design do Piaggio P-180 Avanti foi pensado para o alto desempenho, é como se fosse uma Ferrari com asas, com a diferença de que lá em cima não há limites de velocidades comuns na grande maioria das rodovias mundiais. E como se tudo isso fosse pouco, ele é projetado também para combinar o alto desempenho em cruzeiro com pouso e decolagem suaves, típicos de um turboélice, até mesmo em pistas curtas, com 1.500 metros de comprimento, mesmo com os tanques cheios, em dias quentes e com quatro passageiros adultos e duas crianças a bordo.

O Piaggio P-180 Avanti é uma aeronave certificada na categoria de aviões executivos de pequeno porte, o que significa que ele pode ser operado por apenas um piloto, embora a maioria de seus proprietários tenha optado por manter um segundo tripulante na cabine de comando, em razão da sua carga de trabalho, já que se trata de um bimotor, e por uma questão de redundância.

O primeiro modelo da família Piaggio Avanti, o Piaggio P-180 Avanti, um projeto da década de 1980 e lançado na década de 1990, ainda pode ser considerado uma aeronave moderna, com cockpit completo para voos por instrumentos, com aviônicos da marca Collins, incluindo três telas do conjunto EFIS-85, com EHSI-74, ADC-85, duplo VOR / LOC / GLS / MKR, duplo ADF, piloto automático (gerenciador de voo) APS-65, radar meteorológico colorido WXR-840 e dois rádios VHF.

Outra diferença do Piaggio P-180 Avanti em relação a outros projetos de turboélices executivos é o cone de cauda com empenagem em T, com o estabilizador horizontal fixado na extremidade superior do estabilizador vertical ou deriva. Essa configuração proporciona uma redução ainda maior dos níveis de vibração na cabine de passageiros, já que também não há esteiras de vórtices atrapalhando.

O Piaggio P-180 II Avanti é a versão melhorada do modelo original Piaggio P-180 Avanti, com desempenho um pouco melhor em relação ao seu antecessor, com 20 km/h a mais de velocidade de cruzeiro, resultando em 750 km/h de velocidade máxima de cruzeiro possível, mas com a mesma capacidade para transportar confortavelmente seis ou sete passageiros em viagens interestaduais e internacionais, incluindo nele também praticamente todas as características positivas e itens de conforto do seu irmão, entre eles uma galley compacta para refeições rápidas, água, sucos e refrigerantes e um toalete químico no fundo da cabine de passageiros.

A capacidade máxima certificada dos aviões da família Piaggio Avanti é de até 9 passageiros, numa configuração de alta densidade de assentos na cabine, mas neste caso o alcance é reduzido para cerca de 2.500 quilômetros, pela impossibilidade de decolar com os tanques cheios, em dias quentes, com 75% potência e com reservas de combustível.

Para atender os mercados de alto poder aquisitivo norte-americano e europeu, compostos basicamente de agricultores e pecuaristas, empresários e executivos que queriam e precisavam de um tipo de transporte aéreo confortável e rápido, mas sem abrir mão da flexibilidade operacional para pousar e decolar em pistas curtas, o Piaggio P-180 Avanti foi projetado desde o início com um robusto trem de pouco triciclo retrátil.

A flexibilidade de pousar e decolar em pistas curtas e não pavimentadas, com obstáculos próximos às cabeceiras e prolongamentos é o motivo pelo qual muitos desses clientes optam pelo avião do tipo turboélice, já que o avião a jato em geral tem limitações técnicas neste sentido. Aparentemente, a fabricante Piaggio Aero Industries conseguiu unir o melhor dos dois mundos, a performance, o conforto e a classe de um jatinho executivo com a robustez e a flexibilidade operacional de um turboélice.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Logo acima, a confortável cabine de passageiros do turboélice bimotor Piaggio P-180 Avanti, o modelo original de aeronave da família Piaggio Avanti, numa configuração típica para até seis pessoas, a mais solicitada pelos proprietários e usuários. Logo abaixo o painel do mesmo modelo de aeronave, já com uma das primeiras opções de instrumentos de tecnologia EFIS – Electronic Flight Instrument System, disponível no mercado na década de 1990.

O projeto do Piaggio P-180 Avanti surgiu na década de 1980, a partir da percepção de empresários e executivos do grupo industrial italiano Rinaldo Piaggio SpA de que havia espaço suficiente no mercado aeronáutico mundial para mais uma aeronave executiva com propulsão turboélice, já que somente quatro importantes famílias concorrentes se enfrentavam nesse segmento, a primeira delas, e a mais óbvia, os aviões americanos Beechcraf King Air, a mais bem sucedida do segmento; a segunda, os aviões japoneses Mitsubishi MU-2; a terceira, os aviões brasileiros Embraer EMB-121 Xingu; e a quarta, os aviões americanos Aero Commander 680.

O projeto inicial da Rinaldo Piaggio consistia em um modelo de aeronave avançado, com desempenho acima da média apresentado até então pelos concorrentes, graças ao inteligente design ousado e futurista do projetista Alessandro Mazzoni. O primeiro voo da máquina foi realizado em 1986, com o auxílio Boeing, da então Aermacchi, da Universidade de Wichita, da Learjet e da Universidade de Ohio na fase de desenvolvimento.

Como na época a tecnologia de construção de fuselagem e asas em material composto ainda estava nas fases iniciais de desenvolvimento ou amadurecimento em várias partes do mundo, principalmente na América do Norte e na Europa Ocidental, os executivos e técnicos da Rinaldo Piaggio fizeram a opção por uma construção convencional em alumínio e ligas metálicas. Entretanto, os três modelos de turboélice executivo, o Piaggio P-180 Avanti e os seus irmãos Piaggio P-180 II Avanti e Piaggio Avanti EVO, são fabricados com uma boa quantidade de peças e componentes em material composto, tornando esses conjuntos um pouco mais leves, embora as partes principais das fuselagens e das asas dos três modelos continuem sendo fabricadas basicamente em alumínio e ligas metálicas.

Na década de 1980, durante a sua fase de desenvolvimento, o amadurecimento do projeto resultou em uma configuração totalmente diferente da encontrada até então no mercado aeronáutico mundial. Todos os esforços em Engenharia Aeronáutica dos departamentos da gigante americana Boeing, da então Aermacchi, da Universidade de Wichita, da Learjet e da Universidade de Ohio, resultaram em um modelo focado em alto desempenho e conforto um pouco acima da média, inclusive com um teto de serviço extraordinário para um turboélice, algo em tornou de 12.000 metros. Você não leu errado, são 12.000 metros mesmo.

Quanto mais alto melhor: Lá em cima há menos turbulências, menos nuvens de tempestade, menos chuva, menos granizo, menos tráfego de aviões e menos resistência ou arrasto aerodinâmico ao avanço da aeronave.

MERCADO

Logo acima, a confortável cabine de passageiros do modelo mais recente da família Piaggio Avanti, o Piaggio Avanti EVO, tão ou até um pouco mais confortável que a cabine de seu antecessor Piaggio P-180 II Avanti, mas ambas com a mesma capacidade de seis ou sete passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada. Logo abaixo, uma opção ainda mais moderna de instrumentos de voo, com um dos mais modernos conjuntos de instrumentos EFIS – Electronic Flight Instrument System, com as telas primárias e a tela multifuncional.

O ousado projeto de aeronave executiva de alto desempenho com uma configuração incomum, com uma combinação de três tipos diferentes de aerofólios, as duas asas, mais os dois canards e a cauda em T enfrentou alguma resistência do mercado aeronáutico mundial nas décadas de 1980 e 1990, mesmo após pesados investimentos em desenvolvimento e sua consequente certificação pela FAA – Federal Aviation Administration e pela autoridades aeronáuticas europeias, mas a partir da década de 2000, com a reabertura da fábrica e mais esforços de marketing, os vários modelos da família Piaggio Avanti passaram a ser vendidos em larga escala, com mais de 240 unidades vendidas até agora, contando a partir do início da produção seriada, em 1990.

Até o momento, foram comercializadas mas de 90 unidades na Europa Ocidental, mais de 90 unidades na América do Norte e na América do Sul, incluindo Estados Unidos e Brasil e mais de 18 unidades na chamada região Ásia / Pacífico. Algumas unidades também foram vendidas na África e no Oriente Médio.

É uma das melhores opções de famílias de aeronaves executivas turboélice disponíveis no mercado mundial, capaz até mesmo de rivalizar em pé de igualdade com os projetos da família Beechcraft King Air, que até então reinavam quase absolutos no mercado, com poucos concorrentes de peso, entre eles os turboélices bimotores Embraer EMB-121 Xingu e Mitsubishi MU-2 Marquise, que, aliás, não são mais fabricados.

É consenso dentro do meio aeronáutico que, do ponto de vista econômico, os aviões turboélice são mais vantajosos que os aviões a jato em viagens de até 500 quilômetros. Além disso, de modo geral os turboélices pousam e decolam melhor em pistas de pouso sem pavimentação.

Nesse sentido, em viagens de mais de 750 quilômetros os aviões a jato são mais vantajosos, com o benefício da maior velocidade de cruzeiro que os jatos apresentam e os turboélices não conseguem alcançar. Os turboélices bimotores da família Piaggio Avanti são então exceções, com velocidades de cruzeiro altas.

A mais recente opção da família Piaggio Avanti, o Piaggio Avanti EVO, fabricado em série a partir de 2015, já sai de fábrica com o moderníssimo sistema EFIS - Electronic Flight Instrument System de navegação, com as telas PFD (tela primária) e MFD (tela multifuncional) na cabine de comando e os aviões usados da marca podem ser atualizados neste sentido em oficinas autorizadas, a pedido dos clientes, incluindo a instalação de modelos mais atuais de TCAS - Traffic Collison Avoidance System e EGPWS - Enhanced Ground Proximity Warning System, muito úteis na navegação.

Pela robustez característica do projeto e pela capacidade de pousar e decolar em pistas de pouso sem pavimentação, foi escolhido por agricultores e pecuaristas brasileiros, americanos, europeus e de outros países como o meio de transporte para visitas às suas fazendas e também por muitos empresários e executivos para visitas às filiais de empresas, fornecedores e revendedores.

FICHA TÉCNICA

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

PIAGGIO P-180 AVANTI