INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
AUTOMÓVEL

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima, o Fusion Hybrid, o belo e confortável sedã de luxo fabricado em série pela Ford, uma ousada e sofisticada proposta para reduzir o consumo de combustível e a emissão de poluentes na atmosfera. Logo abaixo, o elegante e compacto Chevrolet Volt, o modelo de automóvel híbrido fabricado em série pela General Motors dos Estados Unidos.
indústria automobilística é a indústria que desempenha atividades variadas relacionadas ao projeto, ao desenvolvimento, à fabricação e à comercialização de veículos terrestres usados no transporte de passageiros e cargas, incluindo automóveis, comerciais leves, motocicletas, caminhões e ônibus. É um dos maiores e mais dinâmicos setores da economia mundial, exigente de uso intensivo de capital, matérias primas de boa qualidade e conhecimento humano para criação, desenvolvimento e fabricação em larga escala dos produtos finais. Os fabricantes de autopeças também são considerados parte da indústria automobilística, eles também empregam milhões de pessoas e contribuem para manter a atividade econômica dos países nos quais estão instalados, gerando renda para todas as classes sociais envolvidas nessa atividade econômica.

Conhecida também como indústria automotiva, essa indústria produz veículos terrestres para o transporte de pessoas e cargas leves e pesadas, inclusive para auxiliar profissionais autônomos na prestação de serviços, entre outras funções. Atualmente os automóveis, comerciais leves, motocicletas, caminhões e ônibus estão entre os bens de maior necessidade prática, expandindo sua relevância a diversos campos da natureza humana. Além de sua utilidade prática, o automóvel, hoje, também representa um símbolo de status. Entretanto, de modo geral, as pessoas optam por possuir veículos por necessidade. Por outro lado, desde o início do século passado a indústria automobilística percebeu que os veículos poderiam ter maior ou menor procura em função de sua aparência, o que, ao longo dos anos, elevou a importância dos departamentos de design das fabricantes ou montadoras. Hoje em dia, acredita-se que um automóvel pode transmitir ao observador externo uma noção razoável sobre a personalidade do seu dono, ou, pelo menos, sobre como ele gostaria de ser visto pela sociedade.

Não é muito diferente das teorias psicológicas a respeito das roupas e calçados que as pessoas usam, do que ouvem, vêm e lêm pelos canais de TV e rádio, jornais, revistas e sites na Internet, ou, até mesmo, lugares que costumam frequentar e o que costumam comer.

Com o aumento da população mundial, com a redução de custos de produção, com a revolução dos materiais e com técnicas de fabricação inovadoras, a frota de automóveis cresce a cada ano, trazendo um conjunto de problemas inimagináveis na época da criação do automóvel, como, por exemplo, congestionamentos. A poluição do ar, o barulho e os acidentes são alguns dos problemas oriundos do número excessivo de automóveis nos centros urbanos.

O AUTOMÓVEL

O automóvel ou carro é um veículo motorizado a combustão interna, ou, mais recentemente, híbrido e/ou elétrico, sobre quatro rodas, utilizado para transportar pessoas e suas bagagens por curtas, médias e longas distâncias, em trajetos urbanos, rodoviários, rurais (geralmente de leito natural) ou mistos. Essa definição abrange todos os veículos com autopropulsão movidos a combustão interna, porém nas últimas décadas foram colocadas no mercado sofisticadas opções de automóveis movidos totalmente por motor elétrico, com bateria de longa duração, como, por exemplo, o belíssimo Tesla Model S, e também opções de automóveis impulsionados por uma combinação de motor a combustão interna com motor elétrico, como, por exemplo, o sedã de luxo Ford Fusion e o fastback Chevrolet Volt.

O automóvel é uma das maiores invenções da humanidade. Existem, atualmente, aproximadamente 1,2 bilhão de automóveis registrados no nosso planeta, entretanto esse número está aumentando, principalmente na China e na Índia. Lá na China, por exemplo, há, atualmente, cerca de 280 milhões de automóveis em circulação. Somando o número de automóveis, comerciais leves, motocicletas, caminhões e ônibus são cerca de 400 milhões.

Ele é um veículo dotado de motor a combustão interna, motor elétrico ou ambos, para tração, destinado ao transporte de passageiros e bagagens. Ele possui quatro rodas pneumáticas que suportam a carroceria por meio de uma suspensão. Geralmente, o sistema de direção controla as rodas dianteiras, embora haja casos de esterçamento das quatro rodas. Geralmente, o sistema de frenagem atua nas quatro rodas, com discos ou tambores. Eles podem ter tração dianteira, tração traseira ou tração nas quatro rodas. Os modelos com tração traseira e tração nas quatro rodas usam um sistema de eixo cardan para transmitir o torque às rodas traseiras. Esse sistema de transmissão de torque é composto por embreagem, caixa de mudanças ou câmbio, diferencial e eixo de transmissão.

Ao longo da história da indústria automobilística foram projetados três tipos básicos de estrutura para os automóveis, a carroceria sobre chassi, que é a mais antiga e que ainda hoje é utilizada nos modelos maiores, pois oferece mais robustez; a carroceria monobloco, que é a mais comum, mais leve e mais estável, utilizada intensivamente nos modelos menores e mais modernos; e a carroceria monobloco sobre chassi, também conhecida como monoframe, que é mais moderna e mais bem resolvida, capaz de combinar os benefícios de ambos os conceitos, chassi e monobloco. Este tipo é usado principalmente em utilitários esportivos modernos, que são automóveis de passeio.

As carrocerias mais modernas oferecem a vantagem das zonas de deformação programável, o que significa que em caso de acidentes graves com impacto frontal ou traseiro, a própria carroceria absorve e dissipa uma parte significativa da energia do impacto. Porém, somente essa tecnologia não é suficiente para proteger os ocupantes do veículo. São necessários então outros recursos tecnológicos para aumentar o máximo possível a probabilidade de sobrevivência dos ocupantes, entre eles os importantíssimos cintos de segurança. Os airbags também formam esse conjunto e reduzem ainda mais o risco de lesões fatais nos ocupantes do veículo. Atualmente, os airbags frontais são obrigatórios em todos os modelos de automóveis que saem de fábrica aqui no Brasil.

HISTÓRIA

NO MUNDO

Logo acima, o antigo, charmoso e gracioso Benz Velo, automóvel criado por Karl Benz, em 1885. Ele é considerado o primeiro automóvel fabricado em série e em larga escala no mundo. Logo abaixo, o icônico Ford T, o primeiro modelo com quatro rodas montado em larga escala no Brasil, um gigantesco sucesso mundial de vendas da Ford, um dos modelos de automóveis mais vendidos no mundo.

Não há consenso sobre a origem exata do automóvel, mas é possível estimar sua origem por meio de exemplos de veículos usados para transportar pessoas, inicialmente rústicos, como o exemplo do carro a vapor de Nicolas Joseph Cugnot, em 1771, na China e na França, e, posteriormente, nos séculos seguintes, os avanços sucessivos das técnicas de desenvolvimento de componentes, partes e peças, incluindo o freio de mão e de pedal, a caixa de câmbio, o motor de quatro tempos e a direção, dentre outras.

Essas tecnologias foram aos poucos se somando e se combinando para dar origem, guardadas as devidas proporções, é claro, se considerarmos as inúmeras inovações tecnológicas da indústria automobilística ao longo da história, ao que mais se assemelha a um automóvel moderno, o Benz Velo, fabricado em larga escala por Karl Benz a partir de 1895, baseado no Motorwagen, um projeto de triciclo patenteado em 1885, considerado por muitos historiadores o primeiro automóvel. No entanto, há uma terceira corrente entre historiadores que afirma que o primeiro automóvel, com quatro rodas, inclusive, foi fabricado por Gottlieb Daimler, na Alemanha, em 1886, o Daimler Motorcoach.

No final do século XIX, o automóvel se diferenciou gradativamente das antigas carruagens, principalmente pela adoção do motor a combustão interna e pela adoção de novos materiais usados para dar maior conforto ao usuário. A partir desse ponto, o automóvel passou a ser considerado um objeto de desejo, um meio transporte prático e razoavelmente confiável.

Em 1893, na cidade de São Paulo, surgiu o primeiro carro com rodas emborrachadas, porém ainda de carroceria aberta. Era um modelo ainda primitivo de automóvel, com “motor” a vapor com caldeira, fornalha e chaminé. Porém, no ano de 1903, já havia seis automóveis circulando pela cidade de São Paulo e, então, a Prefeitura de São Paulo tornou obrigatória a inspeção de veículos para o emplacamento de identificação, obrigatoriamente fixada na parte traseira dos automóveis.

No Brasil, o primeiro modelo de automóvel com quatro rodas montado em larga escala foi o Ford T, fabricado no Estado de São Paulo, a partir de 1919. O primeiro carro nacional fabricado em série com injeção eletrônica foi o Gol GTI, fabricado a partir de 1989. Todos os automóveis fabricados no Brasil atualmente já saem de fábrica com este importante componente, responsável pela distribuição e injeção precisa de combustível nos cilindros.

No Brasil, o cinto de segurança foi tornado dispositivo ou item de segurança obrigatório em automóveis de série a partir de 1969. No mundo, as primeiras fabricantes a oferecer automóveis em série com air-bag foram a General Motors e a BMW. No Brasil, a primeira fabricante a oferecer automóvel fabricado aqui com air-bag foi a Fiat, com o hatch Fiat Tipo. Esses dois itens de segurança são, atualmente, obrigatórios no Brasil, ou seja, todos os fabricantes instalados aqui devem disponibilizá-los nos automóveis como itens de série.

No início da década de 1990, o sedan Volkswagen Santana foi o primeiro automóvel fabricado em série no Brasil com a opção de freios ABS, disponível na sua versão top de linha. O ABS é um sistema que impede o travamento das rodas quando o pedal de freio é acionado com forte pressão pelo condutor. Atualmente, todos os automóveis fabricados no Brasil já possuem o ABS como item de série, tornado obrigatório na legislação brasileira.

Em toda a história da indústria automobilística mundial, o Volkswagen Fusca, conhecido nos Estados Unidos como Volkswagen Beetle e na Europa como Volkswagen Kafer, ainda é considerado o carro mais popular de todos os tempos, ele é um dos automóveis mais vendidos do mundo. Muitos analistas de mercado e publicações especializadas o consideram o modelo de automóvel mais vendido, já que o Toyota Corolla e o Volkswagen Passat são, a rigor, projetos diferentes que levam o mesmo nome. Na Europa, o Volkswagen Fusca era conhecido como Volkswagen Beetle, e, até recentemente, um modelo completamente novo e moderno, porém que lembra seu aspecto externo incomum, foi vendido com o nome New Beetle (pronuncia-se Níu Bítol), com design gracioso.

O pequeno e modesto Volkswagen Fusca ainda é considerado o modelo mais popular do planeta. A popularidade foi tanta que deu origem até a um personagem de cinema, o Herbie.

A linha de produção em larga escala de automóveis foi introduzida nos Estados Unidos em 1902, por Ransom Olds, da Oldsmobile, porém o conceito de linha de produção foi fortemente expandido por Henry Ford, em 1914. Isso permitiu aumentar o ritmo de produção de automóveis, tornando-os mais acessíveis que antes. Assim, o empresário americano Henry Ford foi um dos maiores responsáveis pela popularização do automóvel, a partir de 1914.

Pelo que se sabe, o câmbio automático foi inventado por dois engenheiros brasileiros, José Braz Araripe e Fernando Lemos, que venderam o projeto para a fabricante americana General Motors. Essa fabricante, mais conhecida atualmente pela marca Chevrolet, produziu o primeiro carro com câmbio automático que se tem conhecimento, na época chamado de câmbio hidramático, em 1940, depois de desenvolver o protótipo de automóvel com câmbio automático baseado na invenção patenteada pelos dois inventores brasileiros.

No Brasil, os automóveis Opala Comodoro e Opala Diplomata, versões diferentes de um mesmo projeto, fabricados em larga escala pela General Motors, foram considerados símbolos de status na década de 1980. Uma parte significativa dos compradores do Opala Diplomata optava pelo câmbio automático. Ele foi substituído no Brasil pelo Chevrolet Omega, conhecido na Europa Ocidental e na Austrália como Opel Omega, Vauxhall Carlton e Holden Commodore, respectivamente.

Atualmente, o câmbio automático é um componente muito mais popular nos Estados Unidos e na Europa Ocidental que em países da América Latina, incluindo o Brasil. A grande maioria das fabricantes de automóveis instalada no Brasil oferece como opcional esse item na maior parte dos modelos de automóveis não populares, com motores com mais de 1.000 cilindradas.

NO BRASIL

O Brasil tem, atualmente, uma indústria automobilística dinâmica e sofisticada. No final do século XIX chegaram ao Brasil os primeiros automóveis importados. Alguns anos depois, entre 1903 e 1905, o empresário paulista Cláudio Bonadei deu início à fabricação meio artesanal dos primeiros automóveis nacionais, utilizando motores importados. Em 1917, a multinacional Ford Motor Company iniciou a construção da primeira linha de montagem de automóveis no Brasil.

A Ford do Brasil foi a primeira fabricante de automóveis brasileira. Ela foi fundada em 1919, meses depois de uma reunião da diretoria da multinacional americana em Detroit em que se decidiu reforçar a presença da marca no mercado sul americano, já que a subsidiária da multinacional na Argentina já tinha sido fundada algum tempo antes. Porém, nos primeiros anos, a subsidiária brasileira somente importava os veículos semi-montados e encaixotados e completava o trabalho com a montagem deles em território brasileiro.

Inicialmente, a subsidiária Ford do Brasil estava localizada na Rua Florêncio de Abreu, próxima ao Lago São Bento, na cidade de São Paulo. No ano seguinte, a empresa foi transferida para o centro da cidade, próxima à Praça da República. Em 1921, a empresa mudou-se novamente para a Rua Sólon, no Bairro Bom Retiro, também em São Paulo, em um prédio novo, projetado por engenheiros americanos. A partir de então, a empresa passou a, de fato, fabricar automóveis em linha de montagem no Brasil.

Essa fábrica possuía equipamentos importados em sua linha de montagem, na época com capacidade para fabricar até 4.700 automóveis e 360 tratores por ano. Três anos depois, a empresa já empregava 124 pessoas. A matriz americana baseava a sua iniciativa de produzir no Brasil de forma também pragmática, considerando inclusive que o país ocupa cerca de 6% da superfície terrestre do planeta e um país rico em minérios e potencial agricultável, o que obviamente teria reflexos diretos e indiretos na demanda por veículos.

A partir de 1921, o então presidente da república Washington Luís determinou a construção de rodovias em larga escala no Brasil, com o objetivo de integrar os estados brasileiros por meio do transporte rodoviário. Em 1925, a General Motors decidiu se instalar no Brasil, inicialmente de forma semelhante como a Ford Motor Company fez, com a instalação de linha de montagem de veículos em CKD's - Completely Knocked Down, o que significa que os veículos eram importados desmontados, para posterior montagem no Brasil, em linha de montagem

Ela foi fundada em 1925, na cidade de São Paulo, mas ainda com outra razão social, Companhia Geral de Motores, e, algum tempo depois, General Motors of Brazil. Mas foi somente a partir de 1930 que ela passou a fabricar, efetivamente, em linha de montagem, veículos no Brasil, na sua primeira fábrica em São Caetano do Sul.

Nessa fábrica, ela começou a fabricar ônibus e caminhões, inicialmente, e, a partir de 1969, com a inauguração de uma nova fábrica em São José dos Campos, passou a fabricar o primeiro modelo de automóvel brasileiro com a marca Chevrolet, o Chevrolet Opala, em duas versões, a sedan e a cupê, ambas baseadas no projeto do Opel Rekord, da fabricante alemã Opel, então uma subsidiária da General Motors Corporation, a matriz americana.

No início da década de 1950, o Brasil importava um volume muito grande de automóveis. Então o Governo Brasileiro, na época liderado pelo presidente da república Getúlio Vargas, iniciou negociações com fabricantes estrangeiras e investidores nacionais, tanto com as empresas que já estavam instaladas no Brasil quanto com empresas ou investidores que ainda não produziam automóveis aqui, para que aumentassem o índice de nacionalização de peças, partes e componentes ou passassem a fabricar automóveis e utilitários no Brasil, dependendo de cada caso.

Os primeiros frutos dessas negociações foram as fundações da Willys Overland do Brasil, da FNM - Fábrica Nacional de Motores (pronuncia-se Fê-Nê-Mê), da Volkswagen do Brasil, da Vemag e da Mercedes-Benz do Brasil. Os primeiros produtos da Volkswagen a serem fabricados aqui foram o Volkswagen Fusca (na época chamado de Volkswagen Sedan) e a Volkswagen Kombi.

A FNM - Fábrica Nacional de Motores fabricava caminhões a diesel grandes, a Willys Overland fabricava jipes ou utilitários pequenos e a Mercedes-Benz fabricava caminhões e ônibus. Porém, somente depois de muitos anos, a partir de 1988, a primeira fábrica de automóveis inteiramente nacional, a Gurgel, passou a fabricar o BR800.

O mercado brasileiro está, atualmente, entre os dez mais importantes no mundo para praticamente todas as grandes montadoras multinacionais. Entretanto, nas décadas de 1970, 1980 e 1990 este mesmo mercado já era grande. O sucesso do Chevrolet Monza, do Chevrolet Chevette e de outros modelos de fabricantes concorrentes, como Ford Escort, Fiat Uno e Volkswagen Gol reforçou essa impressão e despertou a atenção e curiosidade de praticamente todas as grandes montadoras multinacionais americanas, japonesas, europeias e sul-coreanas, embora somente na década de 1990 a maioria delas decidiu entrar definitivamente no mercado brasileiro, seja por meio de importações ou seja por meio de fabricação própria em larga escala em território nacional.

As gigantes multinacionais General Motors / Chevrolet, Volkswagen, Ford e Fiat já estavam no Brasil naquela época e a abertura do mercado promovida pelo então presidente Fernando Collor de Mello acelerou os planos de investimentos de várias outras montadoras estrangeiras, que queriam entender melhor o mercado nacional e identificar os nichos de mercado mais adequados para serem explorados comercialmente. A fórmula ou receita de sucesso dessas quatro grandes multinacionais americanas e europeias que já estavam instaladas no Brasil foi seguida pelas demais estreantes: Robustez; manutenção simples e barata; baixo e/ou razoável custo de aquisição; e bom e/ou razoável valor de revenda;

O mercado brasileiro é pragmático e a propaganda boca-a-boca ainda tem influência sobre a decisão de compra do consumidor. Isso significa, para quem não é brasileiro, não mora no Brasil e ainda não sabe o significado dessa expressão popular, que um consumidor satisfeito em geral fala bem do produto e estimula ou influencia outro consumidor a comprar mais uma unidade do mesmo produto, resultando em algo como se fosse uma reação em cadeia positiva, resultando em um sucesso de vendas. É um mercado que se comporta com alguma resistência no início, mas passa a fazer propaganda gratuita do produto se experimentar e se sentir satisfeito.

Antes da década de 1990, havia um pretexto ou argumento, seja lá como for, de “proteção” à indústria nacional em geral, na forma de uma ampla reserva de mercado. O que em tese seria uma forma de proteger e gerar empregos no Brasil, acabou se tornando ao longo dos anos ou décadas em um entrave para a modernização e competitividade da indústria nacional em geral, em praticamente todas as áreas da indústria nacional, na maior parte dos segmentos da economia, com uma espécie de comportamento acomodado, indiferente às inovações tecnológicas e excessivamente conservador.

MERCADO MUNDIAL

Em 2007, a General Motors foi a maior fabricante de automóveis e comerciais leves do planeta, com mais de 9,3 milhões de veículos fabricados, seguida pela Toyota, com mais de 8,5 milhões. A terceira maior fabricante de veículos foi a Volkswagen, com mais de 6,3 milhões, depois a quarta maior, a Ford, com mais de 6,2 milhões:
  • 5º lugar: Honda, com 3,9 milhões;
  • 6º lugar: Peugeot / Citroen, com 3,4 milhões;
  • 7º lugar: Nissan, com 3,4 milhões;
  • 8º lugar: Fiat, com 2,68 milhões;
  • 9º lugar: Renault, com 2,67 milhões;
  • 10º lugar: Hyundai, com 2,6 milhões;
Em 2014, a Toyota (incluindo suas marcas Lexus e Daihatsu) foi a maior fabricante do planeta, com mais de 10,2 milhões de unidades fabricadas, seguida pela Volkswagen (incluindo suas marcas Audi e Seat) com mais de 10,1 milhões de unidades fabricadas, pela General Motors em terceiro lugar, com mais de 8 milhões de unidades fabricadas, pela Renault Nissan em quarto lugar (ressaltando que atualmente estas duas fabricantes formam um mesmo grupo), com mais de 7,9 milhões de unidades fabricadas, pela Hyundai Kia (estas duas também formam um mesmo grupo) em quinto lugar, com 7,5 milhões, e pela Ford em sexto lugar, com mais de 5,9 milhões.

Os mercados dos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, Austrália, Japão e Coreia do Sul estão mais ou menos estáveis, o que significa que a grande maioria das novas aquisições de veículos por lá é realizada pelos consumidores apenas para substituir as unidades que estão envelhecendo ou com vida útil esgotada. Isso explica porque grandes fabricantes mundiais de automóveis estão focando seus esforços em expandir suas operações para regiões emergentes, principalmente América Latina, Índia, Sudeste Asiático, China e Rússia.

MERCADO BRASILEIRO

Em 2014, o Brasil foi o 4º maior mercado de automóveis do planeta, com mais de 3,5 milhões de unidades fabricadas e comercializadas, seguido pela Alemanha com mais de 3,2 milhões de unidades fabricadas e comercializadas. Naquele ano, o maior mercado de automóveis do planeta foi o da China, com mais de 21 milhões de unidades fabricadas e comercializadas, seguido pelos Estados Unidos, com mais de 16 milhões, e do Japão, com mais de 5,3 milhões.

Em 2008, a Fiat foi a maior montadora / fabricante e vendedora / importadora de veículos no Brasil, com mais de 24% de participação de mercado, seguida pela Volkswagen, com mais de 21% de participação de mercado, e da General Motors (Chevrolet), com mais de 20% de participação de mercado. Ressaltando que, no Brasil, as maiores importadoras de veículos são também as montadoras / fabricantes brasileiras que fazem parte dos mesmos grupos multinacionais proprietários das respectivas marcas no exterior.
  • 4º lugar: Ford, com mais de 9% do mercado;
  • 5º lugar: Honda, com mais de 4% do mercado;
  • 6º lugar: Renault, também com mais de 4% do mercado;
  • 7º lugar: Peugeot, com 3,9% do mercado;
  • 8º lugar: Toyota, com mais de 3% do mercado;
  • 9º lugar: Citroen, com mais de 2,5 % do mercado;
  • 10º lugar: Hyundai, com mais de 1,6% do mercado;
Em 2014, a Fiat foi a maior montadora / fabricante e vendedora (incluindo nacionais e importados) de veículos do Brasil, com mais de 698.000 unidades fabricadas, equivalente a cerca de 20% do mercado, seguida pela General Motors, com mais de 578.000 unidades fabricadas e vendidas, equivalente a cerca de 17% do mercado. A Volkwagen foi a terceira maior montadora e vendedora de veículos do Brasil, com mais de 576.000 unidades, equivalente a cerca de 17% do mercado e a Ford foi a quarta maior, com mais de 308.000 unidades, equivalente a cerca de 9% do mercado brasileiro.

Em seguida, a Renault, a quinta, com mais de 237.000 unidades, equivalente a cerca de 7% do mercado, a Hyundai, a sexta, também com mais de 237.000 unidades, a Toyota, a sétima, com mais de 195.000 unidades, equivalente a cerca de 6% do mercado, a Honda, a oitava, com mais de 137.000 unidades, equivalente a cerca de 4% do mercado, a Nissan, a nona, com mais de 72.000 unidades, equivalente a cerca de 2% do mercado, e a Mitsubishi, a décima, com mais de 59.000 unidades, equivalente a cerca de 1,7% do mercado.

A circulação de automóveis no Brasil está regulamentada pelo Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503 de setembro de 1997. O conceito de automóvel ou carro é definido por esse código ou regulamento como veículo com capacidade para até 8 passageiros, excluindo o seu condutor.

MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS

Logo acima, o aspecto adequado de uma boa oficina, ambiente limpo, organizado, clean e bem arejado. Logo abaixo, o sofisticadíssimo sistema de transmissão automática sequencial dos automóveis Lexus, uma marca de alto-luxo de propriedade da fabricante Toyota. Com um olhar mais atento percebe-se a complexidade desse sistema, com uma grande variedade de peças.

Segundo dados da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o Brasil é um dos maiores mercados consumidores de veículos motorizados do planeta, com mais de 3,5 milhões de unidades fabricadas e vendidas em 2014, incluindo veículos nacionais e importados, incluindo automóveis, comerciais leves, utilitários esportivos e caminhonetes, de cabines simples e cabines duplas. Segundo dados da empresa de consultoria Audamec, o mercado brasileiro foi atendido em 2012 por mais de 100 mil oficinas mecânicas registradas.

A manutenção adequada de automóveis é fundamental para manter sob controle razoável os níveis de emissões de poluentes na atmosfera, com a consequente redução do impacto ambiental, como parte de um esforço conjunto para manter o equilíbrio climático do planeta em que vivemos. Itens como catalisador, filtro de óleo, filtro de ar, filtro de combustível e injeção eletrônica devem ser periodicamente checados para manter controlados os níveis de emissões de poluentes na atmosfera.

Automóveis com pneus mal calibrados, suspensão desalinhada e desbalanceada também causam impacto negativo nos níveis de consumo de combustível e desgaste excessivo de pneus, o que por sua vez aumenta a emissão de poluentes na atmosfera e aumenta excessivamente o consumo de recursos naturais. Portanto, é de fundamental importância para o equilíbrio do meio ambiente a checagem periódica e manutenções preventiva e corretiva desses itens.

No aspecto técnico, uma boa e completa oficina mecânica deve estar preparada para realizar os trabalhos de manutenção preventiva e corretiva nos seguintes itens em veículos:
  • Transmissão, manual ou automática;
  • Freios, suspensão, rodas e pneus;
  • Direção, hidráulica, mecânica ou elétrica;
  • Motor, com atenção especial ao nível de óleo lubrificante, ao estado de conservação da correia dentada, velas de ignição, injeção eletrônica e radiador;
  • Faróis e lanternas;
  • Sistema elétrico, incluindo gerador e bateria;
  • Escapamento;
A oficina mecânica no Brasil passou por uma grande modernização e atualização nos últimos 10 anos. Houve também o avanço da tecnologia empregada na indústria automobilística brasileira desde a abertura do mercado para automóveis importados, realizada no início da década de 1990 pelo então presidente da república Fernando Collor de Mello.

Na década de 1990, essa abertura de mercado pressionou, de certa forma, para uma modernização e atualização dos padrões de procedimentos e conceitos de manutenção, e uma modernização e atualização das máquinas, equipamentos e dispositivos utilizados na manutenção de veículos nacionais e importados.

Antes disso, as oficinas mecânicas tinham um padrão desleixado, com oficinas sujas de graxa e óleo, pouco preocupado com o aspecto visual, geralmente desorganizado e pouco arejado, com pouca ou nenhuma estrutura física com conforto mínimo para os clientes aguardarem a execução do trabalho.

Porém, com o avanço das novas tecnologias aplicadas na fabricação e manutenção de veículos, os proprietários de oficinas mecânicas notaram que se quisessem se manter no mercado para atender o novo perfil de clientes teriam que investir em infraestrutura moderna, organização e mão de obra especializada, bem treinada.

O câmbio automático, por exemplo, é um dos itens que, na manutenção de veículos, exige um alto grau de especialização do mecânico, pois é um componente complexo. Ele é um sistema para trocas automáticas de marchas, que faz a relação ou comparação entre a velocidade do veículo e a rotação do motor para executar a troca automática de marcha, quando necessária. O sistema foi criado para manter níveis equilibrados de rotações do motor e o aumento de velocidade quando o condutor do veículo assim deseja, pisando com mais pressão no pedal do acelerador ou acionando o piloto automático.

Nos sistemas mais sofisticados de transmissão automática de seis, sete ou oito velocidades, as trocas de marchas já estão em nível bem avançado, com mudanças de marchas quase imperceptíveis ao motorista. Décadas atrás esse nível de sofisticação não existia, nem mesmo nos modelos de automóveis mais caros. No Brasil, na década de 1980, por exemplo, o Opala Diplomata, um veículo top de linha, portanto de preço mais alto, possuía apenas câmbio automático de quatro marchas.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Nos países desenvolvidos a manutenção preventiva é uma das atividades principais de um mecânico. Em países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento, geralmente, ou na maioria das vezes, o mecânico é chamado somente quando o veículo já apresenta sinais de mau funcionamento. Pelo fato de muitos componentes serem trocados durante uma manutenção preventiva antes mesmo de apresentarem problemas, muitos proprietários de poder aquisitivo menor preferem evitar esse gasto extra, apesar dos riscos futuros envolvidos, principalmente quando o veículo é mais exigido, como em longas viagens rodoviárias ou em viagens sobre estradas rurais de leito natural, neste caso com o conjunto suspensão, rodas e pneus sendo mais exigidos, obviamente.

Segundo levantamento e análise realizados pela Polícia Rodoviária Federal do Brasil, cerca de 5% dos acidentes envolvendo veículos nas estradas brasileiras é consequência direta de falha mecânica do veículo. Portanto, é preciso atenção na condução do veículo e na sua manutenção. Usar o cinto de segurança e respeitar o limite de velocidade estabelecido pelas autoridades é importante, mas não basta, é necessário também manter o veículo revisado.

Com o rápido avanço na tecnologia automobilística, o serviço evoluiu de algo puramente mecânico para incluir também a eletrônica embarcada. Pelo fato de os veículos modernos possuírem complexos sistemas eletrônicos, incluindo seus módulos, e computadores de bordo, o mecânico precisa estar constantemente fazendo treinamentos para saber operar os sofisticados equipamentos de diagnóstico fornecidos pelos fabricantes de veículos.

Hoje em dia, é comum o mecânico se especializar em características ou partes específicas do automóvel, como, por exemplo, suspensão e freios, incluindo serviços de alinhamento e balanceamento; funilaria, que remove amassados da lataria, e pintura; circuito elétrico, incluindo cabeamento; sonorização e instalação de GPS e DVD Player, alarmes e trava elétrica; e injeção eletrônica; dentre outras.

MERCADO DE MANUTENÇÃO

O mercado brasileiro de reposição de peças automotivas movimentou cerca de R$ 106 bilhões no Brasil em 2014, com crescimento de 1,7% em relação a 2013. Cerca de 64% da receita é resultado das vendas de peças, partes e acessórios para veículos leves, automóveis e comerciais leves, e 36% das vendas para veículos pesados, incluindo caminhões e ônibus.

São 314.900 empresas que atuam no mercado brasileiro de reposição automotiva, sendo 60% de comércio atacadista e varejista de peças, partes e acessórios novos para veículos, 36% de oficinas mecânicas e 4% de atacadistas e varejistas de veículos novos (concessionárias). Os distribuidores atacadistas tem faturamento de 32% do mercado de reposição e vendem para as empresas varejistas, oficinas e frotistas.

Já as empresas varejistas de autopeças, aquelas que vendem peças principalmente para o consumidor final, representam cerca de 60% do faturamento desse mercado de peças e partes de reposição e vendem diretamente para os proprietários de veículos e para as seguradoras de veículos. Mesmo com o grande número de veículos novos vendidos todos os anos, grande parte da frota nacional ainda é composta por veículos com mais de 10 anos de uso, em que os donos recorrem, frequentemente e periodicamente ou não, aos serviços de uma oficina para estender a vida útil deles. Também há muitos veículos antigos circulando no Brasil, seja por gosto pessoal por automóveis e caminhonetes antigos, ou ainda, por outro lado, simplesmente por incapacidade financeira de comprar um veículo novo ou trocar o mais velho por um mais novo.

Sabendo disso, um empreendedor que queira atuar no mercado de manutenção de veículos pode oferecer ao seu cliente uma diversidade de serviços que pode ser prestada em uma oficina mecânica ou em uma autoelétrica, ou, ainda, em um centro de serviços com oficina e autoelétrica.

Geralmente, no Brasil os proprietários de oficinas e autoelétricas decidem diversificar o máximo possível, o máximo ao seu alcance, com uma variedade de serviços. Havia um tempo em que um mecânico conseguia consertar ou revisar qualquer carro e qualquer parte do carro, fosse elétrica, mecânica, eletrônica e hidráulica. Mas hoje em dia a realidade é diferente, pois o aumento da concorrência e o avanço tecnológico dos automóveis exigem a profissionalização do setor, com a atuação dos profissionais em uma parte específica do segmento automobilístico. A não ser, é claro, que o profissional tenha capacidade intelectual e habilidade extraordinárias para desempenhar várias funções dentro do mesmo segmento, o que, aliás, não é comum.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Unigran - Universidade da Grande Dourados
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Grupos_de_fabricantes_de_autom%C3%B3veis
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_automobil%C3%ADstica
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Automóvel
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Gottlieb_Daimler
  • Pequenas Empresas Grandes Negócios: Imagens
  • Revista Quatro Rodas: Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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