FORD MONDEO

FORD MONDEO (EUROPA E BRASIL)
MERCURY MYSTIQUE (ESTADOS UNIDOS)
FORD CONTOUR (ESTADOS UNIDOS E CANADÁ)
FORD MONDEO M2000 (TAIWAN E CHINA)
FORD FUSION (EUA, CANADÁ E BRASIL)
FORD MONDEO (CHINA)

INTRODUÇÃO

Logo acima, o sedan de luxo Ford Mondeo da primeira fase da primeira geração, o carro mundial fabricado em larga escala pela Ford Motor Company em vários países, principalmente na Bélgica, embora com desenhos diferentes e nomes diferentes para alguns países. Logo abaixo, o Ford Mondeo da segunda fase da primeira geração. Ambos os modelos foram os principais representantes da gigante americana fabricante de automóveis no segmento médio de sedans de luxo na década de 1990.

O Projeto Mondeo é um bem sucedido plano industrial privado de criação e desenvolvimento, a partir da década de 1980, de uma moderna família totalmente original de automóveis de luxo de tamanho médio com carroceria monobloco, com fabricação em larga escala em vários países, nas décadas de 1990 e 2000, e baseada em plataformas comuns da fabricante de automóveis americana Ford Motor Company, composto pelo Ford Mondeo, em versões sedan, fastback e perua; pelo Ford Contour, pelo Mercury Mystique e pelo Ford Mondeo M2000, todos esses sedãs de luxo, com versões disponíveis com quatro portas.

O Ford Mondeo da 1ª fase da 1ª geração, por exemplo, o ainda moderno modelo original da década de 1990, com o qual a Ford Motor Company disputava o segmento nacional de automóveis de luxo de tamanho médio, apresentava inovações tecnológicas, itens de modernidade e um bom nível de conforto para a época. Ele era considerado um automóvel bem equipado, confortável e elegante e esteve disponível no Brasil em algumas versões, com carrocerias nos formatos sedan, fastback e perua ou station wagon, sempre com opções de quatro ou cinco portas, dependendo do modelo. Essa 1ª fase da 1ª geração do Ford Mondeo despertou a atenção e o desejo da classe média brasileira, com uma boa variedade de itens de conforto, desempenho e segurança.

A partir de 1994, o modelo Ford Mondeo sedan de quatro portas e três volumes, nas versões Ford Mondeo Ghia, Ford Mondeo GLX e Ford Mondeo CLX, por exemplo, esteve durante anos seguidos sob a análise imparcial e crítica da imprensa especializada brasileira, entre elas Quatro Rodas e Auto Esporte, e se saiu bem nas avaliações, apesar de alguns problemas pontuais ou imperfeições terem sido apontados, nada grave, e apesar da Ford do Brasil não ter fabricado o veículo no Brasil, o que certamente traria vantagens óbvias de preço de aquisição mais baixo (embora não tenha sido caro na época) e custo de manutenção mais baixo, o que certamente teria reflexos óbvios sobre o valor de revenda no mercado de usados.

Apesar disso, o modelo Ford Mondeo sedan de 1ª geração foi um legítimo representante da Ford do Brasil no segmento de automóveis médios de luxo, competindo de igual para igual em termos de preço e nível de equipamentos com o sedan de luxo de tamanho médio Chevrolet Vectra de 2ª geração, na época já fabricado no Brasil. O Ford Mondeo de 1ª geração está baseado na plataforma Ford CDW27, um grande sucesso internacional da Ford Motor Company e da japonesa Mazda Corporation, usado também para a fabricação em série do sedan Ford Contour, do sedan Mercury Mystique, do sedan Ford Mondeo M2000, do esportivo Mercury Cougar e do sedan japonês Mazda Cronos / Mazda 626.

O Ford Mondeo é um automóvel de três volumes fabricado na Bélgica e importado para o Brasil na década de 1990, tanto os modelos da 1ª fase da 1ª geração, com design mais comportado, digamos, quanto os modelos da 2ª fase da 1ª geração, com design mais ousado, e até um pouco polêmico para os padrões brasileiros conservadores da época. A partir da década de 2000, as versões da 2ª geração do Ford Mondeo, também com a plataforma Ford CDW27, também foram importadas para o Brasil por alguns anos.

Nas décadas de 1990 e 2000, os principais concorrentes da família Ford Mondeo no mercado brasileiro foram os sedans Alfa Romeo 156, Audi A4, Chevrolet Vectra, Chrysler Stratus, Citroen Xantia, Daewoo Espero, Citroen C5, Fiat Tempra, Honda Civic, Hyundai Elantra, Kia Clarus, Mercedes-Benz C180 e Mercedes-Benz C280, BMW 323 Sedan, Mitsubishi Lancer e Mitsubishi Galant, Nissan Maxima, Peugeot 406, Renault Laguna, Subaru Legacy, Toyota Corolla, Volvo S40 e Volkswagen Passat.

A FORD MOTOR COMPANY

A americana Ford Motor Company é uma grande e tradicional fabricante de automóveis. Ela foi a sexta maior fabricante de veículos do planeta em 2017 e 2018, com mais de 6,2 milhões e mais de 4,7 milhões de unidades fabricadas, respectivamente. Ela foi fundada em 1903 por Henry Ford e está sediada em Dearborn, na região metropolitana de Detroit, nos Estados Unidos. A subsidiária da Ford Motor Company no Brasil é a Ford do Brasil, ela foi a quinta, quarta e sexta maior fabricante e vendedora / importadora de veículos do Brasil em 2019, 2017 e 2016, respectivamente, com mais de 218.000, mais de 206.000 e mais de 180.000 unidades. Ela foi fundada no Brasil em 1919, mas nos primeiros anos só importava peças e partes de veículos e os montava no Brasil. A partir de 1921, a Ford passou a fabricar efetivamente, em linha de montagem, automóveis no Brasil.

Atualmente, a Ford do Brasil atua no país apenas como uma importadora de veículos. Em 2021, a empresa anunciou o encerramento das atividade de fabricação de automóveis aqui.

A Ford Motor Company possui participações societárias / acionárias nas fabricantes de automóveis Changan Ford, na China; Ford Sollers, na Rússia; AutoAlliance, na Tailândia; Ford Otosan, na Turquia; Jingling Motors, na China; e Aston Martin, uma fabricante de automóveis esportivos de alto luxo, na Inglaterra.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Logo acima, a bonita dianteira do Ford Mondeo da segunda geração, ainda com plataforma Ford CDW27, com carroceria sedan de quatro portas, fabricado em larga escala na Bélgica a partir do ano 2000 e importado para o Brasil, com motorização de 2.000 cilindradas, com injeção eletrônica. Logo abaixo, a bonita traseira do mesmo modelo de automóvel. Ele está disponível no mercado de automóveis usados, por preços bem razoáveis, a maioria em bom estado de conservação.

O Projeto Mondeo, cuja 1ª geração foi uma proposta de automóvel mundial da Ford Motor Company, foi implementado a partir na década 1980. O investimento inicial para a realização do Projeto Mondeo foi realmente muito alto e digna de respeito, com mais de US$ 6 bilhões de investimentos, em valores da época, o equivalente hoje a US$ 12 bilhões, incluindo uma reforma completa de uma fábrica na Bélgica. Esse projeto consistia basicamente na aplicação de uma grande variedade de conhecimentos e experiências da gigante americana no mercado automobilístico no desenvolvimento e fabricação em larga escala de um sedan, um fastback e uma perua que compartilhavam a grande maioria das peças, partes e componentes, com designs semelhantes ou idênticos em todos os mercados em que fosse comercializado.

Há uma polêmica entre publicações especializadas no mercado automobilístico ou automotivo sobre se realmente o Projeto Mondeo se tornou um projeto de carro mundial como queria a matriz americana, com vistas a manter o controle sobre os custos de produção, manter a qualidade já conhecida dos produtos da marca, com consequente ganho de competitividade no mercado. Algumas publicações afirmam que o projeto manteve sim a qualidade e a competitividade, mas não chegou a se tornar mundial de fato, com fabricação simultânea de um mesmo modelo em vários países.

Aqui no Brasil, por exemplo, a união entre a Ford do Brasil e a Volkswagen do Brasil em torno da Autolatina, nas décadas de 1980 e 1990, impossibilitou a fabricação local do Ford Mondeo pois, em tese, prejudicaria as vendas dos então novos Volkswagen Santana e Ford Versailles, ambos integrantes da 2ª fase do Projeto Korsar. Lá nos Estados Unidos, por exemplo, ele chegou a ser fabricado com o nome Ford Contour, vendeu bem, mas não o suficiente para chegar à sua 2ª geração, pois estava um pouco abaixo da categoria de automóveis grandes, ocupada pelo Ford Taurus, também fabricado por lá, e, como todo mundo sabe, os americanos adoram carros grandes.

Apesar disso, o Projeto Mondeo foi um grande sucesso de público e de crítica, principalmente na Europa, com mais de 300.000 unidades fabricadas na Bélgica logo nos dois primeiros anos de fabricação, e exportado para vários países, incluindo o Brasil, com altos índices de satisfação junto aos consumidores europeus, entre os mais exigentes do mundo, conquistando prêmios das principais revistas especializadas da Inglaterra, da Alemanha, da Bélgica, da Itália e de Portugal.

Na década de 1980, os desenhos básicos das três carrocerias, sedan, fastback e perua do Ford Mondeo foram realizados na Alemanha, com o acompanhamento de várias unidades da Ford Motor Company em várias partes do mundo. As carrocerias foram assentadas sobre a plataforma de médio porte Ford CDW27, criada e desenvolvida em conjunto pela americana Ford Motor Company e pela japonesa Mazda Corporation.

Entre as principais características positivas dos então novos modelos de automóveis estavam a tração dianteira; a motorização transversal, baseada no refinado motor Zetec, com tecnologia da Fórmula 1, adaptada para o uso em carros de passeio, com comando de válvulas no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e gerenciamento de funcionamento computadorizado, incluindo o controle da injeção eletrônica, da ignição eletrônica e da aspiração de ar, com capacidade de processar até 1,5 milhão de informações por segundo; o pára-brisa laminado, com antiembaçante na própria peça, dispensando o uso de ventilação forçada sobre a parte interna do vidro; o bom coeficiente de penetração aerodinâmica, o chamado CX, em torno de 0,32, um pouco mais ou um pouco menos, dependendo do modelo; os bancos dianteiros e traseiros com encostos de cabeça e com bom acabamento; os cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, com pré-tensionadores; o airbag para o motorista, como item de série em todas as versões, inclusive nas versões mais baratas; a trava central elétrica das portas; as suspensões independentes McPherson na dianteira e na traseira no sedan e no fastback e multilink na traseira da perua; e as barras de proteção laterais nas portas; entre várias outras.

Talvez para os internautas / leitores mais jovens essas características positivas do Ford Mondeo sejam consideradas comuns hoje em dia, mas no início da década de 1990 elas eram inovações tecnológicas que representavam um passo adiante de sofisticação, refinamento e segurança em relação aos modelos anteriores, mais antigos, de automóveis da década de 1980, resultando em mais economia de combustível, mais desempenho, mais conforto e mais segurança, entre outras vantagens.

Várias subsidiárias da Ford Motor Company, principalmente na Europa Ocidental, iniciaram um trabalho em conjunto na década de 1980 para viabilizar o Projeto Mondeo, com a fabricação em série dos motores Zetec a gasolina na Alemanha, dos motores a diesel na Inglaterra e dos motores V6 Duratec nos Estados Unidos, todos levados então para a Bélgica, na década de 1990, para a montagem final dos automóveis na fábrica da Ford neste país europeu.

Talvez você não saiba, mas é comum na Europa Ocidental a fabricação e comercialização de automóveis de passeio a diesel, ao contrário do Brasil, que proíbe, desde a década de 1970, a partir da chamada Crise Mundial do Petróleo, a fabricação de automóveis sedans, hatches e peruas a diesel. É uma situação curiosa e até um pouco confusa, porque pequenas pickups, como Fiat Strada e Volkswagen Saveiro, por exemplo, usadas para transporte diário de cargas leves, portanto podendo ser consideradas utilitários, não podem usar diesel aqui no Brasil...

Dá pra entender?

Polêmicas à parte, o Projeto Ford Mondeo, com vários modelos da 1ª geração, fabricada de 1992 até 2000, compreendida por duas fases, com ambas com diferenças significativas de design, foi liderado a partir da década de 1980 por vários projetistas, engenheiros e executivos de várias empresas controladas pela Ford Motor Company, dentre eles John Oldfield e David Price, com a responsabilidade de substituir os modelos médios Ford Sierra, Ford Scorpio, Ford Telstar, Ford Tempo e Mercury Topaz.

O nome Ford Mondeo é uma alusão à palavra em latim mundus, que significa mundo, sinalizando assim ao consumidor que se tratava de um carro mundial. Segundo a própria Ford Motor Company, esse foi o seu primeiro projeto concebido desde o início para ser um carro mundial. Mas há quem discorde, pois o Ford Escort, na década de 1980, em sua geração Escort MKIII / MKIV, já era fabricado em vários países e comercializado em muitos países, principalmente na Europa Ocidental e na América Latina.

A 1ª geração do Ford Mondeo foi fabricada na Bélgica, na Alemanha, nos Estados Unidos e no México. Ele foi fabricado nos Estados Unidos com o nome Ford Contour e Mercury Mystique durante a década de 1990 e exportado para o Canadá, inclusive. Ele também foi fabricado na África do Sul a partir da década de 1990; fabricado em Taiwain a partir da década de 2000 e exportado para a China, inclusive; Ele também foi comercializado na Austrália, sempre importado.

A partir da 2ª geração, lançada em 2006, com nova plataforma EUCD, ele passou a ser fabricado na Rússia. Em 2013, a fabricação do Ford Mondeo na Bélgica foi encerrada. Em 2014, ele passou a ser fabricado na Espanha, com nova plataforma CD4, a mesma plataforma do Ford Fusion. Aliás, durante a década de 2010, em alguns mercados, na Europa Ocidental, por exemplo, o Ford Mondeo era quase o mesmo Ford Fusion vendido no Brasil.

1ª GERAÇÃO

Logo acima, o bonito painel do sedan de luxo Ford Mondeo da segunda fase da primeira geração, com acabamento bem caprichado, com boa ergonomia e comandos bem posicionados. Na verdade, não houve mudança significativa de plataforma, mecânica, eletrônica, elétrica e hidráulica entre a primeira fase e a segunda fase, foi apenas uma mudança de design externo e interno, para enfrentar a concorrência acirrada com modelos com design também mais ousados de outros fabricantes americanos, europeus, japoneses e sul-coreanos. Logo abaixo, o assento traseiro do veículo, com espaço suficiente para até três adultos.

Na década de 1990 a Ford da Bélgica deu início à fabricação seriada dos modelos de automóveis do Projeto Mondeo, composto por um modelo sedan de quatro portas, um fastback de cinco portas e uma perua de cinco portas, todos em várias versões, com motorizações a gasolina e diesel. Trata-se um moderno automóvel de tamanho médio, totalmente original, com algumas versões um pouco mais simples e outras versões mais sofisticadas, a maioria focada nos consumidores de classe média, principalmente famílias com até cinco pessoas.

A grande maioria dos modelos Ford Mondeo de 1ª geração foi fabricada com tração dianteira, mas versões com tração nas quatro rodas também foram colocadas à disposição do consumidor, principalmente na Europa Ocidental.

Todos esses modelos passaram a ser fabricados em série e vendidos em grande quantidade a partir de 1992, todos com opções movidas a gasolina e opções a diesel. Vale lembrar que na época não havia, nem no Brasil e nem na Bélgica, a tecnologia de motorização flex, que permite adicionar gasolina e álcool, simultaneamente, em qualquer proporção, nos tanques de combustível.

O automóvel de luxo Ford Mondeo, em versões sedan, fastback e perua, começou a ser produzido em série na Bélgica em 1992 como um automóvel de nível médio e alto de acabamento e equipamentos de segurança, desempenho e conforto, dependendo da versão, mas alguns anos depois ficou evidente para a importadora oficial Ford do Brasil a preferência do consumidor brasileiro pelas versões sedans de quatro portas, modelos de automóveis com três volumes bem definidos, o cofre do motor e o próprio motor, o habitáculo, ou seja, a parte do automóvel em que se acomodam motorista e passageiros, e o porta-malas bem definido.

Esse modelo conseguiu inclusive alcançar um bom nível de penetração aerodinâmica para a sua época, com CX de 0,32, portanto podia ser considerado um automóvel aerodinâmico, pois a disposição transversal do motor desde a sua primeira geração possibilitou um pouco de ousadia estética e aerodinâmica. A primeira geração do Ford Mondeo foi projetada com suspensões dianteira e traseira independentes McPherson, com bom equilíbrio e boa estabilidade, elogiadas, inclusive, na época, por revistas especializadas do Brasil e da Europa Ocidental, com pneus 195/65 na versão Ford Mondeo GLX 2.0, com rodas de liga leve.

Nos primeiros anos de importação para o Brasil, a partir de 1994, o sedan Ford Mondeo surpreendeu o mercado pela qualidade acima da média do que era oferecido no momento pela indústria nacional em geral, rivalizando com modelos de sedans modernos, como Chevrolet Vectra e Fiat Tempra, fabricados no Brasil, e até com outros importados do segmento médio. Ele esteve disponível aqui em duas versões de cilindrada, uma aspirada de 1.800 centímetros cúbicos e outra aspirada de 2.000 centímetros cúbicos, ambas razoavelmente econômicas, principalmente a menor, ambas com refrigeração a água, sempre a gasolina. Mas com o passar do tempo, a partir de 1999, já na 2ª fase reestilizada da 1ª geração, ele passou a ser comercializado aqui no Brasil também com motorização aspirada Duratec V6 de 2.500 cilindradas e 24 válvulas, com desempenho melhorado, com sucesso de crítica inclusive, elogiado por revistas brasileiras especializadas no ramo automobilístico ou automotivo, embora os números de consumo tenham sido um pouco afetados, mas nada grave.

As duas moderadas e razoavelmente econômicas motorizações Zetec I4 de 1.800 cilindradas e 2.000 cilindradas do Ford Mondeo sedan desenvolvem 115 cavalos e 130 cavalos de potência, respectivamente, e desenvolvem 16 kgfm de torque e 18 kgfm de torque, respectivamente, o que resulta em um desempenho bastante razoável, com 14 segundos e 12 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, respectivamente, em condições normais.

Na década de 1990, a versão Ford Mondeo GLX 2.0 da 2ª fase da 1ª geração atendia de forma bem satisfatória as expectativas da grande maioria do seu público alvo, a classe média. Porém, estava evidente para o fabricante e até para os consumidores mais detalhistas e bem informados que, se havia intenção de conquistar um público de maior poder aquisitivo e mais exigente, seria necessário disponibilizar no Brasil uma versão com maior cilindrada do motor para tracionar o Ford Mondeo sedan, o que só foi alcançado em 1999, já na 2ª fase reestilizada da 1ª geração do Projeto Mondeo. Assim, a Ford do Brasil decidiu pela importação do Ford Mondeo V6 2.5L Duratec, com 24 válvulas, com comando de válvulas com corrente, com desempenho superior, precisando de apenas 10 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, em condições normais.

Os motores Zetec das versões Ford Mondeo GLX 2.0 e Ford Mondeo CLX 1.8, com blocos de ferro fundido, cabeçotes de alumínio, com 16 válvulas e duplo comando de válvulas no cabeçote, injeção eletrônica multiponto, com quatro cilindros em linha, estão dispostos em posição transversal, o que significa mais segurança em caso de colisões frontais, pois nessa posição o risco do bloco invadir o habitáculo de passageiros do carro é menor.

A partir dessas primeiras versões do Ford Mondeo sedan, lançadas na Europa Ocidental a partir de 1992, uma boa variedade de itens de modernidade foram introduzidos no Brasil, a partir de 1994, tanto nos aspectos de desempenho como em aspectos de segurança e conforto, entre eles airbag para motorista; ar condicionado; direção hidráulica; vidros elétricos e travas elétricas das portas; controle elétrico da altura do banco do motorista (GLX 2.0); barras de proteção laterais nas portas, para proteger os ocupantes, na medida do possível, contra impactos laterais; rodas de liga leve (GLX 2.0); e cintos de segurança com pré-tensionadores; entre vários outros.

O Projeto Ford Mondeo se encaixa no segmento de nível médio de automóveis, que é aquele segmento em que o peso do monobloco e das demais peças, partes e componentes que formam os respectivos veículos, possibilita a adoção de motorizações econômicas e/ou médias, com volumes variando entre 1.500 cilindradas até 2.000 cilindradas, no caso dos motores aspirados. No Brasil, os automóveis dessa família foram disponibilizados ao consumidor com opções de 1.800 cilindradas até 2.500 cilindradas, sempre aspiradas, começando com a motorização de 1.800 cilindradas, com injeção eletrônica de série e refrigerada a água, na década de 1990, até chegar à bem moderna motorização de Duratec V6 aspirada de 2.500 cilindradas, na década de 1990, com injeção eletrônica e refrigerada a água, mais potente e com melhor torque que as duas motorizações europeias, menores e mais econômicas.

Na década de 1990, a versão Ford Mondeo 2.0 GLX da 2ª fase da 1ª geração do Projeto Ford Mondeo, era oferecida com injeção eletrônica multiponto; airbag duplo; ar condicionado; direção hidráulica progressiva, com ajuste de altura e profundidade; bancos com revestimento em veludo ou couro, com regulagem elétrica dos dianteiros; faróis de neblina; travas e vidros com acionamento elétrico; vidros traseiros com desembaçadores elétricos; aparelho de som, com rádio AM e FM; rodas de liga leve e freios a discos nas quatro rodas, com ABS; câmbio automático de quatro marchas (opcional); alarme anti-furto; cintos de segurança de três pontos para todos os passageiros, com pré-tensionadores; e isolamento acústico melhorado; computador de bordo (opcional); entre outros itens de conforto e segurança. Essa versão mais sofisticada do Ford Mondeo sedan conseguiu alcançar a marca de 12 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h.

O teto solar elétrico foi oferecido como opcional nas versões mais caras.

As versões mais completas da 2ª fase da 1ª geração do Ford Mondeo receberam uma avaliação com três estrelas nos testes de segurança do Euro NCAP, equivalente, na época, aos resultados alcançados pela maior parte de seus principais concorrentes, como, por exemplo, o Chevrolet Vectra / Vauxhall Vectra, Citroen Xantia e Peugeot 406, por exemplo.

2ª GERAÇÃO

Logo acima, o bonito painel do sedan de luxo Ford Mondeo da terceira geração, também com acabamento bem caprichado, com boa ergonomia e comandos bem posicionados. Durante a década de 2000 ele possuía um conjunto equilibrado e competitivo, capaz de enfrentar a concorrência acirrada com modelos do segmento de sedans médios de luxo. Logo abaixo, o assento traseiro do veículo, também com espaço suficiente para até três adultos.

A partir da década de 2000, foi iniciada a fabricação em série, na Bélgica, e a importação para o Brasil da 2ª geração do Ford Mondeo, embora a plataforma Ford CDW27 tenha sido mantida. A rigor, a plataforma foi mantida, mas a suspensão foi melhorada, com um conjunto misto, McPherson na frente e multilink atrás, embora os motores tenham sido trocados pelos então novos motores Ford Duratec, ainda mais modernos que os motores Ford Zetec.

De fato, a Ford Motor Company não estava brincando em serviço, houve uma melhoria geral do Ford Mondeo. Assim, o que já era bom, ficou melhor, melhorando um pouco o entre-eixos, para 2,75 metros e melhorando o aspecto estético externo, mais harmônico, mais bonito e atraente; com melhor qualidade de acabamento interno, com materiais mais finos; quatro airbags, sendo dois frontais e dois laterais; freios a discos nas quatro rodas, com ABS ou antibloqueio e com EBD ou distribuição eletrônica de frenagem; e controle de tração e estabilidade (opcional); carroceria ainda mais resistente; entre outros itens.

Na década de 2000 a Ford da Bélgica deu início à fabricação seriada dos modelos de automóveis da 2ª geração do Ford Mondeo, composto por um modelo sedan de quatro portas, um fastback de cinco portas e uma perua de cinco portas, todos em várias versões, com motorizações a gasolina e diesel. Também nesta 2ª geração, trata-se um moderno automóvel de tamanho médio, com algumas versões um pouco mais simples e outras versões mais sofisticadas, a maioria focada nos consumidores de classe média, principalmente famílias com até cinco pessoas.

Esses modelos também passaram a ser fabricados na China, em Taiwan e no Vietnã, em série e em grande quantidade, todos com opções movidas a gasolina e opções a diesel, ainda sem opção de motorização flex para o Brasil. A grande maioria dos modelos Ford Mondeo de 2ª geração foi fabricada com tração dianteira, mas versões com tração nas quatro rodas também foram colocadas à disposição do consumidor, principalmente na Europa Ocidental.

Baseado no conceito de design Ford Prodigy, mais uma vez o Ford Mondeo conseguiu alcançar um bom nível de penetração aerodinâmica para a sua época, com CX de 0,32, portanto podia ser considerado um automóvel aerodinâmico, pois a disposição transversal do motor possibilitou um pouco de ousadia estética e aerodinâmica. A 2ª geração do Ford Mondeo foi projetada com suspensão independente, McPherson na frente e multilink atrás, com bom equilíbrio e boa estabilidade, estável e confortável, elogiada, inclusive, na época, por revistas especializadas, como Quatro Rodas, por exemplo.

Entre as versões trazidas para o Brasil, a principal foi a Ford Mondeo 2.0 Ghia, com motor Duratec 2.0 aspirado, com bloco de alumínio e injeção eletrônica, com quatro cilindros em linha, 16 válvulas e duplo comando de válvulas no cabeçote, com 143 cavalos de potência e 19 kgfm de torque. É uma opção moderada e razoavelmente econômica de motorização, que resulta em um desempenho bastante razoável, com 12 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, respectivamente, em condições normais.

Essa versão foi vendida no Brasil a partir de 2002, com quatro airbags, sendo dois frontais e dois laterais; ar condicionado; direção hidráulica; vidros elétricos e travas elétricas das portas; banco do motorista e volante com regulagem de altura e assentos com revestimento em couro (opcional) ou tecidos finos (de série); barras de proteção laterais nas portas, para proteger os ocupantes, na medida do possível, contra impactos laterais; faróis de neblina; vidros traseiros com desembaçadores elétricos; aparelho de som, com rádio AM e FM e CD player; computador de bordo e piloto automático; câmbio automático de quatro marchas (opcional) ou manual de cinco marchas (de série); cintos de segurança de três pontos para todos os passageiros, com pré-tensionadores; e isolamento acústico melhorado; entre outros itens de conforto e segurança. Essa versão completa do Ford Mondeo sedan saía de fábrica com pneus 205/55 R16, com rodas de liga leve

Ele recebeu uma boa nota, 4 estrelas, nos testes do Euro NCAP, o órgão intergovernamental responsável pela avaliação voluntária dos níveis de segurança apresentados pelos modelos de automóveis em geral fabricados na Europa.

MERCADO

Logo acima, o bonito Ford Mondeo de terceira geração, fabricado na Bélgica a partir de 2006, que não chegou a ser importado para o Brasil, pois aqui era vendido o Ford Fusion de primeira geração. Logo abaixo, o belíssimo Ford Mondeo de quarta geração, fabricado na Espanha a partir de 2014. Ele é o mesmo Ford Fusion de segunda geração, que foi fabricado no México e importado para o Brasil a partir de 2012.

Apesar de não ser considerado um automóvel mundial por uma parte das publicações especializadas, o Ford Mondeo foi inicialmente planejado pela Ford Motor Company para ser um automóvel fabricado em vários países, com praticamente a mesma plataforma, a mesma mecânica, a mesma eletrônica, a mesma hidráulica e a mesma elétrica.

Polêmicas à parte, as várias versões da 1ª geração do Ford Mondeo se tornaram um sucesso de vendas da fabricante, fabricado na Bélgica, na Alemanha e no México, com o nome Ford Mondeo, e fabricado nos Estados Unidos com os nomes Ford Contour e Mercury Mystique, e comercializado em 59 países, incluindo o Brasil, onde a rede de concessionárias Ford foi preparada com treinamento de pessoal e investimento em equipamentos de check-up (diagnose) para verificação do funcionamento de sistemas e para realização de manutenção.

As duas fases da 1ª geração do Ford Mondeo, chamadas internamente como MKI, MKII, todas com carrocerias sobre a mesma plataforma Ford CDW27, foram fabricadas entre 1992 e 2000, somando cerca de 8 anos de fabricação ininterrupta, sendo substituídas então pela 2ª geração do Ford Mondeo, ainda com a plataforma Ford CDW27, sobre a qual foi adotado o estilo Prodigy. A 3ª geração do Ford Mondeo não foi importada para o Brasil.

O Ford Mondeo é um dos maiores sucessos comerciais da Ford Motor Company, a sua 4ª geração foi comercializada aqui no Brasil, a partir de 2012, nas concessionárias Ford de veículos novos, mas com o nome Ford Fusion, e, atualmente, a 5ª geração é fabricada somente na China, principalmente para atender o mercado chinês, sem previsão de ser importado oficialmente para o Brasil.

Cerca de 30.000 unidades da 1ª geração do Ford Mondeo foram importadas para o Brasil, eles ainda podem ser encontrados no mercado de automóveis usados, com preços bastante razoáveis e bom nível de equipamentos. No entanto, é preciso ficar atendo ao estado de conservação. A 2ª geração também está disponível no mercado de automóveis usados, também com bons preços e a maioria ainda em bom estado.

Ele foi um grande sucesso de vendas, com cerca de 3.000.000 de unidades da 1ª geração fabricadas e vendidas na Europa e cerca de 1.000.000 de unidades da 2ª geração fabricadas e vendidas por lá.

CONTROLE DE QUALIDADE

Durante a década de 1990 e 2000, as fábricas usadas para a montagem da 1ª e da 2ª gerações da família Ford Mondeo, importadas para o Brasil, inclusive, obedeceram a padrões internacionais de qualidade da Ford Motor Company, o que resultou em um veículo de qualidade reconhecida pelo mercado brasileiro, com construção exemplar das carrocerias.

As revisões anuais devem incluir a checagem de vários itens, como qualquer outro modelo de automóvel de luxo importado, com atenção especial ao estado de conservação das válvulas de admissão e exaustão dos motores Zetec, com casos relatados de emperramento ou travamento delas em dias frios, problema resolvido rapidamente pelo fabricante por meio de um redesenho das válvulas ainda na época em que os veículos eram fabricados, logo que o problema apareceu nas mãos dos consumidores.

Portanto verifique atentamente se o dono atual do exemplar que lhe interessa levou o veículo a uma concessionária ou oficina independente para o conserto do veículo. Na dúvida, “não economize”, mande trocar todo o conjunto de válvulas e comando de válvulas por um conjunto totalmente novo. É aconselhável checar periodicamente, pelo menos uma vez por ano, se esse mecanismo está funcionando adequadamente, inclusive para verificar se há desgaste prematuro das peças, para evitar surpresas desagradáveis.

Foi encontrado também um problema de fragilidade das peças usadas para a montagem do sistema de refrigeração dos motores Ford Zetec, portanto não “economize”, mande trocar todo o conjunto por um novo, caso haja alguma dúvida sobre a integridade e/ou estado de conservação do sistema de refrigeração a água do veículo, incluindo o radiador, dutos e mangueiras.

Os motores Ford Duratec também apresentaram problemas de projeto e de qualidade, com fragilidade dos coletores de admissão, inclusive com casos relatados de aspiração de fragmentos do coletor para dentro dos cilindros durante o funcionamento em altas rotações do motor. É aconselhável então trocar inteiramente o coletor de admissão, caso haja dúvidas sobre o estado de conservação do componente.

Nenhum desses problemas apresentados acima é crônico (insolúvel) e todos já foram resolvidos pelo fabricante, com melhoria de projeto e de qualidade desses componentes.

Atualmente, a 1ª e 2ª gerações do Ford Mondeo só estão disponíveis no mercado de automóveis usados, parte delas em bom estado de conservação. Mesmo assim é aconselhável que o eventual comprador verifique se a unidade que lhe interessa está realmente em bom estado. Na dúvida, solicite uma vistoria técnica de um profissional de confiança, um mecânico, por exemplo, e a checagem da regularidade da documentação por um despachante, por exemplo.

O eventual comprador deve ser seletivo e deve tomar alguns cuidados na hora da compra. Se optar por um exemplar disponível em loja de revenda de veículos há a vantagem da segurança durante a compra e da garantia mínima de três meses.

Se optar por um exemplar de particular, avise sua família e amigos com antecedência de pelo menos um dia e peça que pelo menos um deles te acompanhe pessoalmente nos encontros para negociação de compra... Marque os encontros para negociação para apenas de dia, em locais públicos ou privados bem iluminados, de preferência com câmeras de circuito fechado de TV, como, por exemplo, shoppings centers, lanchonetes e restaurantes, hotéis, postos de combustíveis e estacionamentos pagos... Essas mesmas precauções valem também para quem está vendendo o veículo...

FICHA TÉCNICA

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

MONDEO GLX 2.0 (1ª GERAÇÃO / 2ª FASE)

Capacidade: 1 motorista e 4 passageiros;
Comprimento: Aprox. 4,6 metros;
Largura: Aprox. 1,8 metro;
Altura: Aprox. 1,4 metro;
Entre-eixos: Aprox. 2,7 metros;
Motorização (potência / torque): Zetec 2.0 litros, injeção eletrônica (130 cv / 18 kgfm);
Alimentação: Injeção eletrônica multiponto;
Aceleração (0 a 100 km/h): 12 segundos (vazio);
Aceleração (0 a 100 km/h): 14 segundos (lotado):
Ultrapassagem (80 a 120 km/h):
CX (aerodinâmica): 0,32 (boa);
Peso (vazio): 1.320 kg (com ar);
Peso (lotado): 1.750 kg (com bagagem);
Porta-malas: Aprox. 470 litros;
Preço: R$ 20 mil (usado / bom estado de conservação);

MONDEO GHIA 2.0 (2ª GERAÇÃO)

Capacidade: 1 motorista e 4 passageiros;
Comprimento: Aprox. 4,8 metros;
Largura: Aprox. 1,8 metro;
Altura: Aprox. 1,4 metro;
Entre-eixos: Aprox. 2,75 metros;
Motorização (potência/torque): Duratec, 2.0 litros, injeção eletrônica (143 cv / 19 kgfm);
Motorização: Bloco de alumínio, 4 cilindros em linha, 16 válvulas e duplo comando;
Alimentação: Injeção eletrônica multiponto;
Taxa de compressão: 10,8:1;
Câmbio: Automático de 4 velocidades ou marchas;
Câmbio: Manual de 5 velocidades;
Suspensão dianteira: McPherson, com molas helicoidais e amortecedores;
Suspensão traseira: Multilink, com molas helicoidais e amortecedores;
Direção: Hidráulica;
Aceleração (0 a 100 km/h): 12 segundos (vazio);
Aceleração (0 a 100 km/h): 14 segundos (lotado):
Ultrapassagem (80 a 120 km/h):
CX (aerodinâmica): 0,32 (boa);
Peso (vazio): 1.400 kg (com ar);
Peso (lotado): 1.900 kg (com bagagem);
Freios: Discos ventilados nas quatro rodas, com ABS e EBD;
Rodas e pneus: Liga leve, aro 16, 205/55 R16;
Porta-malas: Aprox. 500 litros;
Tanque de combustível: 58 litros;
Preço: R$ 30 mil (usado / bom estado de conservação);