PROTOCOLOS DE INTERNET (INFORMÁTICA)
PROTOCOLO TCP / IP
PROTOCOLO IP
PROTOCOLO TCP
PROTOCOLO IP
PROTOCOLO TCP
ARPANET
INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
INTRODUÇÃO
O chamado Protocolo TCP / IP é um conjunto de protocolos de comunicação entre computadores ou dispositivos em rede. Seu nome vem de dois protocolos: O TCP – Transmission Control Protocol, com a tradução Protocolo de Controle de Transmissão, e o IP – Internet Protocol, com a tradução Protocolo de Internet, ou ainda, protocolo de interconexão. O conjunto de protocolos da Internet pode ser visto também como um outro modelo de camadas, o Modelo OSI, onde cada camada é responsável por um grupo de tarefas no contexto da Internet, fornecendo um conjunto de serviços bem definidos para o protocolo da camada superior ou inferior, dependendo de cada caso. As camadas mais altas estão logicamente mais perto do usuário, elas são chamadas de camadas de aplicação, e lidam com dados mais abstratos, confiando em protocolos de camadas mais baixas para tarefas com menor nível de abstração.
No contexto de Informática e TI – Tecnologia da Informação, um protocolo é um conjunto de sinais e/ou códigos padronizados que obedece a regras pré-combinadas ou convencionadas por sociedades profissionais dessa área ou governos, incluindo autarquias, para serem usados na transmissão e/ou troca de dados entre dois ou mais equipamentos e/ou aparelhos, os chamados hardwares.
A INFORMÁTICA E A INTERNET
A Informática é a ciência do armazenamento e processamento ou tratamento automático e lógico da informação. Já a Eletrônica é a ciência que realiza estudos sobre os elétrons e suas propriedades para a fabricação de produtos eletrônicos em geral. A eletrônica é parte da Física, ela estuda e utiliza variações de grandezas elétricas e cria aplicações para esses fenômenos.
A partir dos resultados dos estudos da Eletrônica sobre esses fenômenos físicos, incluindo a corrente ou os elétrons nos circuitos eletrônicos e processadores ou chips, a Informática criou e desenvolveu métodos e modos de processamento e transmissão de informações. Por meio ou a partir da Informática se criam e se desenvolvem as técnicas e/ou métodos e modos de processamento e transmissão de informações e outras técnicas relacionadas a elas. A aplicação prática desse conjunto de técnicas, métodos e modos de processamento, principalmente em grandes e médias organizações, com e/ou sem fins lucrativos, é conhecida nos meios acadêmicos e empresariais como TI – Tecnologia da Informação.
A TI - Tecnologia da Informação é a tecnologia relacionada à aquisição, armazenamento, processamento e distribuição de informações, principalmente no contexto de grandes organizações, incluindo empresas, governos, forças armadas, instituições de pesquisa e ensino e instituições não governamentais e/ou de utilidade pública. A TI – Tecnologia da Informação está relacionada com os recursos tecnológicos e computacionais utilizados para geração e uso da informação. Ela é formada por todos os dispositivos que têm capacidade para tratar dados e/ou informações, tanto de forma sistêmica como de forma esporádica, aplicada a um produto ou aplicada a um processo.
A palavra software (pronuncia-se sóftuér) é utilizada para designar qualquer programa que instrui o hardware sobre a maneira como ele deve executar uma tarefa. Entre os softwares estão os sistemas operacionais, processadores de textos, navegadores e antivírus, entre outros. No contexto de Informática, tudo o que não é hardware é software, então não é difícil concluir que, de certa forma, os protocolos e linguagens de comunicação e/ou transmissão de dados, entre eles o TCP / IP, podem ser considerados softwares ou, para ser mais preciso, partes integrantes de softwares.
A Internet é um grande, moderno e muito sofisticado sistema digital global de comunicação de dados por meio de computadores ou dispositivos interligados a provedores de acesso por meio de cabos par de cobre, de satélites, de cabos coaxiais, cabos de fibra ótica e por via aérea por meio de ondas eletromagnéticas, que por sua vez estão conectados a uma grande rede pública e privada de backbones de fibras óticas, terrestres e marítimas, de satélites e de sistemas aéreos de comunicação por ondas eletromagnéticas de rádio, permitindo na grande maioria dos casos, com algumas exceções, a livre circulação de informações e entretenimento na forma de textos, vídeos, áudios e imagens.
A comunicação por meio da Internet é padronizada, o protocolo TCP / IP é o mais utilizado para esse tipo de comunicação. A Internet é uma grande rede de comunicação padronizada, constituída de um grande número de redes de menor tamanho, privadas e públicas, e o protocolo TCP / IP é o que possibilita a flexibilidade, estabilidade e segurança nessa troca de dados.
A Internet teve sua origem na década de 1970, por meio da rede original ARPANET, a rede oficial de comunicação militar e acadêmica do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, criada para permitir a comunicação eficiente entre bases militares americanas e institutos de pesquisa de universidades americanas, que prestavam serviços para o próprio Departamento de Defesa dos Estados Unidos e para outros departamentos do Governo dos Estados Unidos.
A Internet é uma rede derivada da ARPANET, ela foi inspirada nesta rede militar e acadêmica americana e o protocolo TCP / IP teve origem dentro da ARPANET. Considera-se o ano de 1983 o ponto de partida para a criação da Internet de fato, pois foi, pelo que se sabe, a partir desse ano que a ARPANET passou a utilizar somente o protocolo TCP / IP para comunicações, abandonando outro protocolo mais antigo.
O objetivo era preencher a necessidade de comunicação entre um grande número de sistemas de computadores e várias organizações militares e civis de ensino, pesquisa e desenvolvimento dispersas. O objetivo do projeto era disponibilizar links (vínculos) de comunicação com velocidade considerada alta na época, utilizando redes de comutação de pacotes. O protocolo deveria ser capaz de identificar e encontrar a melhor rota possível entre dois sites (locais), além de ser capaz de procurar rotas alternativas para chegar ao mesmo destino, caso qualquer uma das rotas tivesse sido destruída. O objetivo principal da elaboração de TCP / IP foi, na época, encontrar um protocolo que pudesse tentar de todas as formas uma comunicação caso ocorresse uma guerra nuclear.
Além disso, naquela época havia a necessidade de padronização da linguagem de comunicação entre a grande variedade de computadores usada pelo Governo Americano, já que cada fornecedor privado de tecnologia contratado pelo Governo Americano optava por fornecer seus produtos com sua linguagem própria, o que causava incompatibilidade entre os sistemas de Informática dos departamentos governamentais.
Recapitulando então, de forma resumida: A partir de 1972, o projeto ARPANET começou a crescer em uma comunidade internacional de experts em Informática e acadêmicos e pesquisadores e hoje se transformou no que conhecemos como Internet. Em 1983 ficou definido que todos os computadores conectados ao ARPANET passariam a utilizar o TCP / IP, que é o protocolo padrão da Internet até hoje. No final dos anos 1980 a Fundação Nacional de Ciências em Washington, D.C., começou a construir o NSFNET, um backbone para um supercomputador que serviria para interconectar diferentes comunidades de pesquisa e também os computadores da ARPANET. Em 1990 o NSFNET se tornou o backbone das redes para a Internet, padronizando definitivamente o TCP / IP.
A partir de então outras instituições de pesquisa acadêmica de outros países e outros governos federais passaram a se conectar à nova Internet, dando início ao fenômeno mundial e gigantesco de telecomunicações do tipo TCP / IP por meio de fibras óticas, satélites, cabos par de cobre, cabos coaxiais e sistemas aéreos de telecomunicações por frequências eletromagnéticas de rádio originadas ou retransmitidas por meio de estações com torres de transmissão.
O formato atual da Internet, conhecido também como formato multimídia, com recursos de e-mail e transferências de arquivos com vídeos, textos, imagens e áudios, teve início na década de 1990. Nessa década surgiram no Brasil os primeiros provedores de serviços de Internet, lentos ainda, a grande maioria ainda sobre os serviços de conexão discada oferecidos pelas empresas de telefonia fixa, mas já apontando para novas possibilidades de aumento de velocidade, o que de fato aconteceu na década de 2000, com a implantação em larga escala da tecnologia ADSL – Assymetric Digital Subscriber Line.
A Internet é uma grande rede TCP / IP, mas ela é externa, ao contrário da Intranet, que é uma rede local de computadores, usada localmente, a curta distância, por uma grande variedade de organizações, públicas e privadas, utilizando também o protocolo TCP / IP. Apenas para efeito didático, digamos que ela seria uma mini-Internet usada localmente, entre computadores de uma mesma empresa, por exemplo.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O TCP – Transmission Control Protocol é um dos protocolos sobre os quais se assenta a Internet. Ele é complementado pelo IP – Internet Protocol, sendo normalmente chamados de TCP / IP, embora na verdade esta expressão seja mais adequada para se referir a um conjunto de mais de dois protocolos, em vez de apenas esses dois protocolos. A versatilidade e robustez do TCP tornou-o adequado a grandes redes globais de telecomunicações, já que este verifica se os dados são enviados de forma correta, na sequência apropriada e sem erros, pela rede.
Ele é um protocolo de nível da camada de Transporte, a camada 4, do Modelo OSI, e é sobre o qual se assenta a maioria das aplicações cibernéticas, como o SSH, FTP, HTTP, e, portanto, se assenta a WWW – World Wide Web, que, por sua vez, é o principal e mais popular serviço da Internet. Esse protocolo de controle de transmissão provê confiabilidade, entrega na sequência correta e verificação de erros dos pacotes de dados, entre os diferentes nós da rede, para a camada de aplicação.
Um nó, em inglês node, é um ponto de interconexão da estrutura física de uma rede de telecomunicações.
Aplicações que não requerem um serviço de confiabilidade de entrega de pacotes podem se utilizar de protocolos mais simples como o UDP – User Datagram Protocol, que provê um serviço que enfatiza a redução de latência da conexão.
Já o IP – Internet Protocol é um protocolo de comunicação usado entre todas as máquinas em rede para encaminhamento dos dados. É como se fosse um rótulo ou envelope para cada pacote de dados que trafega pela Internet. Tanto no Modelo TCP / IP quanto no Modelo OSI, o importante protocolo da internet IP está na camada intitulada de Rede.
Esses dois protocolos para Internet formam o grupo de protocolos de comunicação ou pilha de protocolos sobre a qual a Internet e a maioria das redes comerciais funcionam atualmente. Eventualmente, esse grupo é chamado simplesmente de “protocolo TCP / IP”, já que os dois protocolos, o TCP - Transmission Control Protocol (Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP - Internet Protocol (Protocolo de Internet), foram os primeiros a ser definidos, quando a Internet foi criada.
O protocolo ou grupo de protocolos TCP / IP é a base sobre a qual foi construída a Internet que conhecemos hoje. É impossível falar de Internet e não falar de TCP / IP. Mas a utilidade do protocolo TCP / IP vai além da possibilidade de comunicação via Internet. Atualmente, as redes locais de computadores, as LANs – Local Area Networks inclusive, já podem usar o protocolo TCP / IP para comunicação interna, passando assim a ser chamadas de Intranets, inclusive com o uso de sistemas operacionais Windows ou Linux, por exemplo.
O Modelo OSI descreve um grupo fixo de sete camadas que pode ser comparado, a grosso modo, com o modelo TCP / IP. Essa comparação pode causar alguma confusão em quem não é acostumado aos bastidores do mundo digital, já que os dois modelos são semelhantes, mas não idênticos. O modelo inicial do TCP / IP é baseado em 4 níveis: Host / rede; Inter-rede; Transporte; e Aplicação. Surgiu, então, um modelo híbrido, com 5 camadas, que retira o excesso do Modelo OSI e melhora o modelo TCP / IP: Física; Enlace; Rede; Transporte; e Aplicação.
Resumidamente, esses modelos são o que podemos chamar de uma solução prática para problemas de transmissão de dados. Textualmente isto pode parecer muito genérico, pois na realidade, para melhor compreensão de um protocolo TCP / IP, deveremos usar exemplos práticos. Esse modelo é ocasionalmente conhecido como modelo DoD, devido à influência fundamental da ARPANET da década de 1970, operado pela DARPA, uma agência do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Algumas décadas atrás, o protocolo TCP / IP era considerado pesado, exigindo “muita” memória e hardware para ser utilizado. Com o desenvolvimento das interfaces gráficas, com a evolução dos processadores, com o consequente aumento de velocidade de processamento, inclusive, e com o esforço dos desenvolvedores de sistemas operacionais em oferecer o TCP / IP para as suas plataformas, com performance igual ou às vezes superior aos outros protocolos, o TCP / IP se tornou um protocolo indispensável. Hoje ele é considerado pelos profissionais de Informática como “The Master of the Network”, traduzindo “O Mestre das Redes”, pois a maioria das LANs – Local Area Networks, traduzindo redes locais, exige a sua utilização para acesso ao mundo externo.
O protocolo TCP / IP oferece alguns benefícios, entre eles:
- Padronização: Um padrão, um protocolo roteável que é o mais completo e aceito protocolo disponível atualmente. Todos os sistemas operacionais (softwares) modernos oferecem suporte para o TCP / IP e a maioria das grandes redes se baseia em TCP / IP para a maior parte de seu tráfego de dados.
- Interconectividade: Uma tecnologia para conectar sistemas não similares ou não compatíveis. Muitos utilitários padrões de conectividade estão disponíveis para acessar e transferir dados entre esses sistemas não similares, incluindo FTP – File Transfer Protocol e Telnet – Terminal Emulation Protocol.
- Roteamento: Permite e habilita as tecnologias mais antigas e as novas a se conectarem à Internet. Trabalha com protocolos de linha como PPP - Point to Point Protocol permitindo conexão remota a partir de linha discada ou dedicada. Trabalha como os mecanismos IPCs e interfaces mais utilizados pelos sistemas operacionais, como Windows sockets e NetBIOS.
- Protocolo Robusto: Escalável, multiplataforma, com estrutura para ser utilizada em sistemas operacionais cliente / servidor, permitindo a utilização de aplicações desse porte entre dois pontos distantes.
- Internet: É através da suíte de protocolos TCP / IP que obtemos acesso à Internet. As redes locais distribuem servidores de acesso à Internet, os proxy servers, conhecidos aqui no Brasil como servidores proxy, e os hosts locais se conectam a estes servidores para obter o acesso à Internet. Esse acesso só pode ser conseguido se os computadores estiverem configurados para utilizar TCP / IP.
Entre as principais características do protocolo TCP / IP estão a boa correção de eventuais erros na rede; a facilidade de conexão entre as redes de origem e de destino; a possibilidade de manter o serviço em funcionamento mesmo quando há algum problema na transmissão de dados, que impossibilite a transmissão perfeita, de 100% do total de dados enviados; entre outras.
A princípio, os pacotes de dados rotulados pelo IP – Internet Protocol são transmitidos pelo hardware de origem até seu objetivo, até seu destino, por meio de outros hardwares, entre eles cabos, satélites, torres de telecomunicações e roteadores. Cada pacote contém número de checagem de integridade chamado de checksum e, por meio do protocolo TCP – Transmission Control Protocol, se o receptor dos dados não reconhecer o pacote enviado ou perceber que o pacote enviado foi deteriorado no meio do caminho então automaticamente ele é descartado. Assim, o TCP cuida para avisar o emissor sobre o ocorrido e pedir que ele reenvie uma cópia do mesmo pacote para completar a informação recebida.
Como se vê, a Internet é muito sofisticada. Muitos usuários dela provavelmente não imaginam todo o elevado grau de sofisticação criado, desenvolvido e implementado para que ela chegasse ao status de um dos mais importantes meios de telecomunicações da atualidade, ao lado do telefone, da TV e do rádio.
Por outro lado, o serviço de Internet foi formulado, desde a origem, na década de 1970, pelo Governo Americano, com características de baixo custo, para se tornar um produto acessível à grande maioria da população mundial. Não é exagero dizer então que a Internet é uma formidável tecnologia concebida para democratizar fortemente o acesso à informação e entretenimento, no sentido mais amplo de conhecimento e conteúdo científico, tecnológico, cultural, educacional e artístico.
COMO O TCP / IP FUNCIONA
O protocolo TCP / IP é, na verdade, um grupo de protocolos. O TCP – Transmission Control Protocol é um protocolo e o IP – Internet Protocol é outro protocolo, mas quando se fala em protocolo TCP / IP, assim, dessa forma, separados por uma barra, se refere a um grupo de protocolos (softwares) usados na transmissão de dados que, combinado com a grande rede física (hardware) formada por cabos de fibra ótica, cabos par de cobre, cabos coaxiais, roteadores, torres de transmissão de ondas de rádio e satélites, possibilita a existência da Internet.
O protocolo TCP / IP possui 4 camadas, sendo que uma delas é a camada de Aplicação. Nessa camada se encontra protocolos como o SMTP (para e-mail), o FTP (para transferência de arquivos) e o HTTP (para navegar na Internet) e cada tipo de programa fala para um protocolo diferente da camada de Aplicação, dependendo do propósito do programa.
Depois de processar a requisição, o protocolo na camada de Aplicação vai falar com outro protocolo na camada de Transporte, usualmente o TCP – Transmission Control Protocol. Esta camada é responsável por pegar o arquivo ou conteúdo enviado pela camada de Aplicação, dividindo esse arquivo ou conteúdo em pacotes de dados a fim de enviá-lo para a camada inferior, a da Internet. Também durante o recebimento dos dados, a camada de Transporte é responsável por colocar os pacotes de dados recebidos da camada de Internet em ordem, pois os dados podem ser recebidos fora de ordem, e também checar se o conteúdo dos pacotes está intacto.
O protocolo TCP – Transmission Control Protocol está fundamentalmente orientado ao transporte de dados. A camada de Aplicação envia um pedido de conexão para o destino e usa a conexão para transferir dados. Portanto, se faz necessário o estabelecimento de uma conexão prévia, por meio de uma sequência de passos definida no protocolo para que os dois pontos da conexão possam interagir entre si.
Na camada da Internet há o IP – Internet Protocol, que pega os pacotes recebidos da camada de Transporte e adiciona uma informação de endereço virtual. Exemplo, o endereço IP do computador ou dispositivo que está enviando os dados (textos, imagens, vídeos e áudios) e o endereço do computador que vai receber esses dados. Esses endereços virtuais são chamados de endereços IP. Então o pacote é enviado para a camada inferior, a Interface de Rede (não confundir com interface de usuário) e quando os dados chegam nessa camada, eles são chamados de datagramas. É possível fazer uma analogia entre o pacote de dados e uma carta comum enviada pelos Correios. Dentro de cada carta estão os dados propriamente ditos (parte de texto, áudio, vídeo ou imagem) e no envelope estão anotados os endereços do remetente dos dados e do destinatário, que por sua vez é o computador ou dispositivo de destino.
A Interface de Rede pega os pacotes enviados pela camada de Internet e envia através da rede ou recebe da rede, se o computador estiver recebendo dados. O que vai ter dentro dessa camada vai depender do tipo de rede que o computador estiver inserido. Hoje em dia, o tipo de rede mais utilizado para comunicação entre computadores e dispositivos é a Ethernet (que é avaliada em diferentes faixas de velocidade) e pode ser cabeada (cabo de par trançado CAT5 ou CAT6) ou WI-FI (sem fio), por exemplo. Ainda dentro da camada de Interface de Rede Ethernet, você deve encontrar camadas Ethernet como a LLC (Logic Link Control), MAC (Media Access Control) e a Física, que é o meio físico (cabo, por exemplo). Os pacotes transmitidos através da rede são chamados de quadros.
CAMADAS DA PILHA DE INTERNET
O modelo ou arquitetura TCP / IP de encapsulamento busca fornecer abstração aos protocolos e serviços para diferentes camadas de uma pilha de estrutura de dados ou simplesmente pilha.
No caso do modelo inicial do TCP / IP, a pilha possui quatro camadas:
CAMADA
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DESCRIÇÃO
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4ª – Aplicação
(5ª, 6ª e 7ª camada no OSI)
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HTTP, HTTPS, FTP e DNS, por exemplo. Essa parte
contém todos os protocolos para um serviço específico de comunicação de dados
em um nível de processo-a-processo. Por exemplo: Como um web browser (o Chrome ou Opera, por exemplo) deve se comunicar
com um servidor da Web. Protocolos de routing como BGP e RIP, que, por uma
variedade de razões, são executados sobre TCP e UDP respectivamente, podem
também ser considerados parte da camada de Aplicação.
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3ª – Transporte
(4ª camada no OSI)
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TCP, UDP, SCTP, por exemplo. Essa parte controla a
comunicação host-a-host. Protocolos como OSPF, que é executado sobre IP,
podem também ser considerados parte da camada de Rede.
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2ª – Internet
ou Rede (3ª camada no OSI)
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Para TCP/IP o protocolo é IP ou MPLS. Essa parte é
responsável pelas conexões entre as redes, estabelecendo assim a
interconexão. Protocolos requeridos, como ICMP e IGMP, são executados sobre
IP, mas podem ainda ser considerados parte da camada de Rede; ARP não roda
sobre IP.
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1ª –
Enlace / Interface com Rede (1ª e 2ª camada no OSI)
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Essa é a parte conhecida também como Física, pois
trata-se das tecnologias de hardware usadas para as conexões como: Ethernet,
Wi-Fi e Modem, entre outras. No Modelo OSI, essa camada também é física, entretanto
é dividida em duas partes: Física e Enlace de Dados. A Física é a parte do
hardware e a Enlace de Dados é a parte lógica do hardware;
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As camadas mais próximas do topo estão logicamente mais perto do usuário, enquanto aquelas mais abaixo estão logicamente mais perto da transmissão física dos dados. Enxergar as camadas como fornecedores ou consumidores de serviço é um método de abstração para isolar protocolos de camadas acima dos pequenos detalhes de transmitir bits através, digamos, de Ethernet, e a detecção de colisão enquanto as camadas abaixo evitam ter de conhecer os detalhes de todas as aplicações e seus protocolos.
Essa abstração também permite que camadas de cima forneçam serviços que as camadas de baixo não podem fornecer. Toda a camada de Transporte deve indicar se irá ou não fornecer confiabilidade e em qual nível. O TCP – Transmission Control Protocol é um protocolo confiável orientado a conexões. Ele permite a entrega sem erros de um fluxo de bytes.
O byte (com a letra y) é um grupo de oito dígitos binários, é um grupo composto por oito bits (com a letra i). Ele é uma combinação de oito caracteres 0 e/ou 1. Ele é usado para transmitir dados de forma eletrônica digital, de forma diferente da transmissão analógica. Uma combinação de dados dá origem à informação ou informações.
O protocolo UDP - User Datagram Protocol fornece integridade de dados (via checksum) mas não fornece entrega garantida. Já o protocolo TCP – Transmission Control Protocol fornece tanto integridade dos dados quanto garantia de entrega (retransmitindo até que o destinatário receba o pacote).
Os protocolos do Modelo TCP / IP são os padrões em torno dos quais a Internet se desenvolveu, portanto o Modelo TCP / IP tem credibilidade apenas por causa dos seus protocolos. Em contraste, nenhuma rede foi criada em torno de protocolos específicos relacionados ao Modelo OSI, embora todos usem o Modelo OSI para guiar seu raciocínio.
CAMADAS DO TCP/IP E DO OSI
A CAMADA DE APLICAÇÃO
A camada de Aplicação é a camada que a maioria dos programas de rede usa para se comunicar através de uma rede com outros programas. Processos que rodam nessa camada são específicos da Aplicação; o dado é passado do programa de rede, no formato usado internamente por essa Aplicação, e é codificado dentro do padrão de um protocolo.
Alguns programas específicos são levados em conta nessa camada. Eles proveem serviços que suportam diretamente aplicações do usuário. Esses programas e seus correspondentes protocolos incluem o HTTP, para navegação na World Wide Web, a Internet disponível em páginas; o FTP, para transporte de arquivos; o SMTP, para o envio de e-mail; o SSH, para login remoto seguro; o DNS, para acessos à Internet por meio de URL's; entre outros.
Uma vez que o dado de uma aplicação foi codificado dentro de um padrão de um protocolo da camada de Aplicação ele será passado para a próxima camada da pilha. Na camada de Transporte, por exemplo, as aplicações irão, em sua maioria, fazer uso de TCP – Transmission Control Protocol ou UDP – User Datagram Protocol e aplicações servidoras são frequentemente associadas com um número de porta. Portas para aplicações servidoras são oficialmente alocadas pela IANA – Internet Assigned Numbers Authority, mas desenvolvedores de novos protocolos hoje em dia frequentemente escolhem os números de portas por convicção própria.
Uma vez que é raro ter mais que alguns poucos programas servidores no mesmo sistema, problemas com conflito de portas são raros. Aplicações também geralmente permitem que o usuário especifique números de portas arbitrários através de parâmetros em tempo de execução. Aplicações cliente conectando para fora geralmente usam um número de porta aleatório determinado pelo sistema operacional. O pacote relacionado à camada de aplicação é chamado mensagem. Nessa camada ficam localizadas as interfaces sockets e NetBIOS.
A socket oferece uma interface de programação de aplicativos (API) que é padronizada para os diversos sistemas operacionais e que permite a comunicação de protocolos de transporte com diferentes convenções de endereçamento como TCP / IP e o IPX / SPX. Já a NetBIOS proporciona uma interface de programação de aplicativo (API) para os protocolos que suportam a convenção de nomes NetBIOS para endereçamento como o próprio TCP / IP, IPX / SPX e ainda o NetBEUI.
Existem diversos protocolos nessa camada. Como exemplo de alguns deles podemos citar o SMTP – Simple Mail Transport Protocol, que é utilizado para a comunicação entre serviços de e-mail ou correio eletrônico na Internet; o POP – Post Office Protocol, que é utilizado para recuperação de mensagens de correio eletrônico via Internet; o IMAP – Internet Mail Access Protocol, que também é utilizado para recuperação de mensagens de correio eletrônico via Internet, mas de forma mais avançada que o POP; o HTTP – Hypertext Transport Protocol, que é utilizado para a publicação de sites Web na Internet; e o FTP – File Transfer Protocol, que é utilizado para publicação de arquivos na Internet.
A CAMADA DE TRANSPORTE
Os protocolos na camada de Transporte podem resolver problemas como confiabilidade (o dado alcançou seu destino?) e integridade (os dados chegaram na ordem correta?). Na suíte de protocolos TCP / IP os protocolos de transporte também determinam para qual aplicação um dado qualquer é destinado.
Os protocolos dinâmicos de routing, que tecnicamente cabem nessa camada do TCP / IP, são geralmente considerados parte da camada de Rede. Como exemplo tem-se o OSPF, protocolo IP número 89.
Já o protocolo TCP – Transmission Control Protocol, número 6 do protocolo IP, é um mecanismo de transporte orientado à conexão e que fornece um stream (fluxo) de bytes confiável, garantindo assim que os dados cheguem íntegros, não danificados e em ordem. O TCP tenta continuamente medir o quão carregada a rede está e desacelera sua taxa de envio para evitar sobrecarga. Além disso, o TCP tentará entregar todos os dados corretamente na sequência especificada.
Recentemente criou-se SCTP – Stream Control Transmission Protocol, traduzindo Protocolo de Transmissão de Controle de Stream, que também consiste em um mecanismo de transporte confiável. Ele provê suporte a multihoming, onde o final de uma conexão pode ser representada por múltiplos endereços IP, representando múltiplas interfaces físicas, de maneira que, se algum falhar, a conexão não é interrompida. Ele foi desenvolvido inicialmente para transportar SS7 sobre IP – Internet Protocol em redes telefônicas, mas também pode ser usado para outras aplicações.
O UDP – User Datagram Protocol, número 17 do protocolo IP, é um protocolo de datagrama sem conexão. Ele não é totalmente confiável porque não verifica se os pacotes alcançaram seu destino e não dá qualquer garantia que eles irão chegar na ordem. Se uma aplicação requer essas características, então ela mesma terá que provê-las ou usar o protocolo TCP – Transmission Control Protocol.
Esse protocolo UDP – User Datagram Protocol é tipicamente usado por aplicações como as de mídia de streaming, principalmente áudio e vídeo, já que a chegada quase instantânea (rápida) é mais importante do que confiabilidade, ou para aplicações de simples requisição / resposta como pesquisas de DNS – Domain Name System.
Tanto o TCP – Transmission Control Protocol quanto o UDP – User Datagram Protocol são usados para transmitir um número de aplicações de alto nível. As aplicações em qualquer endereço de rede são distinguidas por seus endereços de porta TCP ou UDP. Por convenção, certas portas "bem conhecidas" estão associadas com aplicações específicas.
A CAMADA DE REDE
Como definido anteriormente, a camada de Rede resolve o problema de obter pacotes através de uma rede simples. Exemplos de protocolos são o X.25 e o Host / IMP da ARPANET.
Com o advento da Internet novas funcionalidades foram adicionadas nessa camada, especialmente para a obtenção de dados da rede de origem e da rede de destino. Isso geralmente envolve rotear (escolher automaticamente uma rota mais adequada para um pacote de dados em uma rede) o pacote através de redes distintas que se relacionam através da Internet.
Na suíte de protocolos para a Internet, o IP – Internet Protocol executa a tarefa básica de rotular pacotes de dados em tráfego, da origem para o destino. O protocolo TCP – Transmission Control Protocol pode transmitir dados para diferentes protocolos de níveis mais altos, esses protocolos são identificados por um único número de protocolo IP.
O PDU – Protocol Data Unit descreve um bloco de dados que é transmitido entre duas instâncias da mesma camada. O PDU da camada de Rede é geralmente conhecido como pacote. Lembrando que todas as camadas têm seu PDU, cujos nomes variam para Dados (Aplicação), Segmento (Transporte), Pacote (Rede), Quadros (Enlace) e Bits (Física e LLC, que é sub-camada de Enlace).
A CAMADA DE ENLACE
A camada de Enlace não é exatamente parte do modelo TCP / IP, mas é o método usado para passar quadros da camada de Rede de um dispositivo para a camada de Rede de outro dispositivo. Esse processo pode ser controlado tanto em software (device driver) para a placa de rede quanto em firmware ou chipsets especializados. Esses irão executar as funções da camada de Enlace de dados como adicionar um header (cabeçalho) de pacote para prepará-lo para transmissão e então, de fato, transmitir o quadro através da camada física. Do outro lado, a camada de Enlace irá receber quadros de dados, retirar os headers adicionados e encaminhar os pacotes recebidos para a camada de Rede. Essa camada é a primeira normatizada do modelo, é responsável pelo endereçamento, roteamento e controle de envio e recepção. Ela não é orientada à conexão e se comunica pelos datagramas ou pacotes de dados.
Um datagrama ou datagram, em inglês, é um pacote de dados trafegando em um sistema de comutação de pacotes com rótulo de endereço de origem e endereço de destino.
Entretanto, a camada de Enlace não é sempre tão simples. Ela pode também ser um VPN - Virtual Private Network, traduzindo Rede Privada Virtual, ou túnel, onde pacotes da camada de Internet, ao invés de serem enviados através de uma interface física, são enviados usando um protocolo de tunneling. O VPN – Virtual Private Network ou túnel é usualmente estabelecido além do tempo, e tem características especiais que a transmissão direta por interface física não possui. Por exemplo, ele pode criptografar os dados que passam através dele.
A CAMADA FÍSICA
A camada de Interface de Rede ou Física é a primeira camada. Também chamada camada de abstração de hardware, ela tem como função principal a interface do Modelo TCP / IP com os diversos tipos de redes (X.25, ATM, FDDI, Ethernet, Token Ring, Frame Relay, sistema de conexão ponto-a-ponto SLIP, etc.) e transmitir os datagramas pelo meio físico. Ela tem a função de encontrar o caminho mais curto e confiável para os pacotes de dados. Como há uma grande variedade de tecnologias de rede que utilizam diferentes velocidades, protocolos e meios transmissão esta camada não é normatizada pelo modelo, o que provê uma das grandes virtudes do Modelo TCP / IP, a possibilidade de interconexão e inter-operação de redes heterogêneas.
Esta camada lida com os meios de comunicação. Ela está relacionada ao nível de hardware ou meio físico, que trata dos sinais eletrônicos, conector, pinagem, níveis de tensão, dimensões físicas e características mecânicas e elétricas. Os protocolos da camada Física enviam e recebem dados em forma de pacotes, que contêm endereços de origens, os dados propriamente ditos e endereços de destinos. Os datagramas já foram construídos pela camada de Rede.
Ela é responsável pelo endereçamento e tradução de nomes e endereços lógicos em endereços físicos. Ela determina a rota que os dados seguirão do computador de origem até o de destino. Tal rota dependerá das condições da rede, prioridade do serviço e outros fatores.
Também gerencia o tráfego e taxas de velocidade nos canais de comunicação. Outra função que pode ter é o agrupamento de pequenos pacotes em um único para transmissão pela rede ou a subdivisão de pacotes grandes. No destino os dados são recompostos no seu formato original.
A camada Física estabelece e encerra as conexões e notifica e corrige falhas. Os sinais podem ser guiados através de cabos ou podem ser irradiados por ondas de rádio, inclusive com o uso de microondas. Os sinais podem ser analógicos ou digitais, atualmente com a predominância dos meios digitais.
Atualmente, as tecnologias permitem a transmissão de mais de um sinal em um mesmo meio físico. A camada Física não define protocolos, mas diz como usar os protocolos já existentes. Ela mapeia os endereços lógicos em físicos, ou seja, transforma os endereços lógicos em físicos. Os bits (sinais digitais) são codificados por Manchester Encoding ou Differencial Manchester Encoding.
A camada Física pode ser considerada uma das mais importantes, pois permite que os dados cheguem ao destino da forma mais eficiente possível. Ela tem várias funções importantes, entre elas a determinação do caminho ou rota seguida pelos pacotes, da origem ao destino; ela realiza a comutação dos pacotes de dados, movendo pacotes dentro do roteador da entrada à saída apropriada; estabelece a chamada; ela faz a tradução de endereços; ela faz a conversão de endereços IP em endereços físicos; faz o encapsulamento; faz o transporte de datagramas IP em quadros da rede física; entre outras.
O PROTOCOLO TCP
Como já dito anteriormente, o protocolo TCP – Transmission Control Protocol está fundamentalmente orientado ao transporte de dados. A camada de Aplicação envia um pedido de conexão para o destino e usa a conexão para transferir dados. Portanto, se faz necessário o estabelecimento de uma conexão, por meio de uma sequência de passos definida no protocolo para que os dois pontos da conexão possam interagir entre si.
O chamado handshake é um sinal para estabelecimento de comunicação entre dois pontos da rede. Eles são sinais padronizados que dois computadores ou dispositivos conectados na rede trocam para assegurar que a rede está funcionando. Os sinais emitidos e recebidos podem ser interpretados como o equivalente à “pronto para transmitir”, “pronto para receber”, “transmitido” e “recebido”.
O handshake, traduzindo aperto de mão ou cumprimento, é um mecanismo de estabelecimento e finalização de conexão a três e quatro tempos, respectivamente, o que permite a autenticação e encerramento de uma sessão completa. O TCP – Transmission Control Protocol trabalha para que, no final da conexão, todos os pacotes foram transmitidos e recebidos.
Ele está relacionado à habilidade que dois dispositivos que estão se comunicando têm de estabelecer uma transmissão. Por isso, esses dispositivos usam o TCP – Transmission Control Protocol para combinar parâmetros de transferência de dados, entre eles a taxa de transferência (velocidade), a largura de banda (os limites de frequência), o canal de comunicação, o tamanho dos pacotes de dados e a eventual necessidade de correção de erros, caso algum pacote se perca no meio do caminho ou chegue deteriorado.
O chamado ponto a ponto é uma conexão TCP – Transmission Control Protocol estabelecida entre dois pontos.
Em relação ao aspecto de confiabilidade, o TCP – Transmission Control Protocol usa várias técnicas para proporcionar uma entrega confiável dos pacotes de dados que, dependendo da aplicação, gera uma grande vantagem que tem em relação ao protocolo UDP - User Datagram Protocol. Aliado a outros fatores, o protocolo se mantém bastante difundido nas redes de computadores e dispositivos. O TCP permite a recuperação de pacotes perdidos, a eliminação de pacotes duplicados, a recuperação de dados corrompidos e pode recuperar a ligação em caso de problemas ou falhas de comunicação no sistema e na rede.
No contexto de Informática, o termo full duplex é usado para indicar a transferência simultânea de dados em ambas as direções, cliente – servidor e servidor – cliente, durante toda a sessão. Apesar disso, em alguns momentos o protocolo TCP – Transmission Control Protocol necessita que alguns pacotes de dados cheguem antes para que se dê o envio de outros, o que limita a capacidade de transmissão. A expressão full duplex pode ser usada também para se referir ao tráfego simultâneo de dados em ambas as direções em um mesmo canal.
A camada de Aplicação faz a entrega de blocos de dados ao TCP – Transmission Control Protocol com um tamanho arbitrário num fluxo (stream) de dados, tipicamente em octetos. Já o TCP fragmenta esses dados em segmentos de tamanho especificado pelo valor MTU, ordenando assim a entrega dos dados. Porém, a circulação dos pacotes ao longo da rede (utilizando um protocolo de encaminhamento, na camada inferior, como o IP – Internet Protocol) pode fazer com que os pacotes não cheguem ordenados. Por outro lado, o TCP garante a reconstrução do fluxo no destinatário mediante os números de sequência.
O protocolo TCP – Transmission Control Protocol faz o controle do fluxo de dados, usando o campo janela ou window para controlar o fluxo. O receptor, à medida que recebe os dados, envia mensagens ACK ou acknowledgement messages, traduzindo mensagens de reconhecimento de recebimento, confirmando a recepção de um segmento de dados. Como funcionalidade extra, essas mensagens podem especificar o tamanho máximo do buffer no campo ou janela do segmento TCP, determinando a quantidade máxima de bytes aceita pelo receptor. O transmissor pode transmitir segmentos com um número de bytes que deverá estar confinado ao tamanho da janela permitido, o menor valor entre sua capacidade de envio e a capacidade informada pelo receptor.
Pra quem não sabe, um buffer é uma memória temporária usada para permitir que dois sistemas ou componentes com desempenhos diferentes trabalhem de forma mais ou menos harmônica. Uma analogia sobre o buffer seria a de uma caixa d'água residencial, que faz o armazenamento temporário de uma pequena fração do volume de água (dados) que vem com alta pressão do sistema público de saneamento para que a família use a água diariamente, numa pressão interna mais baixa nas torneiras e no chuveiro.
Os pacotes de dados transmitidos pela rede seguem pelos mais diversos meios físicos, principalmente por fibra ótica, cabos par de cobre, satélites, sinais de rádio e cabos coaxiais. O desempenho de cada um desses meios físicos é diferente, uns mais rápidos, outros menos rápidos, por isso a necessidade do buffer para compensar essas diferenças ou, numa linguagem mais precisa, harmonizar o fluxo de dados pela rede.
O protocolo TCP – Transmission Control Protocol também evita congestionamento do fluxo de dados, baseado no número de mensagens de reconhecimentos ACK recebidos pelo remetente por unidade de tempo, calculada com os dados do tempo de ida e de volta ou, em inglês, RTT – Round Trip Travel ou RTT – Round Trip Time. Assim, o protocolo prediz o quanto a rede está congestionada e diminui sua taxa de transmissão de modo que o núcleo da rede não se sobrecarregue.
FUNCIONAMENTO DO TCP
O protocolo TCP – Transmission Control Protocol especifica três fases durante uma conexão, o estabelecimento da ligação, a transferência e o término de ligação. O estabelecimento da ligação é feito em três passos, enquanto que o término é feito em quatro. Durante a inicialização são inicializados alguns parâmetros, como o número de sequência, em inglês sequence number, para garantir a entrega ordenada e robustez durante a transferência.
Para estabelecer uma conexão, o TCP – Transmission Control Protocol usa um handshake de três vias. Antes que o cliente tente se conectar com o servidor, o servidor deve primeiro ligar e escutar a sua própria porta, para só depois abri-la para conexões. Isto é chamado de abertura passiva. Uma vez que a abertura passiva esteja estabelecida, um cliente pode iniciar uma abertura ativa.
O protocolo TCP – Transmission Control Protocol está equipado com vários mecanismos que asseguram a confiabilidade e robustez da comunicação, enquanto o IP – Internet Protocol não tem como função principal prover confiabilidade e fidelidade no recebimento de dados. Durante a transferência de dados, os números de sequência dos pacotes de dados garantem a coerência da informação transmitida, com código detector de erros ou checksum para detecção de falhas em segmentos específicos, confirmação de recepção e temporizadores que permitem o ajuste e contorno de eventuais atrasos e perdas de segmentos.
Os pacotes de dados possuem números de checagem de integridade, o checksum. O receptor dos dados verifica os dados e se não os reconhece ou percebe que não estão íntegros então os descarta. Durante sua transmissão pela Internet os pacotes de dados seguem seu caminho passando por vários roteadores. Cada passagem por roteador de Internet é chamada de hop.
Como se pode observar pelo cabeçalho TCP, existem permanentemente um par de números de sequência, doravante referidos como números de sequência e números de confirmação ou acknowledgement. O emissor determina o seu próprio número de sequência e o receptor confirma o segmento usando como número ACK o número de sequência do emissor. Para manter a confiabilidade, o receptor confirma os segmentos indicando que recebeu um determinado número de bytes contíguos. Uma das melhorias introduzidas no TCP – Transmission Control Protocol foi a possibilidade do receptor confirmar blocos fora da ordem esperada. Esta característica designa-se por selective ACK, ou apenas SACK.
As confirmações de recepção (ACK) servem também ao emissor para determinar as condições da rede. Dotados de temporizadores, tanto os emissores como receptores podem alterar o fluxo dos dados, contornar eventuais problemas de congestionamento e, em alguns casos, prevenir o congestionamento da rede. O protocolo está dotado de mecanismos para obter o máximo de performance da rede sem a congestionar.
O cabeçalho TCP possui um parâmetro que permite indicar o espaço livre atual do receptor. Assim, o emissor sabe que só poderá ter em trânsito aquela quantidade de informação até esperar pela confirmação (ACK) de um dos pacotes - que por sua vez trará, com certeza, uma atualização da janela. Um detalhe interessante, a pilha TCP no Windows foi concebida para se auto-ajustar na maioria dos ambientes e, nas versões atuais, o valor padrão é superior em comparação com versões mais antigas.
A fase de encerramento da sessão TCP é um processo de quatro fases, em que cada interlocutor responsabiliza-se pelo encerramento do seu lado da ligação. Quando um deles pretende finalizar a sessão, envia um pacote com a flag FIN ativa, ao qual deverá receber uma resposta ACK. Por sua vez, o outro interlocutor irá proceder da mesma forma, enviando um FIN ao qual deverá ser respondido um ACK.
Pode ocorrer, no entanto, que um dos lados não encerre a sessão. Chama-se a esse tipo de evento de conexão semi-aberta. O lado que não encerrou a sessão poderá continuar a enviar informação pela conexão, mas o outro lado não.
O protocolo TCP – Transmission Control Protocol introduz o conceito de porta tipicamente associado a um serviço. Assim, cada um dos lados na conexão dispõe de uma porta associada, um valor de 16 bits, que dificilmente será o mesmo do interlocutor. Alguns serviços que fazem uso de protocolos específicos são tipicamente acessíveis em portas fixas, conhecidas como portas bem conhecidas, que são aqueles numerados do 1 ao 1023. Além dessas, existem ainda duas gamas de portas, registradas e privadas ou dinâmicas. As portas bem conhecidas são atribuídas pela IANA – Internet Assigned Numbers Authority e são tipicamente utilizados por processos com direitos de sistema ou super-utilizador. Nessas portas encontram-se em escuta passiva os serviços triviais, como HTTP, SSH e FTP, por exemplo. Todos os protocolos da suíte IP se encontram registrados dentro dessa gama.
A gama de portas privadas segue regras de atribuição específicas do sistema operativo e serve para abrir ligações a outras máquinas, como surfar na rede, por exemplo.
O PROTOCOLO IP
Os dados numa rede IP – Internet Protocol são enviados em blocos referidos como ficheiros. Em particular, no IP nenhuma definição é necessária antes do nó tentar enviar ficheiros para um nó com o qual não comunicou previamente.
O protocolo IP – Internet Protocol oferece um serviço de datagramas considerado não confiável, também chamado de melhor esforço, ou seja, o pacote vem quase sem garantias. Mas o internauta / leitor não precisa ficar preocupado, pois essa é só uma linguagem usada nos meios técnicos, não significando necessariamente que a Internet não tem segurança alguma, pois o TCP – Transmission Control Protocol cuida para que a transmissão de dados tenha um nível mínimo necessário de segurança.
Os pacotes de dados podem chegar desordenados, também podem chegar duplicados e alguns deles podem ser perdidos. Se a aplicação requer maior confiabilidade essa é adicionada na camada de Transporte, na qual está o protocolo TCP – Transmission Control Protocol.
Os roteadores são usados para reencaminhar datagramas no formato IP através das redes interconectadas na segunda camada. A falta de qualquer garantia de entrega significa que o desenho da troca de pacotes é feito de forma mais simplificada.
O protocolo IP – Internet Protocol é o elemento comum encontrado na Internet pública dos dias de hoje. É descrito no RFC 791 da IETF, que foi pela primeira vez publicado em 1981. Esse documento descreve o protocolo da camada de Rede mais popular e atualmente em uso. Essa versão do protocolo é designada de versão 4 ou IPv4. Já o IPv6 tem endereçamento de origem e destino de 128 bits, oferecendo mais endereçamentos que os 32 bits do IPv4.
Na Internet e nas redes particulares internas que vemos hoje nas organizações em geral, públicas e particulares, incluindo empresas, o protocolo de comunicação usado pelos computadores chama-se IP – Internet Protocol, de longe o mais usado em praticamente todo o mundo. Criado na década de 1970 e adotado em caráter definitivo a partir da década de 1980, o IP tem como objetivo não só fazer dois computadores ou dispositivos "conversarem", mas também possibilitar a interligação de duas ou mais redes separadas, locais ou não. Com raríssimas exceções, praticamente todas as redes de computadores no mundo acabaram, de uma forma ou de outra, sendo conectadas entre si, formando assim a Internet como conhecemos hoje.
Se fosse possível traduzir, o nome em inglês Internet seria algo como "inter-redes" ou "redes interligadas". Também é comum e possível o uso do nome Internet com inicial minúscula.
Uma analogia possível para o protocolo IP – Internet Protocol seria o esquema atual de numeração para telefones. Assim como qualquer número completo de telefone no mundo todo é único, considerando o código de país, seguido do DDD e do número da linha, cada dispositivo ou computador (e não estamos falando aqui somente de computadores no formato servidor, desktop e notebook, mas também de smartphones, tablets e smarTVs) conectado à Internet recebe automaticamente um número único, que é chamado de endereço IP ou número IP. Esse número serve para identificar o dispositivo no ambiente da Internet. Por exemplo, se você precisa conversar com alguém pela Internet, basta mandar mensagens endereçadas ao endereço IP do computador da pessoa.
Para que o e-mail de uma pessoa saia de seu computador e chegue ao computador de outra pessoa, por exemplo, é preciso que os dados que formam o e-mail sejam divididos em pacotes pequenos, chamados de pacotes IP, que são rotulados pelo endereço IP de origem e o endereço IP de destino. O sistema encontra automaticamente o melhor caminho físico entre os dois dispositivos, sem que nenhuma das duas pessoas conectadas precise se preocupar com isso.
Na década de 1980, lá atrás, no início da Internet, a atribuição (concessão) dos endereços IP era uma prerrogativa exclusiva da IANA – Internet Assigned Numbers Authority, ou seja, só ela podia distribuir endereços IP para provedores de acesso, que por sua vez distribuíam os endereços para os usuários da Internet. Com o passar do tempo, essa prerrogativa (direito) foi repassada para outras organizações, como a RIPE – Réseaux IP Européens (Europa, Oriente Médio e África), APNIC – Asia Pacific Network Information Center (Ásia e Pacífico Sul) e ARIN – American Registry Internet Numbers (América do Norte, América do Sul, América Central e Caribe). A partir daí a IANA foi renomeada para ICANN – Internet Corporation Assigned Names and Numbers.
Num futuro não distante será iniciada a utilização em larga escala da versão 6 do protocolo IP – Internet Protocol, conhecida também como IPv6, com resolução de endereços de 128 bits, que provavelmente resolverá alguns problemas de segurança da Internet e com certeza eliminará a limitação do número de endereços IP atualmente disponíveis para uso no planeta, atualmente de cerca de 4,3 bilhões de endereços, lembrando que o planeta tem, atualmente, mais de sete bilhões de habitantes.
Algumas organizações já começaram a utilizar o IPv6, mas a sua utilização em larga escala ainda não foi adotada.
Por algumas razões, entre elas a de segurança, existem também organizações, públicas e privadas, incluindo empresas, que utilizam arquiteturas de rede baseadas no uso misto de endereços IP roteáveis e endereços IP não roteáveis, o que significa que o computadores clientes que formam a rede local LAN – Local Area Network estão cadastrados com endereços IP não roteáveis, portanto sem acesso direto ao mundo externo, ou, em outras palavras, sem acesso direto à Internet, e os servidores / roteadores para acesso à Internet (conhecidos também como gateways) dessas mesmas organizações usam obviamente endereços roteáveis, portanto fazendo a ponte de comunicação para que os computadores clientes acessem a Internet.
IMPLEMENTAÇÕES
Hoje em dia, a maioria dos sistemas operacionais comerciais inclui e instala a pilha TCP / IP por padrão. Para a maioria dos usuários, não há nenhuma necessidade de procurar por implementações. O protocolo TCP / IP é incluído em todas as versões dos sistemas operacionais Unix e Linux, assim como no Mac OS e no Microsoft Windows.
Uma minoria de implementações aceitáveis inclui os seguintes protocolos, listados do mais essencial ao menos essencial: IP, ARP, ICMP, UDP, TCP e algumas vezes IGMP. Em princípio, é possível suportar somente um protocolo de transporte, como UDP, mas isso é raramente feito, porque limita o uso de toda a implementação. O IPv6, além da sua própria versão da ARP (NDP), ICMP (ICMPv6) e IGMP (IGMPv6), tem algumas funções requiridas adicionais, e frequentemente são acompanhadas por uma camada de segurança integrada IPSec. Outros protocolos podem ser facilmente adicionados depois, como o DNS – Domain Name System, para a resolução de nomes de domínio para endereços IP, ou DHCP para configurar automaticamente interfaces de rede.
Normalmente, os programadores de aplicativos estão preocupados somente com a interface na camada de aplicação e muitas vezes também preocupados com a camada de transporte, enquanto as camadas abaixo são serviços prestados pelo conjunto TCP / IP no sistema operacional. A maioria das implementações de IP são acessíveis aos programadores através de sockets e APIs.
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- Site Tecmundo: https://www.tecmundo.com.br/
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/TCP/IP
- Dicionário Michaelis – Consulte também a versão de Informática do Michaelis
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Transmission_Control_Protocol
- Revista PCs Redes – Editora Lucano
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Internet
- Dicionário Larousse
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hypertext_Transfer_Protocol
- Site Techtudo: https://www.techtudo.com.br/
- Dreamstime: Imagens
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