CESSNA 177 CARDINAL

CESSNA 177 CARDINAL

CESSNA 177A CARDINAL

CESSNA 177B CARDINAL

CESSNA 177RG CARDINAL

REIMS F177RG CARDINAL

INTRODUÇÃO

Logo acima, o Cessna 177RG Cardinal, com trem de pouso retrátil e sem suportes fixados nas asas e fuselagem. Avião monomotor de manutenção simples e barata, aeronave econômica e fácil de pilotar. Logo abaixo, o Cessna 177 Cardinal com trem de pouso fixo, também um sucesso de vendas da Cessna Aircraft, uma das maiores fabricantes de aviões monomotores do mundo.

O clássico Cessna 177 Cardinal é uma econômica aeronave monomotor a pistão de pequeno porte, com construção convencional metálica, com trem de pouso fixo ou retrátil, dependendo do modelo e do ano de fabricação, com capacidade para transportar com razoável conforto um piloto e três passageiros, em viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas), criada e desenvolvida na década de 1960 e fabricada em larga escala nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970 pela então fabricante norte-americana de aeronaves executivas Cessna Aircraft, uma das maiores e mais tradicionais do mundo.

Os principais concorrentes do Cessna 177 Cardinal nas décadas de 1960 e 1970 foram os monomotores a pistão Beechcraft 35 Bonanza, Piper PA-28-R Arrow e Mooney M20, os três também americanos.

A TEXTRON AVIATION

A Textron Aviation é uma das maiores fabricantes de aeronave executivas do mundo, ela é a empresa sucessora das fabricantes Cessna Aircraft e Beechcraft Corporation, ambas fundidas em 2014, passando assim a serem tratadas como marcas da Textron Aviation, que por sua vez é uma subsidiária da holding americana Textron Company, proprietária também da fabricante de motores aeronáuticos Lycoming Engines.

Ela é proprietária também da tradicional marca Hawker de jatos executivos, mas a fabricação em série desses modelos está suspensa por tempo indeterminado.

Até 2014, a Cessna Aircraft era uma das maiores e mais tradicionais fabricantes de aeronaves executivas do mundo. Atualmente, o portfólio de produtos da Textron Aviation, sua sucessora natural, é amplo, vai desde pequenos e extremamente econômicos monomotores a pistão, como o Cessna 172 Skyhawk, por exemplo, até sofisticados jatos executivos bimotores de alta performance, de porte médio e alcance intercontinental, como o Cessna Citation Longitude.

No competitivo mercado mundial de jatos executivos, a fabricante norte americana Textron Aviation enfrenta atualmente forte concorrência de grandes fabricantes que também detêm alta tecnologia na construção de aeronaves executivas, a fabricante suíça Pilatus, a brasileira Embraer, a francesa Dassault Falcon, a americana Gulfstream (subsidiária da General Dynamics), a japonesa Honda e a americana Cirrus Aircraft.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, o clássico painel de comando analógico do Cessna 177 Cardinal, homologado para voos visuais. Trata-se de uma aeronave fácil de pilotar, para operadores particulares não há necessidade de co-piloto. Logo abaixo, o painel do mesmo modelo de avião submetido a um upgrade, isto é, modernização ou atualização do cockpit, com a instalação de instrumentos para voos IFR.

O Cessna 177 Cardinal é um robusto monomotor a pistão de pequeno porte, com fuselagem e asas de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com capacidade para transportar com razoável conforto um piloto e três passageiros em viagens intermunicipais e interestaduais. Não há necessidade de um co-piloto para operar o Cessna 177 Cardinal, que é uma aeronave de estrutura semimonocoque, com asas altas do tipo cantilever, trem de pouso fixo ou retrátil, dependendo do modelo e do ano de fabricação, e sem suportes externos (conhecidos também, no meio aeronáutico, como montantes) fixados nas asas e na fuselagem.

Esse avião monomotor é fácil de pilotar graças a uma boa aerodinâmica e aos componentes eletrônicos, mecânicos, elétricos e hidráulicos que formam um conjunto razoável, começando pelas tradicionais motorizações Lycoming O-320 ou Lycoming O-360, dependendo do modelo e do ano de fabricação, ambas aspiradas, a primeira com 150 hp e a segunda com 180 hp, fabricadas nos Estados Unidos pela Lycoming Engines, uma grande e tradicional fabricante de motores aeronáuticos, e pelas hélices de duas pás da fabricante McCauley, a primeira de passo fixo e a segunda de velocidade constante.

A partir de 1971, a Cessna Aircraft passou a fabricar também a versão Cessna 177RG Cardinal, com motorização melhorada, mais potente, inclusive, o Lycoming IO-360, com injeção mecânica de combustível, com 200 hp de potência disponível na decolagem, e com trem de pouso retrátil.

Os aviões da família Cessna 177 têm duas portas laterais de acesso ao interior da aeronave, uma para o piloto e outra para seu acompanhante (não há necessidade de co-piloto). Para acesso dos passageiros aos assentos traseiros é necessário movimentar para frente os assentos dianteiros, totalizando quatro assentos. O Cessna 177RG Cardinal é o único da família com trem de pouso retrátil e seus mecanismos de recolhimento, abaixamento e acionamento são hidráulicos.

Na verdade, os aviões com asas altas e trem de pouso retrátil não apresentam muitas vantagens técnicas e econômicas em relações aos equivalentes com trem de pouso fixo, ganha-se somente 15 km/h de velocidade de cruzeiro, porém, por outro lado, acrescenta-se algo em torno de 35 kg de peso, lembrando que em aviação quanto menor o peso vazio do avião melhor. Portanto, a principal vantagem técnica prática e relevante do Cessna 177RG Cardinal em relação aos seus irmãos com trem de pouso fixo é a motorização Lycoming IO-360 mais potente, com injeção de combustível, portanto mais confiável.

A fabricação em série do modelo Cessna 177, o modelo original a partir do qual todas as versões foram criadas e desenvolvidas, foi iniciada em 1967 nos Estados Unidos. Com o passar dos anos, a família Cessna 177 cresceu, com várias versões sendo criadas. Em 1971, a Cessna Aircraft deu um importante passo no incremento do seu portfólio de produtos, com a criação da versão Cessna 177RG Cardinal, com acabamento um pouco mais caprichado, acrescentando vários instrumentos de voo em seu painel de comando, e, como já citado acima, com a motorização Lycoming IO-360 de 200 hp, mais potente, portanto com velocidade de cruzeiro melhorada para 280 km/h.

FAMÍLIA CESSNA 177

De modo geral, os aviões da família Cessna 177 são monomotores a pistão com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com asas altas e com capacidade para transportar com razoável conforto um piloto e até três passageiros em viagens intermunicipais e interestaduais. Eles têm uma fuselagem em comum, um pouco mais espaçosa que a fuselagem dos aviões da família Cessna 172 e com praticamente o mesmo tamanho da fuselagem da família Cessna 182, embora este seja mais potente e, portanto, disponha de capacidade de decolar com mais carga útil.

O Cessna 177 é o mais bonito avião monomotor a pistão de quatro lugares já fabricado pela Cessna Aircraft, com design levemente ousado, com para-brisa mais inclinado, portanto mais aerodinâmico, com linhas mais harmônicas que seus demais irmãos. Até mesmo as versões com trem de pouso fixo carenado do Cessna 177 são mais bonitas e harmônicas que os modelos Cessna 172 e Cessna 182.

CESSNA 177

O pequeno Cessna 177 é o modelo original da família Cessna 177, a partir do qual todas as demais versões foram fabricadas. Ele é tracionado pelo motor a pistão Lycoming O-320 aspirado, com quatro cilindros na posição boxer, com apenas 150 hp de potência disponível nas decolagens, com hélice de duas pás de passo fixo, e com um estabilizador horizontal em peça única, que também atua como profundor.

Algum tempo depois do início de sua fabricação em série, ele foi submetido a um pacote de modificações oferecido gratuitamente pela fabricante Cessna Aircraft, para torná-lo mais dócil em aproximações e pousos, o pacote Operation Cardinal Rule, com um total de 23 passos a serem seguidos pelo pessoal de manutenção, baseado na Carta de Serviço SE68-14, inclusive com pequenas modificações no estabilizador horizontal.

A velocidade de cruzeiro ficou limitada a cerca de 210 km/h.

CESSNA 177A

Apenas um ano após o lançamento do modelo original da família Cessna 177, a Cessna Aircraft atendeu às reclamações dos seus clientes com a introdução de um modelo mais potente, o Cessna 177A, com motor Lycoming O-360 aspirado, também de quatro cilindros horizontais opostos, com 180 hp de potência disponível nas decolagens, com velocidade de cruzeiro melhorada para 240 km/h, com teto de serviço de 4.500 metros.

Assim como seu irmão predecessor Cessna 177, o trem de pouso da versão Cessna 177A continuou fixo, com carenagens para melhorar a aerodinâmica e a estética.

CESSNA 177B

Em 1970, a Cessna Aircraft introduziu o modelo melhorado Cessna 177B, com melhorias nas asas e uma hélice bipá de velocidade constante, com velocidade de cruzeiro melhorada para 250 km/h; pontas de asas melhoradas, para diminuir o arrasto aerodinâmico; dentre outras melhorias. Ele foi mantido em linha de produção seriada, até 1978, ao lado de seu irmão um pouco mais refinado Cessna 177RG Cardinal, como uma opção um pouco mais barata da família Cessna 177, mas custando cerca de 10% a mais que um Cessna 172.

Dezenas de unidades desse modelo estão disponíveis no mercado internacional de aeronaves usadas, mas uma eventual aquisição deve ser acompanhada por uma equipe de consultores. Várias empresas idôneas oferecerem esse tipo de assessoria aqui no Brasil, dentre elas a TAM Aviação Executiva, a Goal Aircraft, a Global Aircraft, a Líder Aviação e a Japi Aeronaves, por exemplo, dentre outras.

CESSNA 177RG CARDINAL

Logo acima, o Cessna 177RG Cardinal foi o modelo que mais recebeu melhorias e refinamentos em geral, com motor mais potente, com conjunto de instrumentos melhorado no painel de comando e acabamento um pouco mais caprichado que nas versões anteriores. Logo abaixo, o espaço interno no assento traseiro e razoável, o suficiente para dois adultos de até 1,75 metro de altura.

Em 1971, a Cessna Aircraft introduziu o modelo melhorado Cessna 177RG Cardinal, com melhorias na motorização, com motor Lycoming IO-360 aspirado, com injeção mecânica de combustível, com 200 hp de potência disponível nas decolagens, com velocidade de cruzeiro melhorada para 280 km/h e teto de serviço de 5.200 metros.

Foi o modelo que mais recebeu melhorias e refinamentos, incluindo assentos em couro, luzes de leitura no teto da cabine e vários equipamentos adicionais no painel de comando, em relação aos seus irmãos anteriores.

Ele também foi fabricado na França, sob licenciamento, pela fabricante Reims, renomeado para Reims F177RG, mas os dois modelos, o americano e o francês, são bem parecidos, quase idênticos.

MERCADO

Logo acima, uma bonita imagem do clássico Cessna 177RG Cardinal. Muitas unidades do modesto monomotor da Cessna Aircraft ainda estão operando, transportando passageiros em viagens intermunicipais e interestaduais, inclusive no Brasil. Apesar da idade do projeto, as linhas externas de design do despretensioso avião continuam elegantes e sóbrias. Logo abaixo, o estabilizador horizontal em peça única do pequeno avião, solução adotada também em outros modelos de aeronaves, como o Piper PA-32 Saratoga, por exemplo.

A fabricação em série do Cessna 177RG Cardinal, a melhor versão da família Cessna 177, foi iniciada em 1971, com o seu projeto submetido a algumas melhorias e refinamentos. A fabricação em série da família Cessna 177 foi encerrada definitivamente em 1978, com quase 4.300 unidades fabricadas, sem dúvida alguma um sucesso de vendas, embora o modelo não tenha conseguido realizar as intenções da Cessna Aircraft em substituir o pequeno e icônico Cessna 172, por sua vez um modelo de avião que transpira simplicidade e docilidade de comandos por todos os poros, e, justamente por isso, o queridinho de dez em cada dez novos pilotos.

Foram mais de 1.360 unidades de Cessna 177RG Cardinal fabricadas e mais de 2.840 unidades fabricadas de aviões Cessna 177, Cessna 177A e Cessna 177B, os irmãos com trem de pouso fixo.

Embora tenha sido usado intensivamente nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa nas décadas de 1970, 1980 e 1990 em um grande número de pistas de pouso de leito natural, não pavimentas e de comprimento limitado, os aviões da família Cessna 177 não fizeram muito sucesso aqui no Brasil, com apenas algumas dezenas de unidades vendidas aqui. Apesar disso, esses modelos apresentaram aqui no Brasil características de economia de combustível e baixo custo de manutenção semelhantes às características de seus irmãos Cessna 172 Skyhawk e Cessna 182 Skylane, estes dois muito bem aceitos aqui, praticamente não enfrentando nenhuma resistência do mercado. São coisas difíceis de explicar, mas o mercado brasileiro é assim mesmo.

Há quem diga que um dos motivos para essa resistência do mercado brasileiro foi a potência limitada da família Cessna 177. Apesar disso, o modelo Cessna 177 Cardinal é fácil de pilotar, obediente aos comandos e bonito, principalmente quando em voo, com o trem de pouso recolhido. É claro que ele tem limitações de peso máximo de decolagem e exige cuidado redobrado do piloto com formações meteorológicas em voo de cruzeiro, também por causa de sua potência limitada, mas nada grave. Basta planejar cuidadosamente o voo, inclusive consultando a meteorologia antes da decolagem, e prestando mais atenção ao stormscope.

De lá pra cá, o número de pistas de pouso homologadas e registradas, com pavimentação e comprimento bem razoável, aumentou no Brasil, tanto em aeródromos e aeroportos públicos e privados quanto em fazendas e áreas privadas de indústrias e agroindústrias. Combinando esse fator positivo com o advento de novas e importantes tecnologias agregadas à indústria aeronáutica, por meio de upgrades nos modelos clássicos, dentre elas os indispensáveis GPS - Global Positioning System, TCAS - Traffic Collision Avoidance System e stormscope, a tendência é de uma redução nos índices de acidentes com aeronaves monomotoras em geral, com o aumento da segurança das operações.

A velocidade mínima de segurança para rotação dos aviões da família Cessna 177, ou seja, a velocidade mínima necessária para decolar com segurança, é baixa, apenas cerca de 150 km/h, com a cabine lotada de passageiros e em dias quentes, um pouco mais ou um pouco menos. Essa é uma das explicações sobre o porquê de muitos fazendeiros, empresários e executivos no Brasil ainda preferirem comprar ou alugar aviões a pistão para visitar suas fazendas, filiais, fornecedores e revendedores espalhados pelo interior do Brasil, a maior parte deles em municípios com infraestrutura aeroportuária limitada ou, em muitos casos, até inexistente.

Atualmente, somente o Cessna 182 Skylane e o Cessna 172 Skyhawk são fabricados pela Textron Aviation. Mas o potencial cliente da Textron pode ficar tranquilo, pois quase todas as características positivas dos aviões Cessna 177 estão presentes também nesses dois modelos de aviões. O monomotor a pistão Cessna 182 Skylane é mais potente, tem alcance maior e leva mais carga útil a bordo.

Os aviões da família Cessna 177 foram usados no Brasil nas décadas de 1970, 1980 e 1990 para transportar, a partir de cidades grandes, médias e pequenas, pessoas de praticamente todas as classes sociais para fazendas e garimpos. No Pantanal brasileiro, por exemplo, nos meses de chuva era difícil ou praticamente impossível acessar por terra as áreas alagadas, por isso o avião era o meio mais prático e ágil de transporte.

Ainda hoje, algumas dezenas de unidades de aviões da família Cessna 177 são usadas por fazendeiros brasileiros para acessar com agilidade suas fazendas no interior do país. Em 2017, segundo o RAB – Registro Aeronáutico Brasileiro, havia 33 unidades de aviões da família Cessna 177 registradas no Brasil.

Se possível, dê preferência a um avião da família Cessna 177 que não tenha passado pelo garimpo e/ou sem histórico de acidentes. Caso escolha um que já tenha passado pelo garimpo e/ou tenha sido envolvido em algum acidente leve, peça desconto de pelo menos 10% no preço a vista, para cobrir pelo menos uma parte do que você vai gastar para submeter a aeronave a uma análise / revisão completa do seu estado de conservação em uma oficina aeronáutica de sua confiança, com eventual manutenção e reparos imediatos de toda ou parte da sua estrutura (principalmente longarinas, ailerons, cone de cauda, trem de pouso e estabilizadores) e sistemas hidráulico, elétrico, eletrônico e mecânico.

A fabricante de aeronaves Textron Aviation é representada no Brasil pela TAM Aviação Executiva, que também possui hangares de manutenção no município de Jundiaí, interior do estado de São Paulo, em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, em Brasília, a capital do Brasil, e no município de Aracati, no estado do Ceará.

FICHA TÉCNICA

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

CESSNA 177B