BLINDAGEM DE AUTOMÓVEIS

NÍVEIS DE BLINDAGEM
BLINDAGEM DE AUTOMÓVEIS
ARAMIDA / KEVLAR
AÇO BALÍSTICO


INTRODUÇÃO

A blindagem de automóveis de passeio é uma moderna tecnologia de proteção balística para os seus ocupantes, principalmente contra armas de mão disparadas a uma distância média ou curta do veículo. Ela é derivada das primeiras blindagens de veículos de guerra, criadas para a Primeira Guerra Mundial e para a Segunda Guerra Mundial, mas com as inovações tecnológicas subsequentes desenvolvidas para a blindagem de veículos, principalmente nas décadas mais recentes, com a criação, desenvolvimento e produção em larga escala de materiais de proteção mais leves, como a aramida e o policarbonato, por exemplo, alcançou cidades de países com altos índices de violência, como o Brasil, o Paraguai, o México e a Colômbia, dentre outros.


Aqui no Brasil, por exemplo, para blindar um automóvel é necessário que a empresa blindadora tenha uma autorização do Exército Brasileiro, chamada CR - Certificado de Registro, sem a qual a blindadora não pode atuar no segmento. Também precisa obter uma autorização específica para cada veículo a ser blindado. Esse requerimento deve ser feito através do sistema SISCOVAB, inserindo os dados do automóvel, da blindagem utilizada e do proprietário do veículo, seja ele pessoa física ou jurídica. Esse procedimento visa evitar que carros blindados caiam nas mãos de pessoas não idôneas, além de manter o controle dos veículos civis em circulação.


Os automóveis blindados são aqueles que possuem uma proteção estrutural reforçada, chamada de blindagem, baseada em uma combinação de material composto de aramida e aço balístico embutida em seu monobloco ou carroceria, entre os painéis de aço e/ou alumínio e o revestimento interno de plástico ou borracha do acabamento interno, além, é claro, das janelas e do para-brisa com camadas de policabonato, vidro e poliuretano, que visam proteger os ocupantes contra tiros de armas de mão de baixa e média potência, disparadas a médias e curtas distâncias.


De modo geral, os níveis de blindagem de automóveis mais utilizados por cidadãos civis no Brasil não suportam tiros de armas de mão muito potentes, como, por exemplo, os fuzis Fal e Galil, dentre outros. Por esse motivo, a recente permissão governamental de posse de armas por cidadãos comuns no Brasil não contemplou armas muito potentes, com mais de 1.500 joules na saída. Mesmo assim as preocupações na sociedade civil aumentaram, pois houve aumento do risco de perfuração pelas rajadas sucessivas em um mesmo ponto da blindagem ou em pontos próximos, casos essas armas caiam em mãos erradas. Até o momento, essa polêmica ainda não foi resolvida de forma satisfatória.


De modo geral, as blindagens mais leves costumam ser utilizadas em automóveis executivos e de passeio civis e as blindagens mais pesadas costumam ser usadas em veículos civis de transporte de valores, veículos de logística policial e veículos de combate militares, como os tanques de guerra, os carros blindados (não confundir com automóveis), os carros de assalto (também não confundir com automóveis) e os veículos anfíbios, por exemplo.


Os automóveis executivos e de passeio blindados são especialmente úteis para proteger os cidadãos de bem nas grandes cidades, principalmente na América Latina, incluindo o Brasil, no Oriente Médio e na Ásia, onde é alto o número de assaltos, sequestros e assassinatos cometidos por criminosos, com a utilização clandestina de armas de fogo cada vez mais potentes, sem que o Poder Público, na prática, consiga fazer o controle adequado de sua comercialização e uso.


CONCEITO E CONTEXTO

A segurança privada é o ramo de atividade econômica que tem o objetivo de proteger pessoas e patrimônios. No Brasil, a contratação das atividades profissionais relacionadas à segurança privada é um direito do cidadão, no sentido de se proteger, proteger sua família, suas propriedades e seus empregados, nos limites permitidos pela lei. Em Portugal, as atividades de segurança privada são reguladas, autorizadas e fiscalizadas pelo DSP - Departamento da Segurança Privada, um órgão da PSP - Polícia de Segurança Publica. No Brasil, essas atividades de segurança privada são reguladas, autorizadas e fiscalizadas pela Polícia Federal, pela Polícia Civil e pelo Exército Brasileiro.


Os alarmantes números da violência urbana no Brasil não são uma novidade, há décadas seguidas eles só aumentam, sem parar. Em 2017, por exemplo, foram mais de 63.000 mortes violentas, uma média de 30 mortes para cada 100 mil habitantes. E, por incrível que pareça, a violência chegou ao campo, com inúmeros casos registrados de roubos de cargas valiosas, incluindo produtos químicos, fertilizantes e sementes, roubo de automóveis, aviões e até de gado...


O temor que essas estatísticas despertam e as experiências reais traumatizantes são os motivos para o crescimento do mercado já bilionário de segurança privada, que inclui os serviços de blindagem; segurança pessoal e executiva; vigilância patrimonial de residências e estabelecimentos comerciais, industriais e de prestação de serviços; sistemas cada dia mais sofisticados de abertura e fechamento de portas e portões, com acesso restrito e/ou codificado; sensores de presença e porteiros eletrônicos com acesso restrito; alarmes, cercas elétricas e concertinas em muros; e sistemas de CFTV, ou seja, circuito fechado de TV, com câmeras de segurança e gravadores de vídeo digitais de alta capacidade de armazenamento para monitoramento de ambientes internos e externos.


Segundo um levantamento recente realizado pelo jornal O Globo, o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Analisando um período de 15 anos, de 2002 até 2017, quase 800.000 cidadãos brasileiros foram vítimas de assassinato, a maioria formada por jovens e adultos com menos de 40 anos, negros e negras, pobres e com baixo nível de escolaridade, geralmente moradores de bairros populares ou favelas e, pior ainda, muitos deles trabalhadores e sem passagem pela polícia. Isso é grave porque, além da questão óbvia de humanidade, há também a questão econômica e social, pois muitos eram trabalhadores economicamente ativos que deixaram filhos órfãos.


Esse número alarmante é maior que a soma do número de assassinatos ocorridos nesses 15 anos em oito países sul-americanos de língua espanhola; é maior que a soma do número de mortes violentas ocorridas na guerra civil na Síria; maior que o número total de mortes violentas ocorridas no Iraque desde 2003, quando o seu ditador foi deposto pelas Forças Armadas Americanas; e maior que o número total de mortes violentas de cidadãos americanos por atentados terroristas ocorridos em território americano desde os atentados de 11 de setembro de 2001.


Os vários segmentos relacionados à segurança privada no Brasil movimentam juntos, anualmente, mais de R$ 50 bilhões. O segmento de vigilância no Brasil, por exemplo, emprega mais de 500 mil pessoas. Os segmentos de barreiras físicas, segurança eletrônica e blindagens em geral movimentam anualmente mais de R$ 10 bilhões. É um mercado gigantesco, especializado e regulamentado.


Na opinião de empresários do setor de segurança privada, a classe média e a elite brasileira perceberam a dificuldade dos governos Federal, estaduais e municipais em tratar o problema da violência urbana no Brasil, e isso teve um reflexo direto em seus gastos em segurança privada. Em 2019, por exemplo, foram registrados pelo menos um roubo e/ou furto de veículo e/ou dos objetos de posse de seus ocupantes para cada minuto no Brasil, o que equivale a cerca de 525.000 roubos e/ou furtos por ano.


Entre as mudanças necessárias estão a reformulação completa do Código Penal e do Código de Processo Penal vigentes no Brasil, com a efetivação das penalidades contra criminosos e contraventores, incluindo menores de idade, consideradas brandas demais em vários pontos.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

De modo geral, a blindagem é a tecnologia ou processo industrial relacionado à proteção pessoal e patrimonial contra a violência cometida contra residências, veículos em geral, estabelecimentos comerciais, industriais e/ou de serviços, incluindo bancos e casas lotéricas, com o revestimento e/ou a introdução de placas de aço balístico ou mantas balísticas de material composto, como aramida / Kevlar e neoprene / neopreno, por exemplo, em sua estrutura e a substituição dos seus vidros comuns por lâminas de cristal / vidro especial combinadas com policarbonato, com o objetivo de proteger essas estruturas contra armas de fogo de variados calibres.


Para a pessoa física blindar um carro, é necessário apresentar RG, CPF, comprovante de residência, CRLV – Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, certidões negativas criminais da Justiça Federal, Estadual e Militar dos últimos cinco anos, e Atestado de Antecedentes Criminais, emitido pela Polícia Civil do Estado, Justiça Militar e Justiça Federal. Se o carro for de empresa, também será preciso apresentar CNPJ e Certidão de Antecedentes dos distribuidores da Justiça Federal, Estadual e Militar de cada um dos sócios administradores ou gerentes, das Comarcas onde tenham sido domiciliados nos últimos cinco anos. Para que a pessoa jurídica ou física possa ter um veículo blindado, terá que obter também, antes do processo de blindagem ou compra de um blindado usado, o CR - Certificado de Registro, esse documento é pessoal e tem validade de três anos, onde o Exército Brasileiro autoriza a posse e utilização do veículo blindado.


Fundada em maio de 2001, a ABRABLIN – Associação Brasileira de Blindagem é uma entidade de representação da categoria do ramo de blindagens de veículos e imóveis, ela é certificada pelo Exército Brasileiro e representa os interesses de empresas do segmento de blindagem, reunindo mais de 70 associados que atuam no segmento de blindagem, incluindo blindadoras, fabricantes de materiais usados no processo de blindagem, comerciantes de automóveis blindados e locadoras de veículos blindados.


Segundo a ABRABLIN – Associação Brasileira de Blindagem, há hoje no Brasil mais de 265.000 veículos blindados para uso pessoal e empresarial e mais de 300 empresas prestadoras de serviço de blindagem de veículos e imóveis. Esse setor de blindagem envolve as empresas blindadoras, as oficinas de veículos blindados, as fabricantes de produtos usados em blindagem, incluindo o vidro, o policarbonato, a aramida / Kevlar e o aço balístico, entre outros. O Brasil é o país com maior número de veículos civis blindados no mundo. Até alguns anos atrás o México e a Colômbia eram os países com o maior número de blindados, também por uma razão óbvia...


Para blindar um automóvel no Brasil, por exemplo, é necessário uma autorização do Exército Brasileiro. A empresa blindadora deve ter o CR - Certificado de Registro no Exército, sem o qual a blindadora não pode atuar no segmento. A empresa blindadora precisa também ter Alvará da Polícia Civil e uma autorização específica para cada veículo a ser blindado. Esse requerimento deve ser feito em formulário próprio e enviado à região militar em que a blindadora está registrada. Esse procedimento visa evitar que carros blindados sejam utilizados por pessoas não idôneas.


Na média, um serviço de blindagem de boa qualidade, nível IIIA, por exemplo, sobre a plataforma de um SUV de luxo Ford Territory, por exemplo, custa cerca de R$ 75 mil e o serviço em si, completo, pode ser realizado em torno de 30 dias, exceto os trâmites burocráticos relacionados, cujos prazos podem variar. Todos os componentes e peças da blindagem somam cerca de 150 kg ao peso do automóvel, que sem a blindagem pesa cerca de 1.600 kg. Para suportar esse aumento de peso geralmente as blindadoras trocam alguns componentes e peças das suspensões dos veículos que recebem blindagem.


O processo de blindagem de um veículo inclui o trabalho de desmontá-lo, literalmente, e depois montá-lo já com as peças e componentes de blindagem. Por esse motivo, geralmente as montadoras de veículos nacionais e importados não dão garantia sobre automóveis blindados. No entanto, há alguns casos de montadoras de veículos ou importadoras oficiais no Brasil que mantêm acordos com empresas blindadoras no Brasil para fornecer o veículo novo já com a blindagem, neste caso com garantia de pelo menos um ano.


ORIGEM HISTÓRICA

As primeiras tecnologias de blindagem foram criadas, desenvolvidas, implementadas e melhoradas alguns anos antes, durante e depois da Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, e da Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, para proteger combatentes e governantes durante as guerras e no pós-guerra. Ela evoluiu gradativamente com uma sequência de inovações tecnológicas sendo introduzidas e, com a sua produção em larga escala e a consequente redução de preço dos materiais utilizados na blindagem e do serviço de blindagem, em algum tempo alcançou cidadãos comuns nos centros urbanos de países com altos índices de violência.


O chamado carro blindado, por exemplo, também chamado de autometralhadora, é um veículo blindado militar de combate ligeiro que se desloca sobre rodas. Historicamente, ele foi e é utilizado para reconhecimento, segurança, evacuação médica e escolta armada, dentre outras tarefas subordinadas no campo de batalha.


Os carros blindados (o termo carro, utilizado aqui, neste parágrafo, tem o sentido de veículo de uso exclusivamente militar) surgiram no início do século XX, pouco antes do aparecimento dos carros de combate, também chamados de tanques de guerra. Inicialmente, eram carros ou caminhões convencionais protegidos com chapas de aço rebitadas, com frestas (ou em alguns casos, torres) equipadas com metralhadoras de baixo ou elevado calibre, ou, em certo casos, canhões.


Com o passar dos anos e décadas e com o avanço da tecnologia de materiais compostos, geralmente mais leves e resistentes que os metais, principalmente a partir da década de 1980, com a chegada ao mercado dos materiais compostos a base de fibras de aramida, desenvolvidos pela multinacional americana DuPont, os aços balísticos, mais pesados, duros, desajeitados, feios e brutos, deixaram de ter o protagonismo nos processo de blindagem de automóveis, cedendo o seu lugar de destaque para a aramida / Kevlar, mais leve, mais flexível, mais elegante, mais discreta e mais resistente e, portanto, mais adequada para esse tipo de processo industrial de blindagem de automóveis.


Aqui no Brasil, o primeiro modelo de automóvel a receber uma blindagem comum para civis foi o Volkswagen Santana, em 1987, blindado pela Armor Blindados, uma empresa de blindagem localizada em São Paulo, a primeira empresa especializada em blindagens para automóveis civis do Brasil.


O PROCESSO DE BLINDAGEM

A blindagem de automóveis é um processo metódico e especializado, que exige mão de obra qualificada e bem treinada. De modo geral, os materiais opacos de blindagem, como a manta de aramida e o aço balístico, por exemplo, são utilizados na blindagem da parte metálica da carroceria do automóvel, com exceção do assoalho, e os materiais transparentes de blindagem, como o policarbonato e vidro balístico, por exemplo, são utilizados na blindagem das partes transparentes, como janelas e para-brisa.


Basicamente, de forma resumida, o processo de blindagem de um automóvel compreende pelo menos seis procedimentos principais:


VERIFICAÇÕES PRÉVIAS

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Verificação e checagem completa do estado de conservação do veículo que chega nas instalações da blindadora, antes de sua desmontagem, com a anotação e registro detalhados de imagens da carroceria, dos assentos, do acabamento interno e dos equipamentos do veículo, inclusive para saber se todos eles estão funcionando corretamente e se estão em bom estado de conservação. Dessa forma, a blindadora se exime de posterior processo movido pelo cliente, caso ele alegue que o veículo foi danificado ou comprometido durante o processo de blindagem.

 

DESMONTAGEM

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Desmontagem completa do automóvel, inclusive dos seus assentos, do acabamento interno e de todos os vidros.

 

FIXAÇÃO DE BLINDAGEM

Introdução, fixação e colagem de materiais opacos de blindagem do lado de dentro da carroceria do automóvel, com aramida / Kevlar e aço balístico. Note que, apesar ter a sua utilização drasticamente reduzida com os passar dos anos, substituído pelo material composto de aramida, o aço balístico ainda é utilizado em pontos sensíveis da carroceria, como, por exemplo, as colunas laterais da carroceria, barras das portas e os pontos estruturais do teto, fixado com o auxílio de uma camada extra de material especial para evitar o ruído provocado pelo atrito de contato com o aço ou alumínio da carroceria do automóvel.


Além disso, os conjuntos de pneus / rodas recebem cintas metálicas para permitir que, caso seja vítima de um ataque, o veículo continue em movimento, mesmo com os pneus murchos, embora em velocidade reduzida, até chegar a um local mais seguro. Essa cinta mantém o pneu fixado na roda, mesmo quando murcho, atingido por um tiro. Há casos em que os pneus comuns são substituídos por pneus run flat, que são aqueles tipos de pneus que conseguem manter o automóvel em movimento, mesmo depois de atingidos, por mais 80 quilômetros, embora em velocidade reduzida, até um local mais seguro.


Todas as portas e/ou a tampa do porta-malas são revestidas internamente com manta de aramida. Além disso, todas as maçanetas e fechaduras recebem um reforço com aço inoxidável de alta resistência, com cerca de 3 milímetros de espessura; e o teto do automóvel também recebe uma camada interna de aramida. Os vidros laterais, os vidros traseiros e o para-brisa, geralmente com 18 milímetros ou 21 milímetros de espessura, possuem uma moldura de aço, eles são instalados na carroceria do automóvel com um overlap ou frame em aço inoxidável de 2,5 milímetros de espessura.


Uma manta de aramida é fixada na parte interna frontal do habitáculo, bem à frente do motorista e do passageiro do assento dianteiro, partindo do piso e subindo até o alcance máximo permitido no painel interno. Uma peça de manta de aramida também é fixada no para-lama dianteiro. O tanque de combustível também é revestido com manta de aramida, na parte inferior e em suas laterais, até onde é tecnicamente possível recobrir, atendendo assim aos requisitos de segurança estabelecidos no Brasil


Os motores acionadores elétricos dos vidros das janelas do automóvel são trocados por modelos mais potentes. Os dispositivos amortecedores da porta traseira para acesso ao porta-malas também são trocados, para suportar o peso extra da porta. Em muitos casos, a suspensão do automóvel também recebe uma adaptação, com molas e amortecedores mais resistentes ao peso extra que a blindagem acrescenta ao monobloco, que pode variar entre 150 kg até 250 kg, dependendo do tamanho do automóvel.


Por causa do isolamento acústico entre o exterior e o interior do veículo, causado pelas camadas de blindagem, que praticamente inviabiliza a comunicação natural entre o ocupante do veículo e quem está do lado de fora, é instalado um dispositivo de comunicação auxiliar chamado intercomunicador, para evitar a abertura dos vidros sem necessidade, preservando assim a segurança do ocupante, quando ele ainda não se sente seguro em baixar o vidro.


REMONTAGEM

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Remontagem completa do automóvel, colocando todos os seus itens de volta, com alguns deles tendo sido trocados, como os vidros comuns, por exemplo, substituídos pelo conjunto de policarbonato e vidro balístico.


CONTROLE DE QUALIDADE

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Amplo teste do veículo, antes de entregá-lo ao cliente, incluindo a sua introdução em uma câmara fechada que simula chuva, de modo semelhante ou não muito diferente de um lava jato, para verificar se há infiltrações de água ou goteiras no interior do veículo, no seu habitáculo; incluindo a verificação de funcionamento dos sistemas e mecanismos diversos; e incluindo a circulação do veículo em trechos reais de terra e asfalto para verificar se há entrada de poeira ou ruídos em excesso no habitáculo.


CERTIFICAÇÃO DO CARRO

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Certificação do carro recém blindado junto aos órgãos competentes.


NÍVEIS DE BLINDAGEM

De modo geral, estão disponíveis no mercado internacional até oito níveis de blindagem diferentes para automóveis executivos e de uso particular, para uso de proprietários particulares e de empresas, dependendo da permissão das autoridades reguladoras de cada país. Aqui no Brasil, por exemplo, o Exército Brasileiro autoriza ao cidadão comum e empresas até quatro níveis diferentes de blindagem, com algumas exceções para casos extremos, em que o cliente solicita uma blindagem de nível maior, sendo necessário provar essa necessidade.


No entanto, é bom ressaltar aqui que a diferença de preço entre esses quatro primeiros níveis comumente autorizados no Brasil não é tão significativa, portanto o blog aconselha que o consumidor escolha, na medida do possível, o nível mais alto de blindagem disponível ao cidadão comum no mercado brasileiro:

  • Nível I: É um tipo de blindagem antivandalismo, antifurto e anti-roubo comum, que protege contra ataques com barras de ferro, pedras e armas de mão de calibre 22 e 38;
  • Nível II-A: Também um tipo de blindagem antivandalismo, antifurto e anti-roubo comum, que protege contra ataques com barras de ferro, pedras e armas de mão de calibre 22 e 38, Magnum 357 e pistola 9 milímetros;
  • Nível II: Também um tipo de blindagem antivandalismo, antifurto e anti-roubo comum, que protege contra ataques com barras de ferro, pedras e armas de mão de calibre 22 e 38, Magnum 357 e pistola 9 milímetros;
  • Nível III-A: É o tipo mais comum de blindagem à venda no Brasil, escolhida por mais de 95% dos cidadãos brasileiros. É um tipo de blindagem antivandalismo, antifurto, anti-roubo comum, antisequestro e antiassassinato, que protege contra ataques com barras de ferro, pedras, armas de mão de calibre 22 e 38, Magnum 357, Magnum 44, pistola 9 milímetros e submetralhadora Uzi. A diferença de preço entre o nível III-A e os três níveis anteriores, citados acima, não passa de 30%, por isso este nível é mais vantajoso, com a melhor relação custo benefício, pois é a proteção mais completa disponível para cidadãos comuns no Brasil, sem a dificuldade burocrática de conseguir as autorizações nos níveis de blindagem citados abaixo;
  • Nível III: É um tipo de blindagem antivandalismo, antifurto, anti-roubo comum, antisequestro, antiassassinato e antiatentado, que protege contra ataques com barras de ferro, pedras, armas de mão de calibre 22 e 38, Magnum 357, Magnum 44, pistola 9 milímetros, submetralhadora Uzi, fuzis M16, AK-47 e AR-15. Esse nível de blindagem é considerado uma exceção para civis e sua autorização dependente de uma tramitação burocrática no Exército Brasileiro;
  • Nível IV: É um tipo de blindagem antivandalismo, antifurto, anti-roubo comum, antisequestro, antiassassinato e antiatentado, que protege contra ataques com barras de ferro, pedras, armas de mão de calibre 22 e 38, Magnum 357, Magnum 44, pistola 9 milímetros, submetralhadora Uzi, fuzis M16, AK-47 e AR-15, mais as munições perfurantes, como a .30-06 e a .338, e granadas. A blindagem nível IV é a mais segura disponível para civis, porém esse nível de blindagem é considerado pelas autoridades uma exceção para civis, cedida somente em casos extremos. A sua solicitação e permissão são altamente burocráticas, precisando tramitar no Exército Brasileiro, sendo necessário apresentar um requerimento detalhado, que justifique tal proteção.
  • Nível V: Todas as proteções anteriores, mais fuzis Fal e Galil e munição 12,7 x 99 mm NATO.
  • Nível VI: Todas as proteções anteriores, mais granadas e minas terrestres. Uso exclusivamente militar e/ou governamental. A blindagem nível VI está disponível apenas para as Forças Armadas, juízes, promotores, ministros e chefes de estado, com raras concessões a grandes empresários e executivos que justifiquem a real necessidade de tal proteção.


AS BLINDADORAS

O Brasil possui mais de 70 empresas blindadoras de automóveis. O mercado brasileiro de blindagem de automóveis é regulamento pelo Exército Brasileiro, portanto a maioria das blindadoras estabelecidas no Brasil é confiável, já que devem, obrigatoriamente, se submeter a esses regulamentos. Porém, é necessário que o consumidor esteja atento aos detalhes da blindagem que está solicitando, pois existem níveis diferentes de blindagem que se encaixam em necessidades diferentes.


Os regulamentos brasileiros de blindagem, estabelecidos pelo Exército Brasileiro, exigem que as blindadoras sigam um rigoroso processo de gestão e de avaliação de cada caso. Além das obrigações impostas pela regulamentação, a maioria das blindadoras faz investimentos constantes em novos equipamentos, treinamento e tecnologia para o aprimoramento de todo processo. De modo geral, é possível sim afirmar que a maioria das blindadoras estabelecidas no Brasil é séria e idônea.


As melhores e mais confiáveis blindadoras do Brasil são homologadas pela ABRABLIN – Associação Brasileira de Blindagem e possuem as certificações ISO 9001 e NBR 15000, portanto verifique antes de solicitar o serviço de blindagem se a blindadora com a qual você está negociando possui essas certificações. Além disso, não compre um carro blindado, novo ou usado, sem o certificado emitido pela própria blindadora, com o nome da blindadora, modelo do automóvel blindado, número de monobloco / chassi, nível de proteção aplicada e data da realização do serviço de blindagem. Parte das blindadoras realiza uma gravação no monobloco / chassi e no vidro e mantém um cadastro completo dos veículos já blindados.


O processo de blindagem exige mão de obra qualificada e rigoroso critério de acompanhamento, inclusive com uma fase de controle de qualidade para verificar e evitar eventuais infiltrações de água e goteiras dentro do veículo, em seu habitáculo, em caso de chuva, e ruído interno excessivo após a conclusão do processo blindagem, além, é claro, de verificar se todos os sistemas e mecanismos do veículo estão funcionando adequadamente.


O órgão público regulador do setor de blindagem, que é o Exército Brasileiro, passou a exigir, a partir de 2001, que cada empresa blindadora no Brasil possua um engenheiro responsável pelos serviços de blindagem realizados, sem exceção, o que aumentou o nível de qualidade em geral dos serviços realizados. Além disso, a partir de então, um único padrão de níveis de blindagem, do americano NIJ – National Institute of Justice, passou a valer no Brasil, ou seja, os níveis de blindagem, de I até VI, passaram a ser padronizados e passaram a valer para a todas as blindadoras brasileiras. Antes disso era uma confusão, cada blindadora adotava um padrão diferente.


É recomendável que o cliente agende uma visita de pelo menos uma hora à empresa blindadora, antes da assinatura do contrato para a prestação do serviço de blindagem, para conhecer de perto os processos de blindagem.


RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS

Mais até que um automóvel não blindado, o automóvel blindado exige que sua manutenção seja mantida rigorosamente em dia. No caso específico dos automóveis blindados, é recomendável que o cidadão de classe média mantenha sempre uma reserva de dinheiro guardada no banco, disponível para ser resgatada no curto prazo, para realizar a manutenção preventiva e corretiva do veículo. É uma forma de assegurar a tranquilidade da família, pois o desgaste das peças de um automóvel blindado é mais acelerado que nos automóveis não blindados, principalmente as molas, os amortecedores, os pneus e os freios.  


De modo geral, os vidros das janelas traseiras de um automóvel blindado são mantidos fixos, embora em alguns casos, por solicitação do cliente, ele pode ser baixado parcialmente, com restrição. Os vidros das janelas dianteiras podem ser baixados até o limite de 80% do total, dependendo do modelo de automóvel. Porém, deve-se evitar ao máximo baixar os vidros, já que é nesses momentos de descuido que o cidadão está mais vulnerável a ataques e, portanto, de nada vai adiantar a blindagem do veículo. Por isso, mantenha a manutenção do ar condicionado do veículo rigorosamente em dia, pois você vai precisar dele em dias quentes.


De modo geral, não é possível abrir o teto solar de um automóvel blindado. Além disso, não é possível realizar uma blindagem parcial do veículo, pois os regulamentos em vigor no Brasil não permitem. A blindagem de automóveis conversíveis é bem complicada, converse com a blindadora antes de comprar um automóvel conversível. Se você não abre mão ou precisa realmente de um carro blindado então provavelmente um carro conversível não seja o mais adequado pra você.


A delaminação é um fenômeno de descolamento entre as lâminas de vidro e de policarbonato da janela do veículo blindado. Quando ela ocorre é necessário levar o automóvel a uma oficina de automóveis blindados para conserto. Além disso, não feche a porta do automóvel com os vidros baixados, pois eles podem trincar ou sair dos trilhos.


Seja inteligente: Não faça alarde de que seu carro é blindado, ou seja, não saia por aí “contando vantagens”, dizendo a todos que seu carro é blindado... A discrição é um fator a mais na sua proteção...


Mantenha os pneus do seu carro com 4 libras a mais de pressão do que o recomendado no manual do proprietário, para compensar o peso a mais do veículo blindado.


Nunca saia por aí dirigindo um carro blindado sem estar protegido pelo cinto de segurança, um impacto frontal ou lateral do seu corpo contra os vidros blindados pode ser fatal, pois esses vidros são muito resistentes. Além disso, nunca esqueça de acionar a trava central elétrica, quando estiver dentro do carro ou quando deixá-lo estacionado, pois a blindagem não terá utilidade se o criminoso simplesmente puxar a maçaneta.


Evite deixar o seu carro blindado em estacionamento sem cobertura durante o dia, pois o calor provocado pelo sol escaldante entre as 10 horas e 15 horas pode prejudicar alguns elementos da blindagem.


VEJA TAMBÉM


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Blindagem
  • Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Kevlar
  • Jaguar Land Rover (divulgação): Imagem
  • Mercedes-Benz (divulgação): Imagem
  • Wikimedia: Imagens

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