FAST FOOD (COMÉRCIO)

FAST FOOD
REFEIÇÃO RÁPIDA
COMIDA RÁPIDA
FRANQUIAS


INTRODUÇÃO

A expressão genérica ou termo genérico fast food é utilizada para se referir a tipos de alimentos preparados rapidamente, para consumo rápido e embalados para viagem, para consumo no local de trabalho ou para consumo em local diferente do local de preparo, inclusive dentro de automóveis, ou preparados e servidos no mesmo local de preparo, dentro de embalagens descartáveis, geralmente pratos, bandejas, copos e marmitas de plástico, de papel alumínio, de alumínio, de isopor e/ou de papel com camada fina de plástico impermeável na parte interna. Essa expressão genérica é utilizada também para se referir a tipos de alimentos pré-preparados e/ou semipreparados para serem armazenados em casa, geralmente em armários de cozinha, geladeira, frigobar ou freezer, para posterior aquecimento e/ou conclusão do preparo no fogão comum, no forno de micro-ondas ou no forno elétrico.


A expressão fast food também é utilizada para se referir ao tipo de alimento que, por uma razão de praticidade, é semipreparado ou semielaborado e embalado para ser servido em aeronaves e embarcações que dispõem de galley, que é um compartimento separado e energizado do veículo, composto por um refrigerador, para conservar o alimento frio enquanto não é consumido, e um forno de micro-ondas ou forno elétrico, para concluir o preparo do alimento ou simplesmente aquecê-lo antes do consumo, neste caso sendo chamado também de refeição rápida.


Os lanches rápidos, incluindo sanduíches (ou sandwiches, em inglês), hambúrgueres (ou hamburgers, em inglês), cachorros-quentes (ou hot-dogs, em inglês), cheeseburgers, batatas fritasfrangos fritos (ou nuggets, em inglês) são os exemplos mais comuns e conhecidos de fast foods, cuja tradução literal para o português é comida rápida. Eles são os grandes responsáveis pela gigantesca popularização da expressão fast food em todo o mundo, principalmente durante o século XX e principalmente em países em que a cultura capitalista americana penetrou mais fortemente, como, por exemplo, na Europa Ocidental, no Canadá, na América Latina, no Japão, na Coreia do Sul e na Austrália, embora as lanchonetes de fast food mais famosas, como McDonalds, Burger King, Pizza Hut, KFC e Subway já tenham chegado há algumas décadas também em outros países de culturas diferentes, como União Soviética / Rússia, China e até no Oriente Médio.


Ah! Antes que eu esqueça: Aquele delicioso café da manhã servido em restaurantes, lanchonetes e bares aqui no Brasil, com o popular pãozinho de queijo e café com leite também pode ser considerado fast food, mas com a diferença de que é servido de manhã, no desjejum.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

A expressão genérica fast food (pronuncia-se fést fúd) é utilizada para se referir a tipos de alimentos padronizados, preparados rapidamente e em grande quantidade, principalmente por meio de máquinas e equipamentos, elétricos ou a gás, seja para consumo rápido no local em que eles são preparados ou para consumo em local diferente do local de preparo, inclusive no local de trabalho ou dentro de automóveis, embarcações, aeronaves em voo ou até ao ar livre, nas calçadas e praças, inclusive, geralmente acondicionados em embalagens descartáveis.


No entanto, é bom ressaltar aqui que com o gigantesco sucesso comercial dos sanduíches, dos hambúrgueres, dos refrigerantes, dos nuggets, dos sucos de frutas, dos cachorros-quentes e das batatas fritas o termo fast food ficou muito mais associado a eles do que associados às refeições rápidas, que, neste caso, podem se referir também ao feijão com arroz nosso de cada dia, desde que seja servido em embalagens descartáveis, para consumo rápido.


Sendo assim, o termo genérico fast food pode ter um significado mais amplo do que apenas aquele singelo hambúrguer servido na lanchonete. Ele pode ser relacionado também com as porções em geral de alimentos quentes servidos em lanchonetes e bares, como, por exemplo, as pizzas e minipizzas, as tortas, os pastéis e até as esfirras e os quibes. Até mesmo os pacotinhos e copos plásticos de macarrão instantâneo, incluindo talharin, espaguete, yakissoba e legumes, semipreparados para consumo, podem ser considerados fast food, bastando apenas acrescentar um pouco de água quente e aguardar alguns minutos para que fique pronto para consumo.


E tem mais: Engana-se quem acha que fast food é “coisa de pobre”, os ricos também consomem sim fast food de vez em quando, quando estão viajando ou quando os compromissos tomam quase todo o tempo da agenda, seja dentro do jatinho, na cozinha do escritório ou no refeitório da empresa mesmo. E acredite, alguns deles até levam a refeição do dia e o suco de frutas para o escritório, dentro de uma marmita e de um copo térmico, para se alimentar na hora do almoço.


O fast food é um símbolo do capitalismo americano, é impossível falar do estilo de vida americano e não falar de fast food, com todas as suas vantagens e desvantagens, como, por exemplo, a praticidade, a simplicidade e o baixo custo, por um lado, e o excesso de gordura, açúcar, sal e calorias, por outro lado.


ORIGEM HISTÓRICA

Não há consenso sobre a origem exata do fast food, pois depende de como se conceitua o termo, com historiadores afirmando que o fast food clássico teve início na Inglaterra, durante a Revolução Industrial, e outros historiadores afirmando que o fast food moderno, como o conhecemos atualmente, teve origem nos Estados Unidos, logo após a Segunda Guerra Mundial, com as primeiras lanchonetes sendo inauguradas a partir das décadas de 1940 e 1950, incluindo o McDonalds, em 1948, na Califórnia; a KFC – Kentucky Fried Chicken, em 1939, em Salt Lake City; o Burger King, em 1954, na Flórida; a Pizza Hut, em 1958, em Wichita; além de outras menos conhecidas ou que fecharam as portas.


O conceito de comida pronta para venda está intimamente ligado aos desenvolvimentos urbanos. No passado, as casas europeias nas cidades emergentes muitas vezes careciam de espaço adequado ou de acessórios adequados para a preparação de alimentos. Além disso, a aquisição de combustível, principalmente madeira, para cozinhar em casa podia custar tanto quanto o produto comprado, o alimento já pronto ou semipreparado. Fritar alimentos em barris de óleo, por exemplo, mostrava-se tão perigoso quanto caro, e os proprietários de imóveis de madeira temiam que o fogão a lenha provocasse um incêndio generalizado, em todo o bairro, já que as casas eram bem próximas umas das outras.


Assim, os habitantes urbanos foram encorajados a comprar carnes pré-preparadas ou amidos, como pão ou macarrão, sempre que possível. Voltando ainda mais no tempo, na Roma Antiga, por exemplo, as cidades tinham bancas de rua, um grande balcão com um receptáculo no meio no qual comidas e bebidas eram servidas, mediante pagamento pelas porções.


Nas cidades da antiguidade romana, grande parte da população urbana vivia em blocos de apartamentos de vários andares, dependendo de vendedores de comida para grande parte da sua refeição. O próprio Fórum serviu como um mercado onde os romanos podiam comprar assados ​​e carnes curadas. No período da manhã, o pão encharcado de vinho era comido como um lanche rápido e legumes cozidos e ensopados mais tarde na popina, um tipo simples de estabelecimento de alimentação.


Na Ásia, os chineses do século XII comiam massa frita, sopas e pães recheados, que ainda existem como salgadinhos contemporâneos. Não muito longe dali, seus contemporâneos do Oriente Médio suplementavam refeições caseiras com leguminosas processadas, amidos comprados e até carnes prontas para consumo.


Durante a Idade Média, grandes áreas urbanas europeias, como Londres e Paris, por exemplo, apoiaram vários fornecedores que vendiam pratos como tortas, pastéis, flans, waffles e wafers (não são, exatamente, a mesma coisa), panquecas e carnes cozidas. Como nas cidades romanas durante a antiguidade, muitos desses estabelecimentos serviam para aqueles que não tinham meios para cozinhar sua própria comida, particularmente os lares solteiros. Ao contrário dos moradores mais ricos da cidade, eles muitas vezes não podiam pagar uma moradia com cozinha e, portanto, dependiam de fast food.


Séculos mais tarde, na época da chamada Grande Depressão, com diversas causas que até hoje são estudadas e debatidas exaustivamente por acadêmicos do mundo todo, iniciada nos Estados Unidos na década de 1920 e que estendeu até a década de 1930, e que se espalhou rapidamente para países alinhados politicamente e economicamente, incluindo América Latina e Europa Ocidental, os cidadãos americanos de classe média e classe baixa sentiram o forte impacto da recessão econômica e muitos deles descobriram o que é passar forme, literalmente, com muitos deles mendigando na rua, literalmente, e muitos deles sendo auxiliados pelas porções de refeições rápidas gratuitas servidas pelos governos Federal, estaduais e municipais e entidades assistenciais, servidas em pratos ali, na rua mesmo.


Foi durante essa época que as primeiras tentativas de criação do fast food moderno tiveram um sucesso moderado ou limitado, num primeiro momento, justamente por causa dessa recessão econômica, até que as primeiras marcas conseguiram se fixar definitivamente no mercado após a Segunda Guerra Mundial, incluindo a White Castle, fundada na década de 1920, com preços em torno de US$ 0,15 por unidade de lanche, o equivalente hoje a cerca de US$ 1,6 por unidade, mas que somente depois da Segunda Guerra Mundial conseguiu deslanchar de vez seu modelo de negócios, e que é, atualmente, uma grande rede americana de fast food, com mais de 370 lanchonetes nos Estados Unidos.


Mais tarde, durante o crescimento econômico americano iniciado após a Segunda Guerra Mundial, já nas décadas de 1940 e 1950, os americanos começaram a gastar mais e comprar mais produtos de consumo e serviços em geral à medida que a economia crescia e uma cultura de consumo de massa florescia. Nesse período, com o aumento da oferta de vagas no mercado de trabalho, parte das mulheres casadas e solteiras começou a trabalhar fora de casa para ajudar no sustento da família, o que ajudou a incrementar a renda familiar, impulsionando assim o consumo de alimentos preparados em restaurantes e lanchonetes, já que o tempo disponível para o preparo de alimentos em casa foi reduzido.


Naquela época, comer fora de casa, que antes era considerado um luxo, tornou-se algo comum e, em seguida, uma necessidade. Homens e mulheres que trabalhavam fora de casa precisavam de um serviço rápido de comida barata, tanto no almoço quanto no jantar, o que deu origem ou impulsionou os serviços de fast food, incluindo as lanchonetes do tipo drive-in, em que os lanches eram servidos para serem consumidos dentro do automóvel ou embalados para serem levados para casa, serviço conhecido atualmente como drive-thru.


Na década de 1960 houve a chegada do forno de micro-ondas aos lares americanos e europeus, um eletrodoméstico muito prático que impulsionou mais ainda o consumo de fast food, até mesmo em casa. Na década de 1970 o mercado de fast food nos Estados Unidos alcançou a marca de 60.000 unidades de lanchonetes instaladas e em pleno funcionamento. Na década de 1980 as grandes redes de fast food americanas chegaram à Austrália, ao Japão e ao Reino Unido. No início da década de 1990 foi a vez da União Soviética / Rússia e da África do Sul experimentarem o legítimo fast food americano, com a abertura das primeiras lanchonetes do McDonalds por lá.


Atualmente, o fast food moderno está passando por adaptações para atender às novas exigências das autoridades reguladoras de vários países, principalmente dos países desenvolvidos. Mais recentemente, com a pandemia por Covid-19, as redes de fast food em geral tiveram que passar por mais uma adaptação, a entrega dos alimentos na casa dos consumidores, que passaram a realizar os pedidos por meio do telefone ou do aplicativo de celular. Na verdade, desde a década de 1980, o serviço de delivery de fast food já existia, por meio de pedidos realizados pelo telefone, mas com a pandemia ele teve um forte crescimento, ainda maior.


O FAST FOOD NO MUNDO

Atualmente, aqui no Brasil, a maioria das lanchonetes de fast food estão localizadas nas avenidas e ruas de bairros movimentados, em aeroportos e dentro de shoppings centers, em praças de alimentação. Atualmente, aqui no Brasil e lá nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, também há lojas de conveniência localizadas dentro da área de muitos postos de abastecimento de combustíveis para automóveis, dentro das cidades ou beirando as rodovias, vendendo todo tipo de fast food que se possa imaginar, desde o hambúrguer, batata frita e porção de torta ou pizza, acompanhado de suco de frutas natural ou refrigerante, até milk shakes, picolés e sorvetes de bola embalados em papel ou plástico.


Aqui no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, muitas dessas lanchonetes também vendem refeições rápidas semipreparadas e semicongeladas e têm fornos de microondas ali mesmo, nas suas instalações, para aquecê-las ou concluir o preparo. Neste caso, as opções vão desde o arroz com feijão nosso de cada dia, típico da mesa dos brasileiros, até o purê de batatas acompanhado de frango frito ou nuggets, a comida típica dos americanos. Além disso, lojas de conveniência localizadas em postos de combustíveis na Austrália vendem alimentos como tortas quentes, sanduíches e barras de chocolate, que são fáceis para o cliente acessar durante a viagem.


Atualmente, a tradicional comida de rua, conhecida também com street food,em inglês, está disponível em todo o mundo, inclusive no Brasil, geralmente através de pequenos e independentes camelôs operando a partir de um carrinho de hambúrguer ou hot-dog, com cobertura, mesa, e sanduicheira portátil, chapa quente e caixa térmica para água, sucos e refrigerantes, além de outros utensílios, funcionando conectada à rede de eletricidade ou acoplada a um minibotijão de gás.


Dependendo do país e da cultura local, vários vendedores de rua podem se especializar em tipos específicos de alimentos característicos de uma determinada tradição cultural ou étnica. Entre os exemplos comuns estão os vendedores de macarrão de rua no Vietnã, os estandes de falafel no Oriente Médio, fornecedores de turo-turo são uma característica da vida cotidiana nas Filipinas. Comumente, os vendedores de rua oferecem uma gama colorida e variada de opções projetadas para cativar rapidamente os transeuntes e atrair o máximo de atenção possível.


Restaurantes do tipo takeaway / take-out (comida para viagem), que utilizam receitas chinesas, japonesas e sul-coreanas, inclusive, são particularmente populares em países ocidentais, como os Estados Unidos e o Reino Unido, por exemplo. Eles normalmente oferecem uma variedade de comida asiática, incluindo chinesa, japonesa e sul-coreana, que normalmente é frita. A maioria das opções inclui algumas formas de macarrão, arroz e/ou carne de frango ou peixe. Em alguns casos, a comida é apresentada no formato self service, ou seja, o cliente escolhe o tamanho da embalagem que deseja comprar e fica livre para preenchê-la com a opção de comida. É comum combinar várias opções de comida e algumas lojas cobram por peso, não por item. Nas grandes cidades, esses restaurantes podem oferecer entrega gratuita no local de consumo, conhecido também como delivery, para atender pedidos por telefone ou aplicativo de celular.


O sushi tem alcançado, nos últimos 30 anos, uma crescente popularidade no mundo ocidental. Uma forma de fast food criada no Japão (onde o bentō é a variedade japonesa de fast food), o sushi é normalmente arroz frio temperado com um vinagre de arroz doce e servido com um pouco de cobertura (muitas vezes peixe), ou, como no tipo mais popular no ocidente, enrolada em nori (porphyra umbilicalis) com recheio. O recheio inclui frequentemente peixe, marisco, frango ou pepino.


As casas de kebab são uma forma de restaurante de fast food dos países que formam o Oriente Médio, especialmente Turquia e Líbano. A carne é raspada de uma churrasqueira e é servida em um pão achatado aquecido com salada e uma escolha de molho. Estes doner kebab ou shawarma são distintos de shish kebabs servidos em varas. Lojas de kebabs também são encontradas em todo o mundo, especialmente na Europa Ocidental, na Nova Zelândia e na Austrália, mas, geralmente, são menos comuns nos Estados Unidos.


Lojas de peixe e batatas fritas são uma forma de fast food popular no Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia. O peixe é batido e depois frito e servido com tiras de batata frita.


Os holandeses têm seus próprios tipos de fast food. Uma refeição de fast food holandesa geralmente consiste de uma porção de batatas fritas (chamadas de friet ou patat) com molho e um produto de carne. O molho mais comum para acompanhar as batatas fritas é o fritessaus. É um substituto de maionese doce, vinagre e baixo teor de gordura que os holandeses ainda assim chamam de "maionese". Outros molhos populares são ketchup ou ketchup temperado ("curry"), molho de amendoim estilo indonésio ("satésaus" ou "pindasaus") ou piccalilli.


Em Portugal, existem algumas variedades de fast food e restaurantes locais especializados neste tipo de cozinha local. Alguns dos alimentos mais populares incluem frango assado, que é um frango grelhado marinado anteriormente com pimenta-malagueta ou piri piri, francesinha, francesinha poveira, espetada (peru ou carne de porco em duas varas) e bifanas (costeletas de porco em um molho específico servido como um sanduíche). Este tipo de comida é também frequentemente servido com batatas fritas, algumas cadeias internacionais começaram a aparecer especializadas em alguns dos típicos fast food portugueses, como o Nando's, por exemplo.


Um exemplo de fast food local na Polônia é o pasztecik szczeciński, uma massa fermentada recheada com carne ou recheio vegetariano, prato típico de fast food da cidade de Szczecin, conhecido em muitas outras cidades do país. Um prato que está na lista polonesa de produtos tradicionais. O primeiro bar que serve 'pasztecik szczeciński, Bar "Pasztecik" fundado em 1969, está localizado na Avenida Wojska Polskiego 46 em Szczecin.


TECNOLOGIA DO FAST FOOD

O fast food comercial moderno é, frequentemente, processado, semipreparado e preparado de maneira industrial e em ritmo industrial, ou seja, de forma padronizada e em larga escala, com ingredientes padrão e métodos padronizados de produção. O objetivo principal dessa padronização e produção em massa é viabilizar um controle de qualidade eficaz, portanto com redução de erros durante o processamento e o preparo, e reduzir os custos de produção. Geralmente, as porções são servidas em caixas de papel, pratos de isopor ou plástico, sacolas de plástico ou papel ou, ainda, em um invólucro de plástico, de uma maneira que favoreça a praticidade, minimize o custo e ajude a manter a higiene durante o transporte e o consumo.


Na maioria das operações de fast food, os itens de cardápio geralmente são feitos a partir de ingredientes processados e preparados em uma instalação de suprimento central e enviados para saídas individuais, onde são reaquecidos, cozidos, fritos ou assados, normalmente por micro-ondas, forno elétrico ou fritadeiras, para serem montados em pouco tempo, para atender o consumidor de forma ágil. Esse processo garante um nível consistente de qualidade do produto e é fundamental para poder entregar o pedido rapidamente ao cliente e eliminar os custos de mão de obra típicos das cozinhas industriais dos restaurantes convencionais, que cobram mais caro por um produto mais elaborado, para consumidores mais exigentes e dispostos a pagar mais.


Devido à ênfase comercial na rapidez, padronização, baixo custo e produção em larga escala, os produtos de fast food são frequentemente feitos com ingredientes formulados para alcançar um determinado sabor ou consistência e para preservar a frescura. O nível de qualidade, de higiene, de organização e de sabor agradável dos produtos, servidos em um ambiente tranquilo e acolhedor das grandes redes de fast food é comparável ao nível dos restaurantes convencionais, mas a principal diferença entre ambos é que, além da ênfase em qualidade, as grandes redes de fast food dão ênfase à quantidade. As grandes redes de fast food não trabalham apenas com qualidade, elas trabalham também com quantidade.


CONCEITO DE FRANQUIA

A modalidade de franquia, ou franchising, em inglês, é algo comum e tem uma cultura já arraigada no mercado brasileiro. Há quem considere até uma forma de empreendedorismo. Segundo a ABC – Associação Brasileira de Franchising, o país tem mais de 3.000 marcas de franquia estabelecidas, com atuação nos mais diversos segmentos, incluindo fast food, casa e construção, moda, produtos de beleza e higiene, hotelaria e turismo, serviços educacionais, e limpeza e conservação de ambientes.


O contrato de franquia é o documento que legaliza e disciplina a relação entre o franqueador e o franqueado. A franquia é o sistema de comercialização de produtos e/ou prestação de serviços em que a marca e o modelo de gestão, ou seja, o planejamento, a forma de organização e a tecnologia de controle e operação do negócio são colocadas pelo franqueador à disposição do franqueado, mediante o pagamento de royalties. Nesse caso, o franqueado é o comerciante ou prestador de serviço com CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas próprio.


Assim, a empresa franqueadora concede sua marca e sua tecnologia de produção e/ou prestação de serviços e vende seus produtos para o franqueado, que, por sua vez, realiza o trabalho de comercialização e/ou prestação de serviços ao consumidor final.


Entre os exemplos de marcas de franquias bem atuantes no mercado brasileiro estão Boticário e Natura, de produtos de beleza; Bobs, McDonalds, Burger King, Pizza Hut, Giraffas, Habibs e Subway, de fast food; Farmais, rede de farmácias; Cacau Show, de chocolates; Correios, de transporte e entrega de cartas e encomendas; Colchões Ortobom, de lojas de colchões; AM PM, de lojas de conveniência em postos de combustíveis; Kumon e Anglo, de escolas privadas de auxílio de aprendizado básico e línguas; Jet Oil e High Torque, de serviços automotivos; Wizard, Fisk e CCAA, de línguas estrangeiras; CVC e LATAM Travel, de agências de turismo; Localiza e Movida, de locação de automóveis; Óticas Diniz, de lojas de óculos e relógios; Sevilha Contabilidade, de serviços contábeis; e Blue Sol, de venda e instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica; dentre outros.


MERCADO

A chamada indústria brasileira de alimentos, conhecida também como indústria alimentícia brasileira, compreende as empresas envolvidas nas etapas produtivas de processamento de alimentos em geral, incluindo a agroindústria, a indústria de alimentos propriamente dita e as empresas fabricantes de embalagens para alimentos. É um segmento gigantesco da economia brasileira, com mais de 37.000 empresas, responsáveis por processar cerca de 60% dos alimentos produzidos no Brasil pela agricultura e pecuária, gerar mais de 10% do PIB – Produto Interno Bruto do Brasil e gerar cerca de 1.700.000 empregos diretos e formais.


O Brasil é o 2ª maior exportador mundial de alimentos industrializados, considerando volume e peso, principalmente suco de laranja concentrado, açúcar, carne bovina e carne de frango, café solúvel, óleo de soja, bombons e doces. Em 2020, por exemplo, o Brasil exportou US$ 38 bilhões em alimentos industrializados ou semi-industrializados para 190 países, principalmente para a Ásia, incluindo China e Rússia, para a Europa Ocidental e para o Oriente Médio, correspondendo a cerca de 18% das exportações totais brasileiras.


No entanto, o segmento de produção e comercialização de fast food no Brasil, que inclui parte da indústria alimentícia e parte do setor de prestação de serviços, este conhecido também como food service, está focado no atendimento do mercado interno de fast food, que é muito grande. As principais redes ou marcas de fast food estabelecidas no Brasil são McDonalds, Bobs, Pizza Hut / Taco Bell / KFC, Giraffas, Subway, Habibs e Burger King / Popeye, mas esse mercado é muito fragmentado, com milhares de redes menores e menos conhecidas de fast foods espalhadas pelo país, competindo com as grandes redes.


Mais de 370 marcas de franquia de lanchonetes de fast food estão estabelecidas no Brasil, com mais de 13.700 lanchonetes, próprias e franqueadas, incluindo algumas marcas de origem brasileira, como Bobs, Giraffas e Habibs, por exemplo. Somando os números de todo o setor de fast food servido por meio de grandes e médias redes, são mais de R$ 100 bilhões de reais por ano de faturamento (pré-pandemia), o principal mercado da América Latina. Por exemplo, o McDonalds chegou ao Brasil em 1980 e, ano após ano teve aumento de receita, alcançando receita bruta de mais de US$ 1 bilhão por ano no Brasil, antes da pandemia.


As principais redes de fast food estabelecidas no Brasil são:

  • Subway, com mais de 2.200 lanchonetes (pré-pandemia);
  • Bobs, com mais de 1.000 lanchonetes (pré-pandemia);
  • McDonalds / McCafé, com mais de 1.000 lanchonetes (pré-pandemia);
  • Burger King / Popeye, com mais de 850 lanchonetes (pré-pandemia);
  • Giraffas, com mais de 400 lanchonetes (pré-pandemia);
  • Habibs, com mais de 540 lanchontes (pré-pandemia);
  • KFC / Pizza Hut / Taco Bell, com mais de 240 lanchonetes (pré-pandemia);


Em outros países, o setor de fast food também é gigantesco. Nos Estados Unidos, por exemplo, são mais de 250.000 lanchonetes de fast food de grandes e médias redes. Em nível mundial, as maiores redes de fast food são a Subway, com mais de 41.000 lanchonetes, a maioria franqueada, e o McDonalds, com mais de 38.000 unidades, principalmente franqueadas.


Nos Estados Unidos estão localizadas as sedes das maiores redes de lanchonetes de fast food do mundo, com filiais e franquias localizadas em mais de 100 países. Aproximadamente 4.700.000 trabalhadores dos Estados Unidos estão empregados nas áreas de preparação de alimentos e serviços de alimentação, principalmente fast food.


Essas grandes redes de fast food estão de adaptando ou se adequando a um ambiente regulatório mais rígido, principalmente em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, países da Europa Ocidental, Austrália, Japão e Coreia do Sul, incluindo a redução do teor de gordura, sal, açúcar e calorias nas receitas dos produtos servidos. Entre os exemplos de novas técnicas de produção estão a preparação de batatinhas fritas com menos calorias, sanduíches e hambúrgueres com queijo sem lactose, hambúrguer vegetariano e lanches com recheios de legumes. Além disso, as grandes redes estão sendo pressionadas a reduzir a utilização de plásticos descartáveis e isopores descartáveis nas suas embalagens de fast food, por causa da poluição, e, na medida do possível, a sua substituição pelo papel, que é biodegradável.


Além disso, parte dessas redes passou, por iniciativa própria, a servir diariamente saladas de verduras e saladas de frutas, purê de batata, creme de milho, nozes e castanhas, iogurtes, mousses e até frango grelhado, seja como entrada, prato principal ou sobremesa. Aqui no Brasil, algumas redes estão servindo até arroz com feijão. Na prática, uma parte das redes de fast food está quase competindo com os restaurantes convencionais pela preferência do consumidor de médio e alto poder aquisitivo, mais esclarecido e de paladar mais refinado, graças à variedade e até o refinamento das opções de alimentação.


Nos Estados Unidos, o órgão regulador do setor de alimentos e remédios, a FDA – Food and Drug Administration, equivalente à Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil,  passou a exigir que as redes de fast food em geral mantenham em destaque em cada uma das lanchonetes, em posição facilmente visível pelo consumidor, uma tabela com a relação dos lanches servidos em cada estabelecimento e o número de calorias de cada um deles.   


Como não poderia deixar de ser, os Estados Unidos são o maior mercado mundial de fast food, os consumidores gastaram mais de US$ 160 bilhões anuais em fast food na década de 2010, um salto gigantesco em relação aos US$ 6 bilhões gastos anualmente na década de 1970, por exemplo.


Em contraste com o resto do mundo, os cidadãos americanos gastam uma porcentagem muito menor de sua renda em alimentos, já que a renda do trabalhador americano, numa comparação em dólar, é, relativamente, muito maior que em países do terceiro mundo. Além disso, uma parte dos principais ingredientes utilizados nas receitas de fast food custa menos nos Estados Unidos que em outros países, pois o Governo Americano há décadas subsidia fortemente a sua agricultura e pecuária, principalmente a produção agrícola de milho, soja e carne bovina.


A POLÊMICA

As cadeias de fast food têm sido criticadas com frequência por nutricionistas, ambientalistas, ativistas vegetarianos, biólogos e até sociólogos. Segundo eles, o fast food é um dos principais culpados pela obesidade em humanos; pela pressão econômica e política do agronegócio (principalmente da pecuária) sobre as áreas naturais de preservação ambiental; pela crueldade contra animais em geral, principalmente gado bovino; pela produção de lixo não biodegradável, que polui os oceanos, inclusive; casos de exploração de trabalhadores, uma parte deles até em situação análoga à escravidão; e até de uma suposta degradação cultural por meio de mudanças nos padrões alimentares das pessoas, provocando desinteresse pelos alimentos tradicionais.


Em 2014, a OMS - Organização Mundial de Saúde publicou um estudo que afirma que o chamado mercado de alimentos desregulados é, em grande parte, culpado pela crise da obesidade em várias partes do mundo e sugeriram regulamentações mais rigorosas para reverter a tendência. Por exemplo, na década de 1950 cerca de 13% dos americanos eram obesos e na década de 1990 a porcentagem já estava em cerca de 23% do total, incluindo crianças e adolescentes. Em nível mundial, a obesidade aumentou de 5%, na década de 1970, para 15%, na década de 2010, principalmente em países desenvolvidos e em desenvolvimento.


Para combater as críticas, as grandes redes de lanchonetes de fast food se defendem afirmando que exigem que os fornecedores de carnes respeitem padrões aceitáveis de produção, afirmando que não contratam mão de obra infantil ou adulta análoga à escravidão e afirmando que estão se adaptando a um ambiente regulador mais exigente. Elas estão começando a oferecer itens de menu mais saudáveis, inclusive em embalagens mais ecológicas, biodegradáveis, inclusive.


Uma pessoa normal, com 1,8 metro de altura e 60 kg, precisa consumir diariamente 2.500 calorias para manter-se saudável. No entanto, trabalhadores braçais e esportistas precisam consumir mais de 2.500 calorias. Um combo padrão servido em uma lanchonete de fast food, composto por um hambúrguer ou sanduíche de tamanho médio, uma porção de batatas fritas e um copo médio de refrigerante não dietético possui essas 2.500 calorias, o que significa que, se o consumo de fast food se tornar um hábito diário, para se manter em forma essa mesma pessoa normal e não braçal terá que praticar exercícios físicos diariamente para queimar as calorias excedentes consumidas durante o dia, caso contrário certamente se tornará obeso, engordará. Outra solução é consumir fast food apenas eventualmente, de vez em quando.


RECOMENDAÇÕES E DICAS

Pra nós, aqui no Brasil, nada substitui o consumo regular ou diário de arroz com feijão. E isso é bom, pois, segundo os nutricionistas, trata-se de uma das combinações mais adequadas para o consumo frequente, diário ou regular. Ambos formam uma combinação insuperável, como se fosse uma dupla dinâmica, quase perfeita para uma dieta equilibrada, com um complementando o outro, bastando apenas que o consumidor fique atento quanto à quantidade total, medida em peso, e à proporção consumida diariamente.


O arroz é um cereal rico em carboidratos, vitamina B, sais minerais, aminoácidos sulfurados e fibras e o feijão é uma leguminosa rica em proteínas, vitamina B, fibras, aminoácidos essenciais e sais minerais, como o potássio, o ferro, o fósforo, o cálcio, o cobre e o zinco. Ambos, juntos, formam uma combinação que supre o organismo humano da maioria dos nutrientes necessários e, além disso, o arroz ajuda a manter o funcionamento regular do intestino.


Por isso recomenda-se que a quantidade de arroz no prato seja pelo menos o triplo da quantidade de feijão, já que uma pequena dose diária de feijão já é suficiente para suprir o organismo dos nutrientes necessários. Além disso, não esqueça de acrescentar ao seu cardápio diário as saladas de legumes. Modere o consumo de carnes vermelhas. Na medida do possível, dê preferência às carnes brancas de frango e de peixes, pois são mais saudáveis. Consulte seu nutricionista para mais detalhes, pois cada organismo humano tem necessidades diferentes de consumo diário de calorias.


A conclusão mais óbvia então é que o fast food não deve se tornar um hábito diário. Ele deve ser uma eventualidade, ou seja, para ser consumido de vez em quando. Ele deve se tornar um prazer eventual ou deve ser encarado com uma necessidade eventual na vida do consumidor, uma opção diferente de consumo de alimentos, para sair da rotina diária ou fugir da mesmice do dia a dia, ou uma necessidade de alimentação rápida e barata em um dia agitado, com agenda cheia.


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fast_food
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sandu%C3%ADche
  • Wikipédia: https://en.wikipedia.org/wiki/Hamburger
  • McDonalds (divulgação): Imagem
  • Pizza Hut (divulgação): Imagem
  • Subway (divulgação): Imagem
  • Giraffas (divulgação): Imagem
  • Habibs (divulgação): Imagem

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AGRICULTURA E PECUÁRIA

MASSEY FERGUSON MF 265

MASSEY FERGUSON MF 290

MASSEY FERGUSON MF 275

TRATOR FORD 6600 (AGROPECUÁRIA)