COORDENADAS GEOGRÁFICAS

ESPAÇO GEOGRÁFICO
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
CARTAS GEOGRÁFICAS
MAPAS
LONGITUDE E LATITUDE
MERIDIANOS
PARALELOS
CARTOGRAFIA


INTRODUÇÃO

As coordenadas geográficas são pontos de localização espaciais e imaginários na superfície do globo terrestre, definidos pela intersecção de linhas geográficas também imaginárias, longitudinais e transversais em relação ao eixo de rotação da Terra. As linhas longitudinais, ou seja, aquelas que passam pelo Polo Norte e Polo Sul, são denominadas meridianos e têm como referência o Meridiano de Greenwich, que, por sua vez, passa pela Inglaterra. As linhas transversais, ou seja, aquelas que passam simultaneamente pelo Ocidente e pelo Oriente do planeta, são denominadas paralelos e têm como referência a Linha do Equador, que, por sua vez, passa pelo Equador, pelo Brasil, pela República Democrática do Congo e pela Indonésia.


Os pontos de localização, conhecidos também como pontos de referência, são identificados em graus e suas subdivisões são identificadas em minutos e segundos, que são as medidas do afastamento do ponto em relação às suas respectivas linhas de referência, o Meridiano de Greenwich e a Linha do Equador. Essa rede de linhas imaginárias, através de suas intersecções (encontros), permite localizar com precisão qualquer local na superfície do globo terrestre. A identificação dos pontos é dada por uma longitude (leste ou oeste, dependendo da localização em relação ao Meridiano de Greenwich) e uma latitude (norte ou sul, dependendo da localização em relação à Linha do Equador).


Esse sistema foi criado a partir das teorias dos antigos babilônios, expandido pelo pensador e geógrafo grego Ptolomeu, nas quais um círculo completo é dividido em 360 graus (360°).


As coordenadas geográficas são absolutamente fundamentais para a precisão da navegação aérea, para a precisão da navegação marítima e para o turismo ecológico. Atualmente, elas são fundamentais também para a precisão do georreferenciamento, que, por sua vez, é absolutamente fundamental para a agricultura de precisão; para o planejamento urbano, incluindo a divisão e o cadastramento de terrenos urbanos, com a consequente escrituração de imóveis, por exemplo; para os estudos topográficos em geral, tanto urbanos quanto rurais; para cadastramento rural de propriedades, inclusive para uso em cartórios, em escrituras de propriedade; e para a aviação agrícola; para o planejamento de obras de infraestrutura em geral, incluindo a construção de rodovias, portos e aeroportos; dentre outros serviços e atividades.


BASE TEÓRICA

No contexto de Geografia, o conceito de lugar está relacionado com os espaços sobre a superfície terrestre que são familiares aos seres humanos, que fazem parte da vida dos humanos. O conjunto de lugares ou a combinação de lugares dá origem ao conceito de espaço geográfico, portanto de natureza mais ampla, abrangendo regiões específicas no planeta Terra, como, por exemplo, municípios, microrregiões, estados, províncias, biomas, vales, parques naturais e ecossistemas. Já a paisagem é a visão panorâmica que nós, humanos, tempos ao observar de forma contemplativa o espaço geográfico em que estamos.


O chamado espaço geográfico é qualquer região ou fração de espaço do planeta. Conceitualmente, ele pode ser dividido em três subespaços, a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera. A litosfera é a parte estrutural do planeta formada por terra e rochas. A hidrosfera é a parte formada por oceanos, mares, golfos, represas, rios, riachos, lagos e lagoas. A atmosfera é a parte do planeta formada pelo ar atmosférico, não apenas o ar respirável, mas também a camada mais alta de ar da atmosfera, com o ar mais rarefeito. A combinação da litosfera com a hidrosfera e a atmosfera constitui a chamada biosfera, ou seja, o espaço geográfico em que é possível a manutenção da vida, não necessariamente da vida inteligente.


Didaticamente, o espaço geográfico pode ser entendido também como o espaço natural modificado permanentemente pelo homem por meio de seu trabalho e das técnicas por ele utilizadas, ou seja, o espaço geográfico é o espaço natural que passou por divisões territoriais por meio de linhas de fronteiras, naturais, como, por exemplo, rios, e artificiais, como, por exemplo, muros e/ou cercas.


Para a geografia física o espaço geográfico é o espaço concreto ou físico inserido na interface litosfera-hidrosfera-atmosfera. É o espaço de todos os seres vivos, não só o espaço do homem, mas também o espaço ocupado pelos animais e vegetais, também conhecido como bioma. Segundo a ciência, o espaço geográfico foi formado muito lentamente a partir de 4,5 bilhões de anos atrás, quando se iniciou a formação do planeta Terra, principalmente de sua litosfera ou crosta, de sua hidrosfera e de sua atmosfera.


De lá para cá houve mudanças profundas na sua estrutura, composição química e na paisagem geográfica. Os oceanos apareceram, o oxigênio atmosférico se tornou abundante, principalmente devido o papel das algas marinhas e das plantas continentais ou superiores. Quando o homem surgiu na face do planeta Terra, o espaço geográfico já estava formado, embora ainda, obviamente, sem suas divisões territoriais. Com o passar do tempo a humanidade começou a modificá-lo através da tecnologia, incluindo estradas, cidades e áreas agrícolas e pecuárias. Hoje as paisagens geográficas estão bastante modificadas, mas a natureza continua determinando tudo ou quase tudo. Só o fato do homem precisar respirar, por exemplo, é um fator determinante para que se respeite os limites da natureza.


As paisagens mudam porque precisam incorporar a infraestrutura humana, implantada pelo ser humano, a partir de suas descobertas científicas e, consequente, desenvolvimento tecnológico. É partindo da ciência e, consequentemente, da tecnologia que a infraestrutura é construída pelo ser humano. Algumas dessas tecnologias são incorporados a nossa rotina sem maiores implicações, como o telefone celular, por exemplo. Outras tecnologias exigem implantação de novos arranjos espaciais que facilitem o seu uso pelas pessoas, no dia a dia, como, por exemplo, as instalações usadas pela agroindústria só podem ser acessadas por meio de estradas rurais e/ou rodovias pavimentadas, o que causa alguma modificação visível em segmentos específicos do espaço geográfico.


Nem sempre, porém, há essa mudança visível do espaço geográfico. Em certas paisagens geográficas, existem elementos culturais que pertencem a épocas diferentes da atual. Esses elementos, como as cidades antigas, por exemplo, foram preservados como memória de outro tempo, de outro modo como as pessoas organizavam a vida em sociedade.


Os fenômenos naturais, como, por exemplo, os terremotos, as inundações e os deslizamentos de terra também causam modificações na aparência do espaço geográfico.


O espaço geográfico não pode ser inteiramente modificado para estruturas artificiais. Por exemplo, não é possível construir um mundo em que os continentes sejam totalmente ocupados por construções urbanas e instalações industriais, pois a natureza precisa de um espaço reservado para que desempenhe seu papel crucial de fornecer os recursos naturais consumidos pelo ser humano. As necessidades vitais do ser humano, como, por exemplo, a luz solar, os alimentos vegetais, a água e o oxigênio respirável, são obtidos a partir dos processos naturais, como a emissão e recepção da luz solar, que, por sua vez, dá origem ao fenômeno da fotossíntese, para desenvolvimento dos vegetais, e, por consequência, a evapotranspiração das plantas, que dão origem às chuvas para reabastecimento dos mananciais.


LOCALIZAÇÃO

A chamada localização absoluta significa localizar um lugar específico na superfície continental (terrestre ou seca) e marítima usando as coordenadas geográficas, compostas por pelo menos duas indicações geográficas, cada uma composta de uma letra e de pelo menos um número, geralmente três dezenas lado a lado, utilizando como base os elementos de referência da rede cartográfica ou geográfica de indicação no mapa geográfico.


Por isso, o uso exclusivo dos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste) como guia, nas navegações aérea e marítima e no turismo ecológico, por exemplo, não permitem localizar com exatidão um ponto na superfície terrestre (uma cidade, por exemplo) porque é um instrumento para trabalhar em pequenas distâncias num plano de duas dimensões, sem considerar variáveis sutis, como, por exemplo, o vento lateral, a direção das correntes marítimas e os pequenos desvios de trajeto inadvertidos em área florestal, neste caso com poucos ou nenhum ponto de referência de superfície.


Em Geografia, a direção a seguir, partindo de um determinado ponto geográfico, precisa estar baseada nos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais:

  • Cardeais: Norte (N), Sul (S), Leste (L) e Oeste (O);
  • Colaterais: Nordeste (NE), Sudeste (SE), Sudoeste (SO) e Noroeste (NO);
  • Subcolaterais: Norte-noroeste (NNE), Leste-nordeste (LNE), Leste-sudeste (LSE), Sul-sudeste (SSE), Norte-Noroeste (NNO), Oeste-noroeste (ONO), Oeste-sudoeste (OSO) e Sul-sudoeste (SSO);


AS COORDENADAS

As coordenadas geográficas, também conhecidas como coordenadas terrestres, são estabelecidas por linhas imaginárias sobre a superfície terrestre e marítima do planeta Terra, os paralelos e meridianos. O cruzamento entre um paralelo e um meridiano de um lugar dará a sua localização exata na superfície terrestre, em relação a outros lugares. A latitude é a distância, medida em graus, de qualquer lugar da superfície terrestre até a Linha do Equador, enquanto a longitude é a distância, também medida em graus, de qualquer lugar da superfície terrestre até o Meridiano de Greenwich.


O sistema de mapeamento da Terra por meio de coordenadas geográficas expressa posições sobre as superfícies continental e marítima no planeta mediante duas coordenadas do sistema esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da Terra. As coordenadas geográficas baseiam-se em diversas linhas imaginárias horizontais e verticais (do ponto de vista do observador do mapa ou da carta) traçadas sobre o globo terrestre:

  • Os paralelos são linhas paralelas à Linha do Equador, que circundam a Terra. A própria Linha do Equador é um paralelo. A Linha do Equador divide o planeta Terra em dois hemisférios, o hemisfério norte e o hemisfério sul;
  • Os meridianos são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° que ligam o Polo Norte e o Polo Sul e cruzam com todos os paralelos. Cada meridiano possui o seu antimeridiano, isto é, um meridiano no lado oposto do globo terrestre que, junto com ele, forma uma circunferência do planeta. Todos os meridianos têm o mesmo tamanho. Convencionou-se que o meridiano de Greenwich (pronuncia-se Grínuitch), que passa pelos arredores da cidade de Londres, na Inglaterra, é o meridiano principal. O Meridiano de Greenwich e o seu antimeridiano correspondente divide o planeta Terra em hemisfério ocidental, onde está o Brasil, por exemplo, à esquerda do mapa, e hemisfério oriental, onde está o Japão, por exemplo, à direita do mapa.


A partir dos paralelos e meridianos, estabeleceram-se as coordenadas geográficas, que são medidas em graus, minutos e segundos, para localizar qualquer ponto da superfície terrestre.


O sistema de coordenadas geográficas é utilizado para localizar pontos específicos na superfície terrestre. Por exemplo, a Usina Hidrelétrica de Itaipu, uma superestrutura de geração de energia elétrica localizada no município de Foz do Iguaçu, por sua vez um famoso destino turístico localizado no estado do Paraná, aqui no Brasil, possui as coordenadas geográficas 25º 24’ 28” S e 54º 35’ 24” O, ou seja, 25 graus, 24 minutos e 28 segundos Sul e 54 graus, 35 minutos e 24 segundos Oeste. Em inglês, as mesmas coordenadas são escritas da seguinte forma 25º 24’ 28” S e 54º 35’ 24” W, em que o S significa South, traduzindo Sul, e o W significa West, traduzindo Oeste.


Existem pelo menos quatro modos de designar uma localização exata para qualquer ponto na superfície continental ou marítima do globo terrestre. Nos principais sistemas de localização, o globo terrestre é dividido em latitudes, “pra cima ou pra baixo” do mapa, que vão de 0 a 90 graus, Norte ou Sul, e longitudes, “pra esquerda ou pra direita” do mapa, que vão de 0 a 180 graus, Leste ou Oeste. Para efeitos práticos, usam-se as siglas internacionais para os pontos cardeais:

  • N = Norte / North
  • S = Sul / South
  • E ou L = Leste / East
  • O ou W=Oeste / West


Para as longitudes, o valor de cada unidade é bem definido, pois a metade do planeta Terra tem 20.003 quilômetros de superfície, portanto dividindo este último por 180, entende-se que um grau (°) equivale a 111 quilômetros. Dividindo um grau por 60, entende-se que um minuto (') equivale a 1.852 metros, valor praticamente idêntico ao da milha náutica, uma medida britânica e americana de comprimento e distância ainda usada universalmente na navegação marítima e aérea. Dividindo um minuto por 60, tem-se que um segundo (") equivale a 30,87 metros, por sua vez o equivalente a 100 pés, sendo que o pé é uma medida imperial ainda usada nos Estados Unidos e na Inglaterra, equivalente a 30 centímetros.


Para as latitudes, há um valor específico para cada posição, que aumenta de 0, na Linha do Equador, até 90º, sobre os pólos geográficos do planeta. Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que, por sua vez, se subdividem, cada um, em 60 segundos.


A CARTOGRAFIA

A cartografia é a ciência, a técnica e a arte de representar o espaço geográfico por meio de mapas e cartas geográficas, com as dimensões e/ou relevos da superfície continental e marítima do planeta Terra, incluindo o uso da topografia e da geodésia para alcançar a precisão dos dados apresentados. Segundo a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, ela é a técnica e arte de compor cartas geográficas ou mapas de qualquer natureza.


Ela é a atividade que se apresenta como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações, anotações e cálculos sobre as dimensões e relevos da superfície continental e marítima do planeta Terra, resulta na elaboração de cartas geográficas e mapas, bem como as técnicas relacionadas à sua utilização.


A palavra cartografia foi introduzida pelo historiador português Manuel Francisco Carvalhosa, 2º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8 de dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser internacionalmente consagrada pelo uso.


A cartografia encontra-se no curso de uma longa e profunda revolução, iniciada em meados do século XX, e certamente a mais importante depois do seu renascimento, que ocorreu nos séculos XV e XVI. A introdução da fotografia aérea, conhecida também como aerofotogrametria; o surgimento da detecção remota, conhecida também como sensoriamento remoto; o avanço tecnológico relacionado aos sistemas de orientação por satélite, como o GPS - Global Positioning System, por exemplo; o surgimento dos métodos de gravação e impressão sobre papel; e o surgimento e popularização dos computadores, com a consequente apresentação dos mapas e cartas sobre telas eletrônicas; vieram alterar profundamente a forma como os dados geográficos são adquiridos, processados e representados, bem como o modo como os interpretamos e exploramos.


Já a cartografia matemática é o ramo da cartografia que trata dos aspectos matemáticos ligados à concepção e construção dos mapas e cartas, isto é, das projeções cartográficas. Foi desenvolvida a partir do final do século XVII, sobretudo por Johann Heinrich Lambert e Joseph Louis Lagrange, mas foram especialmente relevantes, durante o século XIX, as contribuições dos matemáticos Carl Friedrich Gauss e Nicolas Auguste Tissot.


A cartometria é o ramo da cartografia que trata das medições efetuadas sobre mapas, designadamente a medição de ângulos e direções, distâncias, áreas, volumes e contagem de número de objetos.


RUDIMENTOS

Antigamente, a cerca de 4.500 anos atrás, os nossos antepassados acreditavam que o planeta Terra simplesmente "flutuava" sobre a água. Eles acreditavam que o planeta era uma gigantesca placa de rocha mais ou menos "plana" (não côncava e não convexa), reta e larga, bem abrangente, de forma análoga a uma panqueca. Eles não tinham a menor noção, não imaginavam, não tinham a menor ideia, nem supunham, de que o planeta Terra era, na verdade, um imenso aglomerado esférico de rocha, terra e/ou areia, magma, água e metais suspenso no espaço, ou seja, no vácuo, em uma órbita estável do Sol.


A mais antiga representação do planeta Terra foi encontrada por arqueólogos na antiga Mesopotâmia, onde hoje está localizado o Iraque, no Oriente Médio, um objeto de pequenas dimensões formado a partir de argila secada e queimada, para endurecê-la, na superfície do qual estão gravados os desenhos de parte do Oriente Médio, com os rios Tigre e Eufrates, que desaguam no Golfo Pérsico.


Mas foram os gregos antigos que introduziram as primeiras noções de matemática aplicadas na confecção de mapas que eles acreditavam ser uma representação do planeta Terra, obviamente ainda sendo, na prática, uma fração do planeta, pois na época não passava pela cabeça deles a existência das Américas, um continente desconhecido das civilizações europeias na época.


Muito tempo depois, a partir do Século XV d.C., houve o início das chamadas Grandes Navegações, principalmente por países europeus, como Inglaterra, França, Espanha, Holanda e, é claro, Portugal, utilizando novas tecnologias para a época, como, por exemplo, as caravelas (navios de madeira), a bússola e o astrolábio. Como resultado, houve a “descoberta” e colonização da América do Norte, onde hoje estão localizados Estados Unidos, México e Canadá, pelos ingleses, franceses e espanhóis, e a “descoberta” e colonização da América do Sul, América Central e Caribe, pelos espanhóis, portugueses, holandeses e franceses.


Na verdade, para ser mais preciso, não foram descobertas, pois a maior parte dessas regiões já era habitada por seres humanos, principalmente nativos, como índios, astecas, incas e maias, por exemplo.


PRIMEIROS MAPAS

A função principal dos mapas é prover a visualização de dados espaciais sobre a superfície continental (terrestre ou seca, de grandes dimensões) e marítima do planeta Terra e a sua confecção é praticada desde tempos pré-históricos, antes mesmo da invenção da escrita. Os primeiros mapas eram confeccionados a partir de placas secas de argila sumérias e folhas vegetais secas de troncos de árvores, como, por exemplo, os papiros egípcios. Na Grécia antiga, Aristóteles e Hiparco produziram mapas com os primeiros esboços de latitudes e longitudes. Em Roma, Ptolomeu representou a Terra dentro de um círculo.


Durante o Século XV os cartógrafos, ou seja, as pessoas responsáveis por elaborar mapas eram os próprios navegadores e exploradores da época das Grandes Navegações. A partir do Século XVI d.C. surgiram os primeiros formatos de cartas geográficas definidos e elaborados por astrônomos e matemáticos, como, por exemplo, o geógrafo belga Gerhard Mercator Kremer, que elaborou o mapa mundi eurocentrista de projeção cilíndrica chamado Mercador, usado até hoje, embora em versões mais modernas e precisas, é claro.


A partir do Século XX houve um grande e importante avanço na criação, no desenvolvimento e na confecção de mapas cartográficos, graças aos inúmeros avanços tecnológicos da época, que passaram a ser usados como base de dados para os projetos de estradas de leito natural, rodovias pavimentadas, usinas de energia elétrica, linhas de transmissão de eletricidade, cidades, áreas industriais e agroindustriais, portos, aeroportos, ferrovias, estabelecimento de fronteiras entre países, divisas de propriedades rurais, além, é claro, de serem usados intensivamente para a navegação marítima e aérea.


A geomática surgiu no Século XX, segundo a ISO – International Standards Organization ela é o campo de atividades que integra os meios utilizados para a obtenção e gerenciamento de dados espaciais necessários à produção de mapas e cartas geográficas, incluindo os dados obtidos a partir da topografia, da geodésia, da aerofogrametria e do sensoriamento remoto.

 

A fotogrametria ou aerofotogrametria é a técnica de elaborar mapas ou cartas geográficas a partir de fotografias aéreas, inclusive por meio de aparelhos estereocópicos, que, por sua vez, permite a elaboração de representações em três dimensões da superfície do planeta. Entre os tipos de representação aérea estão os mosaicos cartográficos, as montagens de fotografia aérea e as ortofotocartas.

 

O sensoriamento remoto é a tecnologia capaz de obter informações e/ou imagens representativas da superfície do planeta por meio de sensores embarcados em satélites. Essas imagens representam certas características do meio ambiente, inclusive dos biomas, a geomorfologia, a agricultura, a geologia da superfície e os recursos hídricos, dentre outros.

 

MAPAS E CARTAS

De modo geral, na linguagem comum, na linguagem do dia a dia, não se costuma levar em consideração as diferenças sutis entre mapas e cartas geográficas. Aqui no Brasil, a rigor, os mapas e as cartas geográficas são tratados de forma um pouco diferente pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que afirma que a carta geográfica é a representação da superfície, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área específica ou uma região específica, subdividida em folhas com linhas geográficas, como, por exemplo, paralelos e meridianos, com a finalidade de possibilitar a análise detalhada dessa área e a navegação, enquanto o mapa é a representação da superfície delimitada por elementos físicos e governamentais, como, por exemplo, as fronteiras entre municípios, estados e países. De modo geral, os mapas utilizam escalas pequenas, enquanto as cartas são mais detalhadas, utilizam escalas maiores e são usadas, inclusive, para navegação marítima e aérea.


De acordo com as escalas utilizadas, é possível classificar os mapas e as cartas da seguinte forma:

  • Cadastrais, com escalas de 1:500 até 1:10.000, o que significa que cada centímetro do mapa ou carta equivale a 500 até 10.000 centímetros na área real;
  • Topográficos, com escalas de 1:25.000 até 1:250.000, o que significa que cada centímetro do mapa ou carta equivale a 25.000 até 250.000 centímetros na área real;
  • Geográficos, com escalas de 1:500.000 até 1:1.000.000, o que significa que cada centímetro do mapa ou carta equivale a 500.000 até 1.000.000 centímetros na área real;
  • Gerais, com informações sobre temas variados, como, por exemplo, divisão governamental e natural, incluindo os biomas;
  • Temáticos, com abordagem sobre determinados aspectos da geografia do lugar ou da região, como, por exemplo, a topografia, a hidrografia, o clima e a demografia;
  • Especiais, elaborados para atender necessidades específicas de profissionais de diferentes áreas, como, por exemplo, as cartas de navegação marítima e aeronáutica;


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o_geogr%C3%A1fico
  • Fronteiras da Globalização – Geografia Geral – Lúcia Marina – Editora Ática
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coordenadas_geogr%C3%A1ficas
  • Wikimedia: Imagens

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