TEORIAS PSICOLÓGICAS DE FREUD

ID, EGO E SUPEREGO
INCONSCIENTE, CONSCIENTE E PRÉ-CONSCIENTE
TEORIAS PSICOLÓGICAS DE FREUD
TEORIAS PSICANALÍTICAS DE FREUD
INSIGHT E CATARSE


INTRODUÇÃO

As teorias psicológicas ou teorias psicanalíticas do falecido psiquiatra judeu Sigmund Freud é um conjunto de conceitos clássicos e tradicionais que tem o objetivo de levar os profissionais de psicologia e de psiquiatria à compreensão sobre o funcionamento da mente humana em geral, principalmente nos seus aspectos comportamental, sentimental / emocional, instintivo, místico e racional e o consequente tratamento psicológico e/ou psiquiátrico dos pacientes baseado na abordagem dos seus problemas psicológicos e que afetam negativamente o funcionamento regular e normal da mente, causando, inclusive, infelicidade e sofrimento psicológico, como, por exemplo, a depressão, o estresse, a obsessão, a compulsão, a neurose e a ansiedade, dentre outras psicoses e/ou sintomas.


Dentre as teorias mais importantes do falecido psicólogo tcheco e austríaco, de ascendência judaica, está o conceito de existência de três camadas psíquicas ou compartimentos psíquicos, mais ou menos distintas, mais ou menos separadas, que formam a parte psicológica da mente humana, o Id, o Ego e o Superego, mas sem, necessariamente ou obrigatoriamente, alguma relação direta com a formação física, biológica ou orgânica do cérebro, já que o enfoque principal das teorias psicanalíticas são as partes comportamental, sentimental / emocional, mística e racional do ser humano.


Segundo o respeitado neurologista judeu, a mente humana possui três camadas mais ou menos distintas, mais ou menos separadas, o Id, o Ego e o Superego, conhecidos anteriormente como inconsciente ou subconsciente, consciente e pré-consciente, sendo a primeira camada, que, na verdade, é a mais profunda e difícil de lidar, o Id, a região ou compartimento que contém os nossos instintos, sentimentos / emoções e desejos, uma parte deles moralmente positiva e outra parte moralmente negativa, inclusive, que, neste caso, não percebemos, não reconhecemos e/ou não admitimos para os outros e/ou nem para nós mesmos ou temos dificuldade de reconhecer e/ou admitir, e que, às vezes, até nos envergonha, enquanto a segunda, o Ego, tem o papel de gestor ou administrador entre o Id e o Superego, ou seja, tenta conciliar nossos instintos, sentimentos / emoções e desejos com as exigências da nossa família, dos amigos, dos colegas de trabalho, dos professores, da sociedade em geral, das religiões e dos governos ou autoridades, sendo que o Superego é justamente o compartimento onde todas essas exigências externas estão depositadas.


Quando o Ego, conhecido popularmente como consciência, falha em conciliar a camada mais profunda da mente (Id) e a camada de exigência comportamental (Superego) ele “entra em parafuso”, digamos, inclusive com sentimentos de “culpa” em muitos casos, e surgem então os problemas psicológicos que, geralmente, causam dor psíquica (não necessariamente dor de cabeça) e/ou sintomas variados de psicose e/ou de neurose, conhecidos também como sofrimento psíquico, dentre eles a depressão, a tristeza, o desânimo, a apatia, o sentimento ou complexo de inferioridade, a insegurança, o estresse, o pessimismo, a ansiedade, a obsessão, a compulsão, o isolamento voluntário e, em casos extremos, o comportamento suicida.


De modo geral, as teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (pronuncia-se Sígmun Fróid) contribuíram fortemente para o estabelecimento de tratamentos psicológicos mais eficazes para uma variedade de psicoses e neuroses, mas não necessariamente para o tratamento de psicopatias, se é que existe no mundo alguém que tenha conseguido, algum dia, tratar algum psicopata, o que seria quase um milagre...


Apesar de suas limitações, a psicanálise contribuiu para melhorar a qualidade de vida de milhões ou bilhões de pessoas, literalmente, pois parte dos seus conceitos se popularizou de tal forma, inclusive na mídia em geral, inclusive em novelas, filmes, documentários e séries de TV, programas de auditório, programas de entrevistas e conteúdos jornalísticos e/ou informativos, que ajudou muitas pessoas comuns a lidar melhor, de forma mais racional, com seus problemas pessoais, suas paixões, amores, afetos, desejos, sonhos (no sentido literal e no sentido figurado), pensamentos, ilusões (no sentido literal e no sentido figurado), expectativas, frustrações, desapontamentos, ódios, impulsos, instintos, ciúme, sensualidade, prodigalidade, ingenuidade, sentimentos de “culpa”, sentimentos de inferioridade, antipatias ou aversões, preconceitos e intolerâncias em geral.


Por outro lado, as teorias psicanalíticas de Sigmund Freud não são consideradas, nem mesmo entre psicólogos e psiquiatras, uma unanimidade, com muitos deles discordando de uma parte delas ou mostrando alguma relutância em relação ao emprego integral delas no dia a dia de trabalho em consultórios de psicologia.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

A Psicanálise é a análise psicológica dos elementos constitutivos da mente humana ou psique humana, não necessariamente dos elementos constitutivos do cérebro humano, já que estamos falando principalmente da alma do ser humano, ou seja, de comportamentos, sentimentos / emoções, instintos e pensamentos. Ela é um sistema de tratamento de desordens mentais e nervosas baseado na abordagem dos elementos constitutivos da mente humana.


A psicanálise é análoga ao programa do tipo antivírus, ele auxilia o próprio computador a procurar dentro de si, em sua memória, o vírus e eliminá-lo, ou seja, apagá-lo ou deletá-lo. Mas a psicanálise é um pouco diferente, pois não se trata apenas de apagar uma lembrança, pensamento, opinião, preconceito, trauma, equívoco ou ideia, por exemplo. Dentre as funções do psicólogo, no contexto da psicanálise, está a identificação da origem do comportamento inadequado, inconveniente, exagerado, intolerante, tímido, preconceituoso, autodestrutivo ou de autossabotagem, de isolamento ou inibição, de inferioridade, inseguro, ciumento, pessimista, agressivo, doentio ou obsessivo do paciente e expô-la a ele mesmo, de forma objetiva, sem rodeios, mas sem um tom de julgamento ou acusação, de forma a levar o paciente ao insight, ou seja, à compreensão e discernimento e, consequentemente, à cura catártica.


Utilizando uma linguagem simples e popular, para realizar o tratamento de indivíduos que apresentam sintomas de psicoses e neuroses, é necessário “puxar conversa” com o paciente, principalmente por meio de perguntas, e prestar atenção às suas respostas, inclusive ao tom de voz usado pelo paciente, prestar atenção aos detalhes sobre o que ele fala ou “tenta dizer” e, talvez, por vergonha ou por se sentir constrangido, não queira dizer ou não “saiba dizer”, ou seja, perceber o que está “nas entrelinhas” do que ele fala, mesmo que, num primeiro momento, aquilo pareça não ter importância.


E mais ainda, há “pistas” sobre a personalidade e comportamento do paciente até mesmo naquilo que ele “não fala”, porque para ele é um tabu, ou até mesmo em seus atos falhos e suas “piadinhas” com ou sem graça. Por exemplo, o caso de um indivíduo bissexual inconsciente é clássico, mais ou menos comum em consultórios de psicologia, ele costuma fazer “piadinhas” sobre homossexuais, de forma insistente, cansativa e até curiosa para os ouvintes que o cercam, como se fosse uma forma de “autoafirmação” de sua própria masculinidade... É como se ele estivesse “se olhando no espelho” e “aquilo o incomodasse”, ou seja, o mecanismo de projeção, o contrário de identificação...


De modo geral, significa procurar dentro de sua mente, por meio de perguntas, de modo análogo ao ato de “desembaraçar ou desenrolar um novelo de lã que, acidentalmente, caiu no chão e foi alvo de brincadeiras da gatinha”, desejos, sonhos (no sentido literal e no sentido figurado), amores, paixões, ilusões (no sentido literal e no sentido figurado), simpatias, afetos, opiniões, vícios, aversões, sensualidade, prodigalidade, ingenuidade, obsessões, compulsões, ciúmes, invejas, contradições, repulsas, agressividade, preconceitos, frustrações, ódios, desapontamentos, insegurança, pessimismo e intolerâncias, dentre outros, começando pela separação dos elementos constitutivos de sua mente, ou seja, identificar no paciente aquilo que ele realmente quer, o que ele gosta, o que ele aprecia (e que talvez ele nem tenha consciência) e o que ele não quer, não gosta e não aprecia, para, a partir de então, comparar isso com o que a sua família, seus amigos, a sociedade em geral, os professores, a empresa em que trabalha, a sua religião e os governos ou autoridades exigem dele.


Para desempenhar o papel de auxiliador do Ego em seu caminho rumo à “libertação”, o profissional de psicologia precisa saber ouvir o paciente, o que demanda “paciência de Jó” do psicanalista. De modo geral, psicólogos ou psiquiatras que não têm paciência precisam mudar de profissão ou procurar outro emprego... Há um ditado que diz que os psicólogos são pagos para dizer o que os pacientes querem ouvir... Eu diria o seguinte: O psicólogo é pago pelo paciente para dizer ao próprio paciente o que ele precisa ouvir e, às vezes, até o que ele não quer ouvir...


A PSICANÁLISE

A Psicanálise é um importante campo clínico de investigação teórica da mente humana, mais ou menos independente da Psicologia, e a aplicação prática de seus conceitos, criados, desenvolvidos e aplicados inicialmente por Sigmund Freud, um importante psiquiatra, psicólogo e neurologista de origem judaica, que nasceu na Áustria em 1856, se formou em 1881 e faleceu na Inglaterra em 1939, trabalhou no Hospital Geral de Viena e teve contato direto com o neurologista francês Jean-Martin Charcot, que lhe mostrou, por exemplo, o uso da hipnose.


O injustiçado médico e pesquisador Sigmund Freud criou esse método para tornar possível a compreensão e a análise da mente humana de uma forma ou sob um ponto de vista até então não praticado dentro das já tradicionais, na época, Filosofia e Psiquiatria e das então recém criadas Neurologia e Psicologia, inicialmente estabelecendo uma separação mais ou menos clara da mente em três camadas, chamadas inicialmente de inconsciente ou subconsciente, consciente e pré-consciente, posteriormente renomeadas para Id, Ego e Superego, com algumas modificações conceituais ou teóricas ao longo do tempo, principalmente para melhorá-la.


De modo geral e de forma resumida, a Psicanálise consiste em um conjunto de métodos de abordagem, investigação e análise da mente humana, com o consequente tratamento dos pacientes pela aplicação de algumas técnicas, incluindo a técnica da livre associação e da interpretação dos sonhos. Essencialmente, ela é uma teoria mais ou menos padronizada sobre a mente do ser humano, incluindo sua personalidade, um dos procedimentos da psicoterapia, embora um dos mais cansativos, mais caros e de resultado mais demorado. Por esse motivo é muito mais comum a prática da Psicanálise para tratamento de indivíduos das classes média e alta, o que explica, pelo menos em parte, o grau de esclarecimento comportamental maior dessas duas classes.


Embora não seja uma unanimidade entre a comunidade científica, com uma pequena parte dessa comunidade chegando ao ponto de considerá-la uma pseudociência, o que, entre cientistas e acadêmicos, tem quase o significado de “lixo”, a Psicanálise influenciou muitas outras correntes de pensamento e disciplinas das ciências humanas, gerando uma base teórica para uma forma melhorada de compreensão da mente humana, das culturas, das leis e das religiões.


Em linguagem comum, o termo Psicanálise é muitas vezes usado como sinônimo de psicoterapia ou mesmo de Psicologia, mas, na verdade, ela é apenas uma das várias correntes de pensamento da Psicologia, apenas uma das formas ou métodos de psicoterapia, adotada integralmente ou parcialmente por um grande número de psicólogos e psiquiatras em seus consultórios, de forma associada ou não com outras técnicas de psicoterapia.


Basicamente, em linhas gerais e de forma resumida, a Psicanálise é um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro modo de psicoterapia. Ela é um método para o tratamento de distúrbios neuróticos e de psicoses ou doenças mentais, uma coleção de informações psicológicas obtidas ao longo de décadas seguidas de observações empíricas e comparações.


Ainda segundo o seu criador, a Psicanálise surgiu a partir da compreensão da natureza da mente humana e da impotência que até então caracterizava o tratamento médico que levava em consideração apenas os elementos físico-químicos e patológico-anatômicos da mente e do corpo humanos, próprios da Psiquiatria, da Neurologia e de outras disciplinas, e não sabiam o que fazer com o fator mental ou psíquico, ou seja, não podiam entendê-lo, abordá-lo e tratá-lo.


Os primórdios da Psicanálise datam de 1882, quando Sigmund Freud, um médico recém-formado, sem muita credibilidade ainda e até criticado por seus pares, na época, trabalhou na clínica psiquiátrica de Theodor Meynert e, mais tarde, em 1885, com o médico francês Jean-Martin Charcot, um dos fundadores da Neurologia, no Hospital Salpêtrière, em Paris, na França. De fato, ele era um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos.


Ao escutar seus pacientes, Sigmund Freud acreditava que a maioria de seus problemas psicológicos e até profissionais e financeiros se originava do conflito entre suas paixões, amores, afetos, desejos, sonhos (no sentido literal e no sentido figurado), pensamentos, ilusões (no sentido literal e no sentido figurado), expectativas, opiniões, ódios, impulsos, ciúmes, instintos, sensualidade, prodigalidade, ingenuidade, antipatias ou aversões, agressividade, preconceitos e intolerâncias e os padrões de comportamento normalmente aceitos nas famílias e nas sociedades da época, ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconsciente, já que não encontravam aprovação e/ou apoio na família e na sociedade. Notou também que muitos desses desejos eram fantasias de natureza sexual.


O problema é que esses instintos, emoções / sentimentos e/ou desejos quase sempre retornam de uma forma ou de outra forma, muitas vezes de forma distorcida ou por meio de comportamentos incompreensíveis para a sociedade, para a própria família, amigos e colegas de trabalho do indivíduo, o que significa que não basta apenas varrer a sujeira para baixo do tapete, é preciso encontrar uma forma de direcionar “aquele instinto ou desejo” para algo construtivo, algo que a sociedade e a família do indivíduo aprova ou, pelo menos, tolera.


Por exemplo: O rapaz de comportamento mais agressivo pode direcionar sua agressividade para a prática de esportes, como, por exemplo, o boxe ou caratê, em ambientes controlados, com regras claras, de modo que essa agressividade não cause danos reais.


O método básico da psicanálise é, portanto, o manejo da transferência e da resistência. O analisado, numa postura relaxada, geralmente deitado, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente, chamado de método de associação livre. Suas paixões, aspirações, amores, afetos, desejos, sonhos (no sentido literal e no sentido figurado), pensamentos, fantasias, ilusões (no sentido literal e no sentido figurado), angústias, expectativas, opiniões, ódios, impulsos, contradições, ciúmes, estresses, instintos, agressividade, sensualidade, prodigalidade, ingenuidade, obsessões, compulsões, antipatias ou aversões, preconceitos e intolerâncias são de especial interesse na escuta, como também todas as experiências vividas são trabalhadas em análise.


Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade, portanto uma postura de não julgamento, visando a criar um ambiente seguro e amistoso com o paciente, uma relação de confiança com ele. Porém, é preciso deixar bem claro aqui que a Psicanálise não traz nenhuma solução satisfatória para a psicopatia, pois o psicopata não tem sentimento de culpa ou empatia pelo próximo, dentre outros defeitos morais e éticos...


Segundo a Psicanálise, os pacientes podem ser curados tornando conscientes seus pensamentos e motivações inconscientes, obtendo assim o insight, ou seja, o discernimento e a compreensão do real motivo por trás do aparente motivo. Você já ouviu aquela frase: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”? (Blaise Pascal). Outra frase: “Nem tudo é o que parece ser”. Então, é mais ou menos isso que a Psicanálise faz, ela tenta liberar pensamentos, sentimentos ou emoções, impulsos e experiências reprimidas, ou seja, tornar o inconsciente consciente.


A Psicanálise é comumente usada para tratar transtornos de depressão e ansiedade. É somente tendo uma experiência catártica, isto é, cura, que uma pessoa pode ser ajudada e curada. O conceito de Id, Ego e Superego é um dos principais fundamentos da Psicanálise, ou seja, o Id, o Ego e o Superego são os três aspectos da mente que Freud acreditava que fossem as camadas da personalidade de uma pessoa. Isso significa que, por baixo da superfície da nossa personalidade, há uma luta pelo poder, dentro de nós.


ID, EGO E SUPEREGO

O conceito de Id, Ego e Superego foi criado por Sigmund Freud para explicar o funcionamento da mente humana e, a partir daí, encontrar soluções para os problemas psicológicos que, em geral, causam uma variedade de sintomas psicóticos e/ou neuróticos. É um conjunto de ideias estruturadas de forma a tornar possível o entendimento do profissional de Psicologia sobre o funcionamento da mente humana, com a consequente aplicação prática desse conhecimento no sentido da cura do paciente.


Não é um conceito infalível e não é absolutamente preciso, mas é o suficiente para se chegar a uma compreensão sobre o funcionamento da mente humana, lembrando que nenhum ser humano é idêntico a outro ser humano, ou seja, existem pequenas ou grandes variações ou diferenças de personalidade entre um ser humano e outro, o que nos torna únicos em toda a face da Terra, com personalidade e consciência também únicas.


De acordo com esse modelo de psique, o Id é formado por tendências instintivas, volitivas (de desejo), emocionais ou sentimentais mais ou menos descoordenadas ou mais ou menos aleatórias, até um pouco confusas ou contraditórias. Por exemplo, quando tomamos um vinho ou uma cerveja o que acontece? O Id  “se solta”, ele quase “toma conta de nós”, tudo ou quase tudo de bom e/ou de ruim que há no nosso Id “se solta”. Quando estamos dormindo, os sonhos também “tomam conta” de nós, é o Id que está ali, se manifestando, mas neste caso numa forma silenciosa. Já o Ego é o nosso “eu sóbrio”, “intelectualizado”, “inteligente”, organizado e realista; enquanto o Superego desempenha um papel crítico e moralizador, pois, de forma análoga a uma esponja, vai “absorvendo” todos ou a maioria dos conceitos morais, religiosos, legais, educacionais e de “bons costumes” da nossa família, da sociedade em geral, das religiões e dos governos ou autoridades.


O Id, Ego e Superego são funções da mente, não necessariamente partes do cérebro. Eles não correspondem necessariamente e diretamente à estrutura física do cérebro humano.


O ID

Segundo a teoria psicanalítica de Sigmund Freud, o Id é a nossa parte inconsciente que busca sempre ou quase sempre o prazer, busca a satisfação volitiva, física, sentimental ou emocional. Sua ideia do Id explica por que as pessoas agem “assim ou assado” quando não estão de acordo com o Ego ou Superego, inclusive praticando o chamado autoengano que, em muitos casos, leva ao vício, o que não significa necessariamente que o autoengano seja praticado pelo Id, o mais provável é que ele seja praticado pelo Ego e/ou pelo Superego, em um contexto mais complicado e sofisticado, mais difícil de explicar aqui...


O Id é a parte da mente que contém todos os instintos mais básicos e primitivos da humanidade. O também famoso psicólogo suíço Carl Jung o chamava de inconsciente coletivo, dentre outros conceitos usados por ele. Segundo Sigmund Freud, o Id é a parte impulsiva e inconsciente da mente que se baseia no desejo de buscar satisfação imediata. O Id não tem afinidade ou respeito por nenhuma forma de realidade ou consequência, ou seja, ele é indisciplinado, parece não “dar muita bola” para a realidade e parece não se importar com as consequências de seus desejos e instintos.


Isso explica, pelo menos em parte, porque os indivíduos com um grau acentuado de esquizofrenia não se comportam de acordo com a sua realidade, de forma análoga ou que lembra vagamente o comportamento de uma criança indisciplinada, arredia, mal adaptada ou hiperativa. Em ambos os casos, o Id se manifesta muito mais facilmente, embora haja uma diferença crucial, o comportamento esquizofrênico não é normal e o comportamento inconveniente ou inadequado de uma criança é tolerável, até certo ponto, é claro.


O famoso psiquiatra entendeu que há pessoas que são controladas ou “se deixam controlar” pelo Id porque ele faz com que as pessoas se viciem em um comportamento de satisfação desenfreada de suas necessidades de prazer, inclusive com a prática do autoengano, sem qualquer acordo com o que é certo ou errado, moral ou imoral, virtuoso ou viciado. Freud comparou o Id e o Ego a um cavalo e um cavaleiro. O Id é comparado ao cavalo, que é dirigido e controlado pelo Ego ou pelo cavaleiro. Esse exemplo mostra que embora o Id deva ser controlado pelo Ego, eles frequentemente interagem entre si. Já o Superego contém as “regras do jogo”, das “provas de obstáculos” ou da “disputa de velocidade com cavalos”, usando linguagem figurada.


Eu iria até mais longe, diria que o Id é o animal de estimação dentro de nós, o cachorrinho, o gatinho, o cavalo, o macaco, o papagaio, etc. Talvez isso explique porque os humanos, de modo geral, tenham fascínio e afeição por esses animais, não deixa de ser um espelhamento também, um espelhamento diferente, digamos, mas não deixa de ser um espelhamento.


O Id representa uma constante na personalidade humana, pois está sempre ou quase sempre presente, muito mais do que você imagina. Há que diga que quase todas as decisões que nós humanos tomamos no nosso dia a dia, inclusive as mais importantes, profissionais ou pessoais, são, na verdade, fortemente influenciadas pelo Id, só que você não percebe ou tem dificuldade de perceber.


O Id é regido pelo princípio do prazer, o que pode ser bom ou pode ser ruim, o que pode ser virtuoso ou viciado. Grande parte dos problemas da humanidade, sejam eles políticos ou geopolíticos, governamentais, religiosos, pessoais, profissionais e sociais tem origem no Id, mas é um equivoco tratá-lo como o “vilão da história”, pois muita coisa boa também está no Id, como, por exemplo, os sentimentos ou emoções de compaixão, amor, carinho ou afeto, solidariedade, otimismo, empatia, entusiasmo, generosidade, bondade e até mesmo o altruísmo.


Achou exagerado? Pois saiba que, segundo a Psicanálise, grande parte de nossa personalidade e, consequentemente, do nosso comportamento, está no Id ou tem origem nele, na verdade, ou tem relação direta com ele. Nós, humanos, gostamos de acreditar que somos 100% racionais, porque soa “respeitável”, soa “intelectual”, soa “formal”, soa “inteligente”, soa “equilibrado”, soa “maduro”, mas a verdade é que grande parte das nossas motivações são românticas, digamos, são sentimentais ou emocionais, e são instintivas também, às vezes contraditórias.


Não se iluda, um homem heterossexual não vê você apenas como uma companheira fiel e amorosa para toda vida, ele também te vê como uma boa reprodutora, que lhe dará filhos saudáveis. As mulheres têm dificuldade de “encarar” essa realidade, se sentem meio “usadas”, porque, geralmente, são mais “românticas” que os homens. Talvez nem ele perceba muito bem isso dentro dele, pois está no Id, portanto não está tão claro, nem mesmo pra ele.


Não se iluda, a maioria das mulheres heterossexuais é mais prática do que você imagina, antes de “se entregar” para você ela quer ter certeza de que você terá condições de sustentar os filhos da relação conjugal. Isso pode não estar evidente, pois nas sociedades mais conservadoras as mulheres são ensinadas a serem discretas, sutis e submissas aos maridos.


Você duvida? Então veja isso: As estatísticas apontam que nas sociedades democráticas, nos anos de recessão econômica, o número de divórcios aumenta em relação aos anos de crescimento econômico. Por que será, né?


Parece contraditório e irônico tudo isso, né? De um lado os homens reclamam das mulheres e de outro lado as mulheres reclamam dos homens. Mas é assim mesmo, é melhor ir se acostumando com isso. É um “jogo de interesses”, mas isso não está claro, porque as sociedades humanas, principalmente as sociedades influenciadas por religiões de matrizes cristã, judaica e islâmica tornaram isso muito discreto e sutil, quase como um tabu.


Grande parte do que existe de melhor e do que existe de pior no ser humano está no Id ou tem origem nele. Isso explica porque nós, humanos, às vezes somos contraditórios e nem percebemos isso, ou não admitimos isso. Curiosamente e até mesmo ironicamente, o Id é mais egoísta que o Ego e o Superego. O Id não é lógico, nem racional e nem coerente, às vezes ele é contraditório.


No início do desenvolvimento de sua teoria, Sigmund Freud viu a energia sexual como a única fonte de energia para o Id. É claro que ele estava equivocado, ele cometeu um exagero sim, é verdade. Após a Primeira Guerra Mundial, no entanto, Freud sentiu a necessidade de acrescentar outro instinto ao Id, o thanatos, o instinto de morte. Segundo ele, isso explica os instintos ou impulsos violentos da humanidade. Obviamente, o resto da personalidade teria que lidar de alguma forma com esses dois instintos. Ao adicionar thanatos, ele poderia explicar de forma lógica outros comportamentos humanos, mas ainda assim a sua teoria continuava incompleta.


Por exemplo, o instinto materno e/ou paterno, de proteção e de suprimento das necessidades dos filhos, ainda carecia de explicação, além das manifestações místicas, de respeito e temor à Divindade, por exemplo, que ele não conseguiu explicar de forma satisfatória ou adequada. Ele também não conseguiu explicar de forma satisfatória o altruísmo ou solidariedade e a generosidade, o amor ao próximo, não necessariamente aos integrantes de nossa família.


Parece que Carl Jung conseguiu explicar melhor o instinto materno e o temor à Divindade, por meio do conceito de inconsciente coletivo, dentre outros conceitos criados e/ou usados por ele.


O EGO

Segundo a Psicanálise, para que as pessoas mantenham um senso de realidade no mundo, o Ego é responsável por criar um equilíbrio entre o prazer e a dor, entre os deveres e os diretos. É impossível que todos os desejos do Id sejam atendidos porque os recursos da natureza são limitados, portanto há necessidade de economia. O Ego percebe isso e então tenta encontrar um meio termo entre o Id, ou seja, os desejos e instintos, e o Superego, ou seja, as “regras do jogo”.


Embora o Ego não saiba, a princípio, a diferença entre o certo e o errado, já que essa é uma função específica do Superego, ele está ciente de que nem todos os impulsos podem ser atendidos em um determinado momento. O princípio de realidade é o que o Ego opera para ajudar a satisfazer as demandas do Id, bem como se comprometer a agir de acordo com a realidade. O Ego leva em consideração os ideais éticos, morais, religiosos e culturais para equilibrar os desejos originados no Id. O Ego tem a função de autopreservação e de autocontrole, por isso tem a capacidade de controlar (ou pelo menos direcionar) as demandas instintivas do Id.


Conhecido também, dentro da psicologia, como Eu, o Ego é, como o próprio nome diz, o sentido do eu e a superfície da personalidade, a parte que você costuma mostrar ao mundo. O Ego é governado pelo princípio de realidade, ou uma abordagem prática do mundo. Ele procura direcionar o impulso do Id para um comportamento que traga benefícios a longo prazo, em vez de sofrimento. A percepção consciente reside no Ego, embora nem todas as operações do Ego sejam conscientes.


O Ego separa o que é real do que é irreal, na maioria dos casos ele tem a capacidade de discernir entre o que é possível praticar e o que não é real. Dentre as tarefas do psicólogo ou psiquiatra está auxiliar o Ego do paciente a enxergar a realidade de forma mais clara.


SUPEREGO

O Superego se desenvolve entre os 4 anos e os 25 anos, mais ou menos. Ele incorpora a moral da família, da religião, dos governos e da sociedade, principalmente. Freud acreditava que o Superego é o ponto de referência que permite ao Ego controlar os impulsos do Id que são desprezados moralmente pela família, pela religião, pelos governos e pela sociedade.


Porém, nem todos os impulsos e instintos são totalmente controláveis, no máximo eles são direcionáveis. Pense no Id como a água de um rio que segue o seu leito. Não é possível pará-la totalmente, o máximo que as obras de engenharia conseguem fazer é represá-la por um tempo e utilizar sua pressão hidráulica de forma construtiva, para geração de eletricidade, por exemplo.


Entre os exemplos de necessidades primárias estão a fome, a sede, o sono e o desejo sexual, não é possível pará-los totalmente.


Sem o Superego, Freud acreditava que as pessoas agiriam com agressão (roubo e estupro, por exemplo) e outros comportamentos imorais porque a mente não teria como entender a diferença entre o certo e o errado. O self ideal contém imagens de como as pessoas devem se comportar de acordo com os ideais da sociedade. O Superego pode ser pensado como um tipo de consciência que pune o suposto “mau comportamento” com sentimentos de culpa.


O problema começa quando os conceitos de “bom comportamento” impostos pela família, pela religião, pelo governo e pela sociedade assumem uma severidade ou ideal inalcançável para o paciente, desencadeando inúmeros sintomas de psicose e/ou neurose, dentre eles a depressão, a insegurança, o sentimento de inferioridade, o sentimento de culpa, a compulsão, o pessimismo, a revolta, as ilusões, as fantasias e as angústias, dentre outros. Dentre essas exigências impraticáveis ou muito difíceis de praticar está a virgindade antes do casamento.


VEJA TAMBÉM


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Psican%C3%A1lise
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teorias_psicanal%C3%ADticas_de_Sigmund_Freud
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud
  • Wikimedia: Imagens
  • Pinterest: Imagens

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