IRRIGAÇÃO DE PASTAGEM (PECUÁRIA)
IRRIGAÇÃO DE PASTAGEM
IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL
IRRIGAÇÃO EM MALHA
INTRODUÇÃO
A irrigação de pastagem é uma das várias técnicas de irrigação utilizadas no planeta, adotada há décadas na pecuária brasileira e de outros países para o aumento da produtividade de gramíneas e/ou redução das perdas decorrentes da insuficiência hídrica nos meses de pouca ou nenhuma chuva. Basicamente, ela consiste em adaptar algumas das técnicas ou métodos de irrigação já testados e aprovados para outros tipos de atividade rural, como a fruticultura, a horticultura e floricultura, por exemplo, para o uso na produção pecuária, principalmente a de criação de gado bovino de leite.
BASE TEÓRICA
CONCEITO DE IRRIGAÇÃO
De modo geral, a irrigação é uma técnica de rega artificial, contínua ou intermitente, utilizada na agricultura e na pecuária mundiais que tem por objetivo o fornecimento controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo, assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação ou minimizando a queda de produtividade, principalmente nos meses de pouca ou nenhuma chuva. Na maioria dos casos, ela complementa a precipitação atmosférica natural e, em certos casos, pode ser combinada com a fertilização, enriquecendo o solo com a deposição de elementos fertilizantes em estado líquido, a chamada fertirrigação.
A palavra irrigação teve origem a partir do termo em
latim irrigatione ou irrigatio. Os primeiros sistemas de
irrigação que se tem conhecimento tiveram origem no império persa e consistiam
em canalizar a água para suprir o solo de umidade nos meses de pouca ou nenhuma
precipitação pluviométrica.
Atualmente, cada técnica ou método de irrigação tem um
ou mais sistemas associados, pelo que a escolha do método mais adequado depende
de diversos fatores, como a topografia do terreno, como a declividade do terreno,
por exemplo; o tipo de solo, como a taxa de infiltração e retenção de umidade, por
exemplo; as características da cultura que se pretende produzir, com sua sensibilidade
à umidade; e o clima da região, como frequência e quantidade ou volume de
precipitações, temperatura e efeitos do vento, por exemplo. Além disso, a vazão
e o volume total de água disponível para irrigação, durante o ciclo da cultura,
devem ser analisados, já que, a cada dia que passa, o Poder Público aumenta a
fiscalização sobre a extração de águas naturais, superficiais ou subterrâneas.
A eficiência de um sistema de irrigação refere-se à
porcentagem de água de fato absorvida pela planta.
De modo geral, levando em consideração todos ou a
maioria dos métodos de irrigação conhecidos e implementados pela humanidade, para
inúmeros tipos de cultura, não apenas a irrigação de pastagem, os principais
métodos são os seguintes:
- Regadio – Método manual de irrigação, na qual a plantação é simplesmente regada com o auxílio de mangueiras conectadas a um reservatório de água de pequeno porte, geralmente com as mangueiras sustentadas pelas mãos da pessoa que rega. É mais comum em hortas e jardins.
- Escorrimento – Também conhecida como método de irrigação por gravidade, a partir de regos, canais ou sulcos, onde a água escorre, sendo, o seu excesso, recolhido por uma vala coletora. É um método de irrigação por superfície, no qual a distribuição da água se dá por gravidade sobre e através da superfície do solo. Tem menor custo fixo e operacional, e consome menos energia que os métodos por aspersão. É o método ideal para cultivos em fileiras, como hortas, por exemplo, mas deve ser feito somente em áreas planas, caso contrário há o risco de lixiviação e erosão. Porém, possui baixa eficiência, em torno de 30% de aproveitamento da água. Atualmente, devido a escassez de água no mundo e problemas ambientais, esse método tem recebido várias críticas devido a baixa eficiência.
- Submersão – Método utilizado em terrenos planos;
- Infiltração – Método que utiliza sulcos abertos entre as fileiras de plantas;
- Aspersão – No caso da aspersão fixa, é um método que utiliza uma estrutura metálica ou plástica, com aspersores, para que a água seja distribuída de forma semelhante à chuva. A microaspersão, por exemplo, possui uma eficiência maior que a aspersão convencional, cerca de 90% de eficiência, sendo muito utilizada para a irrigação de culturas perenes. Também é considerada uma irrigação localizada, porém a vazão dos emissores, neste caso chamados de micro-aspersores, é maior que a dos gotejadores. Já o aspersor de grande porte, conhecido também como canhão, é manobrado manualmente. Ele é, geralmente, utilizado em lavouras de cana-de-açúcar, para irrigação e distribuição de subprodutos, como a vinhaça, por exemplo.
- Pivô central – Método que utiliza uma estrutura metálica alta e de forma triangular para distribuição de água por meio de aspersores ou microjatos.
- Gotejamento - A água é distribuída por meio de mangueiras e pequenos gotejadores junto aos pés das plantas. Nesse sistema, a água é levada sob pressão, por tubos ou mangueiras, até ser aplicada ao solo através de emissores diretamente sobre ou próxima à raiz da planta, em alta frequência e baixa intensidade. Possui uma eficiência de cerca de 90%, porém tem um elevado custo de implantação. É utilizado majoritariamente em culturas perenes e em fruticultura, embora também seja usado por produtores de hortaliças e flores, em especial pela reduzida necessidade de água, comparado aos demais sistemas de irrigação. Pode ser instalado à superfície ou enterrado, embora esta decisão deva ser tomada analisando-se criteriosamente a cultura a ser irrigada.
METEOROLOGIA
A meteorologia é uma das ciências que estudam a atmosfera terrestre, ao lado de outras ciências, como a climatologia, a hidrologia e a oceanografia, dentre outras. O foco principal da meteorologia é o estudo dos processos naturais atmosféricos, com a intenção de entender e compreender os fenômenos atmosféricos, para, a partir de então, desenvolver a previsão do tempo.
Os fenômenos meteorológicos que ocorrem na atmosfera
terrestre estão diretamente relacionados às variáveis que existem na atmosfera,
principalmente a temperatura ambiente, a incidência de raios solares sobre a
atmosfera e sobre a superfície terrestre e marítima, a pressão atmosférica e a umidade do
ar, assim como suas relações e variações com o passar do tempo. A maior parte
dos fenômenos ou eventos meteorológicos ocorre na troposfera, que é esta camada
de ar em que estamos, respirável naturalmente pelo ser humano, a camada mais
baixa da atmosfera terrestre, portando mais densa e com maior pressão atmosférica.
Entre os fenômenos atmosféricos estudados pela
meteorologia está a evaporação, que é mudança do estado físico líquido da água da
superfície (rios, riachos, lagoas, oceanos, mares, floresta densa, matas e
lagos) para o estado gasoso, o que resulta na umidade do ar, que, por sua vez,
resulta na formação de nuvens e, por consequência, nas precipitações
atmosféricas ou chuvas. A condensação é o contrário da evaporação, quando o
vapor dágua se transforma em chuva. Para a ocorrência da evaporação natural da
água, com umidade do ar, são necessários outros fenômenos naturais, ou
pelo menos um deles, uma fonte externa ou ambiente de calor, principalmente a
radiação solar.
Geralmente, ao contrário do que possa parecer, durante
o dia a umidade relativa do ar é menor que a umidade à noite. Isso acontece
porque o espalhamento do vapor no ar é tanto maior quanto maior for a
temperatura ambiente, portanto o espalhamento é maior durante o dia, já que a
temperatura do dia é maior que a temperatura da noite. A quantidade ou volume de vapor
lançada no ar, por meio do processo de evaporação, é maior durante o dia, mas
isso não significa que a concentração de vapor no ar é maior durante o dia,
pois o ar durante o dia é menos denso que o ar à noite, já que sua temperatura
é maior durante o dia.
Quando a quantidade de vapor de água na atmosfera
terrestre chega ao ponto máximo diz-se que há saturação do ar, o que pode levar
a alguns fenômenos físicos na atmosfera, como a precipitação ou chuva, o
nevoeiro e a neblina. Os aparelhos específicos que medem a quantidade de vapor
no ar ou umidade do ar são chamados de higrômetro e psicrômetro, sendo este
último capaz também de registrar as quantidades de vapor na atmosfera. Já os
termohigrógafos são capazes de medir a quantidade de vapor e a temperatura no
ar úmido. Quando a umidade do ar chega a 99% há forte probabilidade de chuva.
O termo precipitação está relacionado a alguns
fenômenos meteorológicos, principalmente a chuva, a neve e o granizo. Portanto,
a precipitação pode ocorrer de três formas diferentes e ela está subdividida em
três grupos diferentes:
- Precipitação frontal, que é aquela que ocorre quando há o encontro de duas grandes massas de ar com temperaturas diferentes. Por exemplo, aqui na América do Sul, incluindo o Brasil, é comum o encontro da massa de ar polar (frente fria), vinda da Região Antártica, portanto de baixa temperatura, com a massa de ar úmida e quente que se costuma formar sobre dois biomas, a Amazônia e o Cerrado, graças inclusive ao fenômeno de evapotranspiração vegetal;
- Precipitação orográfica, mais comum em regiões montanhosas e regiões de relevo elevado, que ocorre quando há o encontro de uma massa de ar quente e úmida, vinda dos mares, por exemplo, com a camada de ar frio de altitude elevada. O ar quente e úmido em movimento é desviado para cima, pelas montanhas e serras, onde ocorre o encontro com a camada de ar frio, que está mais alta, dando origem à precipitação;
- Precipitação convectiva, que ocorre em épocas mais quentes do ano, pois o ar quente e úmido tende a subir e o ar frio tende a descer, formando chuva nesse encontro. Ela origina as chamadas chuvas de verão, que são comuns também em grandes regiões metropolitanas, pois a pavimentação asfáltica e as construções urbanas tendem a se aquecer sob os raios solares, o que gera ar quente e, por consequência, correntes convectivas ou verticais de ar quente que encontram as camadas de ar mais frio mais acima. Essas chuvas possuem pouca duração, mas são bastante intensas, originando inclusive enchentes urbanas, infelizmente muito comuns no Brasil, principalmente em regiões metropolitanas;
Uma nuvem é formada por vapor dágua condensado, são
gotículas de água de tamanho muito pequeno, cerca de 20 microns, ou menos,
suspensas na atmosfera. As correntes de ar quente tendem a subir, mantendo
essas gotículas suspensas na atmosfera, até que lá em cima elas encontram uma
camada de ar frio, aumentam de tamanho (difusão) e, sob ação da força da
gravidade, caem, formando a chuva.
A medição da quantidade ou volume de precipitação
pluvial, ou seja, de chuva, é realizada por meio de instrumentos específicos em
estações meteorológicas, bases aéreas militares, universidades, mini-estações
meteorológicas, aeródromos públicos e/ou privados ou até mesmo propriedades
rurais, indústrias, agroindústrias e residências, dependendo de cada caso. As
medições mais precisas de precipitação pluvial são realizadas em estações
meteorológicas, universidades, aeroportos e aeródromos públicos e mini-estações
meteorológicas com o uso do pluviômetro e o pluviógrafo, sendo este capaz
também de fazer o registro da quantidade de chuva, geralmente em milímetros
(mm).
Por exemplo, quando se fala que choveu 10 milímetros
de água, afirma-se que choveu o equivalente a 10 milímetros de camada de água
sobre uma área imaginária impermeável de 1 m² ou metro quadrado.
A precipitação pluvial (não confundir com o termo fluvial) é variada no Brasil, com a
Região Norte tendo a maior incidência de chuvas por ano, cerca de 3.000
milímetros, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul com precipitações
intermediárias, entre 1.500 milímetros até 2.500 milímetros, dependendo de cada
estado, e a Região Nordeste com a menor precipitação, cerca de 1.000 milímetros,
ou até menos, nos municípios do sertão e da caatinga.
Parte das precipitações sobre as regiões Centro-Oeste,
Sudeste e Sul do Brasil está diretamente relacionada à formação de vapor dágua
originada pela evapotranspiração da cobertura vegetal (floresta) da Região
Amazônica, levado pelos ventos até essas três regiões, portanto a manutenção do
regime normal de chuvas nessas três regiões, Centro-Oeste, Sudeste e Sul,
inclusive para a produção agrícola, dependente da preservação da cobertura
vegetal amazônica. Se a Amazônia não existisse, o volume de chuvas nessas três
regiões, durante o ano, seria menor.
O nevoeiro é o vapor dágua que se mantém a no máximo
algumas centenas de metros do solo. A neblina é semelhante ao nevoeiro, com
poucas diferenças, entre elas a capacidade de molhar objetos, construções e
árvores.
A IRRIGAÇÃO DE PASTAGEM
Décadas atrás, as chamadas técnicas ou métodos modernos de irrigação de pastagem foram inventadas tomando como base os sistemas modernos já existentes de irrigação utilizados na agricultura em geral, inclusive nas plantações de frutas, verduras, legumes, café, flores, uvas e até nas plantações de grãos e/ou leguminosas em larga escala, como feijão, soja e milho, por exemplo, nestes casos por meio grandes pivôs. O resultado da irrigação de pastagem foi parcialmente satisfatório, pois para manter estável a produção rural de carne e de leite outros fatores, além da umidade (água sobre a plantação), são diretamente responsáveis pela produção, incluindo a luminosidade solar e a temperatura ambiente.
A lógica é a seguinte: Se para obter um resultado de
aumento de produção de 30% de capim você precisa de três fatores, água, luz
solar e temperatura amena ou quente, e se dois desses fatores são afetados
durante o inverno (luz e temperatura) então você terá um resultado abaixo de
30% durante essa estação fria, pois o inverno brasileiro é seco e frio nos
estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste.
No exterior, inclusive em países desenvolvidos, não é
comum encontrar sistemas de irrigação de pastagem para bovinos de corte, sendo
mais comum encontrar esses sistemas em fazendas, sítios e chácaras focadas principalmente
na produção de leite. Aqui no Brasil, curiosamente, os produtores brasileiros acreditam
no sistema de irrigação de pastagem para produção em larga escala de gado de
corte, alcançando resultados que variam caso a caso, com uma parte dos produtores
plenamente satisfeita e outra parte “nem tanto”.
SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO
Aqui no Brasil, os principais sistemas de irrigação de
pastagem são aqueles de custo de implantação e custo operacional razoável e que
não demandam mão de obra altamente qualificada. Atualmente, a maioria dos
sistemas de irrigação de pastagens é realizada pelo método de aspersão com pivô central e pelo método de aspersão em malha:
ASPERSÃO EM MALHA
Nos métodos de aspersão convencional a água é lançada ao ar por meio de aspersores, na forma de jatos d'água, que caem por efeito de gravidade sobre a cultura, de forma semelhante à chuva. A princípio, existem sistemas inteiramente móveis de aspersão convencional, com a mudança de todos os seus componentes até os totalmente automatizados. No método de aspersão convencional, a linha principal de distribuição de água é fixa e as laterais são móveis. Esse método de aspersão requer menor investimento de capital inicial, mas exige mão de obra intensa, devido às mudanças da tubulação ou tubagem.
Por outro lado, existe uma alternativa mais interessante
que a aspersão convencional, que é a aspersão em malha, na qual as linhas
principais, de derivação e laterais são fixas, sendo móveis somente os
aspersores. Esse tipo de alternativa de irrigação tem sido utilizado no Brasil
principalmente para a irrigação de pastagem, cana-de-açúcar, café e arroz.
Basicamente, o sistema de aspersão em malha é composto por uma estrutura de grande e/ou médio porte, que sustenta os tubos de PVC que formam as linhas laterais. A água é introduzida sob pressão nos encanamentos por meio de motobomba ou recalque elétrico. Ele tem como características principais o baixo consumo de energia, a adaptação a terrenos inclinados ou irregulares, permite a divisão da área irrigada em piquetes ou áreas menores, facilidade de operação e manutenção, possibilidade de introdução de substâncias fertilizantes no sistema, tornando-se então um sistema híbrido, tanto de irrigação como de fertirrigação.
O custo inicial de implantação pode variar de acordo
com a água a ser irrigada, em propriedades de pequeno porte, chácaras ou
sítios, com até 50 hectares, por exemplo, ele pode chegar até R$ 10 mil por hectare, se já
houver água em volume suficiente disponível na propriedade, como poço
semi-profundo ou roda-d'água já instalados, por exemplo.
O PIVÔ CENTRAL
O sistema de irrigação por pivô consiste basicamente de uma estrutura metálica móvel, montada sobre a plantação, que sustenta uma tubulação na qual estão instalados os aspersores. Essa tubulação é o último segmento de um encanamento que liga um reservatório à plantação, recebendo a água de um dispositivo central sob pressão, chamado de ponto do pivô.
Essa estrutura metálica móvel consiste em torres
metálicas triangulares, montadas sobre rodas, geralmente com pneus. As torres
movem-se continuamente acionadas por dispositivos elétricos ou hidráulicos, percorrendo
a plantação em movimentos concêntricos ao redor de um ponto central. Cada torre se movimenta em velocidade diferente, de modo que a última torre, que é a
torre mais distante do ponto central, percorre um caminho maior que as demais
torres, formando assim uma área circular uniformemente irrigada.
De modo geral, o pivô de grande e/ou médio porte é um
equipamento modular instalado para irrigar uma área de até 100 hectares, sendo o custo
por área mais baixo à medida que o equipamento aumenta de tamanho ou
comprimento, quando novos módulos são acrescentados ao sistema já existente, podendo chegar até 150 hectares em plantações em terrenos planos. A
limitação desse sistema existe porque não é possível instalá-lo em áreas muito
inclinadas. Por outro lado, ele traz a vantagem de ser utilizado também para
aplicação de fertilizantes líquidos, inseticidas líquidos e fungicidas líquidos, assumindo assim uma configuração híbrida.
Nesse caso, a estrutura de irrigação pode ter um custo de implantação de até R$ 20 mil por hectare, se já houver água em volume suficiente disponível na propriedade, como
poço semi-profundo ou roda-d'água já instalados, por exemplo.
O sistema de irrigação por meio de pivô central é o mais
utilizado na irrigação de pastagens no Brasil, devido às facilidades de
instalação, manejo e fertirrigação. Além disso, esse sistema permite a
automação de todo o processo.
Quando de utiliza o sistema de irrigação por meio de
pivô central é necessário dividir a área de pastagem em piquetes em forma de
cunha, com o objetivo de controlar o consumo de forragem e preservar a pastagem
do pisoteio excessivo do gado. O tempo de descanso varia entre as cultivares, a
maioria delas entre 20 e 45 dias.
A TECNOLOGIA DE IRRIGAÇÃO
A princípio, as técnicas mais eficientes de irrigação de pastagens utilizadas no Brasil, seja para criação de gado de leite ou de corte, possibilitam uma melhoria na qualidade e na quantidade de massa verde de forrageiras e um aumento significativo na produção de matéria seca por área, com consequente acréscimo na taxa de lotação, de 1 cabeça adulta (UA) por hectare para até 3 ou 4 cabeças, dependendo de cada caso, proporcionando melhores índices de lucratividade da propriedade, já que o custo de implantação inicial do equipamento de irrigação se dilui ao longo do tempo de utilização, com custo de manutenção e operação tolerável.
Nos países de clima tropical, como o Brasil, por
exemplo, há uma potencialidade de produção de rebanho bovino de leite e de
carne sobre pastagens, que pode ser o principal alimento da dieta desses
ruminantes, complementado com sal mineral e água. A intensificação das
pastagens, incluindo o método rotacionado, tem sido a forma encontrada pelas
propriedades rurais brasileiras para o aumento da produtividade pecuária, principalmente
a pecuária de leite, já que o Brasil tem um longo histórico de baixa
produtividade de bovinos por hectare em áreas extensivas, com médias de apenas 1
ou 2 cabeças adultas (UA) por hectare, quando não há sistema de irrigação e
complementação alimentar com volumosos, como silagem, feno e napier / capiaçu verde (triturado na hora), por
exemplo.
O uso combinado de adubação com irrigação traz sim resultados
positivos na produção de forrageiras, com consequente aumento de produtividade
para até 3 ou 4 cabeças adultas (UA) por hectare, dependendo de cada caso.
Segundo estudos realizados, a adubação pode triplicar a produção de forrageiras,
em relação às pastagens sobre solos não adubados. Se a adubação for combinada
com a irrigação o ganho de produtividade pode ser aumentado ainda mais,
dependendo da temperatura e da incidência de raios solares em cada mês do ano,
principalmente na primavera das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do
Brasil.
A chamada estacionalidade é um termo usado dentro da
Engenharia Agrícola para definir a redução ou interrupção temporária da produção
de massa verde das forrageiras em determinados meses do ano, principalmente nos
meses de maio, junho, julho e agosto na região Centro-Oeste do Brasil, por
exemplo. Essa redução da produção de forrageiras é causada principalmente pela
redução da frequência e intensidade das chuvas, redução da temperatura média
dos dias e redução do chamado fotoperíodo, ou seja, a redução da proporção
entre as horas do dia e as horas da noite em um período de 24 horas, que é
geralmente menor no inverno, ou seja, durante o inverno há menor incidência dos
raios solares em um período de 24 horas. São os “dias mais curtos”, como se
costuma dizer, na linguagem popular.
A irrigação é uma forma de atenuar, diminuir ou
suavizar os efeitos da estacionalidade na produção de forrageiras, pois durante
os meses secos do ano ou meses com menor precipitação pluviométrica pode-se
usar a irrigação para manter a umidade do solo dentro da normalidade. Alguns
estudos realizados no interior do estado de São Paulo, por exemplo, apontam
para uma sensível redução da estacionalidade, de 150 dias para 60 dias.
Em regiões de maior latitude, ou seja, em regiões
mais afastadas da Linha do Equador, o fator deficiência hídrica (baixo volume
ou ausência de chuvas associada com a falta de um sistema de irrigação)
torna-se um dos principais limitantes da produção de forrageiras, enquanto em
regiões mais próximas da Linha do Equador o principal fator limitante é a
temperatura. No entanto, aqui no Brasil, por ser um país de clima tropical,
ocorre com frequência, na maior parte dos estados, principalmente nas regiões
Centro-Oeste e Sudeste a combinação verão chuvoso e inverno seco.
Portanto, a irrigação não é capaz de impedir
completamente a condição de estacionalidade, que é intrínseca ao sistema produtivo
brasileiro e de outros países, pois além da falta de chuva nesses meses há
também redução das horas de luz solar e redução da temperatura ambiente. Uma
das formas de reduzir os impactos do baixo volume de chuvas sobre a produção da
pecuária de leite e da pecuária de corte é a irrigação. Existem outras opções,
como, por exemplo, a produção de volumosos a partir do napier ou capiaçu, por
exemplo, triturados na hora, para serem distribuídos em cochos durante os meses de baixo volume de
chuvas. É uma escolha (talvez um dilema) que o produtor rural precisa fazer,
embora também seja possível implantar ambos os métodos, a irrigação e a
produção local de volumosos.
DETALHES TÉCNICOS
A chamada entressafra de pastagem é a redução ou interrupção temporária da produção de massa verde em culturas forrageiras, principalmente as gramíneas, que ocorre quando há uma combinação de pelo menos dois de três fatores, a redução do volume e frequência de chuvas, a baixa temperatura ambiente e a redução da incidência de raios solares nos meses de inverno. Geralmente, aqui no Brasil, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a entressafra ocorre no outono e no inverno e a safra ocorre na primavera e no verão. Na região Sul do Brasil é diferente, pois o inverno do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina tem, geralmente, índice pluviométrico razoável.
“Irrigar ou não irrigar? Eis a questão”, diria Hamlet.
A vantagem da irrigação é que o produtor rural deixa de ser um “refém” dos “caprichos”
do tempo.
A temperatura mais adequada para produção de
forrageiras está entre 30º e 35º Celsius e o volume anual de chuvas mais
adequado está entre 1.000 milímetros e 1.500 milímetros. Cada cultivar de
gramínea tem um certo nível de tolerância a baixas temperaturas, mas
convencionou-se que abaixo de 15º Celsius deve-se suspender a irrigação, para
evitar prejudicar as gramíneas.
As gramíneas Cynodon, por exemplo, apresentam maior
tolerância ao frio, com temperatura basal inferior de 12º Celsius, enquanto as
gramíneas Panicum Mombaça e Panicum Tobiatã apresentam a menor tolerância, com
temperatura basal inferior de 17,5º Celsius.
Considerando a adubação adequada em ambos os casos,
com irrigação e sem irrigação, na entressafra a irrigação pode atenuar os
efeitos negativos da deficiência hídrica típicas dos meses secos, que causa
redução da produção das gramíneas. Estudos mostram que, quando há irrigação, a
estacionalidade pode ser reduzida de 150 dias para 60 dias. Quando não há
irrigação, a soma de três fatores, deficiência hídrica, baixa luminosidade e
baixa temperatura, provoca sensível redução da produção de massa verdade de
forrageira.
Os métodos de irrigação são formas padronizadas de
irrigação cujo objetivo é atingir um resultado ou desempenho para cada tipo de
cultura de forrageiras. Os principais métodos desenvolvidos por especialistas
da área e já aplicados à produção pecuária são:
- O método de superfície;
- O método de aspersão;
- O método de irrigação localizada;
- O método de subirrigação;
A combinação dos quatro métodos mais conhecidos e
mais bem sucedidos de irrigação com os sistemas ou tecnologias de irrigação
pode dar origem a pelo menos oito combinações diferentes de irrigação. Os
principais sistemas de irrigação de pastagens no Brasil, que têm apresentado
resultados mais práticos, mais realistas, digamos, são o pivô central e o aspersor de
giro completo.
O volume diário de água necessário para
implementação de um sistema de irrigação de pastagem pode variar de 1.200
litros até 4.200 litros por hectare. Esse volume pode variar de acordo com a
precipitação pluviométrica anual em cada estado brasileiro, que, como sabemos,
também varia todos os anos. Isso significa que quando houver um bom ano de
chuvas em determinado estado a necessidade de irrigação será menor e quando
houver um baixo volume anual de chuvas a irrigação deverá ser maior. Nota-se
que a proporção é inversa.
OUTROS CONCEITOS
O processo de evaporação das águas superficiais presentes na natureza, como rios, lagoas, lagos, represas e mares, é a transformação da água do estado líquido para o estado gasoso ou, em outras palavras, do estado líquido para o estado de vapor d'água, mesmo que ela não tenha chegado ao ponto de ebulição (fervura), ou seja, mesmo que não tenha chegado à temperatura de 100º Celsius ou centígrados, sob ação da radiação solar (aquecimento), temperatura ambiente e do vento.
A evaporação pela ação direta da radiação solar é a
mais comum, seguida da temperatura ambiente e da ação do vento. No caso da
evaporação pela ação do vento ocorre a substituição do ar úmido logo acima da
superfície líquida pelo ar seco, de forma diretamente proporcional à velocidade
do vento.
Os instrumentos utilizados para a medição da
quantidade ou volume de vapor emitido são o atmômetro e o tanque
evaporímetro:
- A atmômetro deve ser abrigado dentro de uma estação meteorológica ou mini-estação meteorológica, protegido dos raios solares e do vento. Basicamente, ele é um recipiente de forma cilíndrica, com água destilada, com papel filtro em sua base e uma escala para medição visível no cilindro.
- O tanque evaporímetro também é protegido, mas, para o seu funcionamento correto, ele deve ser exposto à radiação solar e ao vento. Como o próprio nome diz, ele é um tanque metálico galvanizado, de formato circular e não fechado na parte superior, com diâmetro de 1,2 metro e altura de 25 centímetros, posicionado sobre um estrado de madeira pintado de branco.
A evapotranspiração vegetal é a evaporação da água
presente nos vegetais e a evapotranspiração do solo é a evaporação na
superfície do solo. No caso da evapotranspiração dos vegetais, conhecida também
como transpiração das plantas, a quantidade máxima de vapor d'água lançada no ar
ambiente ocorre, geralmente, no início da floração. Essa evapotranspiração é
subdividida em dois tipos, a evapotranspiração potencial e a evapotranspiração
real. A potencial está relacionada às chamadas condições ideais ou componentes
ideias, incluindo o pleno desenvolvimento vegetativo, o solo úmido, a
temperatura adequada, a insolação adequada e demais componentes atmosféricos
locais. A real é, como ela própria diz, aquela encontrada na prática, na natureza.
A medição da evapotranspiração é realizada de duas
formas, a medição direta e a medição indireta. As medições diretas são
realizadas pelo lisímetro, que é um instrumento submetido ao ambiente
semelhante que o que se quer medir. Ele é enterrado no solo e pode possuir um
sistema de drenagem de água ou um sistema de pesagem de água. Os lisímetros são
equipamentos muito sensíveis e a grande maioria deles é utilizada em institutos
de pesquisa, institutos de meteorologia e climatologia e universidades.
O manejo baseado na observação do estado hídrico das
plantas envolve o estudo das relações hídricas das plantas, incluindo a
absorção de água por meio das raízes, a translocação ou transporte de água por
meio dos caules e a transpiração da água por meio das folhas, esta conhecida
também como evapotranspiração.
Cerca de 98% da água absorvida pelas raízes das
plantas é evaporada pelas folhas, por meio do processo de transpiração. Para
produzir 1 kg de matéria seca vegetal são necessários centenas de quilogramas
de água. Durante a transpiração há uma dissipação de calor e energia. Quanto mais
água ou umidade disponível no solo próximo às raízes das plantas maior será a
dissipação (redução) de calor.
O aparelho utilizado para medir a temperatura das
plantas durante o processo de transpiração é o termômetro de infravermelho.
O processo natural de transpiração das plantas é
realizado por meio das aberturas estomáticas das folhas. A medição dessas
aberturas é realizada por meio dos porômetros, que são utilizados somente em
plantas sadias e localizadas em um ambiente normal. As leituras são realizadas
na parte de cima e na parte de baixo das folhas, pois há diferenças no número
de estômatos em ambas as partes.
A bomba de Scholander é um dos equipamentos utilizados para medir a capacidade de transpiração das folhas. O equipamento utilizado para medir a capacidade de transporte de seiva de uma planta é o medidor de fluxo de seiva.
A chamada capacidade de campo é a capacidade que o
solo tem de absorver água da chuva ou água de irrigação. Os poros do solo são
preenchidos por água durante a precipitação pluvial ou chuva, ocorrendo então a
saturação, ou seja, o volume de chuva é temporariamente maior do que a
capacidade do solo de reter essa água. Algo semelhante ou análogo ocorre com a
água de irrigação, com o solo se comportando da mesma forma, entretanto em
ambos os casos essa saturação é temporária, já, com o passar das horas ou dias,
a água é drenada naturalmente para o subsolo ou para os locais mais baixo da
propriedade rural até que o ar volta naturalmente ao solo.
O manejo racional de irrigação é o trabalho de
realizar a irrigação de forma correta, equilibrada e moderada, evitando o
encharcamento do solo, quando se ultrapassa o limite de capacidade de campo do
solo, ou seja, o limite que o solo tem de reter água. Para um bom manejo de
solo é necessário conhecimento sobre o volume de água necessário e o horário
correto para fazer a irrigação.
Conhecida anteriormente como evapotranspiração
potencial, a evapotranspiração de referência (Eto), é um dos parâmetros
agrometeorológicos, utilizado inclusive para manejo de irrigação em geral. Já a
evapotranspiração de cultura (Etc) está relacionada com a transpiração das
plantas e do solo, quando ocorrem simultaneamente.
O coeficiente de cultura está diretamente
relacionado ao tipo de cultura e ao estágio atual de desenvolvimento das
plantas. Os estágios de desenvolvimento ou fases fenológicas das culturas
anuais são os seguintes: Estágio 1, nascimento até 10% de desenvolvimento
vegetativo; Estágio 2, de 10% até 80% de desenvolvimento; Estágio 3, de 80% até
100% de desenvolvimento; Estágio 4, maturação; e estágio 5, colheita;
A umidade volumétrica e a umidade gravimétrica estão
relacionadas, mas a umidade volumétrica indica o volume de água “misturado” ao
solo, enquanto a umidade gravimétrica indica o peso da água “misturado” ao
solo.
OUTRAS
ALTERNATIVAS
A sobressemeadura de aveia sobre pastagens irrigadas é uma das soluções encontradas para fornecimento complementar de alimento ao gado durante os meses de menor precipitação pluviométrica, entre maio e setembro, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Ela pode ser realizada em cinco passos: 1 – Mistura das sementes com o calcário, em baldes; 2 - Distribuição dessas sementes entre as cultivares de capins de touceira, com o objetivo de ocupar esses espaços vazios ou descobertos entre uma touceira e outra, ou, no caso dos capins decumbentes e estoloníferos, distribuição de sementes sobre essas cultivares; 3 – Introdução do gado nas áreas cultivadas com a aveia para o pisoteio das sementes; 4 – Abaixamento da altura do capim, por meio de poda, para a cobertura das sementes de aveia; 5 – Introdução do gado na pastagem com aveia 30 dias após a semeadura, para o consumo da aveia;
Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil a
sobressemeadura de aveia em pastagens irrigadas deve ser realizada a partir de
maio ou junho, nos meses frios e secos.
O objetivo é suprir o gado com alimento de alto
valor nutritivo, a aveia, nos meses que há baixa produção de capim. Como
vantagem adicional, há uma redução ou dispensa da necessidade de complementação
alimentar com silagem e feno durante esses meses frios e secos.
A sobressemeadura é recomendada para cultivo junto
às forrageiras tropicais para preencher uma lacuna de produção de nutrientes
nos meses frios e secos do ano.
IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS
Logo acima, mapa simplificado do projeto de transposição do Rio São Francisco, aqui no Brasil, na Região Nordeste, iniciado em 2007 e com previsão de conclusão para 2022. Logo abaixo, uma imagem dessa gigantesca obra de infraestrutura, que pode ser considerada uma das maiores obras de irrigação (deslocamento de água fluvial) do planeta, orçada em R$ 8,2 bilhões, com mais de 700 quilômetros de canais, abrangendo quatro estados.
Ao longo dos milênios e séculos, o surgimento das tecnologias, antigas ou modernas, de irrigação permitiu o florescimento da civilização e os ganhos de produtividade agrícola permitidos por ela são, pelo menos em parte, os responsáveis pela viabilidade da produção em larga escala para a alimentação da população mundial.
No entanto, a irrigação também apresenta perigos
ambientais, caso não seja adequadamente implantada e manejada. Ela deve ser
utilizada com critério e consciência ecológica, pois um sistema mal planeado pode
causar sérios desastres ambientais. Alguns dos maiores desastres ambientais da
história são derivados de projetos de irrigação mal projetados, mal implantados
e mal manejados, como foi o exemplo do secamento do Mar de Aral, ocorrido
devido ao mau planejamento feito pelos soviéticos.
Além de problemas gerados pela escassez das águas mal
administradas, outro dano grave gerado pelo manejo incorreto da irrigação é a
salinização. Nas regiões áridas e semi-áridas irrigadas, a salinização do solo
é um dos fatores que afetam o rendimento dos cultivos, limitando a produção
agrícola e causando prejuízos. Nessas regiões, caracterizadas pelos baixos
índices pluviométricos e intensa evapotranspiração, a baixa eficiência da
irrigação e a drenagem insuficiente, contribuem para a aceleração do processo
de salinização, tornando essas áreas improdutivas em curto espaço de tempo.
Ademais, o excesso de irrigação proporciona um
ambiente propício para o aparecimento de patógenos nas plantas, além da
lixiviação de nutrientes presentes no solo e ineficiência no desenvolvimento
morfológico em consequência da morte de células, de tecidos ou órgãos da
planta. Como a quantidade de água e CO2 são fatores limitantes para
fotossíntese, a produção de fotoassimilados em plantas submetidas a estresse
hídrico (excesso de água) é afetada.
No Brasil, antes de iniciar a construção de sistemas
de irrigação, a legislação obriga os produtores a consultar as prefeituras
locais, para que ela possa verificar se no local há restrições ao uso de água
para irrigação. Dependendo da região, obter uma autorização pode ser, na
prática, impossível, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista
econômico. Se o agricultor constrói o sistema à revelia, sem consulta aos
órgãos públicos, corre o risco de ver a obra embargada e ter seus equipamentos
confiscados, além de estar sujeito a multas.
CONCLUSÃO
Os sistemas de irrigação específicos para pastagens disponíveis no mercado atualmente podem proporcionar ao produtor o aumento da produção desde que o manejo de irrigação seja racional e equilibrado, levando-se em consideração o tipo de solo, a topografia, o clima, a cultura, a qualidade da água e o custo operacional do equipamento de irrigação, incluindo o seu consumo de energia.
A coleta de amostras de solo e a análise para a
determinação da curva de retenção de água é um procedimento que deve obedecer
sete etapas: 1 – Coleta de amostra in
loco, com instrumento adequado e na profundidade adequada; 2 – Preparo da
amostra, no laboratório, com espátula; 3 – Saturação da amostra e da membrana
porosa, dentro de uma bandeja com água destilada; 4 – A amostra e a membrana
são levadas para a câmara de pressão; 5 – A amostra é levada para a estufa, a
105º Celsius ou centígrados, por 48 horas, para medição da densidade e do peso
seco; 6 – Cálculo do conteúdo de água no solo, que pode ter como padrão a massa
(g) ou o volume (cm³); 7 – Obtenção da curva de retenção de água, calculada a
partir do conteúdo de água no solo;
Em solos arenosos a irrigação de 10 mm pode ser
aplicada sobre uma tensão de 20 Kpa, totalizando então 30 Kpa;
A disponibilidade real de água ou fator de
disponibilidade de água no solo indica a quantidade ou volume de água que está
efetivamente disponível para a planta, considerando dois pontos extremos, a
capacidade de campo e o ponto de murcha permanente.
A irrigação deve ser realizada quando a
disponibilidade real de água no solo estiver baixa, pois um volume menor de
água no solo dificulta a absorção de água pela planta, por diferença de
potencial.
Os capins Panicum e Cynodon reduzem a sua produção
de massa verde nos meses frios e secos, em razão da baixa temperatura ambiente,
da redução da incidência de luz natural nesses meses e do baixo volume de
chuvas. Esses dois tipos de capins toleram bem a presença de forrageiras
adaptadas ao clima temperado, como a aveia.
Há produtores rurais que afirmam que já conseguiram
manter até 5 cabeças adultas (UA) por hectare com a combinação de irrigação de
pastagem, adubação do solo, suplementação mineral do gado e silagem ou volumoso
triturado na hora.
Conclusão: Se você pensa que a irrigação é a “solução milagrosa”
para todos os problemas da produção de capim então pode tirar seu “cavalo da
chuva”, pois o máximo que ela consegue fazer é eliminar sua excessiva dependência
dos regimes naturais de chuvas da sua região.
REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
- Agrojet: https://www.agrojet.com.br/o-que-voce-precisa-saber-antes-de-comprar-ou-trocar-seus-aspersores/
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Irriga%C3%A7%C3%A3o
- Revista Globo Rural / Globo.com: https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/noticia/2019/07/irrigacao-por-pivo-central-triplicou-entre-2000-e-2017-mostra-novo-levantamento.html
- Agropecuária Veiga: https://agroveiga.com.br/produtos/irrigacao/aspersao-em-malha/
- Wikimedia: Imagens
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