CURTISS C-46 COMMANDO
CURTISS C-46
CURTISS C-46 COMMANDO
CURTISS CW-20 (PROTÓTIPO)
CURTISS-WRIGHT CORPORATION
CURTISS C-46A
CURTISS C-46D
INTRODUÇÃO
Logo acima, o clássico bimotor radial a pistão para transporte doméstico, regional e internacional de passageiros e carga. Embora polêmico, ele foi de grande utilidade durante a Segunda Guerra Mundial e, após a guerra, ajudou a desenvolver a aviação comercial em nível mundial, em várias partes do mundo. Logo abaixo, um sucesso de vendas da fabricante americana Curtiss-Wright Corporation, com mais de 3.180 unidades fabricadas, em várias versões.
O Curtiss C-46 é uma antiga aeronave bimotor de médio porte, sem pressurização, com motorização radial a pistão e com capacidade para transportar entre 20 e 46 passageiros em viagens intermunicipais, interestaduais (rotas domésticas) e até internacionais curtas, projetada e desenvolvida nas décadas de 1930 e 1940, e fabricada em larga escala nos Estados Unidos pela fabricante Curtiss-Wright Corporation na década de 1940, que utilizou como base para sua criação o antigo projeto de bimotor a pistão radial com fuselagem pressurizada Curtiss CW-20, que, por sua vez, não chegou a ser fabricado em série.
O projeto do antigo avião bimotor a pistão radial Curtiss
C-46 teve pelo menos duas versões bem sucedidas comercialmente, a Curtiss C-46A (conhecida também como
Curtis CW-20B), com mais de 1.490 unidades fabricadas, e a Curtiss C-46D (conhecida também como Curtiss CW-20B2), com mais de
1.410 unidades fabricadas. As unidades de Curtis C-46A e Curtis C-46D configuradas
para emprego militar pelas Forças
Armadas dos Estados Unidos receberam o nome Curtis C-46 Commando após serem submetidas a um retrofit, com a troca
dos motores radiais a pistão Wright R-2600
Twin Cyclone, de 1.700 hp, para os também radiais a pistão Pratt & Whitney R-2800 Double Wasp,
de 2.000 hp, disponíveis na decolagem, a maioria posteriormente convertida para
transporte comercial de passageiros e cargas e vendida por preços atraentes pelo
Governo dos Estados Unidos a mais de 110 de companhias aéreas, nos cinco
continentes, incluindo o Brasil.
O principal concorrente do Curtiss C-46 no mercado militar
mundial e no mercado internacional de aeronaves comerciais foi o Douglas C-47 Skytrain, a versão militar
do icônico e bem sucedido avião comercial bimotor para transporte de
passageiros e cargas Douglas DC-3.
A CURTISS-WRIGHT
A Curtiss-Wright Corporation é uma das maiores e mais importantes fabricantes de peças, partes e componentes para aeronaves civis e militares; equipamentos de energia nuclear, inclusive para submarinos; peças, partes e componentes para embarcações civis e militares em geral; veículos de uso industrial; componentes eletrônicos em geral; e equipamentos para uso na indústria petrolífera ou petroleira. Ela já foi, até a década de 1950, uma das maiores fabricantes mundiais de aeronaves civis e militares, quando encerrou suas atividades nesse segmento e se concentrou em outros segmentos de mercado, nos quais obtinha melhores resultados comerciais.
Ela foi fundada nos Estados Unidos, em 1929, a partir
da fusão (consolidação) de duas outras grandes empresas da indústria
aeronáutica americana, a Curtiss Airplane e a Wright Aeronautical, esta, por
sua vez, fundada em 1919 pelos pioneiros da aviação mundial, os icônicos Irmãos
Wright, os inventores do motoplanador Flyer, totalizando mais de 140.000
motores aeronáuticos, mais de 140.000 hélices e mais de 29.350 aviões, dos mais
variados modelos, principalmente antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
Historicamente, os principais aviões fabricados pela
empresa foram o caça monomotor a pistão Curtiss
P-36 Hawk, o bombardeiro monomotor a pistão Curtiss SB2C Helldiver, o caça monomotor a pistão Curtiss P-40 Warhawk, o treinador
bimotor Curtiss AT-9 e o hidroavião Curtiss
SC Seahawk, dentre outros.
Ao contrário do que muitos pensam, a americana Curtiss-Wright
Corporation ainda existe e é uma grande empresa, com receita bruta de
mais de US$ 2,3 bilhões em 2020 e com mais de 9.000 empregados em 2019.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima, o histórico bimotor para transporte regional, doméstico e internacional Curtiss C-46, que chegou a ser operado intensivamente, por décadas seguidas, por mais de 110 companhias aéreas, em dezenas de países, em todos os continentes. Logo abaixo, havia algumas configurações de assentos possíveis para a aeronave, com fileiras de três, quatro e até cinco assentos, separados por um corredor central.
O Curtiss C-46 é uma antiga aeronave bimotor de médio porte, com construção metálica em alumínio e aço, sem pressurização de fuselagem e com trem de pouso convencional retrátil, com motorização radial a pistão e capacidade para transportar até 46 passageiros em uma configuração de alta densidade, em rotas regionais ou domésticas, ou até 30 passageiros em rotas internacionais curtas, dentro de um mesmo continente, neste caso com velocidade de cruzeiro menor, projetada e desenvolvida nas décadas de 1930 e 1940, e fabricada em larga escala nos Estados Unidos pela fabricante Curtiss-Wright Corporation na década de 1940, que utilizou como base para sua criação grande parte dos conceitos do projeto de avião bimotor a pistão radial com fuselagem pressurizada Curtiss CW-20, no entanto retirando deste projeto a sua principal inovação tecnológica da época, a pressurização de fuselagem.
Trata-se de uma das aeronaves mais inovadoras e
ousadas da década de 1940, com desenho de fuselagem incomum para a época, com o
formato interno de “bolha dupla” ou de “dois andares”, em que os passageiros eram
acomodados nos assentos fixados sobre o piso principal totalmente plano e a
bagagem era acomodada no compartimento inferior, abaixo do piso principal. Esse
projeto inovador foi criado pelo projetista americano George Page Jr, que deu
prioridade aos aspectos de conforto aos passageiros e eficiência aerodinâmica,
com fuselagem com formato externo que lembra vagamente uma bola de futebol
americano, com ótima penetração aerodinâmica, com o mínimo de arrasto possível, para os padrões da época, é claro, testado
em túnel de vento, inclusive.
Além disso, a longarina principal das asas da aeronave
passa por baixo do piso principal, evitando assim invadir o espaço reservado para
acomodar os passageiros, proporcionando um ambiente interno mais elegante, mais acolhedor, com melhor
aproveitamento de espaço interno e um aspecto mais arejado na cabine de
passageiros, com pequenos ventiladores fixados no teto, inclusive, com
pé-direito suficiente na cabine de passageiros para que eles pudessem andar no
corredor sem necessidade de se curvar para acessar os assentos.
Inicialmente, nos primeiros anos de fabricação, ele era
produzido com dois motores radiais a pistão Wright R-2600 Twin Cyclone, com 1.700 hp de potência em cada motor,
posteriormente, alguns anos depois, trocados pelos motores radiais a pistão Pratt & Whitney R-2800 Double Wasp,
com 2.000 hp de potência em cada motor, nada menos que o dobro da potência dos
motores utilizados para tracionar o
icônico avião comercial bimotor Douglas
DC-3, o seu principal concorrente na época.
Mas as diferenças entre o Curtiss C-46 e o Douglas DC-3
(Douglas C-47 Skytrain) não param por aí, o avião da Curtiss-Wright Corporation
era um pouco maior e com melhor aproveitamento de espaço interno, com
capacidade para até 46 soldados em alta densidade; tinha o dobro da capacidade
de carga de seu principal concorrente; era um pouco mais veloz; tinha alcance
maior, chegando até 5.000 quilômetros em certas condições, inclusive; voava mais
alto, chegando a 7.500 metros em certas condições, inclusive; e tinha motores
mais potentes, portanto possuía maior reserva de potência para decolagem em
dias quentes, em aeroportos altos.
Por outro lado, tratava-se de um avião mais
sofisticado, portanto com manutenção mais complicada e mais cara; com consumo
de combustível maior; e não possuía tanques de combustível autovedantes e não tinha asas com estruturas internas ventiladas, portanto mais sujeito a incêndios e explosões em voo durante as
guerras da época, caso fosse alvo de ataques. Além disso, foram necessárias
inúmeras modificações de projeto solicitadas pela USAAF – United States Army Air Force ou Força Aérea do Exército dos
Estados Unidos, lembrando que na época ainda não existia a US Air Force ou Força Aérea dos Estados Unidos, criada somente
depois da Segunda Guerra Mundial. Essas modificações eram necessárias para
corrigir algumas falhas do projeto, mas a maioria delas estava associada à
melhoria do projeto, não necessariamente para corrigir seus defeitos.
Antes dessas modificações, o avião foi apelidado de
Caixão Voador pelos homens das Forças Armadas dos Estados Unidos, o que
refletia o temor deles em relação ao veículo. Apesar disso, esse clássico avião
comercial e militar de médio porte para transporte doméstico e regional de
passageiros e para uso militar foi um dos mais vendidos em toda a história do
transporte aéreo regular da época, com mais de 3.180 unidades fabricadas no
total, principalmente nas versões Curtiss C-46A e Curtiss C-46D, se tornando um
dos modelos de aviões mais utilizados para transporte de passageiros e carga
por companhias aéreas dos cinco continentes, durante as décadas de 1950, 1960 e
1970, principalmente nos Estados Unidos, na América Latina, incluindo o Brasil,
no Canadá, na África e no Oriente Médio.
Apesar de suas polêmicas, o projeto do Curtiss C-46
tem uma importância histórica no contexto da aviação doméstica e regional pelo
mérito de ter possibilitado a integração regional em diversos países de grandes
dimensões, incluindo o Brasil, onde foi largamente utilizado para transporte de
milhões de passageiros e o transporte de cargas, inclusive para o transporte de
cartas e encomendas para os Correios,
por meio do Correio Aéreo Nacional,
um serviço governamental prestado pela FAB
– Força Aérea Brasileira.
No meio aeronáutico, o Curtiss C-46 é considerado uma
das mais importantes aeronaves militares para transporte de tropas e um dos
mais importantes projetos de aeronaves comerciais para transporte de
passageiros em linhas domésticas, regionais e, em alguns casos, até
internacionais. Esse avião é o predecessor de todos os projetos de aviões
regionais atuais e das décadas passadas fabricados no planeta.
HISTÓRIA
O projeto do Curtiss C-46 teve início há cerca de 85 anos atrás, mais precisamente em 1937, inicialmente como uma aeronave sofisticada e refinada para ser oferecida para grandes companhias aéreas americanas e europeias, para transportar com razoável conforto até 36 passageiros em rotas regionais, domésticas e até internacionais dentro de um mesmo continente, em uma confortável e elegante cabine de passageiros pressurizada, tracionado por dois motores radiais a pistão Wright R-2600 Twin Cyclone, com 1.700 hp de potência em cada motor.
Como não havia interessados no mercado de transporte
aéreo comercial, pois na época a tecnologia de pressurização não tinha chegado
ainda a um estágio de maturidade, a empresa americana Curtiss-Wright
Corporation utilizou seus contatos junto ao Governo dos Estados Unidos para oferecer
uma versão militar da aeronave, com algumas mudanças no projeto em relação ao inovador
protótipo Curtiss CW-20, um avião à frente de seu tempo, retirando o seu sistema
de pressurização, portanto tornando o Curtiss C-46 um avião um pouco mais simples,
um pouco mais leve e reduzindo um pouco o seu custo de manutenção em relação ao
protótipo.
Na época, a Curtis-Wright Corporation já possuía
alguns contratos de fornecimento de aeronaves para as Forças Armadas
Americanas, portanto não foi muito difícil convencer os militares de alta
patente americanos a encomendar uma versão militar do Curtiss CW-20, o Curtiss
C-46, usando como argumento as crescentes tensões e conflitos na Europa
Ocidental, que, de fato, resultaram no início da Segunda Guerra Mundial, em
1939, e a entrada dos Estados Unidos nessa Grande Guerra, em 1941.
Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra
Mundial, a Curtiss-Wright Corporation colocou de lado praticamente todas as suas
encomendas de aeronaves civis para atender somente às Forças Armadas Americanas
e seus aliados. Ao todo, foram mais de 2.900 unidades fabricadas do avião
bimotor Curtiss C-46 Commando para o Governo dos Estados Unidos, principalmente
para o US Army (Exército) e para a US Navy (Marinha), em um tempo recorde de cerca
de cinco anos de fabricação, fabricadas na linha de montagem da Curtiss-Wright
nos Estados Unidos.
Ele foi o maior bimotor a pistão operado pelas Forças
Armadas Americanas durante a Segunda Guerra Mundial, usado inclusive para
transporte aeromédico durante o conflito. Na época, o clássico Curtiss C-46 era
o único avião de logística de médio porte das Forças Armadas Americanas capaz
de sobrevoar com margem razoável de segurança a cadeia de montanhas do
Himalaia, localizada na fronteira entre a Índia e a China, levando suprimentos variados
de apoio militar dos Aliados para os combatentes chineses que lutavam contra os
combatentes japoneses, durante a Segunda Guerra Mundial, partindo das bases aéreas
indianas. Naquelas condições, somente ele conseguia transportar armas, munições,
combustível, alimentos, medicamentos e peças de reposição para veículos terrestres
militares.
Ao final da Segunda Guerra Mundial havia mais de 2.900
unidades de aviões militares da família Curtiss C-46, em suas mais
variadas versões, disponíveis para serem vendidas ao mercado civil para
companhias aéreas interessadas, a maior parte delas em ótimo estado de
conservação, quase nova, muitas delas com menos de 1.000 horas de voo.
Milhares de unidades de Curtiss C-46 Commando foram então
convertidas em aviões para transporte doméstico, regional e até internacional,
para serem usadas por companhias aéreas no transporte civil de passageiros e de
carga. As conversões eram simples, consistiam basicamente em mudar a
configuração de assentos para uso civil na cabine de passageiros e trocar a
pintura externa. Era possível para uma companhia aérea brasileira, por exemplo,
comprar um Curtiss C-46 Commando semi-novo por apenas US$ 35 mil (dólares),
algo equivalente hoje a aproximadamente US$ 750 mil (dólares). Nunca antes e
nunca depois, na história da aviação comercial, foi possível comprar aviões de boa
qualidade por esse preço.
Só pra se ter uma ideia: Uma unidade nova de ATR-72,
para 70 passageiros, custa em torno de US$ 28 milhões (dólares) e um Embraer
E-190 E2 novo, para 100 passageiros, custa em torno de US$ 58 milhões, ambos em
valores de tabela, lembrando que grandes companhias aéreas e grandes empresas
de leasing (aluguel de aviões), que compram em grande quantidade, conseguem
descontos.
Essa pode ser considerada uma das explicações para o
início da popularização do transporte aéreo doméstico e regional na América
Latina e em várias outras partes do mundo nas décadas seguintes, principalmente
nas décadas de 1950 e 1960, o ganho de escala e os baixos preços de aquisição
dos aviões Curtiss C-46 e Douglas DC-3, seu principal concorrente, que também
foi vendido pelo Governo dos Estados Unidos a preços atraentes. Posteriormente,
nas décadas de 1970 e 1980, vieram o Boeing 737 e o Douglas DC-9, que ajudaram
a tornar ainda mais acessíveis os preços das passagens aéreas.
MERCADO
A primeira entrega do Curtiss C-46 foi realizada em 1941 para a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos, a principal operadora da aeronave durante a Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento de novas versões melhoradas nos meses e anos seguintes. Durante a Segunda Guerra Mundial, as versões militares do Curtiss C-46 foram operadas intensivamente pelo Exército dos Estados Unidos e pela Marinha dos Estados Unidos em missões de transporte de cargas e tropas, executaram missões de patrulha e reconhecimento aéreo, lançamento de paraquedistas, transporte de feridos, busca e salvamento e, em alguns casos, até como bombardeiros.
Após a guerra, o Curtiss C-46 foi utilizado
intensivamente nas décadas de 1950, 1960 e 1970 nos Estados Unidos, na Europa
Ocidental, no Canadá, na América Latina, na África e no Oriente Médio no
transporte doméstico e regional de passageiros e de carga aérea. Ele foi um
sucesso de vendas da Curtiss-Wright Corporation, que na época se tornou uma das
maiores fabricantes de aviões comerciais do mundo.
Além de mais de 110 companhias aéreas em todos os
continentes do mundo, mais de 20 forças armadas de nações amigas (amigas na
época, pra deixar bem claro aqui) dos Estados Unidos também compraram e
operaram o Curtiss C-46, para uso militar. No total, foram mais de 3.180
unidades fabricadas, incluindo versões para uso civil, no transporte doméstico
e regional de passageiros, e versões militares para por forças armadas.
Entre as operadoras militares do Curtiss C-46 estavam
a Força Aérea da Argentina, a Força Aérea da Bolívia, a Força Aérea
da China, a Força Aérea da Colômbia,
a Força Aérea do Equador, a Força
Aérea do Egito, a Força Aérea de Taiwan, a Força
Aérea de Israel, a Força Aérea do Japão, a Força Aérea da Coreia do Sul, a
Força Aérea do México e a Força Aérea do
Peru.
Muitas companhias aéreas americanas, europeias e
sul-americanas optaram pela capacidade de 36 passageiros, em média densidade, uma
das mais confortáveis configurações de assentos disponíveis para a aeronave,
com quatro assentos por fileira. Mas o fabricante disponibilizou também outras
opções, como a configuração de até 46 passageiros, em alta densidade, com cinco
assentos por fileira.
Entre as companhias aéreas que operaram o Curtiss C-46
estavam a Austral Lineas Aereas, da Argentina; o Lloyd Aéreo Boliviano, da
Bolívia; a Canadian Pacific Airlines, do Canadá; a Aerocondor, Aerosucre e
Avianca, essas três da Colômbia; a Lufthansa,
da Alemanha; a El Al, de Israel; a BOAC- British Overseas, conhecida
posteriormente como British Airways, da Inglaterra; e a Alaska Airlines, a Braniff, a Delta
Airlines e a Pan Am, essas
quatro dos Estados Unidos; dentre outras.
O Curtiss C-46 voou em todos os continentes do planeta
e ainda hoje há dezenas de unidades em condições de voo, mantidas por
colecionadores, por museus e, em alguns casos, até por empresas de transporte
aéreo. No continente africano, na América Latina e em alguns países da Ásia
ainda há algumas unidades prestando serviços em empresas de táxi aéreo e até companhias
aéreas regulares.
NO BRASIL
Logo acima, uma imagem histórica do clássico avião regional no Brasil: O Curtiss C-46 da extinta Varig – Viação Aérea Riograndense, que chegou a ser a maior companhia aérea brasileira. Logo abaixo, o Curtiss C-46 da FAB – Força Aérea Brasileira, este disponível para visitação no Musal, o museu da Aeronáutica Brasileira, localizado no Campo dos Afonsos, no município do Rio de Janeiro.
Cerca de 16 companhias aéreas brasileiras operaram, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, o Curtiss C-46 para transporte de passageiros, que também foi operado intensivamente pela FAB – Força Aérea Brasileira, que operou duas unidades. Esse avião bimotor radial a pistão foi operado intensivamente no Brasil até a década de 1970, quando entrou em operação o turboélice bimotor Embraer EMB-110 Bandeirante, fabricado pela então principiante Embraer. Com a entrada do Embraer Bandeirante e do turboélice bimotor holandês Fokker F27 no mercado brasileiro, nas décadas de 1970 e 1980, a maioria das companhias aéreas brasileiras que operavam o Curtiss C-46 passaram a usar o avião americano apenas como avião cargueiro ou venderam para outras companhias aéreas da América Latina ou da África.
Nas décadas de 1950, 1960 e 1970, foram
registrados no Brasil mais de 150 unidades de Curtiss C-46, operando em cerca
de 16 companhias aéreas regulares e várias empresas de táxi-aéreo, além de duas
unidades do avião operando na FAB – Força Aérea Brasileira, que utilizou a
versão militar Curtiss C-46 Commando para transporte de cargas e soldados, no
atendimento à população brasileira em regiões inóspitas e isoladas do Brasil,
principalmente na Amazônia.
O Curtiss C-46 foi usado pelo CAN – Correio Aéreo
Nacional, no transporte de malotes postais e encomendas. No entanto, ao que
parece, a FAB – Força Aérea Brasileira deu mais preferência ao Douglas C-47,
mais simples e barato de manter, que ao Curtiss C-46 para o cumprimento de suas
tarefas. Ao todo, foram mais de 80 unidades de versões militares do Douglas
DC-3 em uso intensivo pela FAB – Força Aérea Brasileira. A maioria desses
aviões também foi comprada diretamente das Forças Armadas Americanas, que
precisavam vender rapidamente seus grandes estoques de aviões formados após a
Segunda Guerra Mundial, lembrando que mesmo aviões parados têm algum custo de
manutenção e estão sujeitos à ação do tempo.
Entre as companhias aéreas regulares brasileiras que
usaram intensivamente o Curtiss C-46 esteve a Aeronorte (posteriormente Varig),
a Aerovias Brasil, a Aero Geral (posteriormente Varig), o Lóide Aéreo Nacional
(posteriormente Vasp), a Real Transportes, a Sadia (posteriormente Transbrasil), a TABA e a Vasp. A Varig – Viação Aérea Riograndense
também foi uma grande operadora do Curtiss C-46, entre 1948 e 1971, com 28 unidades
em sua frota. Esta empresa aérea, que antes era uma operadora regional, voando
basicamente na Região Sul do Brasil, tornou-se uma companhia aérea doméstica,
de alcance nacional, usando intensivamente o Curtiss C-46, que foi um dos
principais responsáveis pelo seu crescimento na época.
FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
CURTISS
C-46A COMMANDO
- Capacidade (P&W): Até 36 passageiros (média densidade);
- Capacidade (P&W): Até 46 passageiros (alta densidade);
- Capacidade (P&W): Até 20 passageiros (configuração executiva);
- Tripulação: 1 piloto (comandante), 1 co-piloto, 1 rádio-telegrafista e 1 comissária;
- Velocidade de cruzeiro (85% potência): Aprox. 380 km/h (P&W);
- Velocidade de cruzeiro (75% potência): Aprox. 320 km/h (P&W);
- Velocidade de cruzeiro (65% potência): Aprox. 280 km/h (P&W);
- Comprimento: Aprox. 24 metros;
- Envergadura: Aprox. 33 metros;
- Altura: Aprox. 6,7 metros;
- Motorização (potência): 2 X Wright Cyclone R-2600 (1.700 hp / cada);
- Motorização (potência): 2 X Pratt & Whitney R-2800 (2.000 hp / cada);
- Hélices (original): Hamilton Standard de três pás;
- Hélices (retrofit): Curtiss-Wright Electric de quatro pás;
- Teto de serviço (P&W): Aprox. 7.500 metros (com oxigênio);
- Teto de serviço (P&W): Aprox. 5.000 metros (sem oxigênio);
- Alcance (P&W): Aprox. 1.800 quilômetros (46 passageiros / 75% potência / com reservas);
- Alcance (P&W): Aprox. 5.000 quilômetros (30 passageiros / 65% potência / com reservas):
- Peso máximo de decolagem (P&W): Aprox. 20.000 kg;
- Pista de pouso (P&W): Aprox. 1.500 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
- Revista Aero Magazine: http://aeromagazine.uol.com.br/
- Varig Airlines: https://www.varig-airlines.com/pt/c46.htm
- Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Curtiss_C-46
- Revista Avião Revue: http://www.aviaorevue.com/
- Revista Flap Internacional: http://www.revistaflap.com.br/
- Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Curtiss_C-46_Commando
- Site Airway / UOL: www.airway.uol.com.br
- FAB - Força Aérea Brasileira: https://www.fab.mil.br/index.php
- Delta Airlines (em inglês): https://www.deltamuseum.org/exhibits/delta-history/aircraft-by-type/propeller/curtiss-c-46
- Curtiss-Wright (divulgação): Imagens
- Varig (divulgação): Imagens
- Wikimedia: Imagens
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