ROBERTA MIRANDA (MÚSICA)

ROBERTA MIRANDA
MARIA ALBUQUERQUE MIRANDA
MÚSICA SERTANEJA


INTRODUÇÃO

Roberta Miranda é o nome artístico de Maria Albuquerque Miranda, uma talentosa, sensível e bem sucedida cantora brasileira de música sertaneja, com elementos e tendências de soul, MPB, country, MPP / fado, caipira, bolero e blues, dentre outros ritmos e estilos, com sucesso alcançado e mantido nas décadas de 1980, 1990 e 2000, principalmente em tons de contralto e mezzo-soprano, mas atuando também como uma grande e respeitada compositora, além de trabalhos eventuais de pintura e escultura. Atualmente, ela ainda faz apresentações musicais em casas de shows e exposições ou feiras agropecuárias, além de sua presença ainda ser requisitada na mídia, mas agora em ritmo bem mais tranquilo que antes.


Durante o período de intensa atividade, nas décadas de 1980, 1990 e 2000, Roberta Miranda obteve o reconhecimento da crítica musical brasileira, da indústria fonográfica, da mídia em geral e do público pelo bom gosto e refinamento musicais, pela originalidade, pela sensibilidade musical e pela precisão na execução dos arranjos.


Entre as faixas mais marcantes da grande cantora e compositora, consideradas até mesmo pelos mais exigentes críticos musicais como clássicos da música sertaneja brasileira, estão São Tantas Coisas, Dia D, A Mulher em Mim (versão nacional da música Woman In Me, interpretada anteriormente pela diva canadense da música country Shania Twain), Vá Com Deus, Sol da Minha Vida, Majestade O Sabiá (versão da música homônima interpretada anteriormente por Jair Rodrigues), Lembranças, Quem Sentiu (pagode com participação especial da cantora brasileira Alcione), Marcas, Tudo em Você me Atrai, Boleros Nunca Mais, Máscara, Além de Mim, Cigana, Rei dos Reis, Sempre Mais (versão nacional da balada romântica Baby Can I Hold You, grande sucesso interpretado anteriormente pela diva americana Tracy Capman), Esperança e Outra Vez (versão da música homônima interpretada anteriormente pelo cantor brasileiro Roberto Carlos), algumas dessas consideradas até obras primas da música nacional.


Ela é uma das principais artistas veteranas da música sertaneja, respeitadas e consideradas referências em qualidade musical para as novas gerações de cantoras. No caso específico de Roberta Miranda, ela é considerada uma das principais representantes das mulheres dentro da música sertaneja, um ambiente que, segundo dizem, é meio machista e um pouco homofóbico. Ela é considerada uma das artistas que pavimentaram o caminho para que as artistas mais recentes, do chamado sertanejo universitário, alcançassem o sucesso, inclusive usando-as como fonte de inspiração e referência musical.


A SONY MUSIC

A Sony Music é uma grande e influente gravadora de música internacional sediada nos Estados Unidos e controlada pela gigante de produtos eletrônicos de consumo Sony Corporation, uma tradicional multinacional japonesa, proprietária também do estúdio de cinema americano Columbia, um dos maiores do mundo.


Atualmente, ela é considerada a segunda maior empresa proprietária de gravadoras do mundo, atrás apenas da gigante americana e holandesa da indústria fonográfica Universal Music, por sua vez uma subsidiária da empresa chinesa Tencent; do empresário francês Vincent Bolloré; do fundo de investimentos britânico Pershing Square; e da empresa de mídia francesa Vivendi. Já a americana Warner Music é considerada a terceira maior empresa fonográfica do mundo.


A Sony Music é proprietária dos selos de música ou gravadoras CBS Records, Columbia Records, Epic Records, Som Livre, Arista Records, BMG Records, Ultra Music e RCA Records, dentre outros.


A MÚSICA SERTANEJA

A chamada música sertaneja contemporânea ou, simplesmente, música sertaneja é um típico gênero musical rural brasileiro que alcançou o seu auge de popularidade nas décadas de 1980 e 1990, principalmente nos estados brasileiros de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Tocantins, não por acaso alguns dos principais estados produtores pecuários e agrícolas do país. Ela é diretamente derivada da chamada música sertaneja caipira ou, simplesmente, música caipira, por sua vez fortemente popularizada no Brasil nas décadas de 1960 e 1970, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás (na época ainda não existia Tocantins), Mato Grosso (na época ainda não existia Mato Grosso do Sul), Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Por se tratar de um gênero musical rural simples, modesto, despretensioso e totalmente acústico, quase sempre retratando a vida do homem do campo da época, a música caipira era vítima frequente de preconceitos de parte da população urbana brasileira nas décadas de 1960 e 1970, principalmente dos mais jovens, inclusive tachada de “brega”, “ultrapassada”, “reba”, “cafona”, “bruta”, “mal educada”, “sem graça”, “barrela”, “rude” e “quadrada”, entre outros adjetivos pejorativos.


Apesar disso, já na década de 1970 ela era executada com regularidade em programas populares das rádios AM, ouvidas principalmente pelo público urbano e rural adulto e idoso, portanto mais maduro, porém encontrava resistência junto às rádios FM, com público mais jovem e urbano, ávido por novidades e ousadias, o que levou os músicos do gênero, os produtores musicais e as gravadoras submeterem a música caipira a uma reformulação e modernização, “um banho de loja”, digamos, a partir da década de 1980, para vencer essa resistência, com a introdução de elementos de outros gêneros, inclusive, como o soul, o blues, a MPB, o folk, a jovem guarda, o bolero, o rock, o mariachi, o R&B e o country, principalmente com a introdução da guitarra, do baixo, da bateria e do teclado ou sintetizador, dando origem assim à música sertaneja contemporânea, mais moderna, que, por sua vez, deu origem, a partir da década de 2000, ao chamado gênero sertanejo universitário, um dos principais produtos atuais da indústria fonográfica brasileira.


Assim como ocorreu com outros gêneros musicais, nacionais e estrangeiros, um fenômeno curioso se repetiu com a música sertaneja e com a música caipira, no passado elas eram consideradas populares e de “segunda linha”, mas nas décadas mais recentes passaram a ser consideradas cult por muitos colecionadores e críticos de música.


VIDA PESSOAL E CARREIRA

A famosa cantora e compositora Maria Albuquerque Miranda, que utiliza o nome artístico Roberta Miranda, nasceu em 1956 na cidade de João Pessoa, a capital do estado da Paraíba, um dos estados da Região Nordeste, aqui no Brasil. De origem humilde, ela fazia parte de uma tradicional família brasileira de religião católica, portanto conservadora, formada pelo pai, pela mãe, pelos três filhos e por Roberta, a caçula da família.


Ela não é irmã da também cantora de música sertaneja Sula Miranda.


Após Roberta Miranda completar oito anos de idade, toda a família se mudou para São Paulo, a capital do estado de São Paulo, na época já uma das cidades mais ricas e desenvolvidas do Brasil, para tentar melhorar de vida, com os três filhos seguindo a carreira de professores.


Desde cedo, Roberta Miranda mostrou inclinação para a música, contrariando seu pai, conservador, que queria que a filha seguisse uma carreira mais convencional, digamos, na educação pública, assim como seus filhos. Na adolescência ela decidiu sair de casa, foi morar de favor na casa de amigos, aprendeu a tocar instrumentos musicais e, para se sustentar, passou a trabalhar com maquiadora e cabeleireira de artistas musicais, além de desenvolver um trabalho paralelo de compor músicas e participar de pequenas e breves apresentações de música em bares, restaurantes e casas noturnas, até completar a maioridade, para, a partir de então, mergulhar definitivamente no mundo da música, inclusive fazendo aberturas de shows de grandes nomes da música brasileira da época, incluindo Alcione, Fafá de Belém e Rosemary.


Segundo ela mesma, o seu trabalho como maquiadora e cabeleireira de artistas musicais foi fundamental para conseguir entender melhor o mundo música e lidar com ele, para ganhar experiência e conhecimentos sobre o mundo artístico, inclusive para conseguir os contatos necessários dentro desse universo e para aprender a evitar ou recusar, com sutileza e discrição, algumas “cantadas” que levava de homens do meio artístico, incluindo produtores musicais, cantores, executivos de gravadoras, instrumentistas, técnicos, locutores de rádio e apresentadores de TV.


Ela queria ser conhecida pelo público, pela crítica musical, pelo meio artístico, pela mídia e pelas gravadoras como uma grande e respeitada cantora e compositora, e entendia que para isso era necessário “passar longe” da “má fama”, portanto evitando ceder facilmente às “cantadas” em um ambiente meio machista, em que homens vaidosos e narcisistas “se gabavam” de suas “aventuras amorosas” ou “conquistas” em “rodinhas” de conversa de final de semana.


Embora seja uma das mais conhecidas artistas da música sertaneja, o seu repertório é, na verdade, para ser mais preciso, bem variado, inclui diversos gêneros, como a MPB, o soul, a country, a MPP / fado, o bolero, o samba, a caipira, o baião e o blues. Seu trabalho ainda é aplaudido e citado pela crítica como uma referência em bom gosto musical, digno de ser apreciado pelos ouvidos mais exigentes e refinados. Ela permanece, até hoje, como uma das poucas artistas veteranas da música brasileira ainda reconhecidas e reverenciadas pela crítica atual, ao lado de outras divas, como Gal Costa, Marina Lima, Zizi Possi, Rita Lee, Simone, Maria Bethânia, Alcione, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Baby do Brasil e Paula Toller, por exemplo.


Em 1985, aos 29 anos de idade, depois de muito esforço e perseverança de Roberta Miranda e graças à influência de outros artistas junto às gravadoras da época, como Jair Rodrigues e Alcione, por exemplo, ela conseguiu assinar um contrato relevante com a então gravadora Continental (atualmente Warner Music), já com o nome artístico Roberta Miranda, conquistando três discos de platina logo de saída, com mais de 1.500.000 cópias vendidas, tornando-se então a primeira artista brasileira de música popular a alcançar esse número expressivo.


Segundo ela, esse primeiro contrato estabelecia um número mínimo de 5.000 cópias vendidas desse primeiro álbum, o Roberta Miranda – Volume 1, para que pudesse ser remunerada pelo trabalho e pudesse iniciar as negociações para o lançamento de um segundo álbum. Na época, ela não tinha carro, por isso andava a pé, literalmente, por dezenas de quilômetros, ou de ônibus, nas visitas às rádios AM para fazer a divulgação do trabalho. Chegava cansada em casa, à noite, com bolhas e calos nos pés. Esse era o preço a se pagar por uma vida íntegra e sem mancha, sem “atalhos”.


A partir de então mudou tudo, da água para o vinho. Ela passou a fazer parte da elite da música sertaneja, ao lado de outros grandes nomes, como, por exemplo, Milionário & José Rico, Sérgio Reis, Trio Parada Dura, Chrystian & Ralf, Chitãozinho & Xororó, João Mineiro & Marciano, Almir Sater, Amado Batista, Mato Grosso & Mathias, Leandro & Leonardo, Sula Miranda, João Paulo & Daniel, Zezé Di Camargo & Luciano, Rionegro & Solimões, Jayne, Perla, Gian & Giovani, Bruno & Marrone, Duduca & Dalvan, Gilberto & Gilmar, Chico Rey & Paraná, Renato Teixeira, Ataíde & Alexandre, Cezar & Paulinho e Rick & Renner, dentre outros, embora uma parte desses citados tenha alcançado o sucesso alguns anos depois.


De modo geral, as letras das músicas de Roberta Miranda falam de amores, paixões, amizades e relacionamentos familiares, principalmente de relacionamentos amorosos entre um homem e uma mulher, não apenas de personagens que moram e trabalham no campo, mas também de personagens urbanos. Essas letras falam de relacionamentos bem sucedidos, felizes, outros nem tanto, mas a maioria das letras fala de relacionamentos “mal resolvidos” mesmo. Aliás, antes que a palavra “sofrência” existisse, mais da metade das letras de Roberta já era assim.


Com o passar do tempo, Roberta Miranda conseguiu vencer a barreira do rótulo pejorativo de “caipira” e de “mal amada”, o que significa que ela realmente possui um trabalho sólido, com letras simples sim (por que não?), mas bem escritas, com gramática correta, e músicas de qualidade e bom gosto, com arranjos esmerados e execução primorosa dos arranjos. Desde o início da carreira, na década de 1980, ela conquistou o respeito do público, da mídia, da indústria fonográfica e da crítica de música.


Oficialmente, até onde se sabe, ela não é lésbica. Respondendo às “más línguas” de plantão, ela afirmou que teve alguns relacionamentos bons e alguns relacionamentos ruins, mas sempre com homens, engravidou pelo menos duas vezes, mas teve dificuldades de manter a gravidez, por problemas de saúde, perdendo involuntariamente os fetos.


Atualmente, aos 65 anos de idade, ela está solteira.


DISCOGRAFIA

A veterana Roberta Miranda é considerada uma das mais icônicas e respeitadas divas da música sertaneja brasileira, um exemplo de bom gosto musical, com vários hits considerados clássicos da música sertaneja brasileira. Mas além de uma grande cantora, muitos não sabem que ela é, também, uma grande compositora, com mais de 400 músicas e letras escritas até o momento, sendo que uma parte delas ainda não foi registrada pelas gravadoras, estão guardadas, portanto foras de catálogo.


O trabalho desenvolvido pela artista brasileira, como cantora e compositora, principalmente nas décadas de 1980, 1990 e 2000, em mais de 30 anos de intensa atividade, é digno de ser apreciado pelos ouvidos mais exigentes e refinados. Atualmente, ela ainda faz apresentações musicais e produz novos conteúdos de estúdio e ao vivo, mas em ritmo bem mais tranquilo, inclusive com novas versões, com novos arranjos, de seus clássicos.


Com mais 200 músicas escritas, arranjadas e gravadas, cantadas por ela mesma, incluindo versões diferentes da mesma música, remasterizadas e remixadas, inclusive; com mais de 400 músicas escritas, uma parte delas ainda não disponível para comercialização por meio de catálogo; e com mais de 22.000.000 de cópias de álbuns próprios vendidas, dependendo da fonte consultada; ela está entre as mais bem sucedidas artistas do Brasil, embora não tenha sido uma unanimidade entre todas as comunidades urbanas, mais cosmopolitas, mais “moderninhas” e “descoladas”, avessas ao conteúdo “conservador” da música sertaneja. Mas, como diz o ditado: Nem Jesus Cristo conseguiu agradar a todos. Então paciência.


Foram pelo menos 25 álbuns próprios lançados desde o início da carreira, dos quais pelo menos 5 são álbuns de coletânea, com músicas remasterizadas, remixadas e/ou regravadas, parte delas obtidas a partir de apresentações ao vivo, inclusive com músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas da TV Globo, como Tieta, O Rei do Gado, O Amor Está no Ar, Era uma Vez, Cabocla e Pantanal, por exemplo.


Ela é considerada a Rainha da Música Sertaneja e está no topo da indústria fonográfica brasileira, entre as mais bem sucedidas artistas brasileiras da chamada música sertaneja contemporânea.


ÁLBUNS PRÓPRIOS

  • 1986 – Roberta Miranda – Volume 1 (LP e K7) – Continental
  • 1987 – Roberta Miranda – Volume 2 (LP e K7) – Continental
  • 1989 – Roberta Miranda – Volume 3 (LP e K7) – Continental
  • 1990 – Roberta Miranda – Volume 4 (LP e K7) – Continental
  • 1990 – Roberta Miranda – Coletâneas (CD e LP) – Continental
  • 1992 – Sol da Minha Vida (CD e LP) – Continental
  • 1993 – Roberta Miranda – Volume 6 (CD e LP) – Continental
  • 1994 – Roberta Miranda – Volume 7 (CD e LP) – Continental
  • 1995 – Roberta Miranda – Volume 8 (CD e LP) – Continental
  • 1996 – Roberta Miranda – Volume 9 (CD e LP) – Continental
  • 1997 – Vida (CD e LP) – Polygram / Universal
  • 1998 – Paixão (CD e LP) – Som Livre e Polygram
  • 1999 – Caminhos (CD e LP) – Polygram / Universal
  • 2000 – A Majestade, O Sabiá (ao vivo) – Universal
  • 2001 – História de Amor (CD) – Universal          
  • 2001 – Tudo Isto é Fado (CD) – Universal           
  • 2002 – Pele de Amor (CD) – Universal
  • 2004 – Alma Sertaneja (CD) - Universal
  • 2005 – Acústico Ao Vivo (CD) – Universal / EMI
  • 2008 – Senhora Raiz (CD) – Universal
  • 2011 – Sorrir Faz a Vida Valer (CD) –
  • 2011 – Boleros (CD) – Som Livre
  • 2013 – 25 Anos – Ao Vivo (DVD e CD) – Som Livre
  • 2014 – Roberta canta Roberto (CD) – Universal
  • 2017 – Os Tempos Mudaram (DVD E CD) – Sony


A RAINHA NO YOUTUBE


FICHA TÉCNICA

  • Gravadoras: Continental (Warner), Polygram / EMI (Universal), Som Livre e Sony;
  • Nome artístico: Roberta Miranda;
  • Nome original: Maria Albuquerque Miranda;
  • Origem: Brasil;
  • Início de carreira: Década de 1980;
  • Auge da carreira: Décadas de 1980, 1990 e 2000;
  • Gênero: Sertaneja, bolero, MPP / fado, caipira, blues e soul, dentre outras;
  • Resultado comercial: + de 22 milhões de cópias, dependendo da fonte consultada;


MÚSICA SERTANEJA E SUAS PRIMAS


ONDE COMPRAR


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberta_Miranda
  • Warner Music (divulgação): Imagem
  • Universal Music (divulgação): Imagem
  • Sony (divulgação): Imagem
  • Wikimedia: Imagens

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