CAPIM ELEFANTE CAPIAÇU (AGROPECUÁRIA)

CAPIM ELEFANTE
PENNISETUM PURPUREUM SCHUM
CAPIM ELEFANTE CAPIAÇU

INTRODUÇÃO
De modo geral, o capim elefante é um tipo de forrageira usado em larga escala no Brasil na alimentação animal de ruminantes, geralmente de médio e grande portes, embora também seja possível o seu uso para alimentação de animais de pequeno porte, como ovinos e caprinos, por exemplo.

A variedade mais conhecida do capim elefante no Brasil é o Napier, que tem um aspecto semelhante ao aspecto da cana-de-açúcar, embora com caule mais fino, e a sua forma de colheita por meio de máquinas colhedoras de forragem acopladas a tratores também é similar. Mas há também outras variedades semelhantes ao Napier e que estão ganhando, gradativamente, a preferência do produtor rural brasileiro para alimentação do seu gado, dentre elas o capim elefante BRS Capiaçu, desenvolvido pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e que já está disponível no mercado, há anos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
De modo geral, o capim elefante é um tipo de forrageira muito comum na atividade agropecuária brasileira, usado principalmente na zona rural das regiões Centro Oeste e Sudeste do Brasil na alimentação animal de ruminantes de leite e de corte, principalmente na alimentação de bovinos de leite, já que ele evita que os níveis de produtividade leiteira nos meses frios e secos do ano caiam demais.

No Brasil, a cultivar de capim elefante cuja produção mais tem crescido é a BRS Capiaçu. Essa forrageira é irmã do capim elefante Napier, ela também é usada no Brasil principalmente para fazer volumoso verde para alimentação do gado nos meses frios e secos do ano, com pouca ou nenhuma chuva. Ela é colhida in loco por máquina colhedora de forragem acoplada ao trator em baixa velocidade e automaticamente despejado na carreta, que, por sua vez, também segue acoplada ao trator.

O capim elefante BRS Capiaçu é uma gramínea desenvolvida alguns anos atrás pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ele foi colocado no mercado em 2016, e já é conhecido e aceito por muitos produtores rurais. Ele apresenta porte alto e um pouco frágil, com folhas altas, compridas e pontudas, colmos também compridos, um pouco menos grossos e úmidos que os caules da cana-de-açúcar e assim como sua prima ele possui caule com casca e, portanto, é razoavelmente resistente aos meses de estiagem e de frio do Centro Oeste e do Sudeste brasileiros e, por isso mesmo, tem ganhado a preferência em pequenas e médias propriedades rurais brasileiras, principalmente para alimentação do gado leiteiro, inclusive em locais mais humildes, como na agricultura familiar de assentamentos rurais, por exemplo.

Ele é uma das mais importantes variedades do capim elefante, produz um grande volume de massa verde para corte, bem palatável (“gostoso”) aos animais, tem um bom valor proteico e bom valor nutritivo. Ele também é usado para ensilagem ou silagem em grandes, médias e pequenas propriedades rurais, de perfil mais profissionalizado ou não.

Entre as razões apontadas para o sucesso do capim elefante BRS Capiaçu no Brasil está a produção até 30% maior de volume e peso de matéria verde que o seu irmão Napier, podendo chegar a até 50 toneladas / hectare / ano, na forma de silagem, segundo a própria Embrapa; maior teor nutritivo, quando cultivado em terras bem adubadas, podendo chegar a até 10% de proteína quando cortado cedo, dois meses após o plantio, embora na prática a maioria dos produtores tenha optado por fazer o corte quando a planta está alta, em razão do maior volume, na média seis meses após o plantio ou a cada seis meses por corte; e o custo de produção menor, em relação ao milho e à cana-de-açucar, segundo a Embrapa.

PREPARO DO SOLO E PLANTIO

Assim como seu irmão mais famoso capim elefante Napier, ele é plantado no início das chuvas, em setembro ou outubro, no Centro Oeste brasileiro, por exemplo. A forma de plantio é semelhante a da cana de açúcar, com sulcos lineares abertos com sulcador acoplado ao trator. Assim os colmos ou caules da planta viva são deitados, são alinhados aos sulcos e são enterrados. É aconselhável verificar com o engenheiro agrônomo ou técnico agrícola se há necessidade de jogar fertilizantes granulados nos mesmos sulcos antes de fechá-los, ou seja, antes de enterrar os caules ou ramos da planta.

De modo geral, o capim elefante BRS Capiaçu não suporta regiões alagadas, de várzea ou vargem, por exemplo. Ele não suporta geadas prolongadas, como na Região Sul do Brasil, por exemplo, embora haja relatos de produtores que estão conseguindo cultivar a gramínea no estado do Paraná, por exemplo, que não é tão frio como o Rio Grande do Sul, por exemplo.

Antes dos meses de chuva é necessário fazer o preparo do solo, que deve ser precedido, obviamente, por análise laboratorial das amostras do solo, com o auxílio de um engenheiro agrônomo, um técnico agrícola ou zootecnista para interpretação dos dados resultantes da análise. O solo é limpo, arado, gradeado e adubado, mas também há opções bem sucedidas de plantio direto já relatadas no Brasil, ecologicamente corretas, que vêm sendo usadas em vários casos.

Segundo alguns engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas, é possível a consorciação do capim elefante com leguminosas, dentre elas a siratro, a soja perene, a centrosema e a galactia striata. Segundo eles a vantagem nesse caso é a da fixação de nitrogênio no solo, o que resulta em uma simbiose entre essa gramínea e a leguminosa. Pra quem não sabe, uma simbiose é a associação entre dois ou mais seres vivos, com vantagens mútuas ou pelo menos a um deles.

CORTE E PREPARO

O método de corte e preparo do capim elefante BRS Capiaçu é simples, com a colhedora de forragem acoplada ao trator e com a carreta logo atrás, também acoplada, a máquina se encarrega de fazer o corte e a trituração, assim o volumoso já está pronto pra ser consumido pelo gado, bastando apenas limpar e enxugar os cochos e depositar a matéria verde e fresca nos cochos.

O pastejo ou pastoreio direto do capim elefante, ou seja, com o animal in loco, consumindo a planta diretamente no local em que ela está arraigada, não é recomendado. Além disso, há relatos de que o capim elefante BRS capiaçu triturado, na forma de volumoso, é rejeitado pelos animais após 24 horas do corte e da trituração, provavelmente por causa da fermentação, portanto é recomendável servi-lo fresco no cocho, logo após o preparo.

Por outro lado, os animais aceitam bem a silagem de capim elefante BRS capiaçu, a partir de três meses após o corte. Para o corte e estoque de silagem de capim elefante BRS Capiaçu são necessários alguns cuidados, como, por exemplo, a compactação da matéria verde já triturada, antes de estender a lona plástica para estocar a silagem, e a verificação prévia do estado de conservação da lona, para verificar se há furos ou rasgos, portanto para evitar infiltrações de água da chuva e entrada de ar.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Livro Implantação de Pastagens / José Rodrigues de Souza
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_Brasileira_de_Pesquisa_Agropecu%C3%A1ria
  • Dicionário Michaelis
  • Embrapa (divulgação): Imagens

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