DEUS (RELIGIÕES MONOTEÍSTAS)

DEUS (MONOTEÍSMO)
JEOVÁ (MONOTEÍSMO)
ELOHIM (MONOTEÍSMO)
JAVÉ (MONOTEÍSMO)
ADONAI (MONOTEÍSMO)
ZEUS (RELIGIÃO GREGA ANTIGA)
JÚPITER (RELIGIÃO ROMANA ANTIGA)
ATON OU ATÉN (RELIGÃO EGÍPCIA ANTIGA)
ESPÍRITO SANTO (CRISTIANISMO E JUDAÍSMO)
PAI E FILHO (CRISTIANISMO)
ALÁ (ISLAMISMO)
BAHÁ (PÉRSIA E IMPÉRIO OTOMANO)
BRÂMAN OU INDRA (HINDUÍSMO)
DEBATA (INDONÉSIA ANTIGA)
TUPÃ OU YAMANDÚ (RELIGIÕES INDÍGENAS BRASILEIRAS)
TLALOC (RELIGIÃO INDÍGENA MEXICANA ANTIGA)
TODO PODEROSO (MONOTEÍSMO)
ALTÍSSIMO (MONOTEÍSMO)
JAH (NA RELIGIÃO RASTAFARI)
FORÇA (NA FICÇÃO CIENTÍFICA)


INTRODUÇÃO

Segundo as religiões monoteístas, Deus é um ser supremo e único, absolutamente soberano, que habita uma dimensão espiritual, a princípio não acessível aos seres humanos por meios próprios, e cuja existência foi revelada voluntariamente, por Ele mesmo, na grande maioria dos casos por meios muito sutis e discretos, quase imperceptíveis, principalmente por meio de mensageiros espirituais, conhecidos como anjos, embora também utilize, eventualmente, outro meios de revelação e/ou manifestação.


Ele seria onipotente, onipresente e onisciente, ou seja, segundo as religiões monoteístas os anjos realizam todos os Seus desejos, sem exceção; de uma forma até agora incompreensível para nós humanos, Ele estaria ou pode estar em todos os lugares que deseja, de forma instantânea, tanto nesta dimensão física em que nós seres humanos vivemos como em outras supostas dimensões, como a dimensão espiritual, por exemplo; e sabe tudo, inclusive o passado, o presente e o futuro; respectivamente.


Ao contrário do que muitos pensam, a crença em Deus não é uma exclusividade das chamadas religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo), não é um monopólio delas, dezenas de outras grandes religiões, atuais e/ou de um passado distante, a maior parte delas já extinta, contêm e/ou continham essa figura icônica, o que leva os historiadores a crerem que se trata de um curioso fenômeno social de proporções globais, um fenômeno universal da humanidade, com sua origem provável há pelo menos 8.000 anos atrás.


Segundo essas mesmas religiões monoteístas, o principal antagonista de Deus é conhecido como Satanás, que, anteriormente, há muito tempo atrás, era um anjo criado por Deus e esteve a serviço de Deus, mas que se rebelou contra Deus, querendo rivalizar com Ele, tramando com outros anjos para destroná-Lo, inclusive, se recusando a servi-Lo e se recusando a reconhecer a humanidade como a principal ou uma das Suas principais criações.


Não há provas científicas irrefutáveis da existência de Deus, mas está claro que a figura de uma Divindade de característica suprema e soberana é um fenômeno global e atemporal, de proporções gigantescas e, é claro, chama a atenção dos historiadores, uma figura presente em todos os continentes do planeta, inclusive nas Américas, e, acredite, antes mesmo de sua colonização, a partir do século XV, pelos povos de tradição cristã, principalmente ingleses, franceses, holandeses, portugueses e espanhóis.


Em um passado distante e/ou atualmente, essa figura Divina possuía e/ou possui outros nomes, incluindo Jeová, Elohim, Hashem, Javé e Adonai (para os hebreus), Aton ou Atén (no antigo Egito), Pai e Espírito Santo (nas religiões monoteístas hebraicas e cristãs em geral), Alá (nas religiões islâmicas ou muçulmanas), Bahá (na Pérsia e no Império Otomano, não confundir com Baal), Brâman ou Indra (na religião hindu, da Índia, embora aqui haja controvérsias), Zeus ou Júpiter (nas religiões grega e romana, embora aqui também haja controvérsias), Debata (na Indonésia, na religião antiga do povo Batak), Tupã ou Yamandu (na religião indígena brasileira, embora também controversa), Tlaloc (na religião extinta dos Astecas, no México, também controversa) e Jah (na religião rastafari, da Jamaica), dentre outros nomes e conceitos.


Na maioria desses sistemas de crenças monoteístas e politeístas, Deus é geralmente visto como o ser supremo e/ou um dos protagonistas, criador e principal objeto da fé dos humanos em geral, exceto em algumas grandes religiões, como o budismo, por exemplo, no qual não há menção direta a Ele, pelo menos de forma perceptível, até onde os historiadores e teólogos conseguiram perceber, pelo menos na maioria das vertentes do budismo, com algumas exceções.


Nos sistemas de crenças politeístas, um deus (com inicial minúscula) é um espírito ou ser que se acredita ter criado ou que controla alguma parte do universo ou da vida, motivo pelo qual tal divindade é frequentemente adorada. A crença na existência de pelo menos um deus é chamada por historiadores e teólogos de teísmo, enquanto a descrença ou incredulidade em um deus ou de deuses é chamada de ateísmo.


Não se deve confundir o ateísmo, que é a descrença ou incredulidade total na existência de um deus ou Deus, com o agnosticismo, que é o reconhecimento da incapacidade do ser humano de perceber, por si mesmo, por meio de seus próprios sentidos, a presença ou existência de Deus ou de um deus ou deuses.


Também não se deve confundir o ceticismo com o ateísmo, pois no ceticismo o indivíduo cético duvida da existência de Deus, de um deus ou de deuses, mas deixa aberta a possibilidade de acreditar caso essa suposta existência seja provada. Não acreditar é diferente de duvidar. Por exemplo, um dos apóstolos ou discípulos de Jesus Cristo era cético, ele duvidava de tudo o que diziam sobre coisas espirituais, até que os milagres realizados por Cristo foram presenciados por São Tomé e, a partir de então, ele acreditava nesses milagres, porque os via acontecendo.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

As concepções das religiões em geral sobre Deus (agora com inicial maiúscula, ou seja, o ser objeto de fé dos adeptos das religiões monoteístas) variam consideravelmente de acordo com as épocas, as etnias, as regiões do planeta, as classes sociais e as culturas do planeta. Muitos teólogos e filósofos notáveis desenvolveram argumentos a favor e contra a existência de Deus. De forma resumida, o ateísmo rejeita a crença em qualquer divindade, enquanto o agnosticismo é a crença de que a existência de Deus é, a princípio, impossível de ser percebida por meios próprios, a figura divina é incognoscível, ou seja, é imperceptível pelo ser humano.


Alguns teístas veem o conhecimento sobre Deus como derivado direto da fé, ou seja, acredita-se em Deus antes para saber mais sobre Ele depois, o que parece ser uma contradição, parece não fazer sentido. Além disso, Deus é frequentemente concebido como a maior entidade existente, ou seja, Ele ocuparia o topo da hierarquia do mundo espiritual, ou seja, não há ninguém acima Dele, o que, curiosamente, se alinha, pelo menos em parte, com o posicionamento de algumas religiões politeístas.


Teologicamente, muitas vezes acredita-se que Deus é a causa de todas as coisas e, portanto, é visto como o criador, sustentador e governante do universo. Ele é, frequentemente, considerado incorpóreo (não tem músculos, sangue, ossos e pele) e independente da criação material, enquanto o panteísmo sustenta que Deus é o próprio universo. Dependendo da religião em questão, Deus é, às vezes, visto como onibenevolente (muito bondoso e justo), enquanto o deísmo sustenta que Ele não está envolvido com a humanidade, estando separado da sua criação.


Algumas tradições monoteístas atribuem significado espiritual à manutenção de alguma forma de relacionamento com Deus, muitas vezes envolvendo atos como adoração, meditação e oração, e O veem como a fonte de toda obrigação moral conhecida. Além disso, Deus, às vezes, é descrito sem referência ao gênero (masculino ou feminino), enquanto outros usam terminologia específica do gênero masculino, embora, a princípio, ele não possua uma parceira, pelo menos na maioria das grandes religiões.


ETIMOLOGIA

O nome Deus (com inicial maiúscula) é uma criação antiga das religiões monoteístas, principalmente do cristianismo e do judaísmo. Nas religiões islâmicas / muçulmanas o seu nome é Alá, com atributos muito parecidos, quase idênticos, aos atributos das religiões judaica e cristã. Mas nem sempre foi assim, pois Ele já foi e ainda é referido por nomes diferentes, dependendo do idioma, da região, da religião em questão, da etnia e da tradição cultural, às vezes com diferentes nomes usados em referência aos seus vários atributos.


O nome Deus tem origem no termo latino deus, que significa divindade ou deidade. Os termos latinos Deus e divus, assim como o grego διϝος = divino, descendem do Proto-Indo-Europeu *deiwos = brilhante / celeste, termo este encerrando a mesma raiz que Dyēus, a divindade principal do panteão indo-europeu, igualmente cognato do grego Ζευς (Zeus).


Na ficção científica, Ele foi, é ou pode ser interpretado e descrito de outras formas e com outros nomes, algumas vezes como um conceito impessoal de energia vital, portanto sem uma personalidade definida, embora de natureza positiva e/ou benigna, que está em todos os lugares, envolve e penetra todos ou quase todos os seres, como, por exemplo, o conceito de Força.


SUPOSTO OU REAL?

A suposta existência de Deus é tema de debate e controvérsias, com pontos de vista a favor, neutros e contra, em praticamente todas as ciências desenvolvidas pela humanidade, principalmente na Teologia, na Filosofia, na História, na Geopolítica, na Sociologia, na Antropologia, na Ciência Política, na Arqueologia, no Direito, na Psicologia, na Psiquiatria e na Neurologia, além de ser objeto de debate também entre as religiões, na cultura popular, nas artes e na política.


Deus também é objeto de estudo da Ufologia, com pelo menos três pontos de vista predominantes, e, curiosamente, embora esta ainda não seja considerada uma ciência, ela é uma das que possuem algumas das teorias mais interessantes (ou polêmicas, se você preferir) a respeito Dele. 1ª - Há quem diga, dentro da Ufologia, que Deus é um ser alienígena, mas, ao contrário de todos os demais alienígenas, ele está no topo da hierarquia de todos os seres vivos conhecidos, ou seja, ele exerce soberania sobre todos (sem exceção) os alienígenas conhecidos, inclusive sobre os chamados seres interdimensionais (espíritos), não havendo ninguém acima do posto de comando Dele. 2ª – Há quem diga, dentro da Ufologia, que Deus não é um ser alienígena, ele estaria dentro de uma outra categoria, grupo, classe ou divisão de entidades de hierarquia superior, acima dos seres alienígenas. Neste caso Ele foi o criador de todos os seres vivos, incluindo os alienígenas. 3ª – Há quem diga, dentro da Ufologia, que Deus é um ser alienígena de hierarquia superior, um dos mais importantes e poderosos, mas que nunca foi e não é o único ser criador de mundos, ou seja, haveria outros deuses em outros sistemas solares e/ou galáxias. O planeta Terra e tudo o que nela existe, a princípio perfeito, criado por Ele, teria sido “invadido” por rivais e inimigos (demônios) e que eles teriam desvirtuado a humanidade, de forma muito sutil e difícil de discernir.


Já dentro da Psicologia há pelo menos duas correntes de pensamento sobre a suposta existência de Deus, uma freudiana e outra junguiana. A primeira tem viés pessimista e a segunda tem viés otimista. 1ª – Segundo o psicólogo Sigmund Freud, a humanidade está psicologicamente inclinada, propensa ou predisposta a atribuir a Deus características de sua própria personalidade, por meio do mecanismo psicológico de identificação (espelhamento), ou seja, o ser humano já nasce com a tendência de “ver”, “perceber”, “entender” ou “interpretar” Deus segundo suas próprias características de personalidade, o que, geralmente, alimenta o extremismo ou fanatismo. Portanto, não é ou não deveria ser motivo de espanto, surpresa ou perplexidade para os estudiosos as grandes religiões monoteístas afirmarem que Deus é irado, severo, irredutível, moralista, belicista, mal-humorado, implicante, intolerante, irritadiço e impaciente, dentre outras características psicológicas típicas dos próprios anciãos e patriarcas que criaram essas mesmas religiões. 2ª – Segundo o psicólogo Carl Jung, a humanidade está psicologicamente inclinada, propensa ou predisposta a acreditar na existência de Deus por meio de um mecanismo psicológico chamado de inconsciente coletivo, ou seja, o ser humano já nasce com a tendência de acreditar na existência de um Deus, de um deus ou de deuses. Em outras palavras, é como se o ser humano já possuísse, ao nascer, uma imagem pré-concebida sobre a Divindade ou sobre os deuses, por meio de arquétipos, ou seja, “percebemos” que Ele ou eles existem, mas não conseguimos ou temos dificuldade de explicar porque acreditamos que Ele ou eles existem, pois trata-se de algo inconsciente.


Em termos filosóficos, a questão envolve as disciplinas da epistemologia (a natureza e o âmbito do conhecimento) e da ontologia (estudo da natureza do ser ou da existência) e da teoria do valor, uma vez que algumas definições de Deus incluem uma suposta perfeição. Argumentos ontológicos referem-se a qualquer argumento a favor da existência de Deus baseado em raciocínio a priori, sendo seus principais defensores Anselmo e René Descartes. Argumentos cosmológicos usam conceitos em torno da origem do universo para defender a existência de Deus.


O argumento teleológico, também chamado de argumento da criação, usa a complexidade do universo como prova da existência de Deus. Críticos desta linha de pensamento dizem que o ajuste fino necessário para um universo estável com vida na Terra é ilusório, pois os humanos só são capazes de observar a pequena parte deste universo que conseguiu tornar possível tal observação, chamado de princípio antrópico, e assim não aprenderiam sobre, por exemplo, vida em outros planetas que não ocorreram devido a diferentes leis da física. Os não-teístas argumentam que processos complexos que têm explicações naturais ainda a serem descobertas são referidos ao sobrenatural, fenômeno chamado de deus das lacunas. Outros teístas, como John Henry Newman, que acreditava que a evolução teísta era aceitável, também criticaram versões do argumento teleológico.


O argumento da beleza afirma que este universo contém uma beleza especial e que não haveria nenhuma razão particular para isto em relação à neutralidade estética além de Deus. Este ponto de vista é contestado pela existência de feiura no universo e também pelo argumento de que a beleza não tem realidade objetiva e, portanto, o universo poderia ser visto como feio.


O argumento da moralidade defende a existência de Deus dada a suposição da existência objetiva da moral. Embora proeminentes filósofos não-teístas, como o ateu J. L. Mackie, concordassem que o argumento é válido, eles discordavam das suas premissas. David Hume argumentou que não há base para acreditar em verdades morais objetivas, enquanto o biólogo E. O. Wilson teorizou que os sentimentos de moralidade são um subproduto da seleção natural nos humanos e não existiriam independentemente da mente.


O argumento da consciência, de forma semelhante ao argumento da moralidade, defende a existência de Deus dada a existência de uma consciência que informa sobre o certo e o errado, mesmo contra os códigos morais prevalecentes. O filósofo John Locke, em vez disso, argumentou que a consciência é uma construção social e, portanto, poderia levar a contradições morais.


O ateísmo é, num sentido amplo, a rejeição da crença na existência de divindades, com Deus entre elas. O agnosticismo, por sua vez, é a visão de que os valores de verdade de certas afirmações, especialmente afirmações metafísicas e religiosas, como a existência de Deus, do divino ou do sobrenatural, são desconhecidos e, talvez, incognoscíveis, ou seja, inalcançáveis ou imperceptíveis pela humanidade. O teísmo geralmente sustenta que Deus existe objetiva e independentemente do pensamento humano e às vezes é usado para se referir a qualquer crença em Deus ou deuses.


Alguns veem a existência de Deus como uma questão empírica. Richard Dawkins afirma que “um universo com um deus seria um tipo de universo completamente diferente de um universo sem um deus, e seria uma diferença científica”. Carl Sagan argumentou que a doutrina de um "criador do universo" era difícil de provar ou refutar e que a única descoberta científica concebível que poderia refutar a existência de um criador (não necessariamente Deus) seria a descoberta de que o universo é infinitamente antigo. Alguns teólogos, como Alister McGrath, argumentam que a existência de Deus não é uma questão que possa ser respondida utilizando o método científico.


O agnóstico Stephen Jay Gould argumentou que a ciência e a religião não estão em conflito e propôs uma abordagem que divide o mundo da filosofia no que chamou de magistérios não-interferentes, onde questões do sobrenatural, como aquelas relacionadas à existência e natureza de Deus, são consideradas não empíricas e são o domínio próprio da Teologia. Os métodos da ciência deveriam então ser usados para responder a qualquer questão empírica sobre o mundo natural, enquanto a Teologia deveria ser usada para responder a questões sobre o sobrenatural e o valor moral.


Stephen Hawking e o co-autor Leonard Mlodinow afirmam em seu livro de 2010, The Grand Design, que é razoável perguntar quem ou o que criou o universo, mas se a resposta for Deus, então a questão seria meramente desviada para quem criou Deus. Ambos os autores afirmam, no entanto, que é possível responder a estas questões puramente dentro do domínio da ciência e sem invocar seres divinos.


MONOTEÍSMO VERSUS POLITEÍSMO

Uma divindade, ou deus (com “d” minúsculo), refere-se a um ser sobrenatural, não necessariamente Deus, com inicial maiúscula. O monoteísmo é a crença de que existe apenas uma divindade, referida como Deus (com “d” maiúsculo). Comparar ou igualar outras entidades a Deus é visto como idolatria, apostasia e/ou heresia no monoteísmo, muitas vezes é algo fortemente condenado e, em casos extremos, como foi e/ou é em alguns segmentos ou vertentes mais fanáticos e extremistas do islamismo, do judaísmo e até do cristianismo, por exemplo, podia e/ou pode resultar na morte do incrédulo, como forma de punição dos “fiéis” contra os “infiéis”.


Mas por que Deus precisaria de seres humanos para “atestar” Sua existência ou para defender Sua existência? Ele não seria capaz de provar Sua própria existência por Si mesmo? Por que essa “ênfase exagerada”, “insistência” ou intolerância religiosa a respeito da ou acerca da suposta existência de Deus? Deus seria tão “frágil” assim, a ponto de precisar que simples mortais, como eu e você, convença o restante da humanidade sobre Sua existência?


O judaísmo, que é uma das três principais religiões monoteístas, é uma das tradições religiosas monoteístas mais antigas do mundo. Já o conceito mais fundamental do islamismo é tawhid, que significa "unidade" ou "singularidade". O primeiro pilar do Islã é um juramento que constitui a base dessa religião e que os ainda não-muçulmanos e/ou não-islâmicos devem declarar que “não há divindade além de Deus” para serem acolhidos dentro da comunidade islâmica e/ou muçulmana. Já no cristianismo, a doutrina da Trindade descreve Deus como um só Deus em Pai, Filho (Jesus) e Espírito Santo.


Já no hinduísmo, a principal religião da Índia, o mais populoso país do mundo, Deus é visto de forma diferente por diversas vertentes da religião hindu, sendo que a maioria dos hindus têm fé em uma realidade suprema, conhecida como Brâman ou Brahman, que pode ser manifestada em várias divindades diferentes. Assim, essa religião é por vezes caracterizada como monoteísmo polimórfico.


O henoteísmo é a crença e adoração de um único deus por vez, ao mesmo tempo que aceita a validade de adorar outras divindades. A monolatria é a crença em uma única divindade digna de adoração enquanto aceita a existência de outras divindades.


O termo informal  bibliolatria é utilizado por críticos das religiões monoteístas, quando estas passam a dar mais relevância aos textos ditos sagrados (Torá / Pentateuco, Alcorão, Velho Testamento e Novo Testamento) do que o próprio relacionamento interpessoal prático de Deus com os seres humanos, por meio da oração, da meditação e da adoração por meio do louvor.


TRANSCENDÊNCIA

O conceito de transcendência é o aspecto da natureza e/ou personalidade de Deus que é completamente independente do universo material, de suas leis físicas e da psicologia humana. Portanto, muitas supostas características psicológicas de Deus são descritas pelos humanos em termos humanos, usando as características físicas e/ou psicológicas do ser humano como referência para tentar explicar a forma / aspecto visual e o comportamento de Deus.


Anselmo pensava que Deus não sentia emoções como raiva ou amor, mas parecia fazê-lo através da nossa compreensão imperfeita. A incongruência de julgar o “ser” contra algo que poderia não existir, levou muitos filósofos medievais a se aproximarem do conhecimento de Deus por meio de atributos negativos, chamados de teologia negativa.


Por exemplo, não se deve dizer que Deus é sábio, mas pode-se dizer que Deus não é ignorante, ou seja, Deus tem, de alguma forma, propriedades de conhecimento e/ou sabedoria que fogem à compreensão do ser humano. O teólogo cristão Alister McGrath escreve que é preciso entender um “deus pessoal” (com personalidade antropológica) como uma analogia. Por exemplo, “Dizer que Deus é como uma pessoa é afirmar a capacidade divina e a disposição Dele de se relacionar com os humanos. Assim, ele assume uma forma humana para que os humanos consigam entendê-lo e compreendê-lo. Isso não implica que Deus seja humano ou esteja localizado em um ponto específico do universo.”


O panteísmo afirma que Deus é o universo e o universo é Deus e nega que Deus transcenda o universo. Para o filósofo panteísta Baruch Spinoza, todo o universo natural é feito de uma substância, Deus, ou seu equivalente, a natureza. Às vezes, o panteísmo é contestado por não fornecer qualquer explicação significativa de Deus, sendo que o filósofo alemão Schopenhauer afirma que o panteísmo é apenas um eufemismo para o ateísmo. O pandeísmo sustenta que Deus era uma entidade separada, mas depois se tornou o universo. O panenteísmo afirma que Deus contém, mas não é idêntico ao universo.


PERSONALIDADE E FORMA


Parece ser unânime a crença da grande maioria das religiões monoteístas e politeístas de que Deus tem uma forma ou aspecto físico semelhante ao aspecto do ser humano. Na Bíblia Sagrada, por exemplo, no livro de Gênesis, não há margem para dúvidas: Ele tem formato antropomórfico masculino, embora não esteja claro se possui órgãos genitais ou sexuais. Está escrito “façamos o homem a nossa imagem e semelhança”. Depois da criação de Adão, o primeiro ser humano, veio Eva, agora em um formato feminino.


Mas não está claro se o Seu corpo é formado por tecidos vivos, inclusive com pele, sangue, músculos e ossos. Provavelmente não, já que se trata de uma Divindade, ou seja, um ser imortal, um ser que nunca morre, um ser eterno. Mas, por outro lado, curiosamente, em algumas antigas religiões já extintas do Oriente Médio, Ele possuía uma amante, cujo nome era Acerá ou Achera, da qual se separou depois de um desentendimento. E adivinha quem foi o “pivô” da separação? Ele mesmo, Satanás, conhecido também como Diabo, que conseguiu “convencê-la” de que Deus estava dedicando tempo e atenção demais à humanidade. Então ela, enciumada, se juntou a Satanás e, consequentemente, perdeu um lugar privilegiado ao lado de Deus.


Outro detalhe interessante a respeito de Deus diz respeito ao seu suposto mecanismo sobrenatural de defesa ou autodefesa. Segundo as religiões monoteístas, no início da criação, quando Adão e Eva ainda não haviam pecado, o próprio Deus, em pessoa, descia ao Jardim do Éden regularmente para interagir com os seres humanos. Após o primeiro pecado desse casal, Deus se afastou dos seres humanos e, a partir de então, toda a interação ou a grande maioria das interações de Deus com os seres humanos passou a ser realizada pelos anjos e pelo Espírito Santo, pois, como Deus não tolera o pecado de forma alguma, se Ele se aproximasse novamente do ser humano então este morreria.


Assim, curiosamente, por amor aos seres humanos, Deus se afastou, para poupá-los da morte prematura. O mesmo acontece com os anjos e demônios, somente os anjos não-caídos conseguem se aproximar de Deus, pois Ele não tolera o pecado. Se essa teoria for levada mais longe, então é possível concluir que o duelo final entre Deus e Satanás ainda não ocorreu, pois bastaria Deus se aproximar para que Satanás morresse.


Nas religiões monoteístas Deus é frequentemente visto como a causa de tudo o que existe, ou seja, tudo, absolutamente tudo, o que existe foi feito por Ele e para Ele. Para os pitagóricos, Mônada referia-se de várias maneiras à Divindade. Platão e Plotino referem-se ao “Um”, que é o primeiro princípio da realidade que está “além” do ser e é, ao mesmo tempo, a fonte do universo e o propósito teleológico de todas as coisas.


Aristóteles teorizou uma primeira causa não causada para todo o movimento no universo e a via como perfeitamente bela, imaterial, imutável e indivisível. Asseidade é a propriedade de não depender de nenhuma causa além de si mesmo para sua existência. Avicena argumentava que deve haver um "existente necessário", uma entidade que não pode “não” existir, e que os humanos identificam isto como sendo Deus.


A causalidade secundária refere-se a Deus criando as leis do universo que então podem mudar a si mesmas dentro da estrutura destas leis. Além da criação inicial, o ocasionalismo refere-se à ideia de que o universo não continuaria, por padrão, a existir de um instante para o outro e, portanto, precisaria contar com Deus como seu sustentador. Embora a providência divina se refira a qualquer intervenção de Deus, geralmente é usada para se referir à "providência especial", ou seja, quando há uma intervenção extraordinária de Deus, como no caso de milagres.


BENEVOLÊNCIA

Segundo as religiões monoteístas, dentre as principais características de personalidade de Deus está a bondade e a justiça. Outras características Dele são a onisciência, a onipotência e a onipresença. Para alguns teólogos e líderes religiosos, embora não seja possível provar cientificamente, com critérios exclusivamente científicos, de forma rigorosa e direta, a existência de Deus, é possível perceber sua existência por meio dos inúmeros sinais indiretos de sua existência.


Por exemplo, você tem na mesa um quebra-cabeça com 99 peças, mas uma delas está faltando, e é justamente a peça que prova concretamente e diretamente a existência de Deus, com critérios científicos. Então você monta o quebra-cabeça e consegue visualizar a imagem da natureza, uma paisagem, um panorama quase completo, e conclui ou deduz que Deus existe, porque a natureza só poderia ter sido criada por algum ser inteligente.


O deísmo sustenta que Deus existe, mas não intervém no mundo além do que foi necessário para criá-lo, como responder orações ou produzir milagres. Os deístas às vezes atribuem isso ao fato de Deus não ter interesse ou não estar ciente da humanidade. Os pandeístas defendem que Deus não intervém porque Deus é o próprio universo.


Dos teístas que afirmam que Deus tem interesse na humanidade, a maioria afirma que Deus é onipotente, onisciente, onipresente e benevolente. Esta crença levanta questões sobre a responsabilidade de Deus pelo mal e pelo sofrimento no mundo. “Se Deus existe então por que Ele permite a existência do mal?” O disteísmo, que está relacionado à teodiceia, é uma forma de teísmo que sustenta que Deus não é totalmente bom.


ONISCIÊNCIA E ONIPOTÊNCIA

A onisciência é outro atributo muitas vezes atribuído a Deus. Isto implica que Deus sabe como os agentes livres escolherão agir. Assim, Ele conhece o passado, o presente e o futuro. Mas há questionamentos sobre essa teoria: Se Deus sabe disso ou daquilo ou o Seu livre arbítrio pode ser ilusório ou a Sua presciência não implica predestinação e se Deus não sabe disso ou daquilo então Ele pode não ser onisciente.


Assim, a passagem bíblica sobre , um dos principais patriarcas ou anciãos das religiões monoteístas, ganha contornos enigmáticos, insolúveis e escandalosos: "Se Deus já sabia que Jó era fiel então porque Ele permitiu o sofrimento de Jó?" Entre as possíveis respostas está a seguinte: "Ele já sabia que Jó era fiel, mas o Diabo não sabia, então Deus, em sua infinita bondade, permitiu que Jó fosse afetado, para que o Diabo entendesse que Jó era realmente fiel".


O teísmo aberto limita a onisciência de Deus ao argumentar que, devido à natureza do tempo, a onisciência de Deus não significa que a divindade pode prever o futuro, enquanto a teologia do processo sustenta que Deus não tem imutabilidade, portanto é afetado por sua criação.


A onipotência é um atributo frequentemente atribuído a Deus. O paradoxo da onipotência é mais frequentemente enquadrado no exemplo "Será que Deus poderia criar uma pedra tão pesada que nem ele pudesse levantá-la?" pois Deus poderia ser incapaz de criar aquela pedra ou levantá-la e, portanto, não poderia ser onipotente. Isto é frequentemente contestado com variações do argumento de que a onipotência, como qualquer outro atributo atribuído a Deus, só se aplica na medida em que é nobre o suficiente para condizer com Deus e, portanto, Deus não pode mentir ou fazer o que é contraditório, pois isso implicaria se opor.


OUTROS CONCEITOS


PERSONALISMO TEÍSTA

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Teólogos do personalismo teísta (a visão defendida por René Descartes, Isaac Newton, Alvin Plantinga, Richard Swinburne, William Lane Craig e a maioria dos evangélicos modernos) argumentam que Deus é geralmente a base de todo o ser, imanente e transcendente em toda a realidade. De modo geral, as religiões cristãs pregam que Deus imprimiu uma parte de suas características de personalidade nos seres humanos, incluindo a bondade, a compaixão, a justiça e a sinceridade.


Deus também foi concebido como sendo incorpóreo (imaterial), mas um ser pessoal, a fonte de todas as obrigações morais e o "maior existente concebível". Estes atributos foram todos apoiados em vários graus pelos primeiros filósofos teólogos judeus, cristãos e muçulmanos / islâmicos, como Maimônides, Agostinho de Hipona e Al-Ghazali, respectivamente.


ADORAÇÃO E ORAÇÃO

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Uma parte das tradições religiosas teístas ou crenças teístas exigem a adoração a Deus e às vezes sustentam que o propósito da existência humana é adorar a Deus. Para abordar a questão de um ser todo-poderoso que exige ser adorado, afirma-se que Deus não precisa nem se beneficia da adoração, mas que a adoração é para o benefício do próprio adorador. Por outro lado, há algumas vertentes mais moderadas do teísmo que veem a adoração do fiel como um ato voluntário e/ou espontâneo do fiel, um agradecimento pela salvação da alma, uma cura, um livramento, uma orientação recebida ou uma benção recebida.


Já a oração desempenha um papel significativo entre muitos crentes. Dependendo da tradição, Deus pode ser visto como uma entidade pessoal (um ser racional, com personalidade própria) que só deve ser invocada diretamente, enquanto outras tradições permitem orar a intermediários, como Jesus Cristo, sua mãe Maria de Nazaré e os santos do cristianismo católico, para intercederem junto a Deus. Um detalhe interessante aqui é que as religiões protestantes em geral, incluindo as evangélicas, reconhecem apenas Jesus Cristo como intermediador junto a Deus, proibindo inclusive o suposto diálogo com os mortos.


A oração muitas vezes também inclui súplicas, como pedir perdão a Deus por um pecado específico cometido, pedir a cura de uma doença ou o livramento de um perigo físico e/ou espiritual iminente, provável ou possível ou, ainda, pedir uma benção, como, por exemplo, prosperidade material, pedir um cônjuge e pedir fertilidade, no caso dos indivíduos estéreis, incapazes de procriar.


A SALVAÇÃO

A salvação é um conceito muito antigo entre as religiões monoteístas, principalmente o cristianismo, o islamismo e o judaísmo, baseado na crença de que o ser humano não é formado apenas por um corpo material, um corpo biológico, mas que também possui uma essência espiritual (geralmente chamada de alma), um lado espiritual, associado a esse corpo físico, enquanto ele está vivo, e que se desprende, se desconecta ou se desassocia após a morte desse corpo material.


Segundo essas principais religiões monoteístas, esse espírito / alma do ser humano passa a existir no momento da concepção, ainda no útero de sua mãe, e, após a morte do ser humano, só existem dois destinos possíveis para o espírito / alma de cada um de nós, o céu, um lugar bom, reservado apenas para as pessoas que Deus aceita e acolhe, geralmente os humanos tementes a Deus, que O respeitam e procuram, na medida do possível, seguir os preceitos dessas respectivas religiões; e o inferno, um lugar ruim, que é o destino implacável dos psicopatas e sociopatas.


Porém, há, dentro das religiões monoteístas, algumas vertentes mais radicais, dogmáticas, inflexíveis, fanáticas, fundamentalistas, intolerantes, preconceituosas e extremistas, que afirmam que o inferno será o destino também dos pecadores em geral, até mesmo daqueles seres humanos de bom coração que procuram, na medida do possível, obedecer a Deus e/ou seus supostos preceitos, mas, por algum motivo, “falharam” e/ou “falham” em seu esforço de desenvolver um “relacionamento” com Deus, além de também ser o destino daqueles que simplesmente nunca ouviram falar de Deus, simplesmente não sabem do que se trata e simplesmente nunca tiveram acesso aos seus mandamentos, como, por exemplo, os índios, quilombolas e outros nativos latino-americanos, as tribos nativas africanas e as comunidades orientais não teístas, adeptas de outras religiões, como, por exemplo, no Sudeste Asiático, na Índia, na China, no Japão e nas Coreias, onde são mais comuns o budismo, o xintoísmo, o hinduísmo, o taoísmo, o confucionismo, o bramanismo e o lamaísmo.


Por outro lado, as tradições religiosas transteístas podem acreditar na existência de divindades, mas negam-lhes qualquer significado espiritual. O termo tem sido usado para descrever certas vertentes do budismo, jainismo e estoicismo.


Entre as religiões que associam a espiritualidade ao relacionamento do ser humano com Deus, há discordância sobre a melhor forma de adoração e qual é o plano de Deus para a humanidade. Existem diferentes abordagens para reconciliar as reivindicações contraditórias das religiões monoteístas. Uma opinião é adotada pelos exclusivistas, que acreditam ser o "povo escolhido" ou ter acesso exclusivo à "verdade absoluta", geralmente por meio de revelação ou encontro com o Divino, o que os adeptos de outras religiões não teriam.


Outra visão é o pluralismo religioso, vertente que normalmente acredita que a sua religião é a correta, mas não nega a verdade parcial de outras religiões. A visão de que todos os teístas realmente adoram o mesmo deus, quer o conheçam ou não, é especialmente enfatizada na fé Bahá'í, no hinduísmo e no siquismo.


A fé Bahá'í, por exemplo, prega que as manifestações divinas incluem grandes profetas e professores de muitas das principais tradições religiosas, como Krishna, Buda, Jesus, Zoroastro, Maomé e Bahá'ú'lláh, além de também pregar a unidade de todas as religiões e se concentrar nessas múltiplas epifanias como necessárias para satisfazer as necessidades da humanidade em diferentes momentos da história e para diferentes culturas, e como parte de um esquema de revelação progressiva e educação da humanidade.


Um exemplo de visão pluralista no cristianismo é o supersessionismo, ou seja, a crença de que a religião de alguém é o cumprimento de religiões anteriores. Uma terceira abordagem é o inclusivismo relativista, onde todos são vistos como igualmente certos; um exemplo é o universalismo, no qual há a doutrina de que a salvação está disponível para todos. Uma quarta abordagem é o sincretismo, que mistura diferentes elementos de diferentes religiões.


OUTRAS RELIGIÕES

Algumas interpretações e tradições do budismo podem ser concebidas como não-teístas. O budismo geralmente rejeita a visão monoteísta específica de um Deus Criador. O próprio Buda critica a teoria do criacionismo nos primeiros textos budistas. Além disso, grandes filósofos budistas indianos, como Nagarjuna, Vasubandhu, Dharmakirti e Buddhaghosa, criticaram consistentemente as visões do Deus Criador apresentadas por pensadores hindus.


No entanto, como uma religião não-teísta, o budismo deixa ambígua a existência de uma divindade suprema. Há um número significativo de budistas que acreditam em Deus e há um número igualmente grande que negam a existência de Deus ou não têm certeza sobre o assunto.


O jainismo geralmente rejeita o criacionismo, sustentando que as substâncias da alma (Jīva) são incriadas e que o tempo não tem começo.


Religiões taoicas como o confucionismo e o taoísmo silenciam sobre a existência de deuses criadores. No entanto, mantendo a tradição de veneração dos ancestrais na China, seus adeptos adoram os espíritos de pessoas como Confúcio e Lao Tzu de maneira semelhante a Deus.


DEUS NA ANTROPOLOGIA

Há ateus que argumentam que um Deus único e onisciente, que se imagina ter criado o universo e que está particularmente atento à vida dos humanos, foi imaginado e embelezado ao longo de gerações. Dentre os mais notáveis ateus da história da humanidade estava Sigmund Freud, um psicólogo europeu. Ele corroborava, pelo menos em parte, essa teoria de que os seres humanos possuem uma tendência inata de atribuir a Deus o que consideram ser qualidades positivas e atribuir a Satanás o que consideram ser qualidades negativas.


Esse curioso mecanismo inato humano, teorizado por Lacan, Freud e Jung, é também chamado de espelhamento e dentro desse espelhamento há uma subdivisão chamada identificação, no caso da opinião humana sobre Deus, e projeção, no caso da opinião humana sobre Satanás, ou seja, o ser humano, incluindo os anciãos e patriarcas que criaram as grandes religiões, costumam atribuir suas próprias características psicológicas aos dois principais personagens dessas grandes religiões conhecidas, Deus e Satanás.


Porém, é necessário fazer uma ressalva importante aqui: O problema do ateísmo é que ele costuma “fechar os olhos”, ignorar ou até mesmo negar sistematicamente sinais sérios de manifestações espirituais ou sobrenaturais que realmente existem, ou seja, a teoria do ateísmo se recusa terminantemente a abrir uma possibilidade ou probabilidade, por menor que seja, de que o mundo espiritual realmente existe e de que há manifestações sobrenaturais que não conseguimos, pelo menos até o momento, explicar por meio da ciência.


Por exemplo, pessoas que estiveram à beira da morte e que, com sinceridade e honestidade, testemunham com seriedade ter presenciado um mundo sobrenatural quando estavam inconscientes, vítimas de algum acidente ou doença. E mais ainda, pessoas que afirmam ter sido curadas de alguma doença grave, a princípio incurável, ou ter sido alertadas de um mal em potencial, um potencial acidente, por exemplo, por alguma entidade sobrenatural, um anjo, por exemplo.


Pascal Boyer, por exemplo, argumenta que embora exista uma grande variedade de conceitos sobrenaturais encontrados em todo o mundo, em geral, os seres sobrenaturais tendem a se comportar como pessoas. A construção de deuses e espíritos como pessoas é um dos traços mais conhecidos da religião. Ele cita exemplos da mitologia grega, que, em sua opinião, se parece mais com uma novela moderna do que com outros sistemas religiosos.


Os autores franco-estadunidenses Bertrand du Castel e Timothy Jurgensen demonstram através da formalização que o modelo explicativo de Boyer corresponde à epistemologia da física ao postular entidades não diretamente observáveis como intermediários.


O antropólogo Stewart Guthrie afirma que as pessoas projetam (o termo projeção usado por Stewart é usado aqui neste parágrafo em sentido mais amplo, como sinônimo de espelhamento generalizado, tanto para o lado positivo quanto para o lado negativo) características humanas em aspectos não humanos do mundo porque isto torna estes aspectos mais familiares.


Da mesma forma, Émile Durkheim foi um dos primeiros a sugerir que os deuses representam uma extensão da vida social humana para incluir seres sobrenaturais. Em linha com este raciocínio, o psicólogo Matt Rossano afirma que quando os humanos começaram a viver em grupos maiores, podem ter criado deuses como forma de impor a moralidade. Em pequenos grupos, a moralidade pode ser imposta por forças ou conceitos sociais, como reputação, honra, respeito, credibilidade ou até mesmo fofocas. No entanto, é mais difícil impor a moralidade utilizando forças e conceitos sociais em grupos muito maiores, por isso a necessidade de criação das religiões. Rossano indica que, ao incluir deuses e/ou espíritos sempre vigilantes, os humanos descobriram uma estratégia eficaz para conter o egoísmo, a violência, o roubo e o estupro e construir grupos mais cooperativos e solidários.


Concluindo, de fato o ateísmo é um pouco burro”, já que não é possível provar que Deus não existe. Já o ceticismo parece ser mais saudável, pois por meio do ceticismo se chega a um panorama mais preciso da realidade, um panorama menos fanático e menos extremista, por meio de questionamentos, principalmente por meio da ciência, mas sem descartar a hipótese de um mundo sobrenatural.


GALERIA DE IMAGENS


IGREJA CATÓLICA


IGREJA BATISTA


MESQUITA / MECA (ISLAMISMO)


TEMPLO JUDEU (JERUSALÉM)


IGREJA METODISTA


ASSEMBLEIA DE DEUS


IGREJA PRESBITERIANA


VEJA TAMBÉM


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Revelações Pré-Históricas (documentários) - Netflix
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Deus
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Exist%C3%AAncia_de_Deus
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Deus_no_budismo
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Inconsciente_coletivo
  • Assembleia de Deus (divulgação): Imagem
  • Igreja Metodista (divulgação): Imagem
  • Wikimedia: Imagens

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