OS DEZ MANDAMENTOS (NOVELA)

OS DEZ MANDAMENTOS (NOVELA)
LOS 10 MANDAMIENTOS (NA AMÉRICA LATINA)
THE 10 COMMANDMENTS (NOS ESTADOS UNIDOS)
OS DEZ MANDAMENTOS (FILME)
CASABLANCA FILMES
TV RECORD


INTRODUÇÃO

Os Dez Mandamentos é uma moderna novela bíblica e épica brasileira, supostamente verídica, dos gêneros suspense, drama, romance, ficção e ação, exibida inicialmente, nos primeiros anos, pela TV Record, aqui do Brasil, em duas temporadas, a primeira em 2015, composta por 176 episódios ou capítulos, e a segunda exibida em 2016, com 66 capítulos, totalizando 242 capítulos, com cerca de 1 hora cada capítulo, filmada em alta definição com formato Widescreen-Full-HD ou alta definição de cinema, escrita pela escritora, autora e roteirista brasileira Vivian de Oliveira, mas com a valiosa colaboração dos roteiristas Altenir Silva, Joaquim Assis, Maria Claudia de Oliveira, Emilio Boechat, João Gabriel Carneiro, Paula Richard e Alexandre Teixeira, produzida pela própria TV Record, em parceira com o estúdio brasileiro de TV e cinema Casablanca Filmes, tendo como diretor o icônico Alexandre Avancini, um ex-diretor brasileiro de novelas da TV Globo.


Trata-se de uma superprodução brasileira idealizada, bancada, produzida e filmada pela TV Record e pela Casablanca Filmes, uma das novelas mais caras já produzidas no Brasil, avaliada em cerca de R$ 170 milhões, em valores da época, o equivalente hoje a cerca de R$ 365 milhões, um grande sucesso da TV brasileira, inclusive exportada para 23 países, dentre eles Argentina, Chile, Estados Unidos, Portugal e Japão, o resultado de três anos seguidos de trabalho árduo de roteirização, produção e gravação em solos brasileiro e chileno, formada por um grande e talentoso elenco brasileiro, por roteiristas brasileiros, uma produção brasileira e um diretor brasileiro.


A primeira temporada dessa novela teve um dos maiores e mais estrelados elencos de novelas da história da teledramaturgia brasileira, algo realmente impressionante, com mais de 120 atores e atrizes atuando como protagonistas, coadjuvantes ou antagonistas, incluindo Guilherme Winter, interpretando o personagem principal, o icônico e épico Moisés, um dos principais líderes religiosos do Antigo Testamento, um ancião do judaísmo; Sérgio Marone, interpretando o poderoso rei egípcio Ramsés II, o principal antagonista da novela, o vilão, embora na vida real possa ter sido o contrário, isto é, a pessoa que autorizou a saída pacífica dos hebreus do Antigo Egito; Giselle Itié, como Zípora, a bela esposa de Moisés; Camila Rodrigues, como a também bonita Nefertari, a temperamental esposa de Ramsés II; Adriana Garambone e Day Mesquita, ambas como a vilã Yunet, mãe de Nefertari; José Carlos Machado, como o também poderoso rei egípcio Seti I, esse sim provavelmente o vilão da vida real; Angelina Muniz, interpretando Tuya, a principal esposa do rei Seti I (ele tinha algumas esposas e/ou concubinas, algo comum na época); Marcela Barrozo; Denise Del Vecchio e Samara Felippo, ambas como Joquebede, a mãe biológica de Moisés, na vida real provavelmente uma empregada (uma escrava, na verdade) do palácio; Vera Zimmermann e Mel Lisboa, interpretando a bela e refinada princesa Henutmiré ou Henutmire, mãe adotiva de Moisés; Daniel Aguiar; Roger Gobeth e Paulo Gorgulho, ambos como Anrão, um escravo, o pai biológico de Miriam, de Arão e de Moisés; Giuseppe Oristânio, como o sumo sacerdote egípcio Paser, o principal líder religioso da época, um personagem curioso, de boa índole, mas meio ingênuo; dentre muitos outros.


A grande maioria desses atores e atrizes escalados para a novela Os Dez Mandamentos, da TV Record, também foi importada da TV Globo, algo comum aqui no Brasil, já que esses rostos conhecidos facilitavam e facilitam a aceitação por parte do telespectador brasileiro, que já estava e está acostumado com eles. Essa novela foi exibida inicialmente pela TV Record e, posteriormente, alguns anos depois, pelos canais de TV aberta TV Brasil (uma TV pública), Claro TV (um canal pago, também aqui do Brasil), TNT Novelas (grupo Warner Discovery), Telefe (Argentina) e Unimás / Univision (Estados Unidos), e com o seu material convertido em um filme homônimo, também chamado Os Dez Mandamentos, exibido pelos serviços de streaming Globoplay, RecordPlus, Netflix, Prime Video (Amazon) e Google Play, todos também aqui no Brasil.


Atualmente, a primeira temporada da novela Os Dez Mandamentos está disponível na Netflix, na íntegra, sem cortes; e o filme homônimo Os Dez Mandamentos está disponível no serviço de streaming Globoplay e em DVD nas principais lojas de e-commerce, como, por exemplo, Casas Bahia, Americanas.com, Magazine Luiza, Livrarias Curitiba, Amazon e Carrefour e também nos sites de classificados online Mercado Livre e Enjoei.


Trata-se de uma novela de alta qualidade, produzida pela TV Record, uma emissora de TV brasileira (pra quem não sabe, mais de 70% dos leitores deste blog são estrangeiros, que moram nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Sudeste Asiático, por isso algumas das informações contidas aqui parecem, curiosamente, desnecessárias e/ou redundantes ao leitores brasileiros), em parceria com o estúdio de TV e cinema Casablanca Filmes, supostamente uma novela baseada em fatos reais.


Ela conta a já conhecidíssima história, no passado, do líder religioso monoteísta Moisés, um príncipe egípcio que abandonou o extremo conforto e os luxos de uma vida pacata dentro de um palácio egípcio antigo para liderar um êxodo ou emigração do povo hebreu (que, mais tarde, se tornaria israelita e/ou judeu) pelo deserto, de volta ao seu “lar original”, a Palestina Histórica / Canaã, com uma suposta grande e complexa sequência de eventos sobrenaturais e/ou ufológicos (já que, na prática, trata-se da mesma coisa, mas apenas vista de dois ângulos diferentes), relacionada com a longa “passagem” do povo hebreu pelo Antigo Egito, por cerca de 400 anos, começando pelo líder religioso José (a novela apenas o cita brevemente algumas vezes) até chegar a Moisés e seu sucessor Josué, sendo que este, supostamente, conclui o retorno à Terra Prometida, onde hoje estão localizados Israel, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Síria, Jordânia e Líbano.


Essa novela possui um bom roteiro (embora tenha sido criticado por líderes religiosos brasileiros, na época, por não ser "totalmente fiel" ao livro de Êxodo, mas se fosse "totalmente fiel" a novela seria um fracasso de audiência, pois seria como “chover no molhado”), bem costurado, escrito pela roteirista brasileira Vivian de Oliveira, que é evangélica, mas com participação de outros talentosos roteiristas. Ela é supostamente baseada em fatos reais, possui uma sequência cronológica de acontecimentos que abrange o período do Êxodo, que vai de cerca de 1.300 anos antes do nascimento de Jesus Cristo ou antes da era comum até 1.200 anos antes de Cristo (neste caso os anos são contados de forma invertida), abrangendo a suposta existência de Moisés e Josué, que, segundo parte dos historiadores mais rigorosos, não existiram de fato, pelo menos não da forma como escrito na Bíblia Sagrada. Além disso, parte dos historiadores apontam outra época, segundo eles o Êxodo teria ocorrido, na verdade ou mais precisamente, entre 1.500 a.C. e 1.400 a.C.


Essa ótima novela brasileira, considerada até mesmo pelos mais exigentes críticos de cinema e de TV em geral como uma mais impressionantes obras artísticas relacionadas à crença judaico-cristã, não foi sequer indicada ao prêmio Emmy Awards, o que reflete ou pode refletir o preconceito velado e/ou a aversão implícita em geral da classe artística / intelectual, da mídia / indústria do entretenimento e da academia / ciência contra a fé judaico-cristã, mas foi um grande sucesso de público e um sucesso financeiro, resultando no retorno financeiro aos seus investidores, principalmente a TV Record e a Casablanca Filmes, que investiram cerca de R$ 365 milhões (reais) para sua realização, em números atualizados, o equivalente hoje a cerca de US$ 70 milhões (dólares) em sua produção, e ainda hoje é considerada uma novela atual.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Os Dez Mandamentos é uma moderna e icônica novela brasileira de suspense, drama, romance, ficção e ação, produzida, filmada, editada e exibida em duas temporadas, totalizando 242 capítulos ou episódios de cerca de 60 minutos de duração cada, lançada no Brasil em 2015 pelo canal de TV aberta brasileiro TV Record, e, posteriormente, anos depois, em outros países, incluindo Estados Unidos, Argentina, Chile (TVN), Republica Dominicana, Portugal, Polônia, Japão, Cabo Verde, Paraguai, Uruguai e Angola, tanto por canais de TV aberta quanto por canais de TV paga e serviços de streaming, totalizando 23 países em que foi exibida pelas TV’s aberta e/ou paga e streaming.


Atualmente, a novela está disponível integralmente no serviço de streaming Netflix, aqui no Brasil.


O sofisticado roteiro dessa novela está baseado no livro bíblico de Êxodo, que faz parte do Velho Testamento, é o segundo livro catalogado da Bíblia Sagrada, tanto na versão católica quanto na versão protestante, mas também com alguns acréscimos de passagens baseadas no contexto histórico da época, com auxílio de historiadores. Essa novela não deve ser confundida com inúmeros filmes épicos baseados na história do patriarca hebreu Moisés, que é considerado pelos crentes em geral um dos principais líderes da religião judaico-cristã, islâmica / muçulmana e judaica, que inclui Adão, Noé, Enoque, Abraão, Isaque, Jacó, José, Josué, Jó, Jeremias, Samuel, Elias, Eliseu, Davi, Salomão, Oseias, Isaias, Daniel, Jesus, Paulo e Pedro (nestes três casos apenas para os cristãos) e, finalmente, Maomé (neste caso somente para os islâmicos / muçulmanos).


A primeira temporada dessa novela teve um dos maiores e mais estrelados elencos de novelas da história da teledramaturgia brasileira, realmente gigantesco, com ótimos atores e atrizes principais, atuando como protagonistas, coadjuvantes ou antagonistas, os também brasileiros Guilherme Winter; Sérgio Marone; Giselle Itié (pronuncia-se Itiê); Camila Rodrigues; Adriana Garambone; Day Mesquita; José Carlos Machado; Angelina Muniz; Marcela Barrozo; Denise Del Vecchio; Samara Felippo; Vera Zimmermann; Mel Lisboa; Daniel Aguiar; Roger Gobeth; Paulo Gorgulho; Eduardo Lago; Marina Moschen; Lisandra Souto; Floriano Peixoto; Larissa Maciel, Petrônio Gontijo; Gabriela Durlo; Juliana Didone; Rafael Sardão; Giuseppe Oristânio; Paulo Figueiredo; Sidney Sampaio; Tammy Di Calafiori; Heitor Martinez; Nanda Ziegler; Erich Pelitz; Luciano Szafir; Babi Xavier; Vitor Hugo; Victor Pecoraro; Roberta Santiago, como Karoma, a dama de companhia (uma secretária de luxo) de Nefertari; Rayana Carvalho; Jorge Pontual; Marco Gimenez; Bernardo Velasco; Brendha Haddad; Henrique Gottardo; Thierry Figueira; Bemvindo Sequeira; Maria Ceiça, como Nayla, a segunda esposa do rei Seti I, filha de um poderoso rei vizinho do Egito (esses casamentos eram, na vida real, arranjados, geralmente por motivos políticos, com o objetivo de manter a paz na região); Aisha Jambo; Kiko Pissolato; Igor Cosso; Fábio Beltrão; Pérola Faria; Vicente Tuchinski; Stella Freitas; Valéria Alencar; Ariella Massoti; Isabella Koppel; Paulo Nigro; Iran Malfitano; Milhem Cortaz, como o vilão Bomani; Fernando Sampaio; Talita Younan; Thais Muller; Camila Santanioni; Rocco Pitanga; Paulo Reis; Renato Livera; Bruno Padilha; Sandro Rocha; Felipe Cardoso; Bianka Fernandes; Carlos Bonow; Anita Amizo; Júlio Oliveira; Rodrigo Vidigal; Jeniffer Setti, interpretando a bela, sofredora e íntegra Safira; dentre outros também talentosos.


A segunda temporada também contou com um grande e talentoso elenco, com parte dos atores e atrizes citados no parágrafo acima, isto é, que fizeram parte da primeira temporada, mas com o acréscimo valioso de Dudu Azevedo, como rei de Midiã; Daniel Alvim, como Balaque, rei de Moabe; Francisca Queiroz; Leonardo Vieira, como o profeta Balaão; Rayanne Morais; Sidney Sampaio, como Josué, o sucessor de Moisés; Talita Castro; Paulo Vilela; Hylka Maria; Jessika Alves; Nina de Pádua; Roney Villela; Alexandre Barros; Igor Cosso; Ricardo Pavão, como Seom, rei dos Amorreus; Ray Erlich; Carolina Chalita; Danilo Mesquita; Bruno Ahmed; Bia Braga; Ricardo Vandré; e Fran Maya, dentre outros também talentosos.


As duas temporadas da novela Os Dez Mandamentos levaram cerca de três anos para serem escritas, produzidas, filmadas e editadas, mas conseguiram dar lucro aos cofres da TV Record e da Casablanca Filmes, tornando-se uma das novelas mais bem sucedidas da história da TV brasileira, com índices de audiência variando entre 10 e 36 pontos na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, em 2015, durante a exibição da primeira temporada. Cada ponto equivalia a cerca de 67.000 residências, totalizando até 2.400.000 residências. Nunca antes uma novela de uma emissora concorrente da TV Globo conseguiu alcançar essa audiência.


O editor deste blog optou por não fazer revelações ou dar muitos detalhes sobre o roteiro dessa novela da década de 2010. O texto do post traz apenas um breve resumo, muito sucinto, sobre os principais episódios da novela, uma visão geral apenas, o suficiente para o leitor tomar a decisão de assisti-la ou não.


A PRODUÇÃO

Como, aqui no Brasil, a grande maioria dos principais grupos de comunicação mais tradicionais é secular (Grupo Globo, Grupo Bandeirantes, Grupo Folha, Grupo Estado, Grupo Silvio Santos, Grupo Abril, RBS, Rede TV!, Diário Associados e Jovem Pan, por exemplo) então a escritora e autora Vivian de Oliveira “não teve outra alternativa”, digamos, a não ser apresentar seu ousado projeto da novela Os Dez Mandamentos à única emissora disposta a investir um pequena fortuna, US$ 70 milhões, em valores atuais, em uma novela bíblica, lembrando que a TV Record é propriedade de Edir Macedo, um pastor evangélico brasileiro. Como essa mesma escritora e autora de novelas já havia desempenhado bons trabalhos junto à TV Record, num total de 14 títulos, desde 1997, incluindo a minissérie José do Egito e a novela Estrela de Fogo, o trabalho de convencimento junto à direção da emissora foi viabilizado. 


Embora a princípio seja considerada, por parte da mídia / indústria do entretenimento e da academia / ciência, um típico caso de mitologia bíblica a novela Os Dez Mandamentos pode ser, na verdade, baseada em fatos reais, pelo menos em parte, ou seja, uma novela verídica, pois ela abrange o já bem conhecido Êxodo, ocorrido entre 1.300 anos a.C. e 1.200 anos a.C., quando o patriarca Moisés, um príncipe egípcio, conseguiu convencer o seu tio Ramsés II, o rei do Antigo Egito, a permitir a saída do povo hebreu escravizado no Egito, dando início então a uma longa e complexa série de eventos durante esse êxodo (a realidade deve ter sido muito mais simples e pacífica, sem conflitos armados, sem a queda de Jericó, por exemplo, sem nada disso), passando pelo Deserto de Etão, Deserto de Sim, Deserto do Sinai, Hazerote, Rimon-Peres, Deserto de Parã, Rissa, Meribá, Cades-Barneia, Bene-Jaacã, Hor, Eziom-Geber, Deserto de Zim, Zalmona, Punom, Zoar, Aroer, Hesbom e Gilgal, dentre mais algumas cidades ou regiões.  


Para produzir Os Dez Mandamentos, uma grande novela com abordagem sensível, delicada e empática sobre o drama dos hebreus no Antigo Egito por cerca de 400 anos, um produto de mídia de grande orçamento, foram escolhidos dois profissionais experientes para liderar os trabalhos, a roteirista Vivian de Oliveira e o diretor e produtor de TV Alexandre Avancini, este até então com 11 novelas e minisséries da TV Globo no currículo e 7 novelas e minisséries da TV Record realizadas, incluindo a ótima minissérie José do Egito, também recomendada por este blog.


A novela Os Dez Mandamentos conta a história, metade verídica e metade fictícia, da já conhecida infância, juventude e fase adulta do profeta, líder religioso, ancião e patriarca hebreu / judeu Moisés, um humilde e modesto missionário, embora ocupando uma posição social privilegiada no Antigo Egito, um líder religioso e pregador conservador do monoteísmo judaico, que abriu mão de seus luxos e de seu status social a favor de seus “irmãos” hebreus cativos no Egito. Historiadores sérios acreditam que o monoteísmo pregado por Moisés pode ter se originado nas lendas egípcias do rei Akenaton ou Akhenaton (Amenhotep IV), e seu deus Aton ou Aten, que, na prática, foi o mesmo deus pregado pelos hebreus, mas visto de um ângulo diferente e com uma carga cultural diferente, o ponto de vista dos egípcios, com outro nome, inclusive.


A novela foi recebida na época com avaliações positivas por parte da crítica brasileira e internacional, principalmente em relação à sua produção superlativa, sofisticada, realmente impressionante, principalmente a partir do complexo de estúdios Casablanca Filmes, na época ainda com o nome RecNov, no município do Rio de Janeiro – R.J, com uma área total de 200.000 m², o equivalente a 200 hectares, com uma cidade cenográfica imitando a cidade egípcia de Pi-Ramsés e seus arredores, com mais de 7.000 m² de área construída, com um total de 28 cenários, além, é claro, da ótima direção de Alexandre e do roteiro fluido de Vivian, que não é cansativo nem engessado, ou seja, os personagens falam naturalmente, isto é, os diálogos são fáceis de entender, utilizam o vocabulário comum, do nosso dia a dia. Além disso, o roteiro aparenta manter fidelidade (pelo menos em parte) ao que acadêmicos e historiadores já sabem sobre o Antigo Egito e a cultura e religião hebreia da época.


Além da utilização dos estúdios Casablanca Filmes no município do Rio de Janeiro, também foram realizadas filmagens no Deserto do Atacama, no Chile, que, segundo os produtores da novela, aparenta o Egito, a Península do Sinai e a região da Palestina Histórica. Essas imagens de estúdio e a céu aberto foram captadas por câmeras importadas de altíssima qualidade, no mesmo nível que as câmeras digitais usadas por grandes estúdios de Hollywood, incluindo a Arri Alexa, tanto para filmagens de estúdio quanto para tomadas externas, tudo em formado Widescreen-Full-HD, com 1080 linhas de resolução, uma das melhores câmeras da época e que ainda hoje impressiona observadores mais atentos a detalhes.


Os efeitos especiais / efeitos visuais da novela Os Dez Mandamentos, sofisticados e de alta qualidade, foram realizados nos Estados Unidos pelo estúdio de cinema StarGate Studios, incluindo a abertura do Mar Vermelho, as dez pragas e o maná caído do céu. Além disso, a trilha sonora ficou a cargo do instrumentista e compositor Daniel Figueiredo, incluindo temas do gênero gospel.


O CONTEXTO

A novela Os Dez Mandamentos tenta descrever ou retratar, provavelmente com razão, o reino do Antigo Egito como desumano, escravocrata, cruel, perverso e até maligno, cuja divindade principal era Amon-Rá, na prática um demônio. Na vida real, o Antigo Egito era dominado por uma elite baseada na liderança do rei, geralmente o faraó (o termo faraó não é um nome, mas é um título do antigo soberano ou governante egípcio), baseada em um linhagem de reis que se autodenominavam descendentes diretos ou indiretos dos deuses. Segundo a Ufologia, esses deuses eram, na verdade, alienígenas machos que se relacionaram com fêmeas humanas da região do Oriente Médio e nações vizinhas e, assim, deram origens aos filhos híbridos e seus reinos e/ou dinastias, como os sumérios, os egípcios, os babilônios, os acádios e os assírios, cedendo a eles, inclusive, tecnologias variadas, desde instrumentos de engenharia, utensílios e até armas.


Na mesma época ou, mais precisamente, séculos depois, por volta de 1.300 anos antes do nascimento de Jesus Cristo ou 1.300 anos antes da era comum, nasciam na periferia ou subúrbio na cidade egípcia de Pi-Ramsés ou Pi-Ramessés, a capital do Egito Antigo, os personagens bíblicos Miriam ou Miriã, Arão e Moisés, 100% humanos, nessa sequência, da mais velha para os mais novos. Boa parte dos historiadores modernos dos Séculos XX e XXI duvidava e/ou duvida seriamente da existência histórica de Moisés, alguns deles chegaram e chegam a dizer que Moisés simplesmente não existiu. A opinião deste blog é que Moisés existiu sim, mas a verdadeira história por trás da mitologia sobre Moisés e o povo hebreu escravizado no Egito deve ter sido, na realidade, muito mais simples, talvez até sem os tais milagres, sem as dez pragas, sem a abertura do Mar Vermelho e sem o maná caído do céu, contados na Bíblia.


É importante que o leitor do blog entenda o seguinte: O livro do Êxodo, que é o segundo livro catalogado da Bíblia, atrás apenas do livro de Gênesis, não foi escrito por Moisés, longe disso. Na verdade, para ser mais preciso, os livros de Amós e de foram escritos antes de Gênesis e Êxodo, por volta de 800 anos antes do nascimento de Jesus Cristo ou antes da era comum. De modo geral, esses livros do Velho Testamento foram escritos tendo como base tradições orais transmitidas de geração para geração, são as tradições faladas e ouvidas, simplesmente, ou seja, o que antes era apenas uma tradição oral passou a ser uma tradição escrita.


Segundo historiadores sérios, os livros de Gênesis e Êxodo foram escritos por volta do ano 537 antes de Cristo ou antes da era comum, quando a elite religiosa judaica foi libertada do cativeiro babilônico pelo rei Ciro, da Pérsia, e voltou para sua terra natal, Judá e/ou Israel. Os livros que formam hoje a Torá (Gênesis, Êxodo, Levítico e Números), da religião judaica, foram escritos pelos sacerdotes do 2º Templo de Jerusalém, já em um contexto de monoteísmo, em que somente os deuses El (de Israel) e Iavé (de Judá) foram permitidos. Eles foram fundidos em um só deus, dando origem, séculos depois ao nome Deus, com inicial maiúscula, que é justamente o deus até hoje adorado pelos cristãos, muçulmanos / islâmicos e judeus.


Segundo a própria Bíblia Sagrada (caso você ainda não saiba, a Bíblia é o livro mais lido do mundo e se você quer entender as religiões em geral é uma leitura obrigatória, mesmo que você não acredite em Deus), tanto a versão católica quanto a versão protestante, que são as versões mais lidas no mundo, Moisés foi adotado por uma princesa egípcia, após ter sido abandonado à própria sorte no Rio Nilo, dentro de um cesto impermeabilizado. A verdadeira história deve ter sido muito mais simples: Ele simplesmente foi entregue voluntariamente para adoção por uma das servidoras hebreias (escrava, na verdade), Joquebede, esposa de Anrão, do palácio do rei egípcio, que engravidou, mas não tinha condições econômicas para sustentá-lo. Assim, a filha do rei Seti I (na verdade, não está claro qual era o rei da época), que dava sinais de esterilidade, adotou o menino Moisés, como seu fosse seu próprio filho. Dessa forma, Moisés se tornou um príncipe, literalmente, o sobrinho amado de Ramsés II ou Ramessés II (também não está claro qual era o tio), que, ao substituir seu pai Seti I deu, voluntariamente, alforria ao povo hebreu cativo no Egito (como diz o ditado: Os brutos também amam), como se fosse um “presente” (na época, escravo era tratado como mercadoria) para Moisés, que, por sua vez, também decidiu sair do Egito, rumo à Palestina Histórica / Canaã.


Por outro lado, não há evidências históricas e/ou arqueológicas contundentes de parte do que está escrito no livro do Êxodo. Para ser mais específico, não há evidências históricas e/ou arqueológicas de que mais de 2.000.000 (dois milhões) de pessoas, neste caso hebreus, tenham emigrado ou fugido do Antigo Egito para a região da Palestina Histórica / Canaã, onde hoje estão localizados Israel, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Líbano e Síria, portanto o número real de hebreus que emigraram do Antigo Egito deve ter sido muito menor, cerca de 1% do número descrito na Bíblia Sagrada, talvez nem isso. É a única explicação plausível para um êxodo, emigração ou fuga não ter chamado tanto a atenção dos povos vizinhos a ponto de merecer registros históricos e/ou arqueológicos, como, por exemplo, dos cananeus, dos amorreus, dos hititas, dos heveus, dos jebuseus, dos periseus, girgazeus, dos filisteus, dos moabitas e dos amonitas.


A Bíblia Sagrada é exagerada do começo ao fim, de ponta a ponta, de Gênesis ao Apocalipse, sem exceções, praticamente nenhum livro da Bíblia é totalmente fiel aos fatos ocorridos no passado, praticamente todos eles têm uma dose maior ou menor de mitologia, dependendo de cada caso. Alguns livros da Bíblia são mais fantasiosos, outros são menos fantasiosos, mas todos eles têm alguma dose de mitologia, maior ou menor. A palavra mito significa mistura de ficção com realidade. Por exemplo, o mundo não foi construído em apenas 7 dias, como está escrito no Gênesis, foram necessários cerca de 4,5 bilhões de anos para a formação da Terra. E mais, Adão e Eva não foram os primeiros seres humanos na face da Terra, a cerca de 8.000 atrás, pelo menos não da forma como está escrito na Bíblia, muito provavelmente houve outras dezenas de casais “Adões e Evas” em várias partes do mundo, em todos os continentes do planeta. E mais ainda, a humanidade tem pelo menos 100.000 anos de existência e a morte não passou a existir a partir do pecado original desse casal Adão e Eva bíblico em específico, ou seja, tudo que é vivo morre um dia, sempre foi assim. Se Deus inventou a vida e a morte, então Ele deve ter criado os “Adões e Evas” cerca de 100.000 anos atrás, quando os primeiros Homo Sapiens viviam, os “Adões e Evas” descritos pela ciência.


Resumindo: Moisés era um pobre coitado, um “Zero à Esquerda”, um “João Ninguém”, de forma semelhante ao seu antepassado José, que também se tornou um nobre egípcio. Moisés foi um “cachorro ou gato abandonado (doado, na verdade) em um terreno baldio, ao lado de uma mansão em bairro nobre”. A filha do ricaço viu, achou “fofo” e adotou. Ele foi adotado ainda bebê ou criança por uma família rica, que lhe deu “casa, comida e roupa lavada”, um ambiente chique, suntuoso, um status nunca antes alcançado para um hebreu escravo do Egito Antigo, um príncipe, literalmente, com todas as honras. Ele foi adotado por uma princesa egípcia que não podia ter filhos, era estéril. Ele era gago e tímido, por isso teve só uma esposa, Zípora, que conheceu após ter fugido do Egito para Midiã quando se indignou contra o reinado de seu avô de criação, Seti I, contra o tratamento degradante dado pelo Egito a um escravo hebreu, que ele via com um “irmão” seu. Depois de alguns anos, seu tio, Ramsés II, “lhe perdoou” e lhe “presenteou” com o povo hebreu cativo, ou seja, a saída do povo hebreu do Egito foi pacífica.


Alguns historiadores vão ainda mais longe: Afirmam que Moisés foi, ironicamente, assassinado no deserto da Palestina (árido e/ou semiárido, na verdade), na Península do Sinai ou, talvez, ainda dentro no Egito, pelo povo hebreu que ele ajudou a libertar... Foi assim: Eles estavam no deserto, com fome e sede, eram pobres e passavam necessidade, um bando de mendigos, no meio do nada, então a tensão social aumentou, assim “se revoltaram” contra Moisés e o mataram... Como diz o ditado: O ser humano é o bicho mais esquisito que existe na face da Terra...


Como num ato de “arrependimento tardio”, os sacerdotes do 2º Templo de Jerusalém decidiram, séculos depois, dar a Moisés o “devido reconhecimento” pelo bem que ele fez aos hebreus, uma espécie de “homenagem póstuma”, acrescentando uma camada de ficção sobre a camada histórica real de Moisés e do povo hebreu cativo no Egito, dando origem a uma mitologia judaica. Antigamente, as mitologias eram comuns e/ou normais, outros inúmeros povos da época também tinham suas mitologias, como, por exemplo, Gilgamesh, Atracasis, Enuma, Zoroastrismo e Adapa. O objetivo das mitologias era sempre o mesmo, engrandecer seus líderes, suas elites políticas, intelectuais, militares e religiosas, principalmente com o objetivo de controle social.


Na verdade, no fundo no fundo, o êxodo dos hebreus do Egito foi um desastre quase total, um fracasso quase total, desorganizado, um fiasco, muita gente morreu de fome e de sede. Foi uma coisa precária, mal feita, mal planejada. Esse êxodo foi mal planejado e mal executado, foi uma trapalhada. Seria cômico se não fosse trágico. Só não foi pior porque os tais “povos inimigos” dos hebreus, “idólatras e ocultistas”, da região da Palestina, tiveram pena daqueles pobres coitados e os socorreram com comida e água, mais uma ironia do destino.


“E o tal do ouro?”. Se houve algum ouro realmente envolvido nessa história, então ajudaria a explicar o suposto Bezerro de Ouro e ajudaria a explicar como os hebreus conseguiram, por mais de 40 anos, transitar pacificamente e se estabelecer pacificamente na região da Palestina Histórica / Canaã, ou seja, os pedaços de terra daquela região foram comprados a peso de ouro, literalmente, e então os hebreus se estabeleceram ao lado de outros povos da região, comprando chácaras, sítios e fazendas na região. Séculos mais tarde, a partir de Saul e Davi, a região se tornou uma nação monárquica, mas aí já é outra história.


HISTORICIDADE (PROBABILIDADE DE EXISTÊNCIA) DOS PERSONAGENS BÍBLICOS

ÉPOCA

PERSONAGEM

GRAU DE PROBABILIDADE

incerta

Adão e Eva

Baixo

incerta

Enoque

Baixo

3.000 a.C. (aprox.)

Noé

Baixo

1.800 a.C. (aprox.)

Abraão

Médio

1.700 a.C. (aprox.)

Isaac

Médio

1.600 a.C. (aprox.)

Jacó

Médio

1.500 a.C. (aprox.)

José do Egito

Médio

1.400 a.C. (aprox.)

Moisés

Baixo

1.300 a.C. (aprox.)

Josué

Médio

1.300 a.C. (aprox.)

Raabe

Médio

1.000 a.C. (aprox.)

Sansão

Baixo

incerta

Baixo

1.100 a.C. (aprox.)

Samuel

Médio

900 a.C. (aprox.)

Elias

Alto

800 a.C. (aprox.)

Eliseu

Alto

800 a.C. (aprox.)

Jonas

Médio

1.100 a.C. (aprox.)

Rute

Médio

1.100 a.C. (aprox.)

Saul

Médio

1.000 a.C. (aprox.)

Davi

Alto

900 a.C. (aprox.)

Salomão

Médio

900 a.C. (aprox.)

Rainha de Sabá

Médio

900 a.C. (aprox.)

Oseias

Alto

700 a.C. (aprox.)

Isaías

Médio

600 a.C. (aprox.)

Jeremias

Alto

600 a.C. (aprox.)

Baruque

Alto

600 a.C. (aprox.)

Nabucodonosor II

Certeza

600 a.C. (aprox.)

Daniel

Médio

500 a.C. (aprox.)

Ciro, O Grande

Certeza

Século I

Jesus Cristo

Alto

Século I

Maria de Nazaré

Médio

Século I

Maria Madalena

Médio

Século I

Paulo de Tarso

Alto

Século I

Herodes (Grande e Antipas)

Alto

Século I

Pilatos

Alto

 Século I

José de Nazaré 

 Médio


Nota: É importante que o leitor do blog entenda que o fato de historiadores, arqueólogos, acadêmicos, antropólogos, paleontólogos, geólogos e teólogos admitirem a existência de parte dos personagens relacionados no quadro acima não significa necessariamente que esses mesmos estudiosos atestam que os supostos eventos sobrenaturais associados ao contexto tenham existido, de fato, pois é consenso entre esses estudiosos que a Bíblia possui uma forte inclinação para relatar acontecimentos históricos por meio de hipérboles, linguagem figurada, parábolas, alegorias, metáforas, expressões idiomáticas, pleonasmos, lendas, mitos e folclores ou até mesmo exagerando os fatos narrados. A opinião deste blog, portanto, é de não desrespeitar a crença alheia, mas, ao mesmo tempo, adotar uma postura cautelosa quando se fala em eventos sobrenaturais / religiosos e ufológicos (que, na prática, são os dois lados da mesma moeda), inclusive não descartando totalmente a possibilidade ou probabilidade de que esses eventos sobrenaturais / religiosos e ufológicos tenham realmente ocorrido de alguma forma.


OPINIÃO DO BLOG

A novela Os Dez Mandamentos e o filme homônimo foram muito bem recebidos na época pela crítica internacional e pela imprensa em geral, com avaliações positivas, ou seja, praticamente todos ou quase todos os críticos gostaram da novela e do filme. Nas décadas seguintes essa novela e o filme passaram com a ser tratados como cult’s da TV e do streaming pela crítica internacional. O site agregador de resenhas Rotten Tomatoes relatou que 86% dos internautas gostaram do título. Mais recentemente, uma enquete simples entre usuários do buscador Google, aqui no Brasil, apontou uma aprovação próxima de 95% dos espectadores da novela e do filme.


Trata-se de um drama de alta qualidade, com roteiro sensível, com precisão histórica bem razoável. Tanto a novela quanto o filme são de alta qualidade. Os atores e atrizes são de primeira linha, o roteiro é ótimo, a trilha sonora é ótima, a fotografia e a direção são muito boas. A novela e o filme apresentam um tema válido, a condição de escravidão de inúmeros povos antepassados, principalmente na região do Oriente Médio.


O blog recomenda também as novelas e/ou minisséries José do Egito, A Terra Prometida, O Rico e Lázaro e A Vida de Jó, todos também relacionados com a fé judaico-cristã.


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MAIS CINEMA

Minha Mãe 2 – Paulo Gustavo - ótimo

Pantera Cor de Rosa (1964) – Peter Sellers – razoável

Minha Mãe 3 – Paulo Gustavo - ótimo

Hugo Cabret – Martin Scorsese – ótimo

Trocando as Bolas – Eddie, Dan e Jamie - ótimo

Diário de Uma Babá – Scarlett e Chris – ótimo

Lanterna Verde – Ryan – bom

Mario e Leon – Max e Aaron – ótimo

Quarto do Pânico – Jodie – ótimo

Vagabundo – Nick, Richard e Bette - ótimo

Rota de Fuga – Stallone e Schwarzenegger – ótimo

Rambo I – Stallone – bom

Rambo II – Stallone - bom

Preço Fixo – Jason e Ben – ótimo

Sherlock Holmes – Robert e Jude – ótimo

Invasão – Ocupação Alienígena – razoável

Príncipe em Nova York 1 – bom

Príncipe em Nova York 2 – bom

Amor em Obras – bom

Rio Kwai – ótimo

Star Wars – Esperança – ótimo

Star Wars – Império – ótimo

Star Wars – Retorno – bom

Star Wars – Fantasma – bom


REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Dez_Mandamentos_(telenovela)
  • TV Record (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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